FILOSOFIA Temas, Obras e Filósofos ENEM Considerações Gerais • Termo Filosofia: “Amor a Sabedoria” (Pitágoras de Samos). • Atitude Filosófica e Atitude Crítica. • Definição: - Não é Visão de Mundo/Sabedoria de Vida/Entendimento do Universo - Filosofia é: Reflexão crítica sobre procedimentos e conceitos científicos. - Filosofia é: Reflexão crítica sobre as crenças existentes. - Filosofia é: Interpretação crítica da estética e formas de arte. - Filosofia é: Avaliação crítica de conceitos e métodos da sociologia. - Filosofia é: Reflexão crítica da origem , natureza e formas do poder. - Filosofia é: Interpretação do devir e das coisas e eventos no tempo. - Filosofia é: Conhecimento do agir e pensar humanos. - Filosofia é: Entendimento das coisas, valores éticos e instituições humanas. • Análise das coisas em suas especificidades. • Reflexão, ou seja, consciência sobre si mesma e capacidade da razão no ato do conhecimento. • Crítica das ilusões da vida cotidiana, questionamento das certezas. Traços da Filosofia - Importância da racionalidade – o homem como um ser racional e pensante pode entender o mundo e a sua própria razão. - Recusa ao pré-estabelecido – o filósofo nega aceitar premissas e verdades sem questionar, nega qualquer pré-conceito sem antes averiguar a validade de qualquer premissa e opinião. - Argumentação e debate – o que é verdadeiro filosoficamente é aquilo que só é possível provar mediante argumentação e demonstração de seus princípios fundamentais, considerados válidos. - Capacidade de generalização – o filósofo se preocupa com a síntese das coisas, com as identidades e com as similitudes do que parece diferente, como comprova o entendimento da água em seus vários estados da matéria, mas que é o mesmo elemento químico. - Capacidade de análise – o filósofo igualmente efetua a diferenciação do que parece igual, a multiplicidade das coisas naquilo que parecem idênticas as outras, como no caso de um acontecimento histórico aparentemente idêntico, mas que possui suas especificidades. Condições históricas para o nascimento da filosofia na Grécia: A Grécia é o berço da filosofia. Foi na Grécia que o pensamento fabuloso do mito se diferenciou do pensamento filosófico, baseado no logos. • Viagens Marítimas: Os gregos voltaram a colonizar novas terras e a navegar pelo Mar Mediterrâneo e perceberam que não existiam monstros ou criaturas mágicas no mar como afirmado nos mitos homéricos, tal como na Odisseia. • Criação do Calendário: Os gregos racionalizaram o tempo para navegar, colonizar e comercializar. O cálculo de tempo abstrato favoreceu o desenvolvimento do logos e a linearidade do tempo colocou em dúvida o tempo cíclico dos mitos. • Comércio, artesanato e utilização da moeda: Com as navegações e novas colonizações de terras além-mar os gregos voltaram ao comércio e ao artesanato (o termo Demiurgo significa comerciante ou artesão e ao mesmo tempo um grande artesão criador no pensamento de Platão) e tiveram que usar abstração para criar formas de pesos e medidas de modo a facilitar o comércio. A moeda favoreceu o pensamento lógico, visto a necessidade de generalizar para vender e comprar. • Escrita alfabética e fonética: os gregos se apropriaram da escrita fenícia em razão do comércio e essa escrita igualmente desenvolveu a capacidade de abstração. Na escrita pictórica, imagens são signos de coisa assinalada, na fonética, ao contrário, as imagens assinalam apenas ideias. Antes, a escrita era sagrada ou voltada para uma elite, agora era uma escrita laica e que aos poucos se difundiu para muitos. • Política de debate: A política se diferenciou do poder despótico do rei. Na política existe a necessidade do debate, da livre argumentação e demonstração de