FUNÇÕES DO OUVIDO Principal captar as ondas sonoras e transmiti-la para o cérebro que as analisará (o som é uma vibração física do ar cuja frequência audível pelo ouvido humano situa-se entre os 16 e os 16.000 Hertz). É responsável pela avaliação de distâncias. E pelo estado de alerta (capacidade de detectar o som a 360º dando a noção do contexto que o envolve). 1. Ouvido externo (única parte visível): pavilhão auricular: captador do som em todas as direções e o direciona para o interior do meato acústico externo. meato acústico externo: conduz o som para o interior do ouvido (existem glândulas que secretam o cerume que serve para proteção contra impurezas do ar). membrana do tímpano: elástica e resistente que capta as vibrações sonoras e as transfere ao ouvido médio. 2. Ouvido médio: localiza-se no osso temporal, é uma cavidade cheia de ar contendo 3 ossículos (martelo, bigorna e estribo). Quando o tímpano vibra aciona o martelo que bate contra a bigorna que amplifica a vibração. Este aciona o estribo que ligado a membrana (janela oval) comunica o ouvido médio ao interno. 3.Ouvido interno: formado pela cóclea e pelo aparelho vestibular. A cóclea tem um líquido em seu interior, cuja função é transformar em impulsos elétricos as vibrações que chegam ao ouvido médio e transmitir ao cérebro (quanto mais o som é forte, maior o número de impulsos). O aparelho vestibular contém duas partes do ouvido: utrículo e sáculo (ricas de células sensoriais) e ao mover o corpo, a endolinfa coloca-se em movimento e atua sobre as células sensoriais provocando alguns impulsos nervosos, graças a estes impulsos, o cérebro pode determinar a posição do corpo. OBS: se o aparelho vestibular apresentar algum distúrbio, o equilíbrio pode ser afetado. DEFICIÊNCIA AUDITIVA Perda total ou parcial da capacidade condução e identificação das ondas sonoras. de A Política Nacional de Educação Especial define DA como perda total ou parcial, congênita ou adquirida, da capacidade de compreender a fala através do ouvido. OMS estima que 1,5% da população brasileira (2.250.000) são portadores DA, estando esta em 3º. lugar entre todas as deficiências do país. Decibel (db) unidade de som (a intensidade mínima que um indivíduo precisa para detectar a presença de um som acontece na faixa de 0 a 24 db). Audiometria: teste que determina a acuidade auditiva de uma pessoa. Os níveis de limiares para caracterizar os graus de severidade da DA podem ter algumas variações entre autores (Davis e Silverman, 1966): indivíduos com níveis de perda auditiva leve, moderada e severa são chamados de deficientes auditivos. indivíduos com níveis de perda auditiva profunda são chamados surdos. GRAUS o Surdez leve (25 a 40 db): dificuldades para ouvir sons distantes, mas pode compreender a fala de uma conversa (escola pode sentar-se em lugar privilegiado). o Surdez moderada (41 a 70 db): dificuldade para acompanhar discussão, podendo necessitar do auxílio do aparelho auditivo. o Surdez severa (71 a 90 db): capacidade de ouvir somente sons bem próximos. o Surdez profunda (superior a 90 db): pessoas surdas, com indicativos de que podem perceber a vibração sonora quando emitida com intensidade muito forte. CAUSAS a. Pré-natais: infecções (rubéola materna, toxoplasmose, sífilis); ototoxidade (agentes terapêuticos ou químicos que podem chegar via placenta ao feto); alcoolismo materno; irradiações (raio X). b. Perinatais: anóxia (sofrimento prematuridade; traumatismo obstétrico. fetal); icterícia; c. Pós-natais: infecções (meningite, sarampo, caxumba); ototoxidade; traumatismo craniano. LOCALIZAÇÃO Surdez de condução ou condutiva: localiza-se no nível do ouvido externo e/ou médio (redução da intensidade dos sons que alcançam o ouvido interno - o som chega mais fraco). Causas: tampão de cera, alergias, malformações do ouvido ou infecções. OBS: a grande maioria pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico. OBS: crianças com este tipo de perda apresentam perdas de leve a moderada e quando aparelhadas levam vida normal. LOCALIZAÇÃO Surdez neural ou neurossensorial: localiza-se no ouvido interno (perda ou diminuição da capacidade de perceber os sons). Causas: velhice e exposição a sons excessivamente altos. OBS: esse tipo de deficiência é irreversível. OBS: como essa perda é mais grave compromete mais o desenvolvimento da criança. Portanto quanto mais cedo diagnosticada e mais estimulante o meio ambiente, menores as consequências. CLASSIFICAÇÃO: termos etários Pré-lingual: nasce surda ou perde a audição antes do desenvolvimento da fala. Pós-lingual: perde a audição desenvolvimento da fala. após a aquisição e OBS: hoje é possível detectar a DA a partir do 5º mês de vida intra-uterina. No Brasil ainda é comum diagnóstico tardio. HISTÓRIA (1862) chega ao Brasil, Manoel Magalhães Couto, habilitado pelo Instituto de Paris, convidado pelo Marquês de Olinda para dirigir o instituto no Rio de Janeiro. São Paulo (1956) foram criadas classes especiais para alunos com DA, dirigidas por professores especializados no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES). LIBRAS Língua Brasileira de Sinais (desde 2000) é reconhecida por lei como “meio legal de comunicação e expressão” (Lei n. 10436/02). Não substitui a língua portuguesa, mas a lei garante que todos os professores devem ter acesso a Libras ou ter intérpretes nas salas de aula. O professor não necessita saber todos os sinais, deve saber o alfabeto para facilitar e agilizar sua comunicação. AUDIÇÃO BEBÊ Estudos: a cóclea humana tem função adulta normal após a 20ª. semana de gestação (feto começa a construir sua memória auditiva escutando os sons internos da mãe pelo menos a partir do 4 mês). Pesquisadores: demonstraram recentemente que crianças com surdez congênita podem apresentar audição fetal normal e algumas horas antes ou depois do nascimento, a audição degenera. ALTERAÇÕES: desenvolvimento 1.Aspectos cognitivos: mais prejudicados pois envolvem comportamentos verbais (dificuldade na formação de conceitos/abstração = memória visual é fundamental). 