Slide 1 - História das Relações Internacionais

Propaganda
• 7. I Guerra Mundial (1914-18),
Revolução Russa (1917)
e crise sistêmica
Gilberto Maringoni – UFABC - 2014
Programação
25 de abril: Devolução das provas –
I Guerra Mundial e Revolução Russa
POLANYI, Karl, A grande transformação, Editora Campus, Rio de
Janeiro, 2000, pags. 36 a 47 (Capítulo 2 – A década de 1920
conservadora; A década de 1930 revolucionária)
HOBSBAWM, Eric J., A era dos extremos, Companhia das Letras,
São Paulo, 1996, pags. 29 a 89 (Capítulos 1 e 2 – ‘A era da guerra
total’ e ‘A revolução mundial’)
28 de abril – Crise sistêmica
PARKER, Selwyn, O crash de 1929, Editora Globo, São Paulo, 2009,
pags. 400 a 418 (Pósfácio)
Hobsbawm
• Os quinze anos entre 1899 e 1914 foram
prósperos e a vida era incrivelmente atraente
para os que tinham dinheiro. As sociedades da
Europa Ocidental pareciam, de maneira geral,
administráveis.
• Entretanto, no mundo havia áreas consideráveis
onde claramente este não era o caso. Nessas
regiões, aos anos de 1880 a 1914 foram um
período de revoluções continuamente possíveis
e reais.
• A Era dos Impérios
• Eric Hobsbawm
• Para a maioria dos Estados Ocidentais, e na
maior parte do tempo entre 1871 e 1914, uma
guerra européia era uma lembrança histórica ou
um exercício teórico para um futuro indefinido. A
principal função dos exércitos em suas
sociedades durante esse período era civil.
• O século burguês desestabilizou sua periferia de
dois modos principais:
• 1. Solapando as antigas estruturas de suas
economias e sociedades;
• 2. Tornando inviáveis seus regimes e instituições
políticas estabelecidos.
• Dois grandes e instáveis impérios multinacionais
europeus estavam a beira do colapso, a Rússia e o
Habsburgo. Eles não eram muito comparáveis entre
si, salvo na medida em que ambos representavam
um tipo de estrutura. Eram países governados como
propriedades familiares, que cada vez mais
pareciam sobreviventes pré-históricos no século
XIX.
• Em contraste com os impérios
antigos, ficavam na Europa, na
fronteira entre zonas de
economia desenvolvida e
atrasada e, portanto, desde o
início parcialmente integrados ao
mundo economicamente
“avançado”.
• Causas da Guerra
• As causas da guerra são complexas e
intrincadas. Elas repousam na natureza de uma
situação internacional em deterioração
progressiva, que escapava cada vez mais ao
controle dos governos.
• Não havia interesse do mundo dos negócios na
Guerra. No entanto, o desenvolvimento do
capitalismo exacerbou rivalidades entre as
potências e a expansão imperialista. A economia
internacional não girava em torno de um único
centro (GB). Seu declínio relativo era visível.
• Mas havia grandes tensões não
resolvidas:
• A disputa pelo comando da economia
mundial, num quadro de clara decadência
da Grã-Bretanha. Um subproduto fora o
rearmamento dos países mais ricos;
• A industrialização chegara às forças
armadas, através de novas e mortíferas
armas com inédito poder de fogo.
• O mundo da virada do século
estava pautado por:
• Instabilidades internacionais nos países secundários (Rússia, 1905)
• Revolução turca (1908), que desestabilizou acordos no oriente
médio.
• A Áustria anexou a Bósnia Herzegovina, precipitando uma crise
com a Russia.
• A crise com o Marrocos (1911), quando a Alemanha envia uma
canhoneira disposta a recuperar o porto de Agadir.
• Itália ocupa Líbia em 1911
• As Guerras Balcânicas
• 1912 - Tensões nacionalistas contra Império Otomano (Bulgária,
Sérvia e Grécia), alimentadas pela Rússia e Áustria-Hungria –
obtém territórios turcos na Europa.
• 1913 – Búlgara contra Sérvia e Grécia pela disputa da Macedônia –
produto da guerra anterior
• Desde 1815 não houvera
nenhuma guerra envolvendo as
potências européias. Desde
1871, nenhuma nação européia
ordenara a seus homens em
armas que atirassem nos de
qualquer outra nação similar.
• Tecnologia:
• Tanques – Em pequena escala
• Aviões –de observação a bombardeios
• Submarino – Entrada efetiva cerco GB
• Gás - Alemães usaram gás químico em Verdun. Repulsa
internacional. Convenção de Genebra. Não foi usado na II Guerra.
• Antiga - táticas de infantaria – Séc XIX – Diferença: transportados
de trem ou veículos motoizados.
• Com a sofisticação bélica, de uma forma ou de outra, os Estados
eram obrigados a garantir a existência de poderosas indústrias
nacionais de armamentos, a arcar com boa parte do custo de seu
desenvolvimento técnico e a fazer com que permanecessem
rentáveis. Em outras palavras, tinham que proteger essas indústrias
contra os vendavais que ameaçavam os navios da empresa
capitalista, que singravam os mares imprevisíveis do mercado livre
e da livre concorrência.
• “Nos anos 1880, os produtores
privados de armamento
assinaram mais de um terço de
seus contratos de fornecimento
com as forças armadas; nos anos
de 1890, 46%; nos anos 1900,
60%: o governo, incidentalmente,
estava disposto a garantir-lhes
dois terços.
• Uma intrincada rede de alianças
construídas em décadas
anteriores provocava reações em
cadeia diante de quaisquer
tensões localizadas. Assim, a
Sérvia, apoiada pela Rússia, era
aliada da França e da GrãBretanha contra a ÁustriaHungria, que por sua vez contava
com apoio alemão.
• " Não admire que as empresas de
armamento estivessem entre os gigantes
da indústria, ou passassem a estar: a
guerra e a concentração capitalista
caminhavam juntas.
• Krupp, na Alemanha, o rei dos canhões,
empregava 16 mil pessoas em 1873, 24
mil em torno de 1890, 45 mil em torno de
1900 e quase 70 mil em 1912, quando 50
mil das famosas armas Krupp saíram da
linha de produção..
• As principais nações da Europa tinham o
interesse de desmembrar o decadente
Império Turco-Otomano, cujos recursos
petrolíferos e seu domínio sobre áreas
estratégicas do Oriente Médio atraíam a
cobiça das grandes potências.
• Com exceção dos germânicos
e húngaros, todas as outras minorias
governadas por Viena eram eslavas e,
portanto, muito suscetíveis à propaganda
pan-eslavista.
• A Rússia fomentava um nacionalismo
eslavófilo buscando "implodir" o
Império Austro- Húngaro e assim
tornar possível a presença dos
súditos de Moscou na Europa
Oriental.
• Havia ainda o
"revanchismo" francês. Paris
desejava recuperar as províncias
carboníferas da Alsácia e Lorena.
• A guerra ocorreu entre a
Tríplice Entente (aliança
formada no início do século
entre Grã-Bretanha, França e
Rússia) e a Tríplice Aliança
(pacto firmado em 1882 pela
Alemanha, Império AustroHúngaro e Itália).
