1 - RExLab

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DISTRIBUIÇÃO DA ENTOMOFAUNA DE SOLO EM DIFERENTES SUBSTRATOS NO
CAMPUS UNISUL – TUBARÃO - S.C.
Joice Martins de Freitas1
Ana Lucia de Paula Ribeiro2
Gilmar Pezzopane3
RESUMO
Este trabalho teve por objetivo levantar e identificar os insetos de solo em três
ambientes específicos e de diferentes fisionomias. Os habitats se caracterizam em área antropizada
(A1), área de borda de mata (A2) e área de mata (A3). Adotou-se a técnica de coleta utilizando
amostradores de solo, confeccionados com cano PVC de 100 mm de diâmetro, com duas medidas
diferentes de altura, 10 cm e 15 cm. Após a coleta as amostras foram colocadas em sacos plásticos. No
laboratório de Entomologia, as amostras foram acondicionadas em Funil de Berleze-Tullgreen para a
posterior triagem. De acordo com os resultados obtidos foram identificadas 31 famílias, Blattelidae,
Staphylinidae, Carabidae, Ppselaphidae, Dytiscidae, Elateridae, Scarabaeidae, Curculionidae,
Scolytidae, Histeridae, Scydmaenidae, Drosophilidae, Cecidomyidae, Sciaridae, Stratiomyidae,
Pphoridae, Anisembiidae, Aphididae, Cicadellidae, Miridae, Formicidae, Tenthredinidae, Braconidae,
Mmymaridae,
Termitidae,
Gelechiidae,
Pseudocaecillidae,
Lepidopsocidae,
Liposcelidae,
Phloeotripidae, Thripidae e ainda as superfamílias Coccoidea e Chalcidoidea. A ordem Hymenoptera,
a mais representativa, onde a família Formicidae e a subfamília Myrmicinae com o maior número de
indivíduos. O ambiente com maior diversidade de insetos foi a A3, tendo além da família Formicidae a
família Pseudocaecillidae com maior representatividade.
Palavras-chave: Insetos de solo, diversidade, qualidade ambiental.
1
Estudante - Universidade do Sul de Santa Catarina - Acadêmica de Ciências Biológicas -
[email protected]
Professora Colaboradora - Docente da Universidade de Cruz Alta – Unicruz -RS
2
Curso de Agronomia - E-mail: [email protected]
3
Professor - Universidade do Sul de Santa Catarina - Curso de Agronomia
E-mail: [email protected]
E-mail:
1. INTRODUÇÃO
A maior ameaça à diversidade biológica de comunidades naturais relativamente intactas dentro
e no entorno do ecossistema urbano é a destruição de habitats nativos e sua conversão a outros usos. A
pavimentação desses habitats à medida que as atividades humanas se espalham destrói e fragmenta os
ecossistemas remanescentes (MURPHY, 1997). Qualquer efeito de urbanização e de atividades
humanas, afeta a qualidade dos habitats remanescentes ou mesmo a probabilidade do sucesso de
dispersão dos animais e vegetais entre habitats residuais, quando cercados pela malha urbana
(CONNOR et al., 2002). Diante das novas condições impostas pela urbanização, muitas espécies não
conseguem viver e as áreas com vegetação nativa nas cidades representam importantes locais de
refúgio para plantas e animais não-adaptados ao ambiente urbano (RODRIGUES et al., 1993). Por
outro lado, existe espécies oportunistas que se aproveitam das novas condições de colonização
(MCINTYRE et al., 2001) e que podem ocasionar a extinção local das espécies nativas (SUAREZ et
al., 1998; CROOKS & SOULÉ, 1999).
Os insetos do solo apresentam enorme abundância e diversidade em ecossistemas florestais de
mundo todo (Duarte, 2004), sendo importantes para o processo de decomposição e mineralização da
matéria orgânica, influenciando a estabilidade, fertilidade e estruturação do solo (MELO, 1999; LIGO,
1999). A variedade de insetos pode flutuar de acordo com a estrutura química e física do solo e são
considerados indicadores valiosos dos impactos antropogênicos em florestas, assim como em diversos
agroecossistemas.
