Cap. 14 - A Intervenção do Estado na Economia: A Política Fiscal 14.1 A intervenção do Estado e seus objetivos Marco inicial: 1929 Expoente: John Maynard Keynes Sua obra: Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda. Proposta: Aumento do gasto público para combater a depressão econômica Esquema 14.1 O debate sobre a intervenção do Estado na economia. Sim à Intervenção Os Keynesianos Os Keynesianos são os seguidores da teoria elaborada por John Maynard Keynes (1833-1946) Não aceitam a tese de que a economia tende livremente ao pleno emprego dos recursos produtivos. Recomendam a intervenção do Estado mediante as políticas monetária e fiscal, especialmente esta última, com o objetivo de estabilizar a economia. Não à Intervenção Os Monetaristas A corrente monetarista surgiu na Universidade de chicago (EUA) e, em particular, com a obra de Milton Friedman (1912). Confiam no livre jogo das forças de mercado como instrumento para situar a economia próxima ao pleno emprego. A intervenção do Estado deve-se reduzir ao mínimo possível: na essência, controlar apenas o volume de dinheiro 14.1.1 As funções e os objetivos do setor público • fiscalizadora: estabelecer e cobrar impostos • reguladora: regular a atividade econômica (controle de preços, regular monopólios, proteção aos consumidores, etc) • provedora de bens e serviços: facilitar o acesso a bens e serviços públicos e produzir bens de consumo e de produção. • Redistributiva: modificar a distribuição da renda ou da riqueza • estabilizadora: controlar os agregados econômicos para evitar grandes flutuações. Flutuações ou Ciclos Econômicos 14.1.2 Objetivos do setor Público Geral: Progresso econômico e social Específicos: a) Maior nível possível de emprego b) Estabilidade de preços c) Crescimento Econômico d) Distribuição eqüitativa da renda e) Equilíbrio das contas externas 14.2 Os Instrumentos do setor Público a) Política Fiscal b) Política Monetária 14.2.1 A Política Fiscal Referem-se às decisões do governo quanto ao gasto público e aos impostos. Receitas Públicas: são constituídas basicamente por impostos. “ Os impostos são receitas públicas criadas por lei e de cumprimento obrigatório para os sujeitos contemplados por ela”. Obs.: O governo pode alterar os impostos e os gastos para influir sobre o nível de atividade econômica. 14.2.2 O Orçamento do setor Público “ O orçamento do setor público é a descrição dos planos de gasto e de financiamento”. Se as receitas forem maiores que os gastos Superávit orçamentário. Se as receitas forem menores que os gastos Déficit orçamentário. Orçamento do Setor Público = Receitas Públicas - Gastos Públicos Obs.: “O orçamento estará equilibrado quando a receita pública for igual ao gasto público”. Esquema 14.3 A Política Fiscal em Ação 1. A Política Fiscal Expansionista Impostos Consumo Gastos DA Produção e o Emprego 2. Política Fiscal Restritiva Impostos Consumo Produção e o Emprego Gastos DA 14.3 O Caráter Automático da Política Fiscal A política fiscal é um instrumento estabilizador da atividade econômica, podendo ser feita por políticas discricionárias ou por meio do sistema impositivo. “As políticas fiscais discricionárias são as que exigem medidas explícitas”. Dentre elas estão: • programas de obras públicas e outros gastos; •projetos públicos de emprego; •programas de transferências, e •alteração dos tipos de impostos. O sistema impositivo tem efeitos automáticos sobre a evolução da atividade econômica, isto é, sobre as depressões e expansões. “ Uma depressão é um período prolongado de baixa atividade econômica e elevado desemprego”. 14.3.1 Os Impostos como Estabilizadores automáticos Os impostos proporcionais alteração automática da forma de arrecadação. “ Um estabilizador automático é qualquer ação do sistema econômico que tende a reduzir mecanicamente as forças de recessão e/ou da expansão da demanda, sem que sejam necessárias medidas discricionárias de política econômica”. 14.3.2 Outros Estabilizadores Automáticos O seguro desemprego e as pensões para aposentados comportamento anticíclico estabilizadores automáticos. “ Os ciclos econômicos são flutuações da atividade econômica global, caracterizadas pela expansão ou pela contração simultânea da produção na maioria dos setores”. Estabilizadores não do setor público: poupanças das S/As. e das famílias, comportamento de consumo das famílias (renda permanente), etc. Obs.: Os estabilizadores automáticos são importantes, mas eles por si sós não conseguem estabilizar a atividade econômica. 14.4 Limitações no Emprego de Políticas Fiscais Discricionárias 14.4.1 Programas de Obras Públicas e outros Gastos (construção de hospitais, estradas, etc.) • baixa utilidade pública • estudo prévio insuficiente • tempo necessário 3 anos 14.4.2 Projetos Públicos de Emprego: (Contratar trabalhadores por curtos períodos de tempo) • de importância secundária • não aumenta a possibilidade de conseguir emprego fixo posteriormente. 14.4.3 Programas de Transferências • é uma via de mão única e difícil de eliminar depois da recessão. 14.4.4 Alteração dos Tipos de Impostos: (redução temporária de alguns impostos) • tempo longo entre a decisão e a mudança do imposto • após recessão fica difícil aumentar os impostos novamente (impopular). 14.5 Reflexões Finais Sobre a Política Fiscal Devido as limitações da política fiscal como estabilizadora das atividades econômicas, a política monetária passou a ter papel mais relevante nesse processo. 14.5.1 O déficit e seu financiamento. a) Impostos b) criação de dinheiro c) emissão da dívida pública Esquema 14.4 Dois enfoques a respeito da política fiscal Enfoque Clássico ou monetarista Enfoque Keynesiano Suposições Iniciais As economias têm mecanismos Tal como evidenciou a crise de auto-corretores que eliminam os 1929, não existe um mecanismo desajustes e tornam automático que leve a economia ao desnecessária a intervenção pleno emprego dos recursos. Os estabilizador estatal. preços e salários não são flexíveis como defendiam os clássicos. A As economias tendem, a longo rigidez à baixa dos salários, prazo, a manter o pleno emprego especialmente, dificulta os ajustes. dos recursos produtivos. O Papel do Setor Público Limitar o gasto público. Diante de uma recessão motivada por uma demanda agregada insuficiente, o setor público deve intervir, manipulando os gastos e os impostos. O orçamento público deve-se O orçamento deve-se equilibrar equilibrar anualmente. ciclicamente. Durante as recessões, pode-se incorrer em déficits temporais. BIBLIOGRAFIA MOCHON, Francisco TROSTER, Roberto Luis. Introdução à Economia. São Paulo: Makron Books, 2001.