Vacinas e Imunização

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Vacinas e Imunização
Profa. M. Fernanda
Cristóvão
Imunidade : é o estado de resistência geralmente
associado à presença de anticorpos que possuem
ação específica sobre o microorganismo responsável
por determinada doença infecciosa ou suas toxinas.




Imunidade natural passiva (adquirida de forma
natural AC maternos, leite materno)  temporária
Imunidade natural ativa (doença infecciosa ou
subclínica)  duradoura
Imunidade artificial passiva ( soros que contém
imunoglobulinas humanas ou heterólogas) 
temporária
Imunidade artificial ativa  vacinas  duradoura
Vacinas
Histórico:
 1796
Edward Jenner  vacina contra varíola
 1885
Louis Pasteur  vacina anti-rábica
 1920
vacina anti-diftérica e anti-tuberculose
 1930
vacina anti-tetânica
 1950-1960
vacina anti-coqueluche
 1980
vacina contra hepatite B
No Brasil existem ações de vacinação desde o final do
sec.XIX (varíola febre amarela, tuberculose), no
entanto eram esporádicas e atingiam apenas algumas
regiões.
Programa Nacional de Imunização
(PNI)


-
-
Criado em 1973 pelo Ministério da
Saúde, art.26/Decreto 78.231.
Baseado:
Características epidemiológicas das
doenças;
Característica da vacina;
Recursos disponíveis.
Vacinas e Imunização
PNI Programa Nacional de Imunização
Objetivo: Diminuir a mortalidade causada pelas
doenças previníveis por imunização. Estabelecer
normas, baseadas no comportamento
epidemiológico das doenças e nos conhecimento
tecnico-científico.
Vacinas e Imunização
Competência do PNI:
 Implantar e implementar as ações do
Programa, relacionadas com a vacinação de
caráter obrigatório.
 Estabelecer critérios e prestar apoio técnico e
financeiro à elaboração, implantação e
implementação do programa de vacinação
 Estabelecer normas básicas para a execução
da vacinação
 Supervisionar e avaliar a execução das
vacinações no território Nacional.
Vacinas e Imunização



O PNI na instância nacional é de
responsabilidade do Ministério da Saúde.
A responsabilidade pelo PNI nos estados e
nos municípios e das Secretarias de
Saúde.
O PNI estabelece como obrigatória e de
sua responsabilidade as seguintes
vacinações: poliomielite,sarampo, difteria,
coqueluche, tuberculose, rubéola,
caxumba, hepatite B, febre amarela,
raiva, haemophilus influenzae tipo B e
rotavírus.
PNI - Considerações

34 anos de funcionamento (2007);

1978 - 40% das crianças eram vacinadas


1999 - 94,7%; das eram vacinadas
dias nacionais de vacinação contra poliomiete em
1980 foi recomendada pela (opas ) e adotada por
diversos países

18 anos sem registro de paralisia infantil (2007);

1994 O Brasil recebe da OMS o certificado de
eliminação da poliomielite.
PNI - Considerações



Outras doenças estão controladas nas
suas formas mais graves.
Oferta de novas vacinas
Centros de Referência para
Imunobiológicos Especiais (CRIE).
Vacinas e Imunização
PNI – Estratégia para vacinação

VACINA ROTINA

CAMPANHA

BLOQUEIO ( surtos ou epidemias) .
PNI – Estrutura Técnico
Administrativa






PRODUÇÃO DE IMUNOBIOLÓGICO;
CONTROLE DE QUALIDADE;
ARMANEZAMENTO-DISTRIBUIÇÃOCADEIA DE FRIO;
REDES DE SERVIÇOS;
DEFINIÇÃO ESTRATÉGICA;
AVALIAÇÃO.
PNI – Avaliação do Programa de
Imunização



VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA;
INDICE DE MORBIDADE E
MORTALIDADE;
COBERTURA VACINAL.
Vacinas


Vacina é um produto farmacêutico que
contém agentes imunizantes capazes de
induzir imunização ativa
Os agentes imunizantes que compõem as
vacinas podem ser:
 vírus vivo atenuado  vírus
inativados
 bactéria viva atenuada  bactéria
inativada
 componentes purificados e/ou
modificados dos agentes causadores das
doenças contra as quais a vacina é
dirigida.
Vacinas
Além dos agentes imunizantes as vacinas
contém :
 líquido de suspensão
 conservantes, estabilizadores e
antibióticos, são incluídos na preparação
para evitar o crescimento de bactérias e
fungos
 Adjuvantes são substâncias utilizadas para
aumentar e prolongar o poder
imunogênico dos agentes imunizantes, o
mais usado é o hidróxido de alumínio.
Vacinas
Origem dos produtos Padronização da OMS - Cepas

