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Como vemos Jesus Ressuscitado?
Aqui e agora acontece o que nos narram os belos relatos pascoais.
Acontece sempre e em todo lado.
Acontece sem cessar na nossa vida normal de cada dia.
Abramos os olhos, e veremos Jesus ressuscitado no meio de nós,
ao nosso lado, no fundo de cada ser.
Abramos os ouvidos, e escutaremos a boa notícia,
e encherá de paz o nosso coração.
É nisso que consiste a Páscoa, é nisso que consiste crer em Jesus ressuscitado.
Esse é o milagre.
Jesus está connosco como esteve com Maria e Pedro
e os demais discípulos, aparece-nos como a eles, fala-nos como a eles.
Embora os nossos olhos estejam demasiado cegos e os nossos ouvidos demasiado
surdos,
Jesus aparece-nos: Porque tens medo? Toca-me. E caminha tranquilo.
Vive feliz, e procura curar as feridas do próximo.
José Arregi
João 21,1-19. Domingo III da Páscoa –C- - 18 de Abril de 2010.
Autora: Asun Gutiérrez. Tradução: famsilva.
Música: Arcangelo Corelli. Concerto Grosso in B Flat Majo.
Algum tempo depois, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago
de Tiberíades
Lago de
Tiberíades
O evangelho de João já nos havia falado das manifestações de Jesus ressuscitado.
A primeira a Maria Madalena, a segunda aos discípulos fechados por medo dos
dirigentes judeus.
Agora apresenta Jesus com os discípulos que já voltaram ao seu trabalho diário,
à pesca.
Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de
Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos. Disse-lhes Simão
Pedro:
«Vou pescar.»
Eles responderam-lhe:
«Nós também vamos contigo.»
Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.
É razoável que depois de um golpe do destino, se continue onde se sente
maior segurança.
Conhecemos essa forma de actuar. Perante o fracasso, perante a perda de um amor,
de um trabalho, perante um inesperado diagnóstico médico… Necessitamos
distrair-nos, fazer algo para não dar voltas à cabeça. E procuramos as actividades
habituais. O melhor que sabemos fazer.
Estão sete discípulos, cifra que indica a totalidade.
Vão todos pescar, a tarefa ocorre a cargo de toda a comunidade.
Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que
era Ele. Jesus disse-lhes, então:
«Rapazes, tendes alguma coisa para comer?»
Eles responderam-lhe:
«Não.»
A experiência luminosa é geralmente precedida de noites escuras. O evangelista
assinala que Jesus não é reconhecido no primeiro contacto. A sua ressurreição não é
algo óbvio.
Por isso está presente, para revelar que a vida vence a morte,
que a sua presença é a Luz e o amanhecer.
Os discípulos confessam abertamente que não têm nada.
Nem sempre é fácil admitir o fracasso e que não se tem nada para oferecer.
Reconhecê-lo é o primeiro passo para um novo começo.
Considero a minha vida quotidiana como um lugar de encontro com Jesus?
Reconheço e dou a conhecer as minhas carências e as minhas limitações?
Disse-lhes Ele:
«Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.»
Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes,
já não tinham forças para a arrastar.
O fruto de toda a missão depende da escuta e do colocar em prática a palavra
de Jesus, que quer uma “rede” onde cabe todo o mundo, sem nenhuma excepção.
Jesus age sempre connosco, mas nunca sem nós.
Toda a missão sem Ele está destinada ao fracasso: “sem Mim não podeis fazer nada”.
Penso que a Igreja, como instituição, orienta-se hoje pela Palavra de Jesus
ou segue outras directrizes?
Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro:
«É o Senhor!»
Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, apertou a capa, porque estava sem mais roupa,
e lançou-se à água. Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes;
com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.
É o Senhor, embora falte luz e a sua imagem esteja um pouco nublada, embora
utilize algum disfarce, embora aparentemente esteja oculto. É o Senhor e é nossa
tarefa descobri-lo e anunciá-lo.
Onde, quando, e em quem reconheço Jesus? Onde, quando, e em quem me custa mais
reconhecê-lo? Quais são as palavras e sinais que me falam da sua presença?
Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão.
Jesus disse-lhes:
«Trazei dos peixes que apanhastes agora.»
Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e
cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.