• O traço diplomático mais
permanente do período 18711914 foi a Tríplice Aliança, na
verdade era uma aliança
austro-alemã, já que o terceiro
participante, a Itália, logo se
afastaria para finalmente se
unir ao campo antialemão em
1915.
As alianças na I Guerra
• A guerra causou o colapso de quatro
impérios – Alemão, Áusto-Húngaro, Russo r
Turco-Otomano - e mudou de forma radical o
mapa geopolítico da Europa e do Médio
Oriente.
• Dinastias imperiais européias como as das
famílas Habsburgos, Romanov e
Hohenzollern, que vinham dominando
politicamente a Europa e cujo poder tinha
raízes nas Cruzadas, também caíram durante
os quatro anos de guerra.
• “Descobrir as origens da Primeira Guerra
Mundial não equivale a descobrir "o
agressor".
• Elas repousam na natureza de uma
situação internacional em processo de
deterioração progressiva, que escapava
cada vez mais ao controle dos governos.
Gradualmente a Europa foi se dividindo
em dois blocos opostos de grandes
nações.
•
• A rivalidade entre as potências, confinada
antes em grande medida à Europa e áreas
adjacentes (com exceção dos britânicos), era
agora global e imperial fora a maior parte das
Américas, destinada com exclusividade à
expansão imperial dos EUA pela Doutrina
Monroe de Washington.
• Agora era igualmente provável que as
disputas internacionais que tinham que ser
resolvidas, para não degenerarem em
guerras, ocorressem em qualquer parte do
mundo.
• Em duas ocasiões (1905 e 1911), a
Europa quase foi à guerra, em meio a
um braço de ferro entre franceses e
alemães pela posse do Marrocos.
• O decadente Império Otomano era
terreno fértil para disputas entre
potências européias por mais
mercado, fontes de matéria prima e
mão de obra barata.
• No início dos anos 1910, a
tentativa de uma ex-província
turca de população eslava, a
Sérvia – com apoio da Rússia
– de unificar todos os povos
eslavos sob seu comando deu
origem a duas Guerras
Balcânicas (1912-13).
• A partir de 1905, a desestabilização da situação
internacional, como conseqüência da nova vaga
de revoluções na periferia das sociedades
plenamente "burguesas", acrescentou material
inflamável novo a um mundo que já estava
prestes a pegar fogo.
• Houve a revolução russa de 1905, que deixou o
Império Czarista temporariamente incapacitado,
encorajando a Alemanha a insistir em suas
reivindicações no Marrocos, intimidando a
França.
• Dois anos depois, a Revolução Turca
destruiu os acordos, cuidadosamente
construídos, que visavam ao equilíbrio
internacional no sempre explosivo Oriente
Próximo.
• A Áustria aproveitou a oportunidade para
anexar formalmente a Bósnia-Herzegovina
(que anteriormente apenas administrava),
precipitando assim uma crise com a Rússia,
resolvida apenas com a ameaça de um apoio
militar alemão à Áustria.
• A terceira grande crise
internacional, em torno do
Marrocos em 1911, tinha
reconhecidamente pouco a ver
com a revolução e tudo a ver com
o imperialismo e com as
duvidosas operações de homens
de negócios piratas, que
perceberam suas múltiplas
possibilidades.
• A Alemanha enviou uma canhoneira
disposta a se apoderar do porto de Agadir,
ao sul do Marrocos, no intuito de obter
alguma "compensação" dos franceses por
seu "protetorado" iminente sobre o
Marrocos, mas foi forçada a recuar pelo
que pareceu ser uma ameaça britânica, a
de ir à guerra do lado dos franceses;
irrelevante se isso foi mesmo proposital ou
não.
• Apesar das tensões, havia por parte dos
líderes das grandes potências o interesse
de se evitar uma guerra total.
• Razões profundas
• Colapso padrão-ouro
• O colapso do padrão-ouro internacional na
virada do século foi o elo entre a desintegração
da economia mundial e a transformação que
adviria após 1930. O padrão ouro não era ma
instituição meramente econômica, ele
organizava as finanças, a economia, a politica e
a sociedade.
• A dissolução do sistema econômico mundial que
se processava desde 1900 foi responsável pela
tensão política que explodiu em 1914.
•
• O que empurrou o mundo para uma
rivalidade insolúvel – desenvolvimento do
capitalismo.
• Vale aqui a reflexão de Arrighi. O que
impulsiona os Estados para a conquista
territorial – e para a Guerra – não é a
lógica territorialista.
• É a lógica capitalista. Mais do que nunca
a reprodução do capital – o lucro – é o fim.
A base territorial é o meio.
• A guerra em si era aceitável somente na medida
em que não interferisse nos "negócios como de
costume”.
• De fato, por que os capitalistas mesmo os
industriais, com a possível exceção dos
fabricantes de armas desejariam perturbar a paz
internacional, quadro essencial de sua
prosperidade e expansão, se o tecido da
liberdade internacional para negociar e o das
transações financeiras dependiam dela?
• No entanto, o
desenvolvimento do
capitalismo empurrou o
mundo, inevitavelmente, em
direção a uma rivalidade
entre os Estados, à
expansão imperialista, ao
conflito e à guerra.
• Após 1870, como os historiadores mostraram,
"a passagem do monopólio à concorrência
talvez tenha sido o fator isolado mais
importante na preparação da mentalidade
propícia ao empreendimento industrial e
comercial europeu.
• Crescimento econômico também era luta
econômica, luta que servia para separar os
fortes dos fracos, para desencorajar alguns e
endurecer outros, para favorecer as nações
novas e famintas às custas das antigas.
• A economia mundial deixara totalmente de
ser, como fora em meados do século XIX,
um sistema solar girando em torno de
uma estrela única, a Grã-Bretanha.
• Embora as transações financeiras e
comerciais do planeta ainda, na verdade
cada vez mais, passassem por Londres, a
Grã-Bretanha já não era, evidentemente,
a "oficina do mundo", nem seu principal
mercado importador. Ao contrário, seu
declínio relativo era patente.
• Um certo número de economias
industriais nacionais agora se
enfrentavam mutuamente. Sob tais
circunstâncias, a concorrência
econômica passou a estar intimamente
entrelaçada com as ações políticas, ou
mesmo militares, do Estado.
• O ressurgimento do protecionismo no
período 1853-96 foi a primeira
conseqüência dessa fusão.
• O traço característico da
acumulação capitalista era
justamente não ter limite.
• As "fronteiras naturais" da Standard
Oil, do Deutsche Bank, da De
Beers Diamond Corporation
estavam situadas nos confins do
universo, ou antes, nos limites de
sua capacidade de expansão.
• Foi este aspecto dos novos padrões da
política mundial que desestabilizou as
estruturas da política mundial tradicional.
• Enquanto o equilíbrio e a estabilidade
permaneciam como a condição
fundamental das nações européias em
suas relações recíprocas, em outros
lugares nem as mais pacíficas hesitavam
em recorrer à guerra contra os fracos.
• Lenin 1916 – Imperialismo, fase
suprema do capitalismo.