A crescente fragmentação dos ecossistemas florestais é um dos grandes problemas ambientais
do mundo atual. No Brasil, são escassos os estudos sobre insetos do solo. Esta situação é contrastante
com a enorme velocidade com que extensas áreas de terras vêm sendo transformadas em áreas
degradadas, por esta razão, se fazem necessário os estudos prolongados dos insetos em áreas não
impactadas, correlacionando sua diversidade e abundância com as ações antrópicas no meio.
Estudos desta natureza ainda não foram realizados na unidade do campus da UNISUL
Tubarão, SC. É importante correlacionar as áreas mais preservadas, ou seja, pouca antropização
humana das áreas mais antropizadas, identificando a variedade de espécimes existentes nestes locais.
2.- Metodologia:
O trabalho foi realizado na área do Morro do Centro de Tecnologia (Centec) localizado junto
ao Campus de Tubarão nas posições geográficas a Latitude 28º 28” 37’’ e Longitude 49º 01’ 27’’
perfazendo um total de 3,8 hectares.
As coletas foram realizadas em três pontos amostrais diferentes, situados no campus da
UNISUL Tubarão, SC. Estes pontos amostrais são caracterizados por A1 (antropizada), ambiente com
grande antropização, onde se tem grande circulação de pessoas, uma região com gramíneas; A2 (borda
de mata), ambiente com média antropização, onde encontra-se uma determinada variedade de plantas
com tamanhos variados e também considerável quantidade de gramíneas, sugerindo assim média
quantidade de follhiço e A3(mata), área com vegetação densa, uma área mais preservada, sem
antropização, sugerindo um ambiente mais propício a diversidade de insetos devido a maior
quantidade de substrato no solo e a densa vegetação.
Foi confeccionado amostradores de cano PVC 100 mm, contendo uma altura de 10cm e 15cm
de altura. Em cada local de coleta foram recolhidas quatro amostras de substrato, duas amostras de 10
cm e 15 cm de profundidade respectivamente, em três locais diferentes (A1, A2 e A3), somando doze
amostras/dia durante os períodos de 27/08/08, 01/12/2008, 31/03/2009 e 03/07/2009, totalizando
quarenta e oito coletas. Estas amostras foram acondicionadas em sacos plásticos e levadas ao
laboratório para então serem separados em Funil de Berleze-Tullgreen. O folhiço, levado ao
laboratório em sacos plásticos, é colocado sobre a tela. Uma lâmpada posicionada sobre o funil
provoca um aquecimento e uma dessecação do folhiço na parte superior do material. Os insetos
pequenos fogem do calor e da perda de umidade, passando através da tela e caindo no recipiente
coletor. A identificação dos insetos foi feita utilizando chaves taxonômicas (BORROR E DELONG,
1988) ao nível de família quando possível.
3 Resultados:
3.1 – Ordens e famílias nas áreas de estudo
Amostras de solo
GRUPOS
A1
Blattodea
Blattelidae
Coleoptera
Carabidae
Curculionidae
Dytiscidae
Elateridae
Escolitidae
Histeridae
Pselaphidae
A2
A3
2
2
1
1
4
9
1
2
4
2
2
14
2
2
71
14
1
33
Scarabaeidae
Scydmaenidae
Staphylinidae
Diptera
Cecidomyidae
Drosophilidae
Phoridae
Sciaridae
Stratiomyidae
7
3
1
Hymenoptera
Formicidae
Braconidae
Mymaridae
tenthredinidae
Super Família
Chalcidoidea
Isoptera
Termitidae
2
1
1
Embioptera
Anisembiidae
Hemiptera
Aphididae
Cicadellidae
Miridae
Superfamilias
Coccoidea
3
Thysanoptera
Phloeothripidae
Thripidae
Total
3
2
1
5
2
3
5
1
7
7
9
2
331
2
1
1098
1
1
15
1
4
1
118
414
2
2
1
5
1
1
10
2
Lepidoptera
Gelechiidae
Psocoptera
Lepidopsocidae
Liposcelidae
Pseudocaecillidae
3
3
11
1
3
128
6
1
161
2
2
119
2
1
2
2
7
518
1408
771
3.2- Abundância das ordens de insetos de solo
A ordem mais expressiva de insetos de solo foi a Hymenóptera, com 1860 indivíduos no total,
sendo que na A2, (Borda de mata), foi identificado 1098 insetos da família Formicidae.