Laboratórios Nacionais: ( Butantan,
Biomanguinhos/FIOCRUZ, Ataulpho Paiva,
Tecpar)
 Laboratórios Internacionais : Aventis Pasteur,
Merck Sharp&Dohme, GlaxoSmithkline)
Controle de qualidade : no Brasil cada lote de
vacina, além de ser testado pelo laboratório
produtor, antes de liberado para os serviços
será analisado pelo INCQS (Instituto Nacional
de Controle em Qualidade em Saúde) do
Ministério da Saúde

Vacinas
Associação de Vacinas:
 Combinada: dois ou mais agentes na
mesma apresentação
 Simultânea: várias vacinas aplicadas em
vias diferentes
 A administração de vários agentes
imunizantes em um mesmo dia não
aumenta a ocorrência de evento adverso e
nem compromete o poder imunogênico
que cada agente possui.
Vacinas
Contra indicações
As vacinas de vírus vivo atenuado ou
bactéria atenuada não devem serem
usadas na presença de:
 Imunodeficiência congênita ou adquirida
 neoplasias malignas
 uso de corticosteróide em doses altas(
equivalente a 2 mg/kg/dia para crianças, ou
20 mg/kg/ para adultos) ou tratamento com
terapêuticas imunossupressoras (radioterapia,
quimioterapia, etc)
 gravidez não usar vacinas de vírus vivo
atenuado ou bactéria atenuada.
Situações em que se recomenda o
adiamento da vacinação:



Até 3 meses após o tratamento com
imunossupressores ou com corticóides em
dose altas.
Administração de sangue e derivados ou
imunoglobulinas.
Durante a evolução de doenças agudas
febris graves, sobretudo para que seus
sinais e sintomas não sejam confundidos
com possíveis efeitos adversos das
vacinas.
Falsas contra-indicações
Muitas vezes crianças e adultos deixam de
ser vacinados, por uma série de razões
levantadas por profissionais de saúde ou
por leigos, são razões sem fundamentação
científica. As principais falsas contraindicações são:
 Afecções comuns como doenças infecciosas
ou alérgicas com tosse coriza; diarréia leve
ou moderada, doenças de pele.
 História e/ou diagnóstico clínico pregressos
de doenças para a qual se esta querendo
vacinar.
Falsas contra-indicações :








Desnutrição
Uso de qualquer antimicrobiano
Vacinação contra a raiva.
Doença neurológica estável
Prematuridade ou baixo peso ao nascer
Alergias (exceto as relacionadas com os
componentes da vacina)
Tratamento com corticosteróides em
baixas doses ou de curta duração.
Internação hospitalar
Eventos adversos
Manifestações leves e esperadas (febre, dor)
Manifestações graves ( choque anafilático,
comprometimento neurológico ou
sistêmico) raramente ocorre.
Os eventos vão depender de :
 características do produto
 características do indivíduo
 modo de aplicação
Sistema de Investigação de eventos
adversos pós-imunização, desde 1984 CVE
Situações especiais :
Infecção pelo vírus da imunodeficiência
humana
 (HIV) - crianças poderão receber todas as
vacinas
- adultos não se recomenda o BCG

Síndrome da imunodeficiência humana
(AIDS) - não usar o BCG e entre a vacinas
virais dar preferência para as inativadas as demais vacinas poderão ser usadas.
Campanhas
Surtos/epidemias.
Calendário de Vacinação
Programa Estadual de Imunização S P , 2007
Ao nascer
BCG-ID, HEPATITE B
1 MÊS
HEPATITE B
2 MESES
Polio, TETRAVALENTE + Rotavírus
4 MESES
Polio,, TETRAVALENTE + Rotavírus
6 MESES
Polio,, TETRAVALENTE, HEPATITE B
9 MESES
FEBRE AMARELA *
12 MESES
TRÍPLICE VIRAL(sarampo caxumba rubéola)
15 MESES
DPT, Polio,
4 - 6 ANOS
, DTP, Polio, , SCR(Triplice viral)
*nas
*nas áreas
áreas de
de risco
risco
Vacina BCG – Bacilo de Calmette
& Guérin contra Tuberculose
Vacina contra a Tuberculose :
BCG





vacina liofilizada, Mycobacterium
bovis,atenuado
Idade: a partir do nascimento
Dose: 0,1 ml
Via de aplicação : intradérmica - inserção
inferior do deltóide direito.
Contra-indicação: Além das gerais esta
contra indicado na presença de afecções
dermatológicas extensas, crianças com
peso inferior a 2000g, HIV em adultos e
AIDS.
Vacina contra a Tuberculose : BCG





Evolução da reação
vacinal esperada :
nódulo, úlcera, crosta
( 6 a 10 semanas)
cicatriz ;
Se não formar cicatriz
após 6 meses,
revacinar;
Conservação : 2 a 8º
C - não pode ser
congelada;
Após diluição usar por
até 6 horas ;
BCG percutâneo ( não
indicado pela OMS).
Vacina anti - hepatite B




composição: antígeno de superfície do
vírus/engenharia genética.
Idade : a partir do nascimento.
Dose : depende do laboratório produtor
0,5 ml (5 ou 10 microg.) para menores
de 20 anos
1,0 ml (10 ou 20 microg.) para maiores
de 20 anos.
Via de aplicação ; IM - vasto lateral da
coxa ou deltóide, não aplicar no glúteo.
Vacina anti-hepatite B








