Risco de Câncer em Crianças de Muito Baixo Peso ao Nascer Cancer Risk Among Children With Very Low Birth Weights Autores: Logan G. Spector, Susan E. Puumala, Susan E. Carozza, Eric J. Chow, Erin E. Fox, Scott Horel, Kimberly J. Johnson, Colleen C. McLaughlin, Peggy Reynolds, Julie Von Behren and Beth A. Mueller Pediatrics 2009;124;96-104 Apresentação: Carlos Roberto Garcia Filho Ulysses Meireles Alves Thiago David Alves Pinto Coordenação: Paulo R. Margotto Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF www.paulomargotto.com.br 22/7/2009 Ddos Carlos, Ulysses e Carlos Introdução • Ate o momento esse tema não fora adequadamente estudado. • Nos trabalhos anteriores agrupava-se todos os recém-nascidos (RN) com menos de 2500g, porém é notório que aqueles com menos de 1500g apresentam mais complicações e intervenções em relação àqueles entre 1500g e 2500g. Sendo então criados 2 grupos de análise. • Como o avanço da neonatologia e melhora da expectativa de sobrevida desses RN de muito baixo peso viu-se a necessidade desse trabalho. Método • Desenho do estudo – Estudo de caso-controle – Foram agrupados dados de base populacional na Califórnia, Minnesota, Nova Iorque (excluindo Nova York), Texas, e Washington. – Os casos foram classificados de acordo com a Classificação Internacional de Câncer (Ca) Infantil (3ª Edição) Método • Desenho do estudo – Sujeitos: casos de Ca, registrados, em crianças de 0 a 14 anos – Sujeitos controle: Seleção randomizada, por registro de nascimento, na taxa de 1 a 10 casos controle para cada sujeito do estudo. – Critérios de exclusão • Pacientes com Sindrome de Down reportada. • Pacientes com diagnóstico antes de 28 dias de vida. • Controles que morreram antes de 28 dias de vida. Método • Pacientes do estudo – 17.672 casos • Controles – 57.966 casos Método • Especificação das variáveis e analise dos resultados – Dados analisados por SAS 9.1 – Odds ratio (OR) e intervalo de confiança(95%) calculados por Regressão logística incondicional – Variáveis • Muito baixo e moderado baixo peso (1500 a 1999g e 2000 a 2500g, respectivamente) comparado com baixo peso e peso adequado (> ou = 2500g) • Ajuste para sexo, idade gestacional, ordem de nascimento , gemelaridade, idade materna, raça materna, estado e ano de nascimento. Resultados • Sexo masculino e raça branca eram um pouco mais comuns entre os casos. Não houve diferença significativas com as outras variáveis. • Não houve diferença entre ORs dos muito baixo peso e os baixo peso. • Aumento significativo do risco de hepatoblastoma em RNs <1500g comparado com >2500g. • Entre esses dois pesos de nascimento houve uma tendência de crescimento. Ate mesmo dentro dos muito baixo peso foi possível dividir entre 350g - 749g e 749g 1499g, demostrando a mesma tendencia. Resultados • Retinoblastomas e astrocitomas também apresentaram ORs relevantes entre os <1500g. • Tumores de celulas embrionarias tiveram OR relevante apenas entre 2000g e 2500g. Resultados • Diversos tumores tiveram associação com prematuridade <32semanas, porém todos intervalos de confiança apresentavam 1. • Tumor de Wilm e Sarcoma de Ewing apresentaram ORs maiores entre 32 e 36, comparado com demais IG. Discussão • A relação causal entre cânceres infantis e baixo peso ao nascer não estava bem estabelecida até então. • A maioria das neoplasias avaliadas neste estudo não apresentou relação causal com o Baixo Peso ao Nascer. – As exceções foram os Hepatoblastomas e Gliomas. – Porém, não houve associação “dose dependente” entre baixo peso ao nascer e risco de desenvolver estas neoplasias. Discussão • Os resultados indicaram associação