ideias para que a polis pudesse livremente escolher o melhor para si mesma e isso exigiu a articulação de pensamento e de discurso. O pensamento e a palavra para convencer a outrem igualmente desenvolveu o logos, o raciocínio e isso ajudou a filosofia a nascer e florescer. Mitos - Narrativas de origens. Contos fabulosos. Narrativas de passados longínquos. Contos de uma Era de Ouro. Genealogias das coisas. Origens de rivalidades e alianças divinas. Origem dos próprios deuses e de todas as coisas e fenômenos do mundo natural explicados mediante narrativas mágicas e não naturais. Logos e Filosofia - Explicações das coisas como são, que possuem temporalidade, dentro de um tempo linear. Coisas explicadas em sua essência, como elas são e como foram criadas, dentro de um raciocínio lógico, racional, verossímil e verdadeiro. Procura de elementos naturais primordiais (a physis dos pré-socráticos) ou mesmo da essência das coisas humanas (Pós-Sócrates e Pós-Platão). Pensamento sem contradições internas. Período Pré Socrático ou Cosmológico - Geral - Temporalidade: Fim do século VII a.C ao fim do século V A.C (Arcaico). - Localização: Jônia – Mileto –Éfeso – Samos, além da Magna Grécia. - Objetivo: Busca da Physis, algo que faz surgir, brotar, produzir e da Kínesis, o movimento, o devir. - Busca da origem de todas as coisas, a natureza tomada em sua totalidade, natureza entendida como coisa primordial e causa da existência, a realidade e os seres humanos. - Não trata-se mais de uma cosmogonia ou teologia, mas de uma cosmologia, ou seja, a compreensão da criação de todas as coisas por elementos naturais, indivisíveis, válidos e possíveis. - Nomes mais importantes: Tales de Mileto – Anaximenes de Mileto – Anaximandro de Mileto – Heráclito de Éfeso – Pitágoras de Samos – Parmênides de Eleia – Zenão de Eleia – Leucipo e Demócrito. Pré Socráticos e a Physis • Tales: Água • Anaximandro: Ilimitado • Anaxímenes: Ar ou Frio • Pitágoras: Números • Heráclito: Fogo/Fluxo Perpétuo (Kínesis) • Empédocles: Úmido, Seco, Quente e Frio. • Anaxágoras: Sementes • Leucipo e Demócrito: Átomos. • Parmênides de Eleia: Leve/Pesado/Quente/Úmido/Imutável Tales de Mileto 620 – 540 A.C Filosofia Pré-Socrática Nenhuma obra de Tales chegou até nós. Sabemos de Tales por fontes como Heródoto, Plutarco, Aristóteles e Diógenes • Considerado o primeiro filósofo da Grécia Antiga. • Aristóteles e Heródoto afirmaram que para Tales, a água seria o elemento essencial da existência humana. • Primeiro cientista natural e filósofo analítico da história, prevendo um eclipse solar em Mileto. • Primeiro pensador a retirar os deuses das explicações de todas as coisas, fugindo das explicações míticas épicas homéricas. • Segundo sua metafísica, a água seria o primeiro princípio das coisas, por se transformar em vapor ou sólido em determinadas temperaturas. • Também era conhecido por antecipar as ideias sobre placas tectônicas, acreditando que a terra boiava em água e que ondas subterrâneas sacudiam as rochas da terra, ocasionando os terremotos (não havia mais o deus Poseidon nas explicações desses eventos). • Afirmava também que o mundo teria um mente e essa mente seria Deus, ideias essas que se assemelham a alguns aspectos do budismo. Pitágoras de Samos 570 – 480 A.C Filosofia Pré-Socrática Nenhuma obra chegou até nós Seguidores diziam: “autos ephe” (ele mesmo disse) • Teorema de Pitágoras teria sido extraído de ensinamentos babilônicos (em triângulos retângulos, a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa). • Tinha fama de ser místico, sua escola sendo considerada um culto religioso que ensinava a abstinência, a reencarnação da alma e a numerologia, mais tarde influenciando Nostradamus. • A realidade última