• Para Vladimir Lênin (1870-1924) não se
poderia acalentar a esperança de que a paz
entre os povos viesse a imperar na ordem
imperialista. "No terreno do capitalismo, perguntava ele - que outro meio poderia
haver, a não ser a guerra, para eliminar a
desproporção existente entre o
desenvolvimento das forças produtivas e a
acumulação de capital, por um lado, e, por
outro lado, a partilha das colônias e das
'esferas de influência' do capital financeiro?"
Vladimir Lenin
(1870-1924)
• “Nesta brochura, prova-se que a
guerra de 1914-1918 foi, de ambos
os lados, uma guerra imperialista
(isto é, uma guerra de conquista, de
pilhagem e de rapina), uma guerra
pela partilha do mundo, pela divisão e
redistribuição das colónias, das
«esferas de influência», do capital
financeiro, etc”.
• “É que a prova do verdadeiro caracter social ou,
melhor dizendo, do verdadeiro caracter de classe de
uma guerra não se encontrará, naturalmente, na
sua história diplomática, mas na análise da situação
objetiva das classes dirigentes em todas potências
beligerantes.
• Para refletir essa situação objetiva há que colher
não exemplos e dados isolados (dada a infinita
complexidade dos fenómenos da vida social,
podem-se encontrar sempre os exemplos ou dados
isolados que se queira susceptíveis de confirmar
qualquer tese), mas sim, obrigatoriamente, todo o
conjunto dos dados sobre os fundamentos da vida
económica de todas as potências beligerantes e do
mundo inteiro”.
“A particularidade fundamental do
capitalismo moderno consiste na dominação
exercida pelas associações monopolistas
dos grandes patrões. Estes monopólios
adquirem a máxima solidez quando reúnem
nas suas mãos todas as fontes de matériasprimas, e já vimos com que ardor as
associações internacionais de capitalistas
se esforçam por retirar ao adversário toda a
possibilidade de concorrência, por adquirir,
por exemplo, as terras que contêm minério
de ferro, os jazigos de petróleo, etc.
A posse de colônias é a única coisa que
garante de maneira completa o êxito do
monopólio contra todas as contingências da
luta com o adversário, mesmo quando este
procura defender-se mediante uma lei que
implante o monopólio do Estado.
Quanto mais desenvolvido está o capitalismo,
quanto mais sensível se toma a insuficiência de
matérias-primas, quanto mais dura é a
concorrência e a procura de fontes de matériasprimas em todo o mundo, tanto mais encarniçada
é a luta pela aquisição de colônias”.
“Os monopólios, a oligarquia, a tendência para a
dominação em vez da tendência para a liberdade, a
exploração de um número cada vez maior de nações
pequenas ou fracas por um punhado de nações
riquíssimas ou muito fortes: tudo isto originou os traços
distintivos do imperialismo, que obrigam a qualificá-lo de
capitalismo parasitário, ou em estado de decomposição.
Cada vez se manifesta com maior relevo, como urna das
tendências do imperialismo, a formação de "Estados"
rentistas, de Estados usurários, cuja burguesia vive cada
vez mais à custa da exportação de capitais e do "corte de
cupões".
Seria um erro pensar que esta tendência para a
decomposição exclui o rápido crescimento do
capitalismo. Não; certos ramos industriais, certos
setores da burguesia, certos países, manifestam,
na época do imperialismo, com maior ou menor
intensidade, quer uma quer outra dessas
tendências.
No seu conjunto, o capitalismo cresce corri uma
rapidez incomparavelmente maior do que antes,
mas este crescimento não só é cada vez mais
desigual como a desigualdade se manifesta
também, de modo particular, na decomposição
dos países mais ricos em capital (Inglaterra)”.
A estopim
Em 28 de Junho de 1914 o
Arquiduque Francisco
Ferdinando, sobrinho do
Imperador Francisco José e
herdeiro do trono Austro-Húngaro
e sua esposa Sofia, duquesa de
Hohenburg, foram assassinados
em Sarajevo, então parte do
Império Austro-Húngaro.
A conspiração envolveu Gavrilo Princip,
um estudante sérvio que fazia parte de
um grupo de quinze assaltantes que
formavam o grupo Bósnia Jovem, que
atuava em conjunto com o grupo ultranacionalista Mão Negra.
Gradativamente a Europa foi se
dividindo em dois blocos e derivavam
da entrada em cena do Império Alemão
unificado entre 1864-71.
• O assassinato do arquiduque Francisco
Ferdinando aparentemente detonou um
confronto inimaginável.
• A Sérvia sempre pode contar com o respaldo da
Rússia e esta, da França, Grã-Bretanha e
simpatia dos EUA. A Austro-Hungria era aliada
dos alemães.
• Um primeiro movimento – patrocinado pela GrãBretanha – para resolver pacificamente o
problema do assassinato malogrou.
• A Alemanha invade a Bélgica, a caminho da
França, em agosto de 1914.
Duas frentes
Ocidente – França (prioridade alemã), Balcãs (por conta das
pendencias da Austria-Hungria). Tornou-se o palco dos maiores
massacres vistos até então.
Objetivo alemão – Liquidar rapidamente a França (o que quase
conseguiu, como em 1940) e partir para a Russia. Quase deu certo.
O avanço foi detido no rio Marne, seis semanas após a declaração
de guerra, próximo a Paris, em 9 de setembro de 1914:
Envolveu 2 milhões de homens (franceses e britânicos contr
alemães) ao longo de 300 quilômetros. Sem um vencedor claro,
mas com o avanço alemão impedido, os franceses, ingleses e
belgas improvisaram uma extensa linha de trincheiras, que
mantiveram a posição até quase o final da guerra. Milhões de
homens conviveram ali, entre lama, privações, neve e ratos.
Oriente – Rússia
• Verdun (cidade) antiga cadeia
montanhosa e rota defensiva – Alemães
tentaram romper a barreira em 1916
(fevereiro a agosto).
• 15 mil habitantes da cidade saem. Marco
divisor. Alemanha perde a esperança na
vitória total e Franco-britânicos perdem a
esperança e vencer por suas próprias
forças (sem EUA). Foi o ultimo ano da
Russia na guerra. Pior campanha da
guerra ( 2 milhões de homens envolvidos,
800 mil perdas totais)
• Frente oriental
• Alemanha e Potências Centrais faziam a
Rússia recuar na Polônia.
• Balcãs, potências centrais tinha domínio.
Maiores perdas militares relativas – Sérvia
e Romênia.
•
• Problema: impasse na frente ocidental
– Ali se decidiria a guerra. Guerra naval
empatada.
• Guerra envolve população
Principais frentes
na I Guerra
• EUA
• Desempate – Entrada dos EUA,
em 1917, com recursos
ilimitados.
• Saída da Rússia em 1917 liberou
tropas alemãs no Oriente. 500 mil
soldados. Nova ofensiva sobre
Paris, após Brest Litowski (maço
1918.).
• Fim da Guerra
• A partir de 1917 a situação começou a alterarse, quer com a entrada em cena de novos
meios, como o carro de combate e a aviação
militar, quer com a chegada ao teatro de
operações europeu das forças norte-americanas
ou a substituição de comandantes por outros
com nova visão da guerra e das táticas e
estratégias mais adequadas; lançam-se, de um
lado e de outro, grandes ofensivas, que causam
profundas alterações no desenho da frente,
acabando por colocar as tropas alemãs na
defensiva e levando por fim à sua derrota.
