Material de uso exclusivo dos alunos do 9º Período do Curso de Direito Faculdade Campo Real. O Trabalho de Curso tem como objetivo realizar o desenvolvimento das seguintes habilidades e competências (conf. art. 4º da Resolução CNE/CES (Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Superior) nº.9, de 29.set.04, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Direito: I - leitura, compreensão e elaboração de textos, atos e documentos jurídicos ou normativos, com a devida utilização das normas técnico-jurídicas; II - interpretação e aplicação do Direito; III - pesquisa e utilização da legislação, da jurisprudência, da doutrina e de outras fontes do Direito; V - correta utilização da terminologia jurídica ou da Ciência do Direito; VI - utilização de raciocínio jurídico, de argumentação, de persuasão e de reflexão crítica; VII - julgamento e tomada de decisões; e, VIII - domínio de tecnologias e métodos para permanente compreensão e aplicação do Direito. Especificamente, o Trabalho de Curso, previsto expressamente no art. 10 da indigitada Resolução n.º 9, pretende que o aluno demonstre a capacidade de: Ler; Escrever; Falar; Responder. Questões que envolvam assuntos juridicamente relevantes. Considerando que a parte de “Ler” e “Escrever” já foi desenvolvida (ou está em vias de, pois estamos na fase de qualificação do texto escrito), basta agora o discente demonstrar a sua capacidade de “Falar” e “Responder” questões com relevância jurídica Conteúdo a ser apresentado à banca (note-se ter apenas caráter indicativo, não sendo necessário seguir, pari passu, essas recomendações): Após o acadêmico agradecer a presença da própria banca e eventuais ouvintes, deve apresentar: O Tema e a sua Justificativa; A Motivação ao Tema; O Objetivo Geral; O Plano de Pesquisa; A Conclusão; A Demonstração da Eficácia da Monografia. Nesse momento, cabe apenas indicar o assunto (normalmente previsto no próprio título do trabalho) e apresentar a sua justificativa. A Justificativa do Tema envolve os seguintes critérios : Relevância (a quem o tema interessa); Atualidade (porque o tema satisfaz uma necessidade hodierna); Dissensão (se o assunto é reconhecido de modo unânime, tornar –se-ia meramente uma revisão, devendo-se mostrar a problematicidade da questão) A motivação é o conjunto de elementos psicológicos que impulsionaram à ação. Assim, deve-se apresentar esse conjunto, posto ser desanimador a uma banca perceber que o acadêmico apenas realizou um trabalho para ser aprovado na disciplina, sem haver um conteúdo que apresente uma significância subjetiva ao acadêmico. As razões que levaram à pesquisa sobre o Tema pode envolver assuntos profissionais (ser útil no seu trabalho particular), pessoais (envolve questões de cunho privado) ou acadêmicos (o assunto, per si, é relevante ou útil.) O Objetivo Geral é a questão que o acadêmico pretende responder (basta lembrar do Projeto de Pesquisa). Deve-se apresentar a questão principal que envolve o trabalho. Ou seja: sendo pesquisa a busca de respostas a um, ou vários, problemas, bastará apresentar qual problema (daí a problematização) que se pretende responder. Agora, deve-se mostrar quais caminhos (objetivos específicos) foram utilizados para atender o Objetivo Geral (O.G.). É importante lembrar que os membros da banca já leram o trabalho e compreendem os conceitos desenvolvidos nos capítulos, necessitando-se: explicar o motivo de cada capítulo (porque serão úteis à solução do O.G.); demonstrar, sucintamente, o domínio de conteúdo dos conceitos (conceptum: aquilo que é concebido, compreendido) apresentados nos capítulos. Há uma normalidade de se verticalizar os conceitos apresentados nos capítulos. Isso não é necessário. Além da apresentação se tornar um pouco monótona, deve-se lembrar que todos os conceitos apresentados nos capítulos são instrumentais. Ou seja: Deve-se focalizar no Objetivo Geral, sendo os capítulos apenas a reunião dos conceitos (revisão bibliográfica e/ou pesquisa de campo) necessários à apresentação da Conclusão. Este é o grande momento do Trabalho de Curso. A Conclusão é exatamente o resultado que o acadêmico conseguiu atingir com o desenvolvimento dos seus objetivos específicos. Deve-se utilizar, pelo menos, metade do tempo disponível neste tópico, pois o resultado final atingido com o Trabalho de Curso é a questão mais relevante a ser apresentada à banca. A Monografia ( monos:um, grafein: escrever) significa tratar, pesquisar, sobre um assunto. O assunto é exatamente a busca da solução do Objetivo Geral , do problema principal. Todos os conteúdos (conceitos) realizado nos capítulos são apenas caminhos (Objetivos Específicos) destinados a contribuir com a solução do problema principal (o Objetivo Geral). Assim, deve-se, ao final, demonstrar que os caminhos percorridos (plano de pesquisa, capítulos), permitiram atingir uma conclusão que satisfaça o Objetivo Geral. Não é impossível que, ao final, não se tenha atingido nenhuma conclusão sobre o assunto (possível mas indesejável). Nesse caso, bastará apresentar as razões que impedem uma conclusão sobre a resposta ao Objetivo Geral. Após apresentar: O Tema e a sua Justificativa; A Motivação ao Tema; O Objetivo Geral; O Plano de Pesquisa; A Conclusão; e A Demonstração da Eficácia da Monografia, basta agradecer a atenção dispensada e comunicar ao Presidente da Banca (o seu orientador), ter concluído a apresentação. Nesse momento, o Presidente passará a palavra aos Membros da Banca, que irão arguir o acadêmico sobre questões referentes ao assunto tratado. Normalmente a banca perguntará apenas sobre questões referentes ao trabalho, mas não é defeso (proibido) questionar sobre outros assuntos relacionados (ainda que de maneira tênue), cabendo à Presidência da Banca regular essa questão. Lembre-se que é permitido consultar qualquer material, sendo melhor utilizar-se somente da monografia. Se não entendeu a pergunta (ou não sabe a resposta), questione, ajudará a encontrar a solução. Esteja atento às reações da banca, são indicadores da qualidade da sua resposta. Nunca, nunca interrompa a fala de um Membro da Banca. Interromper uma fala é grosseiro, na banca, imperdoável. Código de Vestimenta (dress code): obviamente, não há restrições explícitas sobre a roupa a ser utilizada na apresentação em banca. Mas deve-se ater ao próprio conforto (físico e psicológico) e ao senso comum: Estamos nos graduando em um Curso de Direito, uma faculdade essencialmente conservadora (pois pretende conservar a própria ordem social). Coloque uma roupa confortável (paletó e talleur simplificam a escolha). Não esqueça de usar sapatos confortáveis. A questão do nervosismo: A Banca já reconhece a inerência das insuflações emocionais no momento da apresentação. Então, não se preocupe. Apesar de apresentar-se em público (audiências, clientes etc.) ser uma atividade comum, é esperado, nesse estágio de aprendizagem, a existência de um certo grau de nervosismo. Não lute contra. Ou seja: não espere ficar calmo (pois desestabiliza ainda mais). Comunique estar nervoso (isso trará maior complacência da Banca) e controle a respiração (inspire profundamente pelo nariz e expire lentamente pela boca – diminuirá o batimento cardíaco e a circulação da adrenalina). Texto elaborado pelo Prof. Me. Maurício Marques Canto JR. Revisado pelas Profª. Ma. Patrícia Melhem e Profª. Ma. Elizânia Caldas Faria.