da natureza seriam os números, ideia desenvolvida a partir da música, visto que os intervalos dos compassos poderiam ser expressos na proporção entre os quatro primeiros números inteiros. • Os pitagóricos veneravam padrões numéricos, especialmente o número triangular dez, o tetractys, um diagrama que representa os quatro primeiros números inteiros em um triângulo de dez pontos. • Para ele o número dez era perfeito por ser a soma dos quatro primeiros números inteiros. • Os pitagóricos também acreditavam haver dez corpos celestes, cinco planetas, o sol a lua, a terra e dois astros invisíveis no qual a terra girava, todos igualmente girando ao redor do fogo. Período Socrático/Antropológico - Geral • • • • • • • • • • • • • • • Época Clássica da Grécia (V – IV A.C) Atenas como polo cultural. Esplendor de Atenas e Século de Péricles (Imperialismo). Florescimento da Democracia e da Cidadania. Economia citadina do artesanato e do comércio. Ultrapassagem da noção aristocrática da aretê, em que somente os eupátridas detinham a superioridade e excelência. Paideia: ideal de educação não mais voltada para a formação do bom guerreiro somente, do belo e do virtuoso que descendia de heróis ou deuses, mas sim a formação do bom cidadão. O bom cidadão deveria falar bem na Eclésia, a assembleia dos cidadãos. Surgimento dos sofistas, tais como Protágoras, Górgias e Isócrates. Desses temos apenas fragmentos e opiniões depreciativas de Platão e Aristóteles. Muito se diz que queriam ensinar políticos a mentir, a falar bem e vencer o jogo das ideias, independentemente do conteúdo (retórica). Hoje sabemos que eram difusores de ideias democráticas. Criticaram os cosmologistas, visto que suas ideias não tinham utilidade para a polis. Sócrates seguiu essa crítica, mas igualmente criticou os sofistas, afirmando que nem eles tinham utilidade, pois não ensinavam qualquer verdade. Iniciava-se o período antropológico, em que o homem era o centro das divagações filosóficas e não mais a Physis. Sócrates 470 – 399 A.C Filosofia Socrática Nenhuma obra deixada por ele. Sabemos sobre suas ideias nos escritos de Platão: Apologia de Sócrates, Críton e Fédon • • • • • • • • • • • • • Crítica as certezas conhecidas e ao conhecimento aristocrático. Homem como centro das divagações em torno da ética e da reflexão críticas. “O homem é a medida de todas as coisas” e “Só sei que nada sei”. Método: maiêutica e as vezes, dialética. Busca da essência das coisas e divagações sobre certo e errado. Busca da formulação dos conceitos, dentro de princípios de validades racionais. Pensamento que procura compreender as ações humanas, as ideias e as crenças, o pensamento e sua capacidade de conhecer, a busca da verdade e da essência das coisas. Filosofia voltada para a definição das virtudes dos indivíduos e dos cidadãos (ética e política). Primeira separação entre tradição e opinião (dóxa) de verdade, entre pensamento puro e sentidos. Informações sensoriais seriam fontes de erros e falsidades. Acusado pelos juízes de Atenas de asebéia, ou seja, de corromper os jovens. Morto ao ingerir cicuta. Platão narrou seu julgamento e seus últimos dias em Fédon. Platão 427 – 347 A.C Período Socrático ou Antropológico Obras: A República; Memo; Parmênides; Theatetus; Simpósio, mais as obras sobre Sócrates. • Teoria das Formas: formas eternas e imutáveis como sendo a perfeição dos fenômenos efêmeros e materiais da experiência, fenômenos esses que se apresentam imperfeitos a nossos sentidos. • Mundo das Idéias e Alegoria da Caverna (idealismo e amor platônico). • Método Dialético. • Busca de uma verdade transcendente ao homem e ao mundo (supremo bem, supremo belo). • Busca de um regime político ideal e justo (República de Platão). • República