COMPLEXO DOENÇA RESPIRATÓRIA SUÍNA Jose Lúcio dos Santos –MV. MS DS - Microvet Lucas Fernando dos Santos –MV MS - Microvet Daniel Lúcio dos Santos –MV - Microvet Importância Comparação de morbidade máxima e atual de doenças imunopreviníveis No máximo de casos/ano Casos em 1997 % de Redução Difteria 206.939 / 1921 5 -99,99 Sarampo 894.134 / 1941 135 -99,98 Caxumba 152.209 / 1968 612 -99,60 Coqueluche 265.269 / 1934 5519 -97,92 Poliomielite 21.269 / 1952 0 -100,00 Rubéola 57.686 / 1969 161 -99,72 20.000 / 1964-65 4 -99,98 Tétano 1560* / 1923 43 -97,24 H. influenza em < 5 anos 20.000 / 1984 242 -98,79 Síndrome da rubéola congênita Eventos vacinais adversos *Mortes em 1923 Fonte: MMWR – Morbid Morta Weekly Report 46:1265-1269, 1997 11.365 • “As doenças respiratórias representam o maior impacto econômico entre as doenças que acometem suínos.” (THACKER E THANAWONGNUWECH, 2002; SORENSEN et al., 2006) • mortes, condenações ao abate, eliminação de animais doentes, diminuição na taxa de crescimento, aumento na taxa alimento/ganho peso e uso de antibióticos JORSAL e MOUSING, 2006; FACHINGER et al., 2007 (THACKER E THANAWONGNUWECH, 2002; KIM et al., 2003; SORENSEN, PRDC VÍRUS PRRS PCV2 SIV AD PRCV BACTÉRIA Mycoplasma hyopneumoniae Pasteurella multocida Streptococcus suis Actinobacillus suis Actinobacillus pleuropneumoniae Haemophilus parasuis Bordetella bronchiseptica MANEJO Densidade da população Ventilação Temperatura Stress Fluxo contínuo de animais Mais de uma fonte de animais Falhas na sanitização • “Estes agentes podem causar doenças respiratórias em quadros de infecção simples, entretanto, os efeitos são mais graves em quadros de co-infecção.” (CHOI et al., 2003) • A severidade da pneumonia aumenta com o número de agentes infecciosos envolvidos. THACKER E THANAWONGNUWECH, 2002 • Devido a multiplicidade de agentes infecciosos envolvidos, há variação nos patógenos isolados entre granjas e em uma mesma granja. • Uma vez o patogeno primario é identificado, estrategia de intervenção vacinação e medicação deve ser uma apropriada delineada incluindo-se Ao atender a uma unidade de produção apresentando complexo doença respiratória devemos: •Obter um diagnóstico preciso • Classificar patógenos oportunistas e primários • Identificar e tratar precocemente e agressivamente os suínos doentes • Compreender e acompanhar a resposta imunológica do rebanho • Entender a epidemiologia dos patógenos primários. • Utilizar a informação gerada pelos modelos experimentais do CDR • Bioseguridade é importante e deve ser considerada como tal • Avaliar saneamento, densidade e outros potenciais de tensão ambiental • Compreender as limitações do Sistema. Identificação de agentes virais em granjas de suínos com casos de PMWS PCR Granjas Isolamento Viral PCV2 PRRS TGEV /PRC V 6302 + - - - - - + - - + 6317 + - - - - - + + - + 6505 + + - - - - + + - - 6507 + + - - - + + + - + 7098 + + - - - - + - - - 7386 + + - + + - - + - + 7388 + + - - - + - + - + 7389 + + - - - - - + - - 7390 + + - + - + + + - + 7537 + - - + - + - + - - 7539 + - - - - - + + - - 8037 + - - - + - + + - - 8574 + + - + - + + + - -Gagnon 2007 SIV PPV HEV TTV Mycoplasma hyorhinis HRT-G MDCK/ ST PK15 AGENTES INFECCIOSOS ENVOLVIDOS NO COMPLEXO DOENÇA RESPIRATORIA SUINA NO BRASIL Presente: Circovirose Influenza Torque Teno Vírus 1 e 2 ? Mycoplasma hyopneumoniae Actinobacillus pleuropneumoniae Pasteurela multocida Haemophilus parasuis Mycoplasma hyorhinis Streptococcus suis Bordetela bronchiseptica Outros agentes virais/bacterianos Ausente: PRRS Fatores que influencian a “imunidade de rebanho” Sistema de produção Dinâmica da infecção Biossegurança Programas de intervenção Vacinação – Medicação A ordem correta das intervenções….. 