Microeletrônica Germano Maioli Penello http://www.lee.eng.uerj.br/~germano/ Sala 5145 (sala 17 do laboratorio de engenharia elétrica) Aula 06 1 Relembrando - diodo Ao construir um poço-n, criamos uma junção pn (um diodo) entre o poço-n e o substrato. Analisamos na aula 05 que junções pn têm uma capacitância parasítica de depleção. Uma região de cargas fixas positivas e cargas fixas negativas pode ser analisada como placas de um capacitor! Essa capacitância parasítica é chamada de capacitância de depleção ou de junção. 2 Capacitância parasítica A capacitância de depleção pode ser modelado pela equação Cj0 – capacitância sem tensão aplicada na junção VD – Tensão no diodo m – coeficiende de gradação (grading coefficient) Vbi – potencial intrínseco Essa capacitância de depleção é importante apenas quando a junção está polarizada reversamente. Quando polarizada diretamente, uma outra capacitância parasítica prevalece (Capacitância de difusão). 3 Capacitância parasítica Capacitância de difusão Na polarização direta, elétrons do lado n são atraídos para o lado p (buracos do lado p são atraídos para o lado n) Após passarem a junção, os portadores difundem em direção aos contatos metálicos. Se o portador recombina antes de chegar no contato, este diodo é chamado de diodo de base longa. Se ele chega ao contato, esse diodo é chamado de base curta. 4 Capacitância parasítica Capacitância de difusão O tempo de vida do elétron (tT) é o tempo que leva para o elétron difundir da junção até ele se recombinar. Este tempo é da ordem de 10ms no silício. A capacitância de difusão é formada pelos portadores minoritários que difundem nos lados da junção. Como discutido, ela claramente depende do tempo de vida dos portadores. 5 Capacitância parasítica Capacitância de difusão A capacitância de difusão pode ser caracterizada como: Modelo útil para análise de sinais pequenos AC. Em aplicações digitais estamos mais interessados em chaveamento de sinais altos. Em geral, em processos CMOS não desejamos ter diodos polarizados diretamente. Diodos polarizados diretamente são considerados problemas! 6 Atraso RC por um poço-n Vimos até agora que o poço-n pode ser usado como um diodo em conjunto com o substrato e como um resistor. Como toda junção pn tem uma capacitância parasítica, ao analisar o resistor, temos que incluir essa capacitância nos cálculos. 7 Atraso RC por um poço-n Este é a forma básica de uma linha de transmissão RC! Ao aplicar um pulso de tensão na entrada, após um determinado tempo (tempo de atraso) o pulso aparecerá na saída. 8 Atraso RC por um poço-n Tempo de atraso do circuito Tempo de subida IMPORTANTE EM CIRCUITOS DIGITAIS 99 Atraso RC por um poço-n Passa alta ou passa baixa? Olhe o gráfico Tempo de atraso do circuito Tempo de subida IMPORTANTE EM CIRCUITOS DIGITAIS 10 10 Atraso RC por um poço-n Analisamos um simples circuito RC. O modelo de resistência inclui diversos circuitos RC acoplados. Como analisar? 11 11 Atraso RC por um poço-n Analisamos um simples circuito RC. O modelo de resistência inclui diversos circuitos RC acoplados. Como analisar? Atraso até o ponto A (tempo de carga do capacitor) 12 12 Atraso RC por um poço-n Analisamos um simples circuito RC. O modelo de resistência inclui diversos circuitos RC acoplados. Como analisar? Atraso até o ponto B (tempo de carga do capacitor até o ponto A + até o ponto B) 13 13 Atraso RC por um poço-n Analisamos um simples circuito RC. O modelo de resistência inclui diversos circuitos RC acoplados. Como analisar? Atraso até o ponto C (tempo de carga do capacitor até o ponto A + até o ponto B + até o ponto C) 14 14 Atraso RC por um poço-n Analisamos um simples circuito RC. O modelo de resistência inclui diversos circuitos RC acoplados. Como analisar? Para um número l de segmentos: 15 15 Atraso RC por um poço-n Analisamos um simples circuito RC. O modelo de resistência inclui diversos circuitos RC acoplados. Como analisar? Para um número l de segmentos: Soma de l termos com incremento 1 (Gauss fez isso quando era criança! ) Se l >> 1 16 16 Exemplo Simulado no spice 17 Tempo de subida Uma análise similar pode ser feita para determinar o tempo de subida em uma linha de transmissão RC 69 ns Com os dados do exemplo anterior, obtemos 69 ns para o tempo de subida 18 Processos de poços gêmeos (Twin well) Recapitulando: NMOS é feito diretamente no substrato PMOS é feito no poço-n PMOS é feito diretamente no substrato NMOS é feito no poço-p Ao implantar o poço-n, o substrato tem que ser contra-dopado. Dopamos um material inicialmente tipo p de tal maneira que ele passa a se tornar tipo n. Isto faz com que a qualidade cristalina não seja tão boa (redução de mobilidade) quanto dopar um semicondutor inicialmente intrínseco. Em resumo: PMOS no processo de poço n não é tão bom quanto o PMOS no processo de poço p 19 Processos de poços gêmeos (Twin well) O processo de poços gêmeos serve para minimizar esses defeitos. Usa-se um substrato ligeiramente dopado em vez de um substrato intrínseco por ser difícil controlar a dopagem em níveis muito baixos. A contra-dopagem em um substrato ligeiramente dopado se torna insignificante. 20 Processos de poços gêmeos (Twin well) No processo de poços gêmeos da figura, o poço p está conectado eletricamente no substrato. Caso seja necessário ter o substrato e o poço p em potenciais diferentes, usa-se o processo de poços-triplos. 21 Exercício para a próxima semana Habilite o Electric para simular componentes analógicos marcando o checkbutton “Analog” em “File” ”Preferences” ”Technology” ”Technology”. Construa em uma célula esquemática um divisor de tensão com dois resistores de 10KOhms. Compare os circuitos de leiaute vs. esquemático (LVS ou NCC) nas células. Simule com o LTSpice o divisor de tensão variando a tensão de 0 a 5V. Apresente o resultado em gráficos de Vin e Vout. Onde Vin é a tensão da fonte e Vout é medida entre os dois resistores. http://cmosedu.com/videos/electric/tutorial1/electric_tutorial_1.htm http://cmosedu.com/cmos1/ltspice/ltspice_electric.htm - ajustando o Electric com o LTspice 22