de Platão e o governo do rei Filósofo e da cidadania, cada cidadão com suas funções (soldados, agricultores, comerciantes e artesãos). • Teorias das formas de governos (Aristocracia – Tirania/Oligarquia/Democracia). • Separação entre o mundo sensível e o inteligível, entre verdade e dóxa (opiniões baseadas em sentidos e muito na tradição). • Mito do Er e o esquecimento (Teoria da Reminiscência). • Inatismo platônico – a razão é inata aos homens. • Conhecer não é aprender, conhecer é recordar a verdade. Aristóteles 384 – 322 A.C Período Sistemático Obras: Ética a Nicômaco; Política; Física. • Pai da analítica, chamada de lógica, que seria o estudo dos princípios e das formas do pensamento, sendo um instrumento para os conhecimentos. • Era chamado de Estagirista. • Chamado de Peripatético e fundador do Liceu ou Escola Peripatética. • Sistematizou os saberes em uma enciclopédia. • Filosofia estabelece uma diferenciação entre os conhecimentos, sendo cada campo do conhecimento uma epistéme. • Conhecimento depende de demonstrações e provas. • Conhecimentos distribuídos por campos (produtivas/prática/teorética). • Trata da filosofia primeira ou metafísica, o ato de chegar ao pensamento puro (intuição intelectual) a partir de sensações/percepções/memória/linguagem e raciocínio. • Nega a ideia de um mundo extra mundo ou um princípio filosófico universal. • Cada ciência admitem axiomas diferentes e níveis variados de precisão. • Busca de um telos, uma finalidade. Todas as coisas possuem uma função e uma causalidade. • Na questão ética, o agente ou é moralmente bom ou mal, sendo que pensar bem é pensar de acordo com sua virtude. Filosofia Patrística • Epístolas de São Paulo e Evangelho de São João. • Conciliar o Cristianismo com o pensamento filosófico dos gregos e romanos. • Evangelização e defesa da religião cristã contra ataques teóricos e morais que recebia dos antigos. – Patrística grega: Império Bizantino. – Patrística latina: Roma. • Principais Pensadores: Santo Agostinho, São João Crisóstomo, Beda, Boécio, dentre outros. • Novas Ideias: Criação do mundo, pecado original, juízo final, fim dos tempos, homem responsável pelo mal do mundo. • Conciliar Razão e Fé: Dogmas. • Principais Posições: – Fé e Razão: Irreconciliáveis – Fé superior à Razão. – Fé e Razão: Conciliáveis – Razão subordinada à Fé. – Razão e Fé: Irreconciliáveis – Cada uma com o seu campo. Filosofia Medieval • Abrange pensadores europeus, árabes e judeus. • Denominada Escolástica, porque era ensinada nas escolas. • Influências de Platão e Aristóteles: muitas vezes indiretamente. • Problemas Universais, influência de Santo Agostinho, surgimento da filosofia Cristã, provas de existência de Deus. • Disputa: tese, argumentação. • Principio da Autoridade: Bíblia, Platão, Aristóteles, um Papa, um Santo. • Principais pensadores: Abelardo, Santo Anselmo, São Tomás de Aquino, Averróis. Filosofia da Renascença • Marcada pela descoberta de obras de Platão e Aristóteles desconhecidas na Idade Média. • Linhas de pensamento: – Platão: natureza como um grande ser vivo; o homem como um microcosmo, podendo agir no mundo e nas coisas a partir da magia natural, da alquimia e da astrologia. O mundo é constituído por vínculos “simpatia”. Por isso o homem pode alterá-lo. – Pensadores florentinos: vida ativa, política, ideais republicanos, resgate de autores antigos, liberdade política, oposição aos poderes temporal e espiritual. – Homem como artífice do destino: a partir do seu conhecimento. – Reforma Protestante. • Principais pensadores: Dante, Giordano Bruno, Maquiavel, Erasmo de Roterdã, Thomas Morus, Jean Bodin. Filosofia Moderna • Grande Racionalismo Clássico. • Mudanças intelectuais: – Surgimento do sujeito