Encefalites virais – definições

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Meningite
É a inflamação das membranas que envolvem
o encéfalo e a medula espinhal
Meningites virais (CID 10: A87)
Também chamadas: Meningites assépticas ou serosas
Caracterizam-se por um quadro clínico de aparição súbita,
com cefaléia, fotofobia, rigidez da nuca, náuseas, vômitos, febre.
Estado geral bom do paciente, presença de sinais de irritação meníngea
Em geral, a evolução é benigna, rápida e sem complicações em
imunocompetentes.
Quando o agente é enterovírus: pode ser acompanhado ou precedido de
sinais gastrintestinais, respiratórios, mialgia ou erupção cutânea
Principais agentes de meningite asséptica
Enterovírus (85% no Brasil):
: Polio, Echovírus & Coxsackievírus A& B 1 e 2
Arbovírus: (No Brasil: já descritos: St Louis
Vírus do Sarampo
Vírus da Cachumba
Vírus da Coriomeningite Linfocítica
HIV
Adenovírus
Herpesvírus (HSV1 e 2, VZV, EBV, CMV)
Fatores de risco
• Em bebês < 1 mês de idade e imunodeprimidos=> mais severa.
• Fatores que podem aumentar o risco de meningite:
• Idade:
– Geralmente menos de 5 anos de idade.
• Imunodeficiências:
•
Por doença ou medicação (quimioterapia, imunodepressão para
transplantes, administração de corticóides- muito usados como antiinflamatórios!)
Transmissão
• Enterovírus: pessoa-pessoa, via oro-fecal (troca de fraldas, não
lavar mãos após necessidades).
• Via secreções respiratórias (saliva, esputo, muco nasal) de um
infectado.
•
• Outros vírus, como cachumba e vários herpesvírus => contato
direto ou indireto com secreções infectadas ou lesões.
• Contato com uma pessoa infectada pode aumentar as chances de
risco, mas pouco provável que leve a meningite em pessoas
hígidas.
Sinais e sintomas
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Febre
Dor de cabeça
Rigidez na nuca
Outros: náusea, vômito, fotofobia,
alterações de humor, irritabilidade
• Usualmente duram 7-10 dias tendendo à
recuperação.
Sinais de meningite
Sinais em adultos
(nem sempre todos presentes ao mesmo tempo)
Sinais de meningite
Sinais em crianças
(nem sempre todos presentes)
Choro demasiado Recusa manuseio
Resmungos
Nervoso
Dificuldade em
acordar;
sonolência
Febre; pode ter
pés e mãos frios
Opistótono
Retração
Olhar distante,
vazio
Recusa alimentos
ou apresenta
Vômito
Pele pálida ou
com sufusões
Meningismo
Sinal de irritação meníngea: rigidez da nuca, fotofobia, dor de cabeça
Diagnóstico
• Suabes naso-faringeais, orofaringeais, retais,
fezes, líquido cérebro-espinhal, sangue, soro.
• É importante determinar a causa específica,
para direcionar o tratamento, que varia de
acordo com o agente envolvido.
• Os testes a serem aplicados vão depender
dependem do agente suspeito.
Tratamento
• Usualmente=> não há tratamento
específico.
• Herpesvírus => acyclovir e similares
• Antibióticos => inúteis
• A maioria se recupera em 7 a 10 dias.
• Hospitalização pode ser necessária.
Prevenção
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Não há vacinas para a maioria dos vírus potenciais causadores de
meningite.
Melhor: Higiene=> evirtar sua disseminação.
Às vezes pessoas infectadas estão assintomáticas e ainda assim
disseminar o vírus.
Lavar mãos (especialmente após contato com pacientes, trocar fraldas,
higiene de idosos, higene pessoal)
Desinfetar superfícies que são frequentemente tocadas, como maçanetas
de portas, controles remotos de TV.
Evite beijar ou dividir talheres e copos com doentes.
Manter calendário de vacinas em dia (tríplice viral, bacteriana, etc etc ;
Evitar picadas de mosquitos em zonas onde ocorrem arboviroses.