• É verdade que a Alemanha adquire
ainda algum fôlego quando a revolução
estala no Império Russo e o governo
bolchevista, chefiado por Lenin,
prontamente assina a paz sem
condições.
• Anula assim a frente leste, mas essa
circunstância não será suficiente para
evitar a derrocada. O armistício que põe
fim à guerra é assinado a 11 de
Novembro de 1918.
• A Cláusula de Culpa
• Após o fim das batalhas, os países vencedores
elaboraram o Tratado de Versalhes e Tratado
de Saint.Germain, que acusava tanto a
Alemanha quanto o Império Austro-Húngaro
pela responsabilidade da guerra.
• A Alemanha foi considerada culpada e teve que
pagar as reparações pela guerra e todos os
custos futuros, além de pensões para todos os
veteranos da Tríplice Entente, num valor total
estimado em trinta bilhões de dólares.
• O valor foi sendo renegociado por toda a
década de 20, até ser extinto em 1931.
Balanço material
• Neste conflito estiveram envolvidos
cerca de 65 milhões de soldados.
• A guerra química e o
bombardeamento aéreo foram
utilizados pela primeira vez em
massa na Primeira Guerra Mundial.
Ambos tinham sido tornados ilegais
após a Convenção Haia de 1907.
• Sociedade das Nações
• Um dos pontos do amplo tratado referiu-se à
criação de uma associação internacional, cujo
papel seria o de assegurar a paz.
• Em 28 de julho de 1919, foi assinado o tratado
de Versalhes, cuja sede passou a ser na cidade
de Genebra, na Suíça.
• Uma de suas deliberações foi a constituição da
Sociedade das Nações, também conhecida por
Liga das Nações.
• Passou a existir oficialmente em 10 de janeiro
de 1920, quando a Alemanha, um dos países
conflitantes da Primeira Guerra, passou a
constar na sede.
• Sua criação foi baseada na proposta de
paz conhecida como Quatorze Pontos,
feita pelo presidente norte-americano
Woodrow Wilson, em mensagem enviada
ao Congresso dos Estados Unidos em 8
de janeiro de 1918.
• Os Quatorze Pontos propunham as bases
para a paz e a reorganização das relações
internacionais ao fim da Primeira Guerra
Mundial, e o pacto para a criação da
Sociedade das Nações constituíram os 30
primeiros artigos do Tratado de Versalhes.
• Os países integrantes
originais eram 32 membros
do anexo ao Pacto e 113
dos estados convidados
para participar, ficando
aberto o futuro ingresso aos
outros países do mundo.
• As exceções foram Alemanha,
Turquia e a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas (URSS).
• Estava permitindo, desse modo, o
Reino Unido, bem como o seu
ingresso e o de seus domínios e
colônias, como o exemplo dos
Domínios Britânicos (Índia, África do
Sul, Austrália e Nova Zelândia).
• Uma das conseqüências mais visíveis do fim da guerra
foi o aparecimento de uma série de estados-nações –
Polônia, Tchecoslováquia, Áustria, Hungria, Iugoslávia,
Finlândia, Estonia, Letônia e Lituânia.
• A I Guerra Mundial envolveu TODAS as grandes
potencias, todos os estados europeus, com exceçço de
Espanha, Países baixos, Escandinávia e Suíça.
Soldados atravessaram o Atlântico para lutar.
• A Guerra deixou definitivamente para trás o mundo do
Congresso de Viena (1815) e o equilíbrio de poderes daí
resultantes. A Inglaterra deixava de ser a potência
hegemônica. O forte candidato ao posto eram os
Estados Unidos.
• Consequencias e mudanças da I
Guerra
• Não existiam mais as grandes
potências européias.
• Acabara o século europeu e o
eurocentrismo.
• EUA já eram a maior economia mundial.
Só seriam a dominante após 1945.
• No Médio Oriente o Império Turco-Otomano foi
substituído pela República da Turquia e muitos
territórios por toda a região acabaram em mãos
inglesas e francesas.
• Na Europa Central os novos estados
Tchecoslováquia, Finlândia, Lituânia, Estônia e
Iugoslávia "nasceram" depois da guerra e os
estados da Austria, Hungria e Polônia foram
redefinidos.
• Crise, ressentimentos e empobrecimento da
população gerariam graves conseqüências
políticas, especialmente na Alemanha e na
Itália.
• Revolução Russa
• Eric Hobsbawm
• “A Revolução de Outubro produziu de longe o mais
formidável movimento revolucionário organizado na
história moderna. Sua expansão global não tem
paralelo (...). Apenas trinta ou quarenta anos após a
chegada de Lênin à Estação Finlândia em Petrogrado,
um terço da humanidade se achava vivendo sob
regimes diretamente derivados dos “Dez dias que
abalaram o mundo” (Reed, 1919) e do modelo
organizacional de Lênin, o Partido Comunista. ”.
Greve na
fábrica de
tratores
Putilov –
Petrogrado,
1917
• Realizada num país atrasado, em meio a um
conflito de largas proporções - a I Guerra
Mundial - e num momento em que o capitalismo
monopolista assumia um vigor inusitado, a
Revolução de 1917 produziu reflexos em
inúmeras áreas do conhecimento humano.
• Não há praticamente domínio da cultura que
tenha ficado imune a seus impulsos. Arquitetura,
música, artes plásticas, artes cênicas, fotografia,
cinema, publicidade, dentre outros, foram
tocados de forma indelével pelo formidável
movimento de massas desencadeado naquele
país.
• A Rússia das últimas décadas do século
XIX era um imenso país agrícola – 85%
de sua população vivia no campo, em
situação de extrema pobreza.
• O regime político era o czarismo, dinastia
que se pretendia eterna. A partir da
década de 1890, a indústria conheceu um
sólido progresso, principalmente nas
áreas de metalurgia, petróleo, tecelagem
e carvão, graças a vultosos investimentos
estrangeiros.
• A atração de camponeses empobrecidos para
as cidades deu origem a uma massa crescente
de operários que adquiriam ao mesmo tempo
qualificação técnica e consciência de classe.
• Mesmo sendo um país atrasado, a Rússia
possuía vida cultural e intelectual bastante
dinâmica, em larga medida anti-czarista. Esses
setores formaram a base, desde meados do
século XIX, para o florescimento de diversos
movimentos revolucionários.
• O mais expressivo deles era o dos populistas
(narodniks), surgido por volta de 1860.
• Um dos grupos populistas, chamado Vontade do
povo, realizou diversos atentados, entre eles o
que culminou com o assassinato do czar
Alexandre II, em 1881.
• Uma das vertentes do movimento revolucionário
russo era a social-democracia.
• Em março de 1898, foi fundado o Partido
Operário Social Democrata Russo (POSDR).
• A agremiação fazia severas restrições às ações
voluntaristas dos populistas.
• Em março de 1902, Vladimir Lênin, um
dos dirigentes do POSDR, publica o livro
Que fazer? O título era uma referência ao
romance homônimo do populista Nikolai
Chernychevsky (1828-1889).