3.3 – Famílias de insetos de solo encontradas
Foram identificadas trinta e uma famílias distintas, sendo elas: Blattelidae, staphylinidae,
carabidae, pselaphidae, dytiscidae, elateridae, scarabaeidae, , curculionidae, scolytidae, histeridae,
scydmaenidae, drosophilidae, cecidomyidae, sciaridae, stratiomyidae, phoridae, anisembiidae,
aphididae, cicadellidae, miridae,
formicidae, tenthredinidae, braconidae, mymáridae, termitidae,
gelechidae, pseudocaecillidae, lepidopsocidae, liposcelidae, phloeotripidae, thripidae e ainda as
superfamílias coccoidea e chalcidoidea.
4.
CONCLUSÃO
Os resultados obtidos mostram que nas áreas A2 a quantidade de insetos foi maior em relação a
A1 e A3 . Já na A 3 demonstrou-se uma maior diversidade de famílias.
A ordem Hymenoptera foi a mais numerosa sendo a Família Formicidae a mais representativa,
com 1843 exemplares. A diversidade alimentar destes insetos revelam tendência de associação positiva
com o tipo de vegetação. A subfamília myrmicinae foi a mais representativa nas amostras pois estes
insetos constroem seus ninhos mais próximos da superfície do solo e vivem em locais com pouca
pertubação, por conta disto seu número demonstro-se maior na A2, onde existe um nível menor de
antropização.
5- REFERÊNCIAS
BORROR, D.J. and DELONG, D.M. Introdução ao estudo dos insetos. 2ª edição, Ed. Edgard Blucher
LTDA, São Paulo, 1988.
COSTA, C.; IDE, S.; SIMONKA, C. E. Insetos Imaturos: Metamorfose e Identificação. Ribeirão
Preto: Holos, 2006.
CRANSTON, P. S.; GULLAN, P. J. Os Insetos - Um Resumo de Entomologia.
Roca; 3ª edição, 2008.
DUARTE, M. M. 2004. Abundância de microartrópodes do solo em fragmentos de mata com
araucária no sul do Brasil. Iheringia, Sér. Zool., 94: 163-169.
LARA. F. M. Principios de Entomologia, 3ª ed. São Paulo: Icone ,1992.
LOPES, P.P. , LOUZADA J.N.C., REBOUÇAS, P. L. O., NASCIMENTO, L. M., REIS V.P.G.S.
Resposta da Comunidade de Histeridae (Coleoptera) a Diferentes Fisionomias da Vegetação de
Restingas no Espírito Santo. Neotropical Entomology 34(1):025-031 (2005).
MELO, L. A. S. 1999 e LIGO M. A. V. 1999. Amostragem de solo e uso de “litterbags na avaliação
populacional de microartrópodos edáficos. Sci. Agric. Vol. 56 n.3 Piracicaba July 1999.
MORINI, M.S.C., MUNHAE, C.B., LEUNG, R., CANDIANI, D.F., VOLTOLINI, J.C. Comunidades
de formigas (Hymenoptera, Formicidae) em fragmentos de Mata Atlântica situados em áreas
urbanizadas. Núcleo de Ciências Ambientais, Universidade de Mogi das Cruzes. Iheringia, Sér. Zool.,
Porto Alegre, 97(3):246-252, 30 de setembro de 2007.
NETO, S. S. et al. Manual de ecologia dos insetos. Editora Agrônomica Ceres LTDA. São Paulo, 1976.
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