Controlar de ratos e camundongos.
Fonte: http://www.cdc.gov/meningitis/viral.html
Encefalites virais
Encefalite virais
Encefalite: inflamação do encéfalo
Rara ocorre em: ~1/200.000 pessoas
Mais comum em crianças, idosos e imunodeprimidos
(HIV/AIDS, câncer, outros).
Mais frequentes no primeiro ano de vida
Frequência tende a diminuir com a idade – exceto
arboviroses e outras com nichos específicos.
Pessoas muito jovens e idosos são mais suscetíveis a
sofrer casos graves.
Causas virais de encefalite/encefalomielite aguda
Família (gênero)
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Vírus
Adenoviridae
Arenaviridae
Bunyaviridae
Filoviridae
Flaviviridae
Adenovírus
LCMV (vírus da coriomeningite linfocítica), Sabiá, Lassa
La Crosse, Rift Valley
Ebola, Marburg
St. Louis, Murray Valley, West Nile, Encefalite Japonesa B,
Tick-borne complex, Rocio,Iguape
Herpesviridae
Paramyxoviridae
(Paramyxovirus)
(Morbillivirus)
Picornaviridae
Reoviridae
Retroviridae
(Lentivirus)
Rhabdoviridae
(Lyssavirus)
Togaviridae
(Alphavirus)
HSV-1, HSV-2, VZV, HHV-6,HHV-7, EBV, CMV, Herpes B
Cachumba
Sarampo, Hendra, Nipah
Poliovirus, Coxsackie virus, Echovirus
Colorado tick fever
HIV
Raiva
Encefalites equinas Leste, Oeste, Venezuelana
Patologia- Encefalites
• Virus penetra no sangue (viremia) atinge o
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parênquima do encéfalo
Inclusões são frequentes em neurônios e
células da glia
Infiltração de polimorfonucleares no espaço
perivascular
Degeneração neuronal proliferação glial difusa.
Edema cerebral comum
Trombose em pequenas artérias
Sinais e sintomas
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Em casos leves podem incluir:
Febre
Dor de cabeça
Anorexia
Fraqueza
Estado geral doentio
Em crianças: vomito, fonte cheia ou inchada
choro que não para e piora quando a criança é
forçada a mover-se
• Rigidez do corpo
Patogenia - encefalites virais
•
Os vírus neurotrópicos podem penetrar no hospedeiro por diferentes vias:
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Respiratória (sarampo, VZV),
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Gastrointestinal (enterovirus),
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Trato genitourinario (HIV),
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Pele/ tecidos subcutaneos (arbovirus),
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Conjuntiva ocular (enterovirus 70),
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Sangue ou órgãos (HIV; CMV).
Epidemiologia- encefalites virais
• O vírus do herpes simples tipo 1 (HSV-1) é a causa mais
comum de encefalite viral esporádica nos EUA em
adultos.
• No Brasil, os mais comuns causadores de
encefalites são os enterovírus.
•
Vírus específicos tendem a ocorrer em nichos geográficos e temporais
específicos.
Por ex: arboviroses causadas por mosquitos.
Raiva: aproximadamente 60,000 mortes humanas /ano no mundo.
Não ocorre na região Sul do brasil há pelo menos 3o anos
•
Em muitos casos, a infecção viral é assintomática ou subclínica.
•
A vacinação contra sarampo e pólio diminuiu drasticamente as encefalites
causadas por estes agentes, que eram comuns.
Sinais – encefalites virais
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Febre
Dor de cabeça,
Fotofobia,
Fraqueza
Convulsões
Menos comuns:
Rigidez da nuca
Rigidez dos membros
Movimentos vagarosos
Tosse
Ataxia
Os sinais de encefalite são decorrentes da tentativa do hospedeiro de
combater a infecção.
Herpes simples – encefalite
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Epidemiologia:
•
HSV é a mais comum causa tratável de encefalite viral
•
É também a causa mais comum de encefalites esporádicas.
•
É quase sempre (96%) causada por HSV-1.