• Desenvolvendo as idéias de Marx e
Engels, Lênin defende a necessidade
imperiosa da construção de uma teoria
revolucionária e de um “partido de novo
tipo” que organize os trabalhadores.
• Em seu congresso de 1903, o POSDR dividiu-se em
duas facções: a maioria (bolchinstvo) e a minoria
(menchinstvo).Daí vêm os nomes bolchevique e
menchevique.
• As duas alas se constituíram, mais tarde, em partidos
distintos.
• Em 1904, a disputa pela hegemonia do extremo oriente
levou a uma guerra imperialista entre a Rússia e o
Japão. O conflito se desenrolou nos territórios de dois
países neutros, Coréia e China. A Rússia acabou
derrotada. Para fazer frente ao esforço de guerra, o czar
aumentou impostos e jornadas de trabalho. Os protestos
e greves não tardaram a ocorrer.
• O domingo sangrento
• Em 22 de janeiro de 1905, cerca de 200 mil
trabalhadores e seus familiares aglomeraram-se
em frente ao Palácio de Inverno, numa
manifestação absolutamente pacífica,
reivindicando melhores salários e condições de
trabalho.
• O czar não estava. Não conseguindo dispersar
a multidão, a guarda do Palácio atirou para
matar. O saldo: centenas de mortos e mais de 3
mil feridos. As ilusões populares com a
monarquia terminavam ali.
Reconstituição do Domingo Sangrento
• A partir de outubro de 1905, a onda de
greves transformou-se numa maré
incontrolável, com 400 mil trabalhadores
paralisados no País.
• Em novembro, eles eram 2,5 milhões em
todo o império. Eclodia, pela primeira vez,
um movimento revolucionário popular,
liderado pelos trabalhadores da indústria.
• Os marinheiros do encouraçado Potemkin,
o mais poderoso da frota do Mar Negro,
rebelaram-se, matando oficiais e
hasteando a bandeira vermelha.
O
encouraçado
Potemkim
• Os rebeldes criaram um novo instrumento
de decisões populares, os sovietes
(conselhos), que reuniam delegados
eleitos por grupos de 500 trabalhadores.
• O soviete mais importante era o da
capital, São Petersburgo, presidido por
Leon Trotsky. O soviete durou 50 dias.
Seus membros foram presos em seguida.
• Uma greve geral, decretada três dias após
sua queda foi derrotada por uma terrível
repressão.
• Como forma de recuar e manter o poder,
o czar Nicolau II anunciou a criação da
Duma – parlamento – em outubro de
1905.
• Todos os homens com mais de 25 anos
teriam direito a concorrer. Mas o voto
seria censitário, isto é, diferente de acordo
com a classe social. Os proprietários de
terra votavam diretamente e os
camponeses só poderiam votar
indiretamente.
• Aberta em maio de 1906, a
Duma foi fechada em julho,
sob a alegação de contestar o
poder do czar.
• As tensões se agravariam e o
czarismo entraria em lenta
crise por uma década.
• Em 1915, os problemas do governo do czar
pareciam mais uma vez insuperáveis. Nada pareceu
menos surpreendente e inesperado que a revolução
de março de 1917, que derrubou a monarquia
russa.(...)
• A revolução da Rússia não podia e não seria
socialista. As condições para uma tal transformação
simplesmente não estavam presentes em um país
camponês que era sinônimo de pobreza, ignorância
e atraso, e onde o proletariado industrial, o
predestinado coveiro do capitalismo de Marx, era
apenas uma minúscula minoria, embora
estrategicamente localizada.
• A I Guerra Mundial
• “A participação da Rússia na guerra encerrava
contradições quer nos motivos, quer nos fins. Em
verdade, a luta sangrenta tinha como objetivo o domínio
mundial. Neste sentido, ultrapassava as possibilidades
da Rússia. (...)
• Ao mesmo tempo, a Rússia, na qualidade de grande
potência, não poderia abster-se de
• participar da guerra dos países capitalistas mais
adiantados, da mesma forma como não lhe fora
possível, durante a época precedente, dispensar a
instalação em suas terras de usinas, fábricas, ferrovias,
assim como adquirir fuzis de tiro rápido e aviões”.
• Trotsky, A história da Revolução RA história da
Revolução Russa
• O exército russo perdeu 500 mil homens
no conflito. A maior parte da indústria
fechou as portas. Com a agricultura
fortemente afetada, o espectro da fome
assolava o País.
• Aquela situação acabou gerando um
descontentamento geral com a política
czarista. Com as massivas greves nos
centros industriais mais importantes, o
movimento revolucionário recomeçava a
ganhar forças.
• Em fins de 1916, o Partido Bolchevique,
então na clandestinidade, com notável
influência no movimento operário, foi o
único a defender o fim da guerra e do
czarismo e apontar a revolução como
única saída.
• O fracasso da Rússia na guerra acabou
contribuindo para a queda do sistema
czarista, servindo de catalisador para a
Revolução.
• A Revolução foi fruto da
insatisfação contra as guerras
e a luta pela conquista da paz.
• Cansados de pagar a conta,
milhares de cidadãos comuns
assumiram a luta contra a
situação imposta.
• O caos era generalizado. Em 1917,
toda a Europa se tornara um monte
de explosivos sociais prontos para
ignição.
• A Rússia, madura para a revolução
social, cansada de guerra e à beira
da derrota, foi o primeiro dos regimes
da Europa Central e Oriental a ruir
sob as pressões e tensões da
Primeira Guerra Mundial
Lenin discursa na praça Vermelha (1919)
Tomada do Palácio de Inverno
• A Revolução de Fevereiro
e a queda do Czar
• “Petrogrado foi a capital do Império
russo e o centro financeiro e
industrial mais importante em uma
sociedade primordialmente agrícola.
Em 1917 tinha uma população de 2,4
milhões de habitantes.
 Poucas semanas antes da revolução de
fevereiro, Lênin ainda se perguntava em seu
exílio suíço se viveria para vê-la.
 Na verdade, o governo do czar desmoronou
quando uma manifestação de operárias (no
habitual “Dia da Mulher” do movimento socialista
– 8 de março) se combinou com um locaute
industrial na notoriamente militante metalúrgica
Putilov e produziu uma greve geral e a invasão
do centro da capital (...) basicamente para exigir
pão.
• A Revolução de Fevereiro de 1917
chegou inesperadamente. Começou em
23 de fevereiro (8 de março), Dia
Internacional da Mulher, quando milhares
de donas de casa e operárias, ignorando
os chamados dos dirigentes sindicais para
manter a calma, ganharam as ruas. No dia
seguinte, 200 mil operários estavam em
greve em Petrogrado.
• Steve Smith, Petrogrado, 1917, o
panorama visto de baixo
• Em 25 de fevereiro, exércitos de manifestantes
chocavam-se contra as tropas: começara a
Revolução. Dois dias depois, chegou-se ao
ponto culminante, quando regimentos inteiros
da guarnição desertaram e passaram para o
lado dos insurgentes. Em seguida, os membros
da Duma - um arremedo de parlamento, criado
em 1905 - recusaram-se a obedecer a ordem do
czar de se dispersarem e declararam-se ‘Comitê
Provisório’. Em 3 de março, Nicolau II abdicou
do trono”.