1.Fluxo e manejo dos suínos 2.Imunidade do rebanho 3.Terapêutica DIAGNÓSTICO Estratégias de amostragem para diagnóstico • Pequeno número de suínos testados pode resultar em diagostico incompleto. – PRDC : 21 suínos de terminação de várias idades submetidos a necropsia – Patologia/microbiologia: – – – – – Sem lesões =5 PMWS = 5 Influ? = 1 P. mult. = 2 Strep suis = 1 Ulcera = 2 PRRSV = 2 App? = 3 (não-sorotip.) Bordetella = 2 M. hyo = 8 – Sorologia: M. hyo+, Inf+, PRRSV(+) Thacker B DIAGNÓSTICO •Clinico •Histopatológico •Imunohistoquímico •Sorológico •Bacteriológico •Virológico •Molecular - Bacteriologia - Virologia Mycoplasma Hyopneumoniae • Diagnostico: – Dados epidemiológicos da propriedade; entrada de novos animais, vacinações, se houve casos antigos da doença,... – Lesões macroscópicas; – Sorologia: ELISA, IHQ e IF – PCR, histopatologia – Cultivo( difícil isolamento) Pontos chaves: Diagnóstico Patológico • Lesões Macro são “compatíveis com, mas não específica para” M. hyo • Lesões Microscopicas são “compativeis com, mas não são específicas para” M. hyo • Muitos casos de campo são infecções mistas – M hyo, bacteria, virus M. hyorhinis • Tempo para resolução varia com: – Severidade e extenção da lesão inicial – Presença de patógenos concorrentes PALZER et al. (IPVS 2008) Em 239 suínos de rebanhos de vários tamanhos(Alemanha). • Foi observado associação significativa entre o Mycoplasma hyopneumoniae e quatro outros agentes. – Pasteurella multocida, Bordetella bronchiseptica, Mycoplasma hyorhinis, PRRSV • A combinação de Mycoplasma hyopneumoniae e Pasteurella multocida é mais freqüente que infecções simples por estes agentes. • O Mycoplasma hyorhinis é um dos agentes mais prevalentes na cavidade nasal dos suínos. • O Mycoplasma hyorhinis pode causar uma broncopneumonia catarral purulenta. Infecção por M. hyorhinis em leitões de creche (semelhante a LIN et ali (2006) Microvet 1 2 3 4 C+ B M M. hyopneumoniae 1 2 3 4 C+ M. flocculare B M 1 2 3 4 C+ B M. hyorhinis 1, 2, 3 e 4 - Positivos p/ M. hyor 3 - Positivo p/ M. hyop Diagnóstico APP • Clinico: – Lesões restringidas a caixa torácica, – Pleurisias e pericardites fibrinosas; – Pneumonias hemorrágicas; Laboratorial: – Cultivo e isolamento – Sorologia FC, ELISA; – PCR PCR-multiplex - sorotipos de APP DIAGNÓSTICO PCV2/PMWS Sinais Clínicos – índices de produção Histopatologia Imunohistoquimica (PCR) Material Linfonodos Baço Timo Fígado Intestino (Placas de Peyer´s) Pulmão Animais de baixo desempenho porém não “refugados” no setor de terminação – Infecção sub-clínica por PCV2.? Achados macroscópicos comuns neste tipo de suíno de terminação – Infecção subclínica por PCV2. DIAGNÓSTICO INFLUENZA SUINA •Isolamento do vírus •PCR e/ou IHQ de tecido pulmonar afetado •swab nasal •Sorologia Lesões resolvidas com o tempo: Influenza => rápida (2-3 semanas) M.hyo => lenta (2-3 meses ) H. PARASUIS DIAGNOSTICO Após Isolamento e Testes Bioquímicos Sorotipagem HPS – IDAG + de um sorotipo em granjas IDAG/GENOTIPAGEM Microvet 98 amostras de Haemophilus parasuis, isoladas de 15 granjas entre 1999 e 2001 – USA Sorotipo Número (%) de Amostras Número de amostras geneticamente diferentes (PCR) 4 37 (38,2) 20 NS 27 (27,6) 18 3 8 (8,2) 2 1 7 (7,1) 2 12 7 (7,1) 3 2 4 (4,1) 4 14 3 (3,1) 3 5 2 (2,0) 7 2 (2,0) 13 1 (1,0) OLIVEIRA & PIJOAN (2002) 2 ERIC-PCR de amostras de referencia HPS – 08/01/08 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Microvet M Agentes Bacterianos Isolados em Suínos com Pleurisia (% dos isolamentos) Agente 2005 2008 Actinobacillus pleuropneumoniae 7,78 12,95 Haemophilus parasuis 18,89 17,62 Pasteurella multocida (A e D) 13,89 24,35 Streptococcus suis 4,44 5,70 Amostras Negativas 43,33 31,09 Outros agentes isolados de pleurisia – Actinobacillus suis, Arcanobacterium pyogenes, Bordetella bronchiseptica, Microvet UM QUADRO TÍPICO DE POLISSEROSITE POR