do conhecimento: Qual a capacidade do intelecto humano para conhecer e demonstrar a verdade dos conhecimentos? Reflexão. • Como o espírito o intelecto pode conhecer o que é diferente dele? Como pode conhecer os corpos da natureza. – Representações: Ideias ou conceitos formulados pelo sujeito do conhecimento. – Realidade: Matemática, mecânica, ciência clássica, causalidades racionais. Conquistas científicas e técnicas da realidade. • A vida ética pode ser racional, racionalismo político, escolha de melhor regime. • Principais pensadores: Bacon, Descartes, Galileu, Pascal, Hobbes, Locke, Newton, dentre outros. Iluminismo • Razão: Liberdade e felicidade social e política. • Razão: Evolução e Progresso – Libertar-se dos preconceitos. • Aperfeiçoamento da Razão. • Natureza X Civilização: – Natureza: reino das relações necessárias de causa e efeito, das leis naturais e universais. – Civilização: reino da liberdade e da finalidade proposta pela vontade dos próprios homens, em seu aperfeiçoamento moral, técnico e político: interesse pelas ciências da evolução (ex.: biologia). Economia: fisiocracia, mercantilismo. • Principais pensadores: Hume, Voltaire, D’Alembert, Diderot, Rousseau, Kant, dentre outros. Filosofia Contemporânea • Principais aspectos: diferenças entre Séc. XIX e Séc. XX. • Questões discutidas pela filosofia contemporânea: – História e Progresso: • Séc. XIX: Crença no progresso, ideia de evolução; Hegel, Comte, são exemplos do período. • Séc. XX: Ideia de análise individual, sem comparações evolucionistas. – Ciências e Técnicas: • Séc. XIX: Crença total nas ciências. • Séc. XX: Desconfiança do otimismo científico tecnológico. – Escola de Frankfurt: Razão Instrumental e Razão Crítica: Instrumental – Técnico científica; Crítica – analisa os limites e os perigos do pensamento Instrumental. • Utopias Revolucionárias: – Séc. XIX: anarquismo, socialismo, comunismo: otimismo. – Séc. XX: a prática levou a desilusão. • Cultura: – Séc. XIX: homem ser cultural, linguagem, trabalho, relação com o tempo; crença em um desenvolvimento cultural progressivo. – Séc. XX: Crença em uma história descontínua: não há cultura, mas culturas diferentes. • O fim da filosofia: – Séc. XIX: acreditava que as ciências especializaram o conhecimento, diminuindo a importância da filosofia. – Séc. XX: descrença nas respostas científicas como verdades absolutas: retorno dos questionamentos filosóficos. • Maioridade da Razão: – Séc. XIX: ilusão de pensamento livre: ideologia; crença no inconsciente: Marx, Freud. – Séc. XX: O que foi descoberto? • Infinito e Finito: – Séc. XIX: Infinito – Deus, natureza. – Séc. XX: Finito – existencialismo: “homem, um ser para a morte”. A arte, política, finitude. René Descartes Século XVII Filosofia Moderna Obras: Discurso do Método; Princípios de Filosofia; Meditações Metafísicas • Defesa do chamado Inatismo. Para o filósofo, a razão seria inata nos seres humanos • Trata-se de uma visão que se opõe as ideias dos chamados pensadores empiristas, que defendiam, ao contrário, que a razão se desenvolve através das experiências sensoriais. • Defendeu a chamada busca da verdade mediante o método da dúvida metódica. Com isso o filósofo afirmava que os sentidos enganam, sendo necessário duvidar dos mesmos e de tudo que observamos através deles. • A primeira verdade inquestionável seria então o ato do pensamento, visto que duvidar significa pensar e por tal motivo o pensamento seria inquestionável, por isso a frase, penso, logo existo. • Descartes é considerado o pai do racionalismo. Immanuel Kant Século XVIII Iluminismo Obras: Crítica da Razão Pura; Projeto da Paz Perpétua; Metafísica que Pretende se Tornar Ciência • Filósofo preocupado em explicar a diferença