A arte da Mesopotâmia ATUALIDADE:Estado Islâmico destrói esculturas milenares em museu iraquiano A UNESCO pediu uma reunião de emergência para procurar proteger o patrimônio cultural do Iraque após a destruição de esculturas com milhares de anos, captada em vídeo. A Organização da ONU para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) pediu hoje uma reunião de urgência ao Conselho de Segurança das Nações Unidas depois da destruição de esculturas no Iraque por membros do Estado Islâmico. O grupo Estado Islâmico divulgou hoje um vídeo em que se veem jihadistas a destruir dezenas de estátuas do Museu da Civilização em Mossul, no Iraque, algumas das quais datadas do período assírio (VIII a VI a.c.). O vídeo, de cerca de cinco minutos, mostra vários homens a deitarem as estátuas abaixo e a destruírem-nas com martelos pesados. Um dos jihadistas que aparece no vídeo justifica o ato afirmando que os povos da antiguidade "adoravam ídolos em vez de Alá", o que é contrário ao monoteísmo, e que o profeta Maomé destruiu figuras de ídolos com as suas próprias mãos. "Aquele ataque é mais do que uma tragédia cultural, é também uma questão de segurança porque alimenta a intolerância, o extremismo violento e do conflito no Iraque", criticou a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova. "É por isso que entrei imediatamente em contacto com o presidente do Conselho de Segurança pedindo-lhe para convocar uma reunião de emergência do Conselho relativa à proteção do patrimônio iraquiano como parte integrante da segurança do país", disse. O Estado Islâmico já foi visado repetidamente por medidas da UNESCO, que procura proteger o património cultural da região do Médio Oriente ocupada pelo grupo extremista, tanto da destruição como do saque e tráfico de artefatos antigos das cidades mais antigas do mundo. http://www.dn.pt/globo/interior/estado-islamico-destroi-esculturasmilenares-em-museu-iraquiano-4424687.html O vídeo mostra as últimas imagens de Nimrud, no Iraque. O Estado Islâmico fez questão de mostrar a riqueza cultural e histórica da cidade, antes de destruí-la. Um tesouro arqueológico, cheio de lembranças da capital de um dos maiores impérios da antiguidade, o Assírio. Resistiu mais de três mil anos até a chegada dos terroristas. A destruição exigiu equipamento pesado, escavadeiras. "Deus honrou o Estado Islâmico e vai nos ajudar a derrubar tudo o que era adorado antigamente", disse um deles. O Estado Islâmico ainda tomou uma providência para apagar todos os vestígios da cidade: instalou explosivos. Em segundos, 30 séculos foram pelos ares. Para o Estado Islâmico, esses vídeos servem como propaganda para atrair mais extremistas. Nos últimos meses, o grupo terrorista destruiu três sítios arqueológicos e um museu, em uma região considerada o berço da civilização, onde surgiram as primeiras cidades. O professor Márcio Scalercio, especializado em relações internacionais, explica por que os terroristas tentam fazer uma limpeza cultural. "Isso é uma postura de grupos conquistadores, procurar eliminar completamente o vestígio cultural das áreas conquistadas, destruindo as suas obras de arte, destruindo os seus elementos vitais de manifestação da vida como uma maneira de eliminá-los da face da Terra, alguma coisa desse tipo", destaca Márcio Scalercio, professor da PUC-RJ. Outros extremistas fizeram o mesmo, em 2001, o Talibã, que comandava o Afeganistão, destruiu estátuas de Buda de mais de 1,5 mil anos. Na Alemanha, os nazistas faziam imensas fogueiras de livros considerados contrários à ideologia de Hitler. Como em Nimrud, esses extremistas deixam para trás um buraco na memória humana. http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2015/04/estado-islamico-exibedestruicao-de-obras-da-antiguidade-no-iraque.html Antiguidade A arte da Mesopotâmia desenvolveu-se ao longo de muitos séculos e de diferentes civilizações, não sendo, portanto, muito coesa em suas manifestações. A arquitetura era a mais desenvolvida das artes, apesar de não ser tão notável quanto a egípcia. Caracterizou-se pelo exibicionismo e pelo luxo. Construíram templos e palácios, que eram considerados cópias dos existentes nos céus. Por ser escassa a pedra na região, utilizava-se tijolos de argila. O zigurate, torre de vários andares, foi a construção característica das cidades-estados sumérias. Nas construções, empregavam argila, ladrilhos e tijolos. A arquitetura O edifício característico da arquitetura mesopotâmica é o zigurate. Era uma construção em forma de torre, composta de sucessivos terraços (sete ) e acima um pequeno templo, que era usado para observar o céu. A pintura Na pintura os artistas se utilizavam de cores claras e reproduziam caçadas, batalhas e cenas da vida dos reis e dos deuses. tinha ausência das três dimensões, onde ignoravam a profundidade. Arte da antiga Suméria (sul da antiga Babilónia, hoje sul do Iraque), teve lugar no local onde se desenvolveu uma civilização de cidades-Estados durante o III milénio a.C.. Os sumérios apresentaram uma