HAEMOPHILUS PARASUIS . PORÉM.... Agentes Bacterianos Isolados em Suínos com Pericardite (% dos isolamentos) Agente 2005 2008 Actinobacillus pleuropneumoniae 1,04 6,98 Haemophilus parasuis 11,46 13,95 Pasteurella multocida (A e D) 7,81 16,28 Streptococcus suis 4,17 4,65 Amostras Negativas 65,63 48,84 Microvet Medicação Grupos Controle e Medicação em Pulsos – Resposta imunológica ao Micoplasma entre 8 a 12 semanas Grupo Medicação Contínua – Resposta imunológica ao Micoplasma entre 14 a 16 semanas Vacinação Duração de Imunidade Passiva Para Diversos Agentes (Dias) 168 161 154 147 140 133 126 119 112 105 98 91 84 77 70 63 56 49 APP 42 Parvovirus Erisipela PRRS, Pasteurella multocida e Bordetella bronchiseptica 28 21 14 H. parasuis 7 E. coli 0 50 100 150 200 Muirhead, M. & Alexander, T., 1997 - Adaptados por Costa, WMT. Vacinação contra Micoplasma Vacina-se leitões com uma dose, aos 3 a 7 dias de idade Resultados - Proteção efetiva até 180 dias de idade Problemas - Mistura de leitões na maternidade Falha na Vacinação (N0 Desmamados x Adquisição e uso de vacina) Diagnostico equivocado com M. hyorhinis. Vacinação contra Circovirus Vacina-se leitões com uma ou duas doses aos 21 e/ou 40 dias de idade Resultados efetivos Problemas Casos de inconsistência nos resultados: Programas alternativos Ocorrência de casos a partir de ±110 dias até final Vacinação contra H. parasuis Vacina-se os leitões aos 21 e 42 dias de idade Resultados - Proteção efetiva até o abate Problemas - Ausência de sorotipo/genotipo especifico na vacina Vacinação contra S. suis Vacina-se leitões aos 21 e 42 dias de idade Resultados - Proteção efetiva até o abate Problemas - Ausência de sorotipo/genotipo especifico Diagnostico equivocado com E. coli Vacinação contra P. multocida Vacina-se leitões aos 21 e 42 dias de idade Resultados - Proteção efetiva até o abate Problemas - Seleção da amostra de P. multocida Programa de Vacinação O padrão imunitário de uma população é obtido através de contato constante com um antígeno (seja via vacina ou doença). Se este contato é regular a doença tende a ter incidência baixa ocorrendo apenas em animais susceptíveis introduzidos. Se o contato é irregular surtos da doença ocorrem de tempos em tempos sempre que se elevar o número de animais não expostos ao antígeno. Programa de Vacinação Interrupção da vacinação: a - padrão imunológico obtido com os anos de vacinação - baixa circulação do agente no rebanho. 4 a 6 meses de falsa tranqüilidade após o qual novos surtos graves vão ocorrer. Isto acontece com a elevação do número de animais não imunizados. b - Perda do padrão imunológico já conseguido com uma lenta recuperação (aproximadamente um ano após o reinício da vacinação). CONTROLE – MANEJO E AMBIENTE • Todos-dentro/todos-fora – é o fator mais importante por reduzir a transmissão de micoplasma entre animais de idades diferentes. • Política de Reposição – Menor número possível de fontes de animais. – Quarentena de 4 semanas (RECOMENDAÇÃO: ATÉ 60 DIAS). • Idade do Plantel - Proporção máxima de marrãs no plantel – 30 %. • Densidade de animais – Ideal: 0,9 m² • Prevenção de outras doenças • Medidas de Biosseguridade. • Condições de alojamento e ambiência. MAES (2003) Predisponentes Ambientais que Aumentam a Severidade das Infecções Múltiplas • Fatores ambientais mais importantes que contribuem para imunossupressão e o aparecimento de quadros respiratórios complexos: – Temperatura inadequada e amplitude elevada. – Umidade alta, alta carga fecal e de urina. – Pó, alérgicos e endotoxinas (de alimentos, de descamação de pele, de materiais de construção e da população bacteriana). • Bactérias e vírus viáveis (fecais, respiratórios e outros). • Gases ambientais. – Amoníaco, Dióxido de Carbono e outros. COCHRAN (2006) OBRIGADO PELA ATENÇÃO!