Quinhentismo no Brasil

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Quinhentismo no Brasil
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O Quinhentismo foi o primeiro movimento
literário no Brasil.
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Em relação aos demais, sua importância é um
tanto quanto menos expressiva na literatura, por
não apresentar nenhum escritor brasileiro; ou,
ainda, nenhum "escritor".
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Apesar disso, muitos dos maiores vestibulares do
país pedem que seus vestibulandos tenham
conhecimento desta matéria. Além disso, serve
também como conhecimento geral para aqueles
que gostam do assunto.
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O movimento iniciou-se com o “início" do
Brasil (Sim, o Brasil existia antes do
descobrimento, mas, para a literatura,
assim como para muitas outras coisas,
sua história começa quando os
portugueses chegam ao país).
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Seu fim foi marcado pela publicação de
Prosopopéia, de Gonçalves de Magalhães,
que já tinha algumas tendências barrocas.
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O descobrimento das Américas marca, antes de mais nada,
a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna. A
Europa vive o auge do Renascimento, o capitalismo
mercantil toma o lugar dos feudos e o êxodo rural provoca
o início da urbanização.
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Houve também, neste período, uma crise na Igreja: o novo
grupo dos protestantes contra o grupo dos fiéis católicos
(estes últimos no movimento da Contra-Reforma).
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Durante a maioria deste período, o Brasil era colonizado por
Portugal. Os documentos eram escritos por jesuítas e
colonizadores portugueses; o primeiro autor brasileiro
apareceria, mais tarde, somente no movimento barroco:
Gregório de Matos.
Momento sócio-cultural
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Início da exploração da colônia: extração
de pau-brasil e do cultivo da cana-deaçúcar.
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Expedições de exploração e
reconhecimento da nova terra.
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Vinda dos jesuítas: trabalho de catequese
dos índios e formação dos primeiros
colégios.
Características literárias
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Literatura de caráter documental sobre o
Brasil de cronistas e viajantes
estrangeiros.
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Literatura "pedagógica" dos jesuítas,
visando à catequese dos índios.
Contexto histórico
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Depois de 1500, o Brasil ficou praticamente isolado da
política colonialista portuguesa. Nenhuma riqueza se
oferecia aqui às necessidades mercantilistas da época. Só
depois de 30 anos da descoberta é que a exploração
começou a ser feita de forma sistemática e, assim mesmo,
de maneira bastante lenta e gradativa.
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O primeiro produto que atraiu a atenção dos portugueses
para a nova terra foi o pau-brasil, uma madeira da qual se
extraía uma tinta vermelha que tinha razoável mercado na
Europa. Para sua exploração, não movimentaram grande
volume de capital, cuidado que a monarquia lusitana ,
sempre em estado de falência, precisava tomar. Nada de
vilas ou cidades, apenas algumas fortificações precárias ,
para proteção da costa. Esse quadro sofreria modificações
profundas ao longo do século XVI .
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Sem o estabelecimento de uma vida social mais ou menos
organizada, a vida cultural sofreria de escassez e
descontinuidade. A crítica literária costuma periodizar o
início da história da literatura brasileira com o Barroco, em
1601. Como se vê, já no século XVII. Assim, uma pergunta
se impõe: o que aconteceu no Brasil entre 1500 e 1600, no
âmbito da arte literária?
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Esse período, denominado de Quinhentismo, apesar de não
ter apresentado nenhum estilo literário articulado e
desenvolvido, mostrou algumas manifestações que
merecem consideração. Podemos destacar duas
tendências literárias dentro do Quinhentismo brasileiro: a
Literatura de Informação e a Literatura dos Jesuítas.
A Literatura de Informação
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Durante o século XVI, sobretudo a partir da 2ª metade, as terras
então recém-descobertas despertaram muito interesse nos
europeus. Entre os comerciantes e militares, havia aqueles que
vinham para conhecer e dar notícias sobre essas novas terras,
como o escrivão Pero Vaz de Caminha, que acompanhou a
expedição de Pedro Álvares Cabral, em 1500.
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Os textos produzidos eram, de modo geral, ufanistas , exagerando
as qualidades da terra, as possibilidades de negócios e a facilidade
de enriquecimento. Alguns mais realistas deixavam transparecer
as enormes dificuldades locais, como locomoção, transporte,
comunicação e orientação.
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O envolvimento emocional dos autores com os aspectos sociais e
humanos da nova terra era praticamente nulo. E nem podia ser
diferente, uma vez que esses autores não tinham qualquer
conhecimento sobre a cultura dos povos silvícolas. Parece ser
inclusive exagerado considerar tais textos como produções
literárias, mas a tradição crítica consagrou assim.
Pero Vaz de Caminha
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Pero Vaz de Caminha (1450?-1500) era o escrivão da
esquadra de Pedro Álvares Cabral e o autor da "certidão de
nascimento" do Brasil.
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Em 1499, Caminha foi nomeado escrivão da feitoria que
Cabral fundaria nas Índias. Quando Cabral chegou
"acidentalmente" ao Brasil, foi Caminha que escreveu ao rei
de Portugal relatando a "descoberta". Do Brasil, Caminha
partiu para a Índia, onde morreu no final do mesmo ano
nas lutas entre portugueses e muçulmanos.
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A Carta de Caminha ficou inédita por cerca de 300 anos,
mas, quando foi publicada, em 1817, ajudou a esclarecer
várias questões sobre o descobrimento.
A Literatura dos Jesuítas
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A título de catequizar o "gentio“ e, mais tarde, a serviço da
Contra-Reforma Católica , os jesuítas logo cedo se fizeram
presentes em terras brasileiras. Marcaram essa presença
não só pelo trabalho de aculturação indígena, mas também
através da produção literária, constituída de poesias de
fundamentação religiosa, intelectualmente despojadas,
simples no vocabulário fácil e ingênuo.
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Também através do teatro, catequizador e por isso mesmo
pedagógico, os jesuítas realizaram seu trabalho. As peças
mesclam dogmas católicos com usos indígenas para que,
gradativamente, verdades cristãs fossem sendo inseridas e
assimiladas pelos índios.
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O autor mais importante dessa atividade é o Padre José de
Anchieta. Além de autor dramático, foi também poeta e
pesquisador da cultura indígena, chegando a escrever um
dicionário da língua tupi-guarani.
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Em suas peças, Anchieta explorava o tema religioso, quase
sempre opondo os demônios indígenas, que colocavam as
aldeias em perigo, aos santos católicos, que vinham salválas.
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Durante o século XVI, a literatura portuguesa se espelhava
nos clássicos: Virgílio, Homero; no Brasil, não havia sequer
muitas pessoas que soubessem ler. A maioria das obras
escritas no Brasil na época não foram feitas por brasileiros,
mas sobre o Brasil por visitantes. Apenas dois autores da
época podem ser considerados autores brasileiros: Bento
Teixeira, o primeiro poeta do Brasil, e José de Anchieta,
iniciador do teatro brasileiro.
José de Anchieta
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O padre José de Anchieta (1534-1597) foi uma
das grandes figuras do primeiro século de história
do Brasil. Nascido nas Ilhas Canárias, domínio
espanhol, tinha parentesco com Inácio de Loiola.
De saúde frágil e dedicado aos estudos, Anchieta
tornou-se jesuíta aos 17 anos de idade e naquele
mesmo ano partiu para o Brasil.
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No Brasil, Anchieta criou o teatro brasileiro: autos
para a catequese dos índios. Também fez poesia
em latim e escreveu tratados sobre o Brasil.
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