DISTROFIA MIOTÔNICA DE STEINERT Renan Thomaka Epidemiologia Distrofia Miotônica: DM 1 (Steinert) e DM 2. É a forma de Distrofia Muscular mais comum nos adultos. Prevalência: 1/20.000. Características Gerais Doença multisistêmica caracterizada por uma dificuldade de relaxamento muscular. Afeta músculo esquelético e liso, sistema endócrino e sistema nervoso central, bem como o olho e o coração. É dividido em 3 fenótipos: leve, clássico e congênito. Etiologia Doença autossômica dominante. É causada por uma grande quantidade de repetição CTG no Gene DMPK (19q13.2-q13.3) - Proteína Quinase da Distrofia Miotônica. A gravidade da doença é proporcional ao número de repetições CTG. Etiologia Alelos normais: 5 a 34 repetições. Alelos normais mutáveis (pré-mutação): 35 a 49 repetições. Alelos de penetrância completa: maior que 50 repetições. Etiologia Doença caracterizada pelo fenômeno de antecipação: com o passar das gerações, a doença pode se manifestar cada vez mais cedo e mais grave. Isso acontece porque alelos com mais de 34 repetições são instáveis e podem gerar mais repetições durante a meiose. Manifestações Clínicas DM 1 Leve: Indivíduos podem ter catarata, miotonia leve ou Diabetes Mellitus. Vida normal ou expectativa de vida minimante reduzida. DM 1 Clássica: Indivíduos geralmente com fraqueza muscular e caquexia, miotonia, catarata, distúrbios de condução e de freqüência cardíaca. Manifestações Clínicas Sintoma predominante é a fraqueza muscular distal, levando à queda do pé, distúrbio de marcha e dificuldades em realizar tarefas que exigem destreza fina das mãos Fáceis miotônica e calvície masculina precoce Participação no músculo liso: disfagia, constipação ou diarréia, oftalmoplegia e disartria Defeitos de condução cardíaca em diferentes graus. Manifestações Clínicas Déficit intelectual em graus variáveis. Endocrinopatias como hiperinsulinismo e atrofia testicular. Mulheres: maior risco de complicações durante a gravidez. Redução da expectativa de vida. As causas mais comuns de morte são pneumonia, insuficiência respiratória, doenças cardiovasculares, morte súbita / arritmia, e neoplasias. Manifestações Clínicas DM 1 Congênita: As principais características são grave fraqueza generalizada, hipotonia e comprometimento respiratório; fácies miotônica típica: lábio superior em forma de “V” invertido, bochechas pequenas, músculos temporais recortados, côncavos; cabeça estreita, palato em ogiva. Manifestações Clínicas Manifestações Clínicas Geralmente a DM 1 Congênita é herdada por transmissão materna do alelo DMPK, sendo a relação de transmissão-distorção na concepção fator favorável à transmissão de repetições CTG maiores do que aqueles presentes no pai. Gestação: polidrâmnio e circulação fetal reduzida. Retardo mental comum e manifestações iguais ao adulto. Alta mortalidade devido à insuficiência respiratória. Fenótipo mais precoce e mais grave: expectativa de vida reduzida. Correlação entre o fenótipo e a quantidade de repetição CTG na DM 1 A partir de Die-Smulders et al 1998, Mathieu et al 1999, Segundo IDMC 2000 Diagnóstico Clínico DM 1 é suspeita em adultos com o seguinte: -Fraqueza muscular, especialmente distal da perna, mão, pescoço e face. -Miotonia (contração muscular sustentada), que muitas vezes se manifesta como a incapacidade de lançar rapidamente um aperto de mão e que pode ser demonstrado através de toque de um músculo (por exemplo, os músculos tenar) com um martelo de reflexos. -Catarata subcapsular posterior detectável como vermelho e verde fosco iridescente na biomicroscopia. Diagnóstico Clínico DM 1 é suspeita em crianças com o seguinte: -Hipotonia. -Fraqueza do músculo facial. -Fraqueza generalizada. -Insuficiência respiratória. Eletromicrografia Verifica se o padrão elétrico de músculos distais são sugestivos de miotonia. Diagnóstico Biópsia muscular A miotonia gera um padrão histológico muscular típico . Pesquisa de Expansão CTG no gene DMPK Padrão-ouro: o gene DMPK é o único gene conhecido associado a DM 1. Essencialmente 100% dos indivíduos com DM 1 possuem expansão CTG no gene. Diagnóstico Diferencial DM 1 x DM 2 Ambas possuem manifestações clínicas semelhantes, sendo muito difícil um diagnóstico apenas clínico. Em teste moleculares, verifica-se que a DM 1 está associada ao gene DMPK e a DM 2 ao gene ZNF9. DM1 x Miopatias Hereditárias - Miosite com corpo de inclusão hereditária - Miopatia miofibrilar hereditária - Distrofias musculares distais - Miotonia congênita (Doença de Becker) Diagnóstico Diferencial Ocasionalmente, DM1 tem sido diagnosticada como doença do neurônio motor , paralisia cerebral, retardo mental inespecífico, ou, por causa de 'cara tapada "e movimentos lentos, parkinsonismo. Portanto, é importante fazer o diagnóstico diferencial nesses casos. O diagnóstico diferencial, excetuando-se a DM 2, com miopatias hereditárias ou outras doenças pode ser feito clinicamente associado a concentração sérica de CK e biópsia muscular. Manejo Clínico Avaliações após o diagnóstico inicial -Exame neurológico , oftalmológico e da função tireoidiana. -Avaliação da capacidade motora e cognitiva. -Determinação da glicemia de jejum. -ECG, Holter e ecocardiograma para avaliar a síncope, palpitações e outros sintomas potenciais de origem cardíaca. Tratamento das manifestações Não existe um tratamento específico para a fraqueza progressiva . A fisiatria, a terapêutica psíquica e ocupacional podem ajudar a avaliar a necessidade de órteses tornozelopé, cadeira de rodas ou outros dispositivos de apoio. Manejo Clínico Tratamento das manifestações -Manejo da dor – analgésicos. -Consultas rotineiras com um cardiologista. -Remoção de catarata caso comprometa a visão. -Tratamento da diabetes se houver. -Tratamento de outros distúrbios (endócrinos, musculares lisos, etc) Aconselhamento Genético Fornecer informações para os indivíduos e as famílias a respeito da história natural, o tratamento, o modo de herança, e os riscos genéticos para outros membros da família, bem como informações sobre recursos disponíveis. Oferecer o teste genético molecular em parentes de adultos de risco para permitir o diagnóstico e tratamento das manifestações precocemente. O tempo ideal para a determinação do risco genético e discussão sobre a disponibilidade de testes de pré-natal é antes da gravidez. Importância do pré-natal. Referência Bibliográfica www.ncbi.nlm.nih.gov/books/genereviews Acesso em 1 de abril de 2010, às 13:00. http://www.chc.min-saude.pt/servicos/Genetica/dm.htm Acesso em 1 de abril de 2010, às 13:00. http://genoma.ib.usp.br/pesquisas/doencas_distrofiamiotonica-steinert.php Acesso em 1 de abril de 2010, às 13:00.