entre a ética, uma ação individual com base na justiça e responsabilidade, da moral, ou seja, o costume dos antepassados, aquilo que coletivamente aceitamos como certo. • Defesa do chamado imperativo categórico, ou seja, a máxima que “possas querer que algo se torne universal, sendo válido para todos os seres”. O que é eticamente válido para todos seria universal. • Preocupação com a liberdade como um fim a ser alcançado, ainda que a ética fosse um meio inquestionável, independente dos fins almejados. • Para ele os impulsos da natureza deveriam ser contidos pela ação moral enquanto imperativo categórico. • Tratou da chamada revolução coperniana na filosofia, ou seja, antes de tentarmos compreender a origem da razão, se ela seria inata ou adquirida pela experiência, é preciso averiguar seu funcionamento e seus limites. George Friedrich Hegel Século XIX Filosofia Contemporânea Obras: “A Fenomenologia do Espírito”. “A Ciência da Lógica”; “Elementos da Filosofia do Direito”. • Idealista alemão, segue a tradição de Platão, ainda que mediante premissas kantianas. • Para Kant a mente impõe categorias sobre a experiência, podendo encontrar um conhecimento do fenômeno apresentado, estando a realidade atrás das aparências da mente (mundo numenal). • Para Hegel isso era insuficiente, levando-o a conceber a busca da descoberta através do desdobramento da evolução da história das idéias. • Existe uma verdade absoluta conceitual mediante a história do pensamento, ou seja, do espírito (ideias, valores morais, conhecimentos, a razão de uma época). • O princípio fundamental da mente que compreende seria o compromisso com a falsidade das contradições, levando a mente a percorrer caminhos para superar uma contradição, o que seria um novo estágio do pensamento. • Surge o método dialético hegeliano, que levará a um novo conhecimento e a evolução do espírito. • O desdobramento gradual e necessário do pensamento é um avanço em direção e uma verdade absoluta, um espírito universalmente absoluto. • A obtenção da verdade é obtenção da completude ou transcendência de toda a limitação, que leva ao progresso da razão e com isso, do mundo real, da civilização. Karl Marx Século XIX Filosofia Contemporânea Obras: O Capital; Manifesto do Partido Comunista; A Ideologia Alemã; O 18 Brumário de Luís Bonaparte • Defesa da ideia de que a luta de classes é o motor da história. • A infraestrutura econômica, com suas relações de produção, determinaria as relações da superestrutura jurídica, política e ideológica. O Estado seria influenciado pelas relações de produção, com o poder econômico das classes dominantes. • Afirmara que a sociedade se organizaria em modos de produção, cada um deles com relações de produção, forças produtivas e meios de produção específicos. • O capitalismo seria um modo de produção, as relações de trabalho assalariado seriam relações de produção, com a chamada expropriação da riqueza (mais valia) por parte dos proprietários dos meios de produção. Os meios de produção seriam as máquinas, ferramentas, oficinas, matérias primas e as forças produtivas seriam as técnicas, a divisão do trabalho, e todas as tecnologias com vistas a produção. Friedrich Nietzsche Século XIX Filosofia Contemporânea Obras: O Nascimento da Tragédia; Genealogia da Moral; Assim falou Zaratustra; O Anticristo • Crítico do otimismo das ciências e da filosofia da história, das ilusões moralistas, do cristianismo e da ideia de modernidade. Para ele o homem faz uma falsa ideia de si mesmo, de sua moral e sua racionalidade. • Crítico da filosofia posterior a Sócrates, de todo o antropocentrismo, de qualquer ideia de salvação, de qualquer busca por perfeição, de qualquer mundo ideal. • Ele atestou a morte da religião