• Steve Smith, Petrogrado, 1917, o panorama
visto de baixo
Alexandr Kerenski
(à esquerda)
• Constituiu-se um governo
provisório, chefiado por
Aleksandr Kerenski, membro
socialrevolucionário da Duma.
Todos os partidos políticos
estavam nele representados, à
exceção dos monarquistas e
dos bolcheviques.
• Quatro dias espontâneos e sem liderança na rua
puseram fim a um Império Mais que isso: tão pronta
estava a Rússia para a revolução social que as
massas de Petrogrado imediatamente trataram a
queda do czar como uma proclamação de liberdade,
igualdade e democracia direta e universais.
• O feito extraordinário de Lênin foi transformar essa
incontrolável onda anárquica popular em poder
bolchevique.
• Institui-se o governo provisório e os inúmeros
conselhos de base (sovietes).
• Desde o início, os
trabalhadores
desconfiavam do governo
provisório, o qual viam
atados com mil laços a
interesses capitalistas e
dos donos de terras.
• O Governo Provisório tentou governar com leis e
decretos. O povo queria pão, paz e terra.
• Quando os bolcheviques – até então um partido de
operários – se viram em maioria nas principais cidades
russas, e sobretudo na capital (...) depressa ganharam
terreno no exército, a existência do Governo Provisório
tornou-se cada vez mais irreal. (...) Na verdade quando
chegou a hora, mais que tomado o poder foi colhido.
• O argumento de Lênin não podia deixar de convencer
seu partido. Se um partido revolucionário não tomasse o
poder quando as massas o pediam, em que ele diferia
de um partido não revolucionário?
• “Para que a revolução ecloda,
não é suficiente que os de
baixo não queiram mais viver
como antes, mas é importante
também que os de cima não
consigam mais viver como
antes.”
• Lênin
• Todo poder aos sovietes
• “No dia 23 de outubro, numa reunião do
Comitê Central do Partido Bolchevique,
tomou-se a decisão de se preparar uma
insurreição armada. (...) Na noite do dia 6
para o dia 7 de novembro, o Comitê Militar
Revolucionário, sediado no Instituto
Smólni, deu a senha para o início da
ação”.
• Trotsky, História da Revolução da
Revolução Russa
• A tomada do Palácio de Inverno
• “Por volta das 22 horas do dia 7, as tropas
revolucionárias que cercavam o Palácio
de Inverno atacaram, após um tiro de
canhão disparado pelo cruzador Aurora.
Logo, o Palácio caiu nas mãos dos
bolcheviques. (...) Os ministros do
governo provisório foram mandados para
a fortaleza de Pedro e Paulo”.
• L. Bryant, Seis meses vermelhos na
Rússia
•
Tomada do Palácio
de Inverno –
reconstituição
• Planejada para ser a deflagradora da
revolução mundial, a Revolução
Russa estava isolada
internacionalmente. Assim, exércitos
ingleses, franceses, alemães,
japoneses, norte-americanos e
tchecos uniram-se aos exércitos do
czar, que ainda combatiam o
governo, na tentativa de derrubar o
poder soviético.
• 17 de novembro – a Rússia sai da Guerra
• A Rússia que saiu da I Guerra Mundial
tinha sua economia destroçada, o sistema
de transportes arruinado e o
abastecimento das cidades em colapso.
• Vastos setores do território não estavam
sob controle por parte do Estado.
• Aparentemente, o poder soviético tinha
poucas chances de sobreviver.
• Trotsky sobre a Guerra
• “A participação da Rússia na Guerra encerrava
contradições quer nos motivos, quer nos fins.
• Em verdade, a luta sangrenta tinha como objetivo o
domínio mundial. Neste sentido, ultrapassava as
possibilidades da Rússia. (...) Ao mesmo tempo, a
Rússia, na qualidade de grande potência, não poderia
abster-se de participar da guerra dos países capitalistas
mais adiantados, da mesma forma como não lhe fora
possível, durante a época precedente, dispensar a
instalação em suas terras de usinas, fábricas, ferrovias,
assim como adquirir fuzis de tiro rápido e aviões”.
• Trotsky, A história da Revolução Russa
• Os três anos seguintes à Revolução de
Outubro se constituem numa das maiores
guerras civis da história. Para fazer frente
a esta ameaça, o Partido Bolchevique
definiu as bases do chamado “comunismo
de guerra”: os transportes e a indústria
tiveram de se submeter às necessidades
do combate. Proibiu-se a existência de
qualquer empreendimento privado.
•
• A partir de 1921, os bolcheviques se legitimaram
em todo o país. Mas o espectro da crise
econômica rondava a Rússia. A fome entre os
anos de 1921 e 1922 matou cerca de 5 milhões
de pessoas. Outras vinte milhões haviam
perecido desde 1914. O “comunismo de guerra”
não estava mais tendo sucesso.
• “A revolução mundial, que justificou a decisão
de Lênin de entregar a Rússia ao socialismo,
não ocorreu, e com isso, a Rússia soviética foi
comprometida, por uma geração, com um
isolamento empobrecido e atrasado”
• Eric Hobsbawm, A Era dos Extremos
Fome
• A crise persistia
• A resposta de Lênin foi a implantação da
NEP (Nova Política
• Econômica), em março de 1921. Através
dela, ao invés de terem o excedente do
que produziam requisitado
compulsoriamente pelo Estado, os
camponeses poderiam vender seus
produtos. Reiniciou-se o comércio privado.
A conseqüência imediata foi o aumento da
produção agrícola, que possibilitaria as
bases do crescimento industrial.
• A diretriz gerou uma contradição: os
médios e grandes proprietários, que
começaram a ter lucros com a medida,
reforçaram suas posições contrárias à
socialização da economia.
•
• Até 1925, as enormes perdas causadas
pela guerra civil e pela fome foram
superadas quase completamente. No
entanto, havia a necessidade premente de
se investir no crescimento da
industrialização.
• Em termos econômicos, a Rússia levou
dez anos para recuperar-se da Revolução
de 1917 e da guerra civil. Só em 1927, a
produção agrícola e industrial atingiu o
nível anterior a 1914.
• Todavia, o cidadão soviético comum
estava satisfeito, pois embora o padrão de
vida ainda fosse baixo, melhorava
sensivelmente a cada ano.
Repercussões
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Sovietes foram formados por operários em Cuba.
1917- 9 biênio bolchevique na Espanha.
1919 - Movimentos estudantis em Pequim.
1919 em Córdoba na Argentina.
1917 no México.
Movimento de liberação na Indonésia.
Movimento dos tosquiadores na Austrália.
Nos EUA os mineiros de Minnesota.
A Revolução de Outubro foi universalmente reconhecida
como um acontecimento que abalou o mundo.
• A história do Breve Século XX não
pode ser entendida sem a Revolução
Russa e seus efeitos diretos e
indiretos. Não menos porque se
revelou a salvadora do capitalismo
liberal, tanto possibilitando ao
Ocidente ganhar a Segunda Guerra
Mundial contra a Alemanha de Hitler
quanto fornecendo o incentivo para o
capitalismo se reformar
• Consequências e mudanças da I Guerra
• Não existiam mais as grandes potências européias
• Acabara o século europeu e o eurocentrismo.