Disse-lhes Jesus:
«Vinde almoçar.»
Enquanto há comida, sinal de fraternidade, tempo e vida partilhados, Jesus
Ressuscitado continua os mesmos costumes que Jesus histórico.
Continua a celebrar refeições com os alimentos fruto do trabalho e da
contribuição daqueles que se reúnem com Ele.
A ausência do alimento que padecem muitas pessoas vai de encontro à mensagem
de vida que nos traz a ressurreição de Jesus.
Oxalá saibamos convidar a comer, não excluamos ninguém da nossa mesa e
tenhamos sempre “peixe assado” para oferecer e partilhar. Como Jesus.
E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?»,
porque bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão
e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.
Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois
de ter ressuscitado dos mortos.
Jesus tem a delicadeza de uma mãe preparando a comida para os seus filhos e
filhas.
Toma a iniciativa, aproxima-se sempre e quer aproximar-se mais.
Prepara a mesa e convida-nos à refeição para recuperar as forças perdidas
no trabalho diário, onde partilha a alegria, a ilusão, a esperança
e o compromisso de melhorar o nosso mundo, e acção de graças por tudo o que
foi recebido a cada dia.
Depois de terem comido, Jesus perguntou a Simão Pedro:
«Simão, filho de João, tu amas-me mais do que estes?»
Pedro respondeu:
«Sim, Senhor, Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.»
Jesus disse-lhe:
«Apascenta os meus cordeiros.»
Jesus só interroga sobre o amor.
Conta connosco, aceita-nos como somos, para a missão de fazer presente
no mundo o seu Espírito de entrega, de perdão, de serviço, de simplicidade,
de acolhimento, de generosidade, de ilusão.
Conta com as nossas falhas e as limpa com a força do seu Amor.
Voltou a perguntar-lhe uma segunda vez:
«Simão, filho de João, tu amas-me?»
Ele respondeu:
«Sim, Senhor,
Tu sabes que eu sou deveras teu amigo.»
Jesus disse-lhe:
«Apascenta as minhas ovelhas.»
E perguntou-lhe, pela terceira vez:
«Simão, filho de João, tu és deveras meu amigo?»
Pedro ficou triste
por Jesus lhe ter perguntado, à
terceira vez: 'Tu és deveras meu amigo?'
Mas respondeu-lhe: «Senhor, Tu sabes tudo;
Tu bem sabes que eu sou deveras teu amigo!»
As três perguntas procuram limpar, desde a raiz, as três negações de Pedro.
Jesus, com uma delicadeza requintada, reabilita-nos das nossas debilidades.
O vínculo de amizade com Jesus é pessoal.
Cada pessoa há-de percorrer o seu próprio caminho e enfrentar a sua própria
responsabilidade.
Contamos sempre com a sua iniciativa, a sua ajuda e a sua presença.
Jesus perdoa a tod@s e sempre. Imitamos Jesus nisto?
Temos capacidade de perdoar?
E Jesus disse-lhe:
«Apascenta as minhas ovelhas.
Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais novo, tu mesmo atavas
o cinto e ias para onde querias; mas, quando fores velho, estenderás as
mãos e outro te há-de atar o cinto e levar para onde não queres.»
E disse isto para indicar o género de morte com que ele havia de dar glória
a Deus. Depois destas palavras, acrescentou:
«Segue-me!»
Jesus ensina as consequências do seguimento.
Se hoje Jesus voltasse, vivesse como viveu e pregasse o que pregou, encontraria a
aprovação ou a rejeição por parte do sistema sócio-político-económico-religioso
dominante na actualidade?
O que provoca a nossa pregação e o nosso seguimento de Jesus nas pessoas e na
sociedade?
Senhor, tu sabes que sempre te amei,
e que continuo a amar-te;
tu sabes que te amo.
Apesar de me custar a identificar-te entre a multidão,
apesar de entorpecido que sou para ver-te vestido de pobre,
tu sabes que te amo.
Apesar das minhas dúvidas de fé,
da minha vacilante esperança,
e do meu amor possessivo,
tu sabes que te amo.
Eu amo-te, Senhor,
porque tu me amaste primeiro, porque sempre confias
nas possibilidades que tenho de ser, junto a ti,
aqui no meu posto,
servidor fraterno.
F.Ulibarri
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