2.Aspectos emocionais: “distúrbio invisível” pode acarretar problemas: relutância em manter contato com pessoas estranhas e mostrar o aparelho auditivo; imaturidade em relação ao ajustamento social; isolamento social dos ouvintes; ansiedade e capacidade de concentração reduzida. 3. Aspectos físicos/motores: DA não é diretamente por qualquer déficit físico da criança. responsável Vale lembrar que se os canais semicirculares estiverem lesados, a pessoa terá dificuldades na manutenção do equilíbrio (subir lugares altos, saltar de trampolim ou mergulhar na piscina) até que a visão e receptores táteis compensem essa função. (PENNELLA, 1979). POSTURA PROFISSIONAL o traga- o para as primeiras carteiras e fale com clareza, evitando cobrir a boca ou virar de costas para permitir a leitura orofacial. o dê preferência ao uso de recursos visuais: registros no quadro negro, mímica, desenhos, escrita, bandeiras coloridas, placas, cronômetro. o ao formar fila o DA deve estar na frente para fazer a leitura labial ou em grupo dispô-lo em semicírculo para melhor visualização. o construir regras de forma conjunta pois auxilia no progresso e sucesso evitando mudá-las constantemente. POSTURA PROFISSIONAL o remover o aparelho durante atividade física rigorosa, lembrando que está retirando o único sistema de alarme da criança (organizar um sistema de segurança para ele). o quando se joga em um local amplo que necessite de apito, deverá haver um companheiro que comunique o sinal que foi dado ou use placar e cronômetro visual. o fale com expressão, eles lerão suas expressões faciais, gestos ou movimentos do seu corpo. o ao conversar, toque levemente seu braço para a pessoa perceber que você quer falar-lhe mantendo o contato visual. ATIVIDADES MOTORAS Caso o profissional observe dificuldades estimular: equilíbrio estático e dinâmico; coordenação motora; consciência corporal; noções espaço-temporais; ritmo; condicionamento físico; exercícios respiratórios e relaxamentos; jogos/atividades em grupo (competição e cooperação). NATAÇÃO Podem ter maior propensão a infecções de ouvido ou terem sido submetidos recentemente a cirurgias de tímpano (existe o risco de reinfecções, irritações ou mesmo presença de dores). Tampão de ouvido pode ser tentado, se os problemas persistirem a natação pode não ser recomendada. MÚSICA/DANÇA Atividades rítmicas aliadas a um trabalho de expressão permite ao ser humano conhecer-se mais profundamente e se expressar. Se houver dificuldade de coordenação ou isolamento propor atividades com música em grupos (tocar instrumentos ou realizar movimentos rítmicos com o corpo). BENEFÍCIOS: comprovados 1.Capacidades físicas: melhora da resistência cardiovascular; força muscular geral/localizada e flexibilidade. 2.Capacidades motoras: coordenação motora geral; equilíbrio; agilidade e ritmo. 3.Terapêuticos: progressos na fala e linguagem. 4.Emocionais: melhora da auto-estima; autoconfiança e diminuição da ansiedade. 5.Social: aceitação e participação social. ESPORTE Participação exclusivamente para DA (atende mais necessidades sociais/comunicação do que condições físicas). Não é permitido usar aparelhos auditivos para equilibrar as competições. Foram feitas alterações substituindo os comandos auditivos por visuais (interromper um jogo usa-se bandeira, indicar início corrida usa-se sistemas de iluminação). Confederação Brasileira de Desporto dos Surdos (fundada 1984) além dos vários campeonatos regionais que acontecem todos os anos CBDS fez história nos campeonatos internacionais: bi-campeão sul-americano de futebol de campo masculino (1989 e 1995), tri-campeão sul-americano de voleibol feminino (1987, 1991 e 1995), bi-campeão sul-americano de tênis de mesa (1988 e 1992) e campeão sul-americano de atletismo (1992). Esportes site CBDS: futsal, futebol de campo, futebol society 7x7, vôlei de praia, basquete, atletismo, tênis de mesa, judô, badminton (Brasil não tem equipe), natação, boliche (Brasil não tem equipe), montain bike. Marco da CBDS realização da I Olimpíada de Surdos do Brasil (maio 2002) na cidade de Passo Fundo (Porto Alegre) foi anfitriã da competição, contou com a participação de 29 delegações, vindos de 9 estados brasileiros (1500 atletas). Competições contaram com esportes individuais: atletismo, ciclismo, natação, tênis de mesa e quadra, xadrez e halterofilismo. Nos esportes coletivos: basquete, futebol de salão, handebol, vôlei de quadra e praia (feminino e masculino). VIVÊNCIAS 1. Dividir grupos: palavras específicas professor (cada dois irá reduzindo). 2. Dividir grupos: frases (cada dois irá reduzindo).