• EUA já eram a maior ecnomia mundial. Só seriam a
dominante após 1945.
• No Médio Oriente o Império Turco-Otomano foi
substituído pela República da Turquia e muitos
territórios por toda a região acabaram em mãos inglesas
e francesas.
• Na Europa Central os novos estados Tchecoslováquia,
Finlândia, Látvia, Lituânia, Estônia e Iugoslávia
"nasceram" depois da guerra e os estados da Austria,
Hungria e Polônia foram redefinidos.
• Crise, ressentimentos e empobrecimento da população
gerariam graves conseqüências políticas, especialmente
na Alemanha e na Itália.
Ascensão da direita na Europa
• A ascensão da direita radical após a Primeira
Guerra Mundial foi sem dúvida uma resposta ao
perigo, na verdade à realidade da revolução
social (Revolução de Outubro).
• A militância de classe média e de classe média
baixa deu uma virada para a direita radical,
sobretudo em países onde as ideologias de
democracia e de liberalismo não eram
dominantes.
• Na verdade, nos principais países centrais do
liberalismo ocidental – Grã-Bretanha, França e
EUA – a hegemonia da tradição revolucionária
impediu o surgimento de quaisquer movimentos
fascistas de massa importantes.
Itália e Alemanha
• A passagem pelos momentos de crises interna e
externa da Itália e da Alemanha tornam-se
essenciais para o entendimento do contexto em
que os indivíduos carentes de
representatividade estavam inseridos, para
legitimar uma ideologia totalitária e
empregadora do terrorismo político, como
alternativa aos problemas e às crises que
assolavam seus respectivos países.
• Os modelos eram o fascismo italiano e o
nacional-socialismo, sendo estes desenvolvidos
em países que reuniram condições internas e
externas para o surgimento da ideologia sob
forma de movimento em condições de disputa
pelo poder.
• Haviam na Itália aspectos do
desenvolvimento do capitalismo de tipo
tardio, que irão influenciar no surgimento
de idéias como o nacionalismo, o
expansionismo e o imperialismo
colonialista, utilizadas na composição
fascista.
• O desequilíbrio na concentração de pólos
econômico, contribuindo para constantes
choques entre regiões mais pobres e mais
ricas são presentes na península itálica,
promovendo dificuldades para a
estabilidade do país.
•
•
A Marcha sobre
Roma foi uma vasta
manifestação
fascista, com
característica de
golpe de estado, de
direita, ocorrida em
28 de outubro de
1922
Milhares de
militantes fascistas
que reivindicavam o
trono da Itália. Este
evento representou
a ascensão ao poder
do Partido Nacional
Fascista (PNF) e o
fim da democracia
liberal, pela
nomeação de Benito
Mussolini como
chefe de governo
pelo Rei Vítor
Emanuel III
• Mesmo após a unificação territorial, a
Itália permanecia com fissuras sérias,
tanto culturais quanto econômicas,
traduzidas por concepções separatistas,
fomentadas pelas regiões de índice de
industrialização mais elevado, atacando
as regiões predominantemente agrárias.
• Os fatores de disparidade interna que
minavam o sistema liberal adotado como
forma de governo, eram ampliados pelos
acontecimentos externos.
• Junto ao “perigo vermelho” os movimentos
nacionalistas originados antes da Grande
Guerra permaneciam ativos e
ideologicamente organizados.
• Diante da expansão das ideologias de
esquerda, cujo símbolo mais forte na Itália
era o Partido Socialista Italiano (PSI), os
nacionalistas adotaram a postura de
oposição radical à esquerda.
Entre as motivações aos ataques estão:
• O internacionalismo adotado pelos
socialistas - interpretado como traição à
pátria, diante das ambições nacionais,
• O princípio mobilizador mantido pelo PSI,
regido pela revolução social, adquirindo
assim antipatia dos setores médios da
sociedade no pós-Guerra, em função do
medo da proletarização.
• Alguns destes movimentos de nacionalismo
exaltado, antiliberais e anti-socialistas se viram,
no pós-Guerra Mundial, aglutinados sob
liderança de Benito Mussolini, ex-integrante do
Partido Socialista Italiano, e ex-diretor do Avanti!
(jornal oficial do partido).
• Após ser expulso do PSI, por fazer apologia à
entrada da Itália na Primeira Guerra Mundial –
constrangendo o internacionalismo do partido -,
Mussolini torna pública sua interpretação da luta
de classes marxista, levando-a a escala
mundial.
Condições
• As condições ideais para o triunfo da ultradireita
alucinada eram um Estado velho, com seus
mecanismos dirigentes não mais funcionando,
uma massa de cidadãos desencantados,
desorientados e descontentes, não mais
sabendo querer ser leais, forte movimento
socialista ameaçando ou parecendo ameaçar
com a revolução social, mas não de fato em
posição de realizá-la; e uma inclinação do
ressentimento nacionalista contra o tratado de
paz de 1918-1920.
• A Alemanha sentiu de maneira mais violenta as
punições impostas pelo Tratado de Versalhes.
• A intervenção das nações vitoriosas, sob o respaldo do
tratado firmado após a Primeira Guerra Mundial, em
assuntos políticos e econômicos internos da Alemanha,
suscitaram sensação de debilidade interna e de
indignação coletiva.
• O Artigo 231 do Tratado de Versalhes enfatizava a
responsabilidade moral exclusiva do Reich alemão,
sendo constantemente lembrado, como forma de
justificar as ações que pesavam contra a Alemanha
derrotada. O direito de autodeterminação dos povos,
defendido pelo presidente estadunidense Wilson, era
suspendido quando rogado pelos alemães em defesa da
soberania nacional.
• As medidas previstas pelo tratado de
paz da Conferência de Versalhes
implicavam em privações ao
desenvolvimento industrial alemão,
ora pela perda de territórios
estratégicos - ricos em minério de
ferro e carvão (matérias-primas para
o desenvolvimento da indústria de
base) -, ora pela imposição de
racionamentos à produção fabril.
• O putsch de
Munique
Inspirado no
movimento
fascista de
Mussolini na
Itália, Hitler,
em novembro
de 1923,
organizou um
golpe a partir
da cidade de
Munique,
tendo como
pano de fundo
a grave crise
econômica no
país.
• .Apesar do
fracasso do
movimento,
projetou o
partido e suas
idéias em nível
nacional.
Hitler preso após a tentativa de golpe
O mundo do pós Guerra
Hobsbawm
• A Primeira Guerra Mundial foi seguida por um tipo de
colapso verdadeiramente mundial, sentido pelo menos
em todos os lugares em que homens e mulheres se
envolviam ou faziam uso de transações impessoais de
mercado.
• Na verdade, mesmo os orgulhosos EUA, longe de
serem um porto seguro das convulsões de continentes
menos afortunados, se tornaram o epicentro deste que
foi o maior terremoto global medido na escala Richter
dos historiadores econômicos - a Grande Depressão do
entreguerras.Em suma: entre as guerras, a economia
mundial capitalista pareceu desmoronar. Ninguém sabia
exatamente como se poderia recuperá-la.