•
HSV-2 mais tipicamente produz meningite asséptica, mas pode causar
encefalites em neonatos com doença disseminada, quando a disseminação
ao SNC pode se dar por via hematógena.
•
Encefalites por HSV-1 ocorrem tanto em adultos como crianças, sem
apresentar sazonalidade.
Encefalite por herpesvírus
A seguir:
• Agentes menos comuns de
encefalites virais !
ENCEFALITE
por CITOMEGALOVÍRUS- CMV
Lesão Neuronal:
Inclusões eosinofílicas intranucleares
Imunocompetentes: “Mononucleose-like”
Imunodeprimidos: Encefalite Subaguda
Polimieloradiculopatia subaguda e neuropatia multifocal
TC/RNM : Hiper-sinal Periventricular
Tratamento: Ganciclovir / Foscarnet
HIV e encefalopatia
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PATOGENIA:
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HIV cruza a barreira hematocefálica em monócitos.
•
Monócitos são ativados e transformam-se em macrófagos, que ativados liberam
vírions no tecido nervoso, próximos aos microvasos no encéfalo.
•
Vírions atraem a microglia e macrófagos perivasculares iniciando uma cascata de
sinalização intracelular no endotélio e pode dar origem a danos na própria barreira
hematocefálica.
•
Encefalites provavelmente ocorrem ocasionalmente ao longo do curso da AIDS e
podem ser precursores da demência associada ao HIV.
Encefalites por poliomavírus
Gênero Polyomavirus, familia Polyomaviridae
(semelhantes aos papilomavírus)
LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL PROGRESSIVA (LMP)
É uma infecção subaguda, desmielinizante, caracterizada por imunodepressão
profunda, hiperplasia astrocitária e perda neuronal.
A infecção é muito comum, porém a doença rara => somente em
imunodeprimidos
Ocorre em a 4-7% AIDS - CD4 < 100/mm³
Sinais Multifocais, Distúrbio Límbico, Ataxia, Distúrbios Visuais
LEUCOENCEFALOPATIA MULTIFOCAL
PROGRESSIVA
RNM:
Múltiplas lesões Hipodensas
Substância Branca subcortical
Tratamento: Melhora Imunológica
Sobrevida: 9 meses 80 %
Fonte: http://www.pathology.vcu.edu
E os flavivírus?
Os mais comuns no Brasil:
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Dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3, (DENV-4),
Vírus da Febre Amarela
Vírus Ilhéus
Vírus Iguape,
Vírus Rocio,
Vírus da encefalite Saint Louis (SLEV) - raro,
mas identificado em casos negativos para
Dengue e Febre Amarela
Ref: Mondini et al, Emerging Infectious Diseases • www.cdc.gov/eid • Vol. 13, No. 1, January 2007 p. 176-178
Culex spp.
Vírus da Raiva
Família: Rhabdoviridae
Gênero: Lyssavirus
Ác. Nucléico: RNA fita única, simples, polaridade negativa
Epidemiologia:
50- 60 mil mortes humanas/
ano
Reservatórios:
Morcegos, Cães e Gatos
No Brasil: região SUL livre
de raiva canina (urbana)
há mais de 30 anos
Raiva em humanos
Incubação: 2 a 8 semanas
Período Prodrômico:
Inespecífico.
Período Excitatório:
Hipersensibilidade Sensorial,
Alucinações, Convulsões,
HIDROFOBIA
Período de Paralisia :
Respiratória, Morte
Raiva – Diagnóstico
Método de eleição p/ diagnóstico: Imunofluorescência direta com conjugado anti-rábico
marcado com FITC
Biópsia cerebral – post-mortem
Ante-mortem ( em humanos) :
Tecidos da região da nuca
Impressões de córnea
Diagnóstico confirmatório: Inoculação em camundongos ou cultivos celulares
Tratamento e Profilaxia:
Tratamento sintomático. 100% LETALIDADE
Vacina,
Se grave a mordedura, combinar com aplicação de
SORO ANTI-RÁBICO – 50% no local , 50% IM
Imunofluorescência diretaraiva
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