poesia sou negro

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Sou
Negro
Sou Negro porque encaro
minhas origens.
Não precisa ter cor, nem
raça, nem etnia.
É preciso amar.
É preciso respeitar.
Não sou negro porque minha pele é
negra
Não sou negro porque tenho
cabelo embolado de “pixain”
Não sou negro porque danço a
capoeira
Não sou negro porque vivo África
Não sou negro porque canto
reggae.
Não sou negro porque tenho o
candomblé como minha
religião
Não sou negro porque tenho
Zumbi como um dos mártires
da nossa raça.
Não sou negro porque grito
por liberdade
Não sou negro porque
declamo Navio Negreiro
Não sou negro porque gosto
das músicas de Edson Gomes,
Margareth Menezes ou Cidade
Negra.
Não sou negro porque venho
do gueto.
Não sou negro porque defendo
as idéias e Nelson Mandela
Não sou negro porque conheço
os rituais afro.
Sou negro porque sou filho da
natureza
Tenho o direito de ser livre.
Sou negro porque sei encarar e
reconhecer as minhas origens.
Sou negro porque sou cidadão.
Porque sou gente.
Sou negro porque sou lágrimas
Sou negro porque sou água e
pedra.
Sou negro porque amo e sou
amado
Sou negro porque sou palco,
mas também sou platéia.
Sou negro porque meu coração
se aperta
Desperta,
Deseja,
Peleja por liberdade
Sou negro na igualdade do ser
Para o bem à nossa nação.
Porque acredito no valor de ser
livre
Porque acredito na força do meu
sangue numa canção que jamais
será calada.
Sou negro porque a minha
energia vem do meu coração.
E a minha alma jamais se
entrega não.
Sou negro porque a noite sempre
virá antecedendo o alvorecer de um
novo dia.
Acreditando num povo afrodescendente que ACORDA,
LEVANTA E LUTA.
de Genivaldo Pereira dos Santos
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