• A globalização da economia
dava sinais de que parara de
avançar nos anos
entreguerras.
• Por qualquer critério de
medição, a integração da
economia mundial estagnou
ou regrediu.
Por que essa estagnação?
• Sugeriram-se vários motivos, como
por exemplo que a maior das
economias do mundo, a dos EUA,
passara a ser praticamente autosuficiente,exceto pelo suprimento de
umas poucas matérias-primas; jamais
dependera particularmente do
comércio externo.
Crise e mudança
• O mundo do início dos anos 1930 enfrentava os
sobressaltos da Grande Depressão, cujo marco
definidor foi a quebra da bolsa de Nova York,
em 29 de outubro de 1929. Nenhum país
capitalista passou incólume pela crise.
• Vivendo uma expansão constante desde a
segunda metade do século anterior, sem
enfrentar nenhum conflito significativo em seu
território desde a Guerra de Secessão (18611865), os Estados Unidos despontaram, após a
Guerra de 1914-1918, como a maior potência
mundial e a força dominante entre os mercados
latino-americanos.
• Apesar de uma enorme desigualdade social 90% da riqueza estava na mão de 13% dos
estadunidenses - nunca uma sociedade exibira
tamanha opulência e tamanha pujança
econômica.
• Mas a roda girou em falso através de uma brutal
crise de superprodução. Ela refletia a saturação
dos mercados, que não absorviam mais o
volume de mercadorias produzidas. Sem
mecanismos de regulação, o livre-mercado
mostrou seus limites.
• A quebra fez com que bilhões de
dólares evaporassem da noite
para o dia, centenas de empresas
fossem à bancarrota e as
demissões de trabalhadores
atingissem números nunca
imaginados. Somente em Nova
York, em fins de 1929, havia um
milhão de desempregados
vagando pelas ruas.
• Nos EUA, a queda dos preços
dos produtos primários (que
deixaram de cair ainda mais pelo
acúmulo feito de estoques cada
vez maiores) simplesmente
demonstrou que a demanda
deles não conseguia acompanhar
a capacidade de produção.
• Uma dramática recessão da
economia industrial norteamericana logo contaminou outro
núcleo industrial, Alemanha.
• A produção industrial americana
caiu cerca de um terço entre
1929 e 1931, e a alemã mais ou
menos o mesmo.
• A Westinghouse, grande empresa de
eletricidade,perdeu dois terços de suas vendas entre
1929 e 1933, enquanto sua renda líquida caiu75%em
dois anos.
A crise se difundiu internacionalmente.
• Isso deixou prostrados Argentina, Austrália, países
balcânicos, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Egito,
Equador, Finlândia, Hungria, Índia, Malásia britânica,
México, Índias holandesas (atual Indonésia), Nova
Zelândia, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela
• As economias da Áustria, Tchecoslováquia, Grécia,
Japão, Polônia e Grã-Bretanha, bastante sensíveis a
abalos sísmicos vindos do Ocidente (ou Oriente), foram
igualmente abaladas.
Em suma, a Depressão tornou-se
global no sentido literal.
• Quase simbolicamente, a Grã-Bretanha
em 1931 abandonou o Livre Comércio,
que fora tão fundamental para a
identidade econômica britânica desde a
década de 1840.
• O trauma da Grande Depressão foi
realçado pelo fato de que um país que
rompera clamorosamente com o
capitalismo pareceu imune a ela: a União
Soviética.
URSS
• Enquanto o resto do mundo, ou pelo menos o
capitalismo liberal ocidental, estagnava, a URSS
entrava numa industrialização ultra-rápida e
maciça sob seus novos Planos Qüinqüenais.
• De 1929 a 1940, a produção industrial soviética
triplicou, no mínimo dos mínimos. Subiu de 5%
dos produtos manual faturados do mundo em
1929 para 18% em 1938, enquanto no mesmo
período a fatia conjunta dos EUA, Grã-Bretanha
e França caía de 59% para 52%do total do
mundo.
• E mais, não havia desemprego.
• Essas conquistas impressionaram mais os
observadores estrangeiros de todas as
ideologias, incluindo um pequeno mas
influente fluxo de turistas sócioeconômicos em Moscou em 1930.
• O que eles tentavam compreender não
era o fenômeno da URSS em si, mas o
colapso de seu próprio sistema
econômico, a profundidade do fracasso do
capitalismo ocidental
• Qual era o segredo do sistema
soviético? Podia-se aprender alguma
coisa com ele? Ecoando os Planos
Qüinqüenais da URSS, "Plano" e
"Planejamento" tomaram-se palavras
da moda na política.
• Os partidos social-democratasa
adotaram "planos", como na Bélgica
e Noruega.
• Jovens políticos conservadores
como o futuro primeiro-ministro
Harold Macmillan (1894-1986)
tornaram-se porta-vozes do
"planejamento".
• Até os nazistas plagiaram a idéia,
quando Hitler introduziu um
"Plano Quadrienal" em1933.
Por que a economia capitalista não
funcionou entre as guerras?
• A situação nos EUA é parte essencial de
qualquer resposta a essa pergunta. Pois, se era
possível responsabilizar, ao menos
parcialmente, as perturbações da Europa na
guerra e no pós-guerra, ou pelo menos nos
países beligerantes da Europa, pelos problemas
econômicos ali ocorridos, os EUA tinham estado
muito distantes do conflito, embora por um curto
e decisivo período tivessem se envolvido nele.
• Assim, longe de perturbar sua economia, a
Primeira Guerra Mundial, como a Segunda,
beneficiou-os espetacularmente.
• Em 1913, os EUA já se haviam tornado a
maior economia do mundo, arcando com
mais de um terço da produção industrial
mundial. Além disso, a guerra não apenas
reforçou sua posição como maior produtor
do mundo, como os transformou no maior
credor do mundo.
• Em suma, não há explicação para a crise
econômica mundial sem os EUA. Isso não
pretende subestimar as raízes
exclusivamente européias do problema,
em grande parte, de origem política
• Em 1929. respondiam por mais de 42% da
produção mundial total, comparados com
apenas pouco menos de 28% das três
potências industriais européias.
• É uma cifra espantosa. Concretamente,
enquanto a produção de aço americana
subiu cerca de um quarto entre 1913 e
1920, a produção de aço do resto do
mundo caiu cerca de um terço.
• Em suma, após o fim da Primeira
Guerra Mundial, os EUA eram em
muitos aspectos uma economia
tão internacionalmente dominante
quanto voltou a tornar-se após a
Segunda Guerra Mundial.
• Foi a Grande Depressão que
interrompeu temporariamente
essa ascensão.
A crise deixou a Europa Central
pronta para o fascismo.
• Na Alemanha em 1923 a unidade
monetária foi reduzida a um milionésimo
de milhão de seu valor de 1913, ou seja,
na prática o valor da moeda foi reduzido a
zero.
• Mesmo nos casos menos extremos, as
conseqüências foram drásticas.
• O desemprego na maior
parte da Europa
Ocidental permaneceu
assombroso e, pelos
padrões pré-l914,
patologicamente alto.
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