das mais ricas e variadas tradições artísticas do mundo antigo, a base sobre a qual se desenvolveu a arte dos assírios e babilônios. Grande parte do que conhecemos da arte suméria procede das escavações das cidades de Ur e Erech. O aspecto dominante da arquitetura das grandes cidades era o templo-torre (zigurate). As fachadas com colunas tinham decoração de lápis-lazúli, conchas e madrepérola. Também eram produzidas jóias do mais delicado trabalho em ouro e prata, esculturas de cobre, cerâmica, gravuras e selos. Os sumérios trabalhavam bem a pedra e a madeira, e foram pioneiros na utilização de veículos com rodas. A invenção da escrita é atribuída aos Sumérios. Eles escreviam na argila mole com o auxílio de pontas de vime. O traço deixado por essas pontas tem a forma de cunha (V), daí o nome de " escrita cuneiforme" . Com cilindros de barro, os mesopotâmicos faziam seus contratos , enquanto no Egito se usava o papiro. Em 1986, foi descoberta por arqueólogos, perto de Bagdá, Capital do Iraque, uma das mais antigas bibliotecas do mundo, datada do século X - A.C.. A biblioteca continha cerca de 150.000 tijolos de argila com inscrições sumerianas. A literatura caracterizava-se pelos poemas religiosos e de aventura. Estátuas de Gudeia, Principie de Lagash, cerca de 2130 a. C. Dur-Untash, ou Choqa Zanbil, construído no séc. 13 a.C. por Untash Napirisha e localizado perto de Susa, Irão é um dos mais preservados zigurates do mundo. Zigurate de Ur Arte suméria A partir de 4000 a.C. na zona de confluência do rio Tigre com o rio Eufrates. - - Palácios, templos (zigurate), câmaras funerárias (abóbada e arco). - Adobe, madeira, tijolo colorido para decoração. - Figuras religiosas de alabastro (hierarquia por altura e tamanho dos olhos). - Formas geométricas e esquemáticas baseadas no cone e no cilindro. - Influência na arte da Assíria e da Babilônia. Arte da Assíria A arte da Assíria, desenvolveu-se no reino (situado onde hoje está o Iraque) que estabeleceu um dos maiores impérios do antigo Próximo Oriente. No início de sua história, os assírios parecem ter sido dominados pelas civilizações mais poderosas da Babilónia e da Suméria. O império alcançou seu apogeu no governo de Senaqueribe (705-681 a.C.), que reconstruiu a antiga Nínive, trazendo água das montanhas para dentro da cidade através de um elaborado sistema de canais, e criando uma rede de ruas e praças. As escavações comprovam que as construções eram grandiosas e fartamente adornadas com pinturas e esculturas. Apenas fragmentos das pinturas foram preservados, mas uma considerável quantidade de esculturas sobrevive. Os assírios foram um povo guerreiro e na arte dedicaram-se a glorificar os seus reis e exércitos; o tipo de trabalho mais característico era uma sequência de painéis de pedra esculpidos com baixos-relevos representando cenas militares ou de caça. Este tipo de relevo narrativo, disposto em torno de salões governamentais ou pátios, é uma invenção assíria e constitui a sua maior contribuição para o mundo da arte. A outra forma específica de escultura assíria era o Lamassu, um colossal animal alado, com cabeça humana, utilizado aos pares para flanquear a entrada de palácios. A civilização assíria sucumbiu quando sua capital, Nínive, foi capturada pelos babilónios e medas em 612 a.C. Palácio de Khorsabad - Nínive capital da Assíria Baixo-relevo originalmente colocado à entrada do palácio Dur Sharrukin. Baixo-relevo assírio. Assurbanipal (668-629 aC) numa caça aos leões. Arte Assíria Inicialmente na zona norte do rio Tigre, posteriormente estende-se a império de grandes dimensões. Auge entre c. 1000 e 612 a.C.. - - Templos e zigurates monumentais. Tijolo, também pedra nas entradas das cidades e salas. - Escultura monumental (demónios guardiães), baixo-relevo narrativo em grande escala. - Influência da arte da Suméria. A arte da Babilônia desenvolveu-se no reino antigo do Oriente Próximo; sua capital era Babilónia, cujas ruínas estão próximas da cidade de Al Hillah, no Iraque. Provavelmente, a cidade foi fundada no IV milénio a.C., tornando-se o centro de um vasto império no século 18 a.C., sob o reinado de Hamurabi. O povo babilónio mais antigo era herdeiro direto da civilização suméria, que inspirou a arte da sua primeira dinastia. A partir do século 17 a.C., a Babilónia foi dominada por outros povos e de 722 a 626 a.C.. esteve sob o controle da Assíria. A Babilónia atingiu seu período de apogeu e prestígio depois de ter colaborado para a derrota dos assírios. Nabucodonosor II, cujo reinado se estendeu de 605 a 562 a.C., reconstruiu a capital como uma das maiores cidades da Antiguidade e foi, provavelmente, o responsável pelos famosos jardins suspensos da Babilónia, dispostos de forma engenhosa em terraços elevados, irrigados por canais provenientes do rio Eufrates. A melhor visão do esplendor da arquitectura babilónica pode ser obtida através da Porta de Ishtar (575 a.C.) uma luxuosa estrutura de tijolos esmaltados reconstruída no Museu Staatliche, na antiga Berlim Oriental.