forte ou mesmo moderada entre “Cânceres Infantis” (de uma forma geral) e Baixo Peso ao Nascer. • A associação de hepatoblastoma com o muito baixo peso é improvável ser devido ao caso ou tendencioso. • Relação semelhante entre Hepatoblastoma e Baixo Peso ao Nascer também foi demonstrada em estudos no Reino Unido e Japão. • Os resultados relativos aos Gliomas, por outro lado, podem ser atribuíveis ao acaso, dada a estranha dissociação “Dose Dependente” entre os mesmos e as diferentes classificações de Baixo Peso ao Nascer. Discussão • O risco elevado de Hepatoblastomas entre Recém Nascidos de Baixo Peso, por outro lado, também pode ser atribuído à exposição a fatores danosos das UTIs Neonatais. • Possíveis fatores iatrogênicos das UTIs Neonatais: – – – – – – Oxigenoterapia Prolongada Luzes artificiais Radiações Ionizantes Campos Eletromagnéticos Medicações Nutrição Parenteral Prolongada Discussão • O estudo apresentou uma importante limitação: – Os pesquisadores não tiveram acesso a informações das condutas tomadas nas UTIs Neonatais • De acordo com o National Institute of Child Health and Human Development Neonatal Research Network (dados de 1999 – 2000), RN receberam os seguintes cuidados em UTIs Neonatais: – 57% receberam tratamento com surfactante – 27% receberam oxigenoterapia iniciada até os 28dias de vida – 20% receberam tratamento pós-natal com corticosteróides • Baixo Peso ao Nascer também pode ser um fator resultante de uma condição patológica de base, causador de neoplasias. – Este é um fator confundidor difícil de se prever, e que pode diferir muito entre os diferentes tipos de câncer. Discussão • Neoplasias X “Alto Peso”: – Recém natos com Alto Peso ao Nascer apresentaram relação positiva e “dose dependente” entre peso e risco de cânceres. – O risco era maior quanto maior fosse o peso do RN para as seguintes neoplasias: • Leucemia Linfóide Aguda • Tumor de Wilms • Astrocitoma • Neoplasias X Prematuridade: – Ao avaliar os recém natos de Baixo Peso, os pesquisadores usaram grupos controles de RN com Idades Gestacionais semelhantes. – Foram observadas poucas associações entre cânceres infantis e gestações prétermo – Os pesquisadores, porém, não descartam a possibilidade de que este pode ser mais um fator confundidor a ser lembrado. Discussão • Foram usados dados da vigilância epidemiológica, considerados precisos o suficiente para comparar as variáveis de interesse, para formar o Grupo Controle. • Importantes limitações, porém, devem ser notadas: – A base de dados estudada como casos controles não discriminou possíveis casos diagnosticados com cânceres infantis. – A taxa de mortalidade é sabidamente maior em recém natos de baixo peso. Selecionar apenas RN com 28 dias de vida ou mais minimizou este possível fator confundidor. – Foi difícil controlar fatores socioeconômicos de risco para cânceres infantis. – Porém, o fator “Educação Materna” foi condizente com a sub-análise dos fatores socioeconômicos. Minimizando este fator confundidor. Conclusão • Fatores médicos das UTIs Neonatais, combinados ao sistema imunológico deficiente de RNs prematuros podem afetar o risco de se desenvolver neoplasias. • A não ser pelos Hepatoblastomas, não houve relação significativa entre Baixo Peso e risco de se desenvolver neoplasias. • Levantada a suspeita de um possível aumento moderado no risco de Gliomas e Retinoblastomas, que demanda confirmação. ABSTRACT Consultem também: Oxigênio e malignidade Oxigênio nos primeiros momentos da vida Autor(es): Amed Soliz (EUA). Realizado por Paulo R. Margotto OBRIGADO! Ddos Carlos, Ulysses e Thiago e Dr. Paulo R. Margotto