cristã com a célebre frase, Deus está Morto, mas também referendou que a ideia de progresso científico seria um mito. • Seu Super-Homem (além do homem) seria um sujeito que não acreditaria nas verdades da fé ou das ciências da modernidade, um indivíduo com uma vontade de potência livre de qualquer limitação, apenas o escravo de sua própria vontade. • O homem se reinventaria no presente, sem se preocupar com qualquer futuro cheio de utopias e falsas verdades. Hannah Arendt Século XX Filosofia Contemporânea Obras: Origens do Totalitarismo; A Condição Humana • Preocupada com a ascensão do Nazifascismo e com o stalinismo, no contexto do entre guerras. • Conceituou as características dos regimes totalitários, baseados no partido único, no culto ao líder, na cultura da violência, no militarismo, na xenofobia, no expansionismo, no terrorismo de Estado, na propagação da mentira, na máquina de propaganda, na construção de inimigos internos, no racismo, dentre outros. • Faz parte da tradição contratualista, defendendo a democracia, a comunicação livre, a deliberação consciente, o entendimento recíproco, o poder legítimo baseado na criação e estabelecimento de consensos. • Segundo a filósofa, a cultura da violência levaria ao mal, cabendo então a defesa do poder legítimo baseado em comunicabilidade, na racionalidade e na veracidade. Michel Foucault Século XX Filosofia Contemporânea Obras: Microfísica do Poder; Vigiar e Punir; A História da Loucura, Arqueologia do Saber; A História da Sexualidade • Chamado de pós-estruturalista ou pós-moderno. Para ele a razão seria histórica, mas tanto a razão como a história não seriam cumulativas. • Tanto a razão como a história seriam descontínuas, espécies de estruturas novas em si mesmas. A história romperia com o passado nos campos da ética, da política e da estética. • O mesmo valeria para o poder de punição, diferenciando-se entre, poder soberano, poder exemplar e poder disciplinar. • Para ele a razão de hoje seria diferente daquela de ontem, significando que os avanços na física de Newton seriam de ordens distintas aos avanços de Galileu. • O poder seria algo reificado, não intencionando resolver conflitos, mas perpetuá-los, pois somente assim ele pode existir. Segundo o filósofo, saber é poder, ou seja, o poder define os loucos, os delinquentes, os doentes, os anormais, agindo sobre eles. Simone de Beauvoir Século XX Filosofia Contemporânea Obras: “A Ética da Ambiguidade” e “O Segundo Sexo". • Romancista e filósofa, precursora do movimento feminista moderno. • Desenvolveu o tema do existencialismo de Jean Paul Sartre. • Sartre formulou a filosofia da ação, que molda nossa forma de ser, saindo de qualquer ideia de que somos moldados pela natureza. • A liberdade de escolha é fundamental e a negação dela é auto decepção ou má-fé. • Simone aceita essa premissa, de que o indivíduo nasce livre, sem uma essência. • Para ela, a identificação do gênero biológico de uma pessoa, serve, no caso da mulher, para definir sua personalidade. • A mulher natureza torna-se mulher socialmente definida e o significado disso é um papel conferido socialmente e culturalmente. • A mulher torna-se definida pelo gênero, como um estereótipo que a sociedade confere a ela, seja como deusa do lar (mãe e esposa) ou como supermãe. • Até os fatos biológicos, como a menstruação são culturalmente interpretados, como uma praga vergonhosa, como pecado, como reafirmação da saúde do corpo. • Não se nasce mulher, a mulher se torna mulher por aceitar e viver o papel imposto pela sociedade, cabendo uma filosofia da ação para que a mulher se liberte desse papel. Razão • Razão X Emoção: A consciência intelectual e moral é diferente das paixões e dos sentimentos; • Consciência = Razão: A razão, enquanto consciência moral, é a vontade racional livre que não se deixa dominar pelos impulsos passionais, mas realiza as ações morais como atos de virtude e de dever, ditados pela inteligência ou pelo intelecto. • Razão Objetiva: A realidade racional em si mesma. Razão Subjetiva: A razão é uma capacidade intelectual e moral do seres humanos. – A razão objetiva é a afirmação de que o objeto do conhecimento ou a realidade é racional; A razão subjetiva é a afirmação de que o sujeito do conhecimento e da ação é racional. Os Princípios Racionais: • Princípio da Identidade: “O que é, é” – ela afirma que uma coisa, seja ela qual for, só de ser conhecida e pensada se for percebida e conservada com a sua identidade (A é A). • Princípio da Não-Contradição: As coisas e as ideias contraditórias são impensáveis e impossíveis. • Princípio do Terceiro Excluído: “Ou é uma coisa, ou é outra” • Princípio da Razão Suficiente ou Princípio da Causalidade: Afirma que tudo o que existe e tudo o que acontece tem uma razão. – Causa X Causa Casual: Causa = Sempre; Causa Casual = Particular, eventual. Características dos Princípios da Razão • Não possuem um conteúdo determinado: – Indicam como as coisas devem ser, mas não dizem quais coisas são. • Possuem validade universal: – Onde houver razão tais princípios são verdadeiros. • São necessários: – É impossível que não seja dessa maneira. Atividades Racionais e suas Modalidades: • Intuição: É uma compreensão global e instantânea de uma verdade: – Intuição sensível ou empírica: A intuição empírica é o conhecimento direto e imediato das qualidades sensíveis do objeto externo: exemplos – cores, sabores, etc. – Intuição intelectual: É o conhecimento direto e imediato dos princípios da razão: exemplo – penso, logo existo. Essências os significações: cada representação pode ser obtida por uma análise que nossa consciência faz à volta de um objeto. A Razão Discursiva: • Dedução: Consiste em partir de uma verdade já conhecida e que funciona como um princípio geral ao qual se subordinam todos os casos que serão demonstrados a partir dela, ou seja, a dedução vai do geral ao particular. • Indução: Partimos de casos particulares iguais ou semelhantes e procuramos a lei geral. • Abdução: É uma espécie de intuição mas que não se dá de uma vez só. Verdade: • Ignorância, incerteza e insegurança: Busca da verdade X Desilusões. • Busca da verdade: dificuldades – meios de comunicação. – Tipos de busca da verdade: • O que nasce da decepção; • O que nasce da decisão de não aceitar certezas estabelecidas (atitude filosófica). • Exemplos de busca da verdade: – Sócrates; – Descartes (dúvida metódica). As Concepções da Verdade: • Grego: O verdadeiro é o que se manifesta aos olhos do corpo e do espírito – é o que existe tal como é. • Latim: O verdadeiro se refere à linguagem em quanto narrativa dos fatos acontecidos – depende da veracidade, da memória e a acuidade mental de quem fala. • Hebraico: Um Deus verdadeiro ou um amigo verdadeiro são aqueles que cumprem o que prometem – confiança. • Grego: é; Latim: foi; Hebraico: será. Diferentes Teorias sobre a Verdade: • Grego: Evidência; • Latim: Coerência Interna ou Coerência Lógica; • Hebraico: Convenções, Consenso: – Princípios de consenso: • Que somos racionais e que nosso pensamento obedece aos 4 princípios da razão; • Que somos seres dotados de linguagem e que ela funciona sendo regras lógicas e aceitas por uma comunidade. Ética e Moral • Senso moral – valores: bem ou mal. • Juízo de fato, juízo de valor. • A simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética. • Ética dos antigos: – Racionalismo. – Naturalismo. – Ética e Política. • Cristianismo: Lei Divina Revelada – Dever.