Esquema padrão:
0
1
6
primeira dose - ao nascer
segunda dose - c/ 1 mês de idade
terceira dose - c/ 6 meses de
idade
intervalos mínimos:
1º dose e 2º dose: 4 semanas ( 1
mês)
2º dose e 3º dose: 2 meses
em caso de atraso não há
necessidade de reinício do esquema
Vacina anti-hepatite-B







Esquema para criança que recebem a
1ª dose com menos de 2 Kg
0 - 1 -2 - 6
Esquema renal crônico
0 - 1 - 2 - 12 com dose em dobro
para a idade
Contra indicação:choque anafilático em
aplicação anterior
Conservação: 2 º C a 8 º C
Validade: depois de aberto até o fim
do frasco
Vacina contra a Poliomielite
Vacina contra a Poliomielite
(vírus vivo atenuado)











Idade: a partir de 2 meses
Doses/intervalos: 3 doses c/ intervalo de 2 meses
Reforços: 1º : - 15 meses
2º: 4 ou 6 anos de idade
Via de aplicação: oral 2 gotas / não suspender
alimentação
Contra indicações:Gerais + diarréia/vômito intensos
Cuidados:Não contaminar o recipiente
Nº de gotas depende do laboratório
regurgitação/vômito:reaplicar (15 min)
frasco aberto: 1 semana de uso
congelamento não altera
Tetra (DTP +Hib)
Vacina contra a difteria, tétano, coqueluche e
haemophilus influenza tipo b
 Composição associação: toxóide diftérico e
toxóide tetânico Bordetella pertussis
inativado e haemophilus influenza tipo b
 Idade:2 meses até 1 ano
 Doses/intervalos: três doses/ 60 dias (mínimo



30)
Via
IM Vasto lateral da coxa
Reforços: 1º: uma dose 6 a 12 meses após o
básico - 15 meses c/ DPT
2º: 5 ou 6 anos de idade c /DPT a
cada 10 anos (dT)
Tetra (DTP +Hib)









Via de aplicação: IM vasto lateral da coxa
Contra indicações:quadro neurológico em
atividade
1) convulsões até 72 h após vacinação
2) colapso circulatório/síndrome hipotônica
até 48 h após vacinação
3) encefalopatia nos primeiros 7 dias após
vacinação
* 1,2 : DTPacelular (notificação)
convulsão/febre: antitérmico intervalos
regulares
Conservação: 2 a 8 ºC / congelamento inativa
frascos multidoses s/contaminação/até
validade
A vacina contra o Rotavírus





É uma vacina oral atenuada monovalente.
O frasco com o produto liofilizado e aplicador
com o diluente devem ser conservados entre
+ 2ºC e + 8ºC . A VACINA NÃO DEVE SER
CONGELADA.
Após a reconstituição a vacina deve ser
aplicada de imediato.
Se por algum motivo não for possível aplicar
a vacina de imediato ela poderá ser em 24
horas desde não haja contaminação e
conservada entre + 2ºC e + 8ºC
Se a criança regurgitar ou vomitar após a
vacinação NÃO REVACINAR
ESQUEMA DE ADMINISTRAÇÃO

Aos 2 e 4 meses de idade
• No calendário juntamente com Tetravalente
e OPV



PRIMEIRA DOSE
• Idade mínima – 1m e 15d (6 semanas)
• Idade máxima – 3m e 15d (14 semanas)
SEGUNDA DOSE
• Idade mínima – 3m e 15d (14 semanas)
• Idade máxima – 5m e 15d (24 semanas)
INTERVALO MÍNIMO ENTRE AS DOSES
• 4 SEMANAS
CONTRA-INDICAÇÕES






Reação alérgica grave aos componentes
da vacina ou em dose anterior.
Doença imunossupressora.
Uso de corticosteróides e outras terapias
imunossupressoras.
Doença gastrointestinal crônica.
Mal-formação congênita do trato
digestivo.
História prévia de intussuscepção (invaginação).
Não está contra-indicada a vacinação de lactentes que
convivem com pessoas imunodeprimidas e gestantes
Apresentação da Vacina Humana contra
Rotavírus da GSK
- monodose / liofilizada Frasco
Tampa plástica removível
+
Dispositivo de
transferência
Seringa
+
Intussuscepção
Porque não aplicar a vacina
fora da idade preconizada


A vacina não deve ser aplicada de forma
alguma fora da idade,
Em estudos realizados com novas vacinas
contra o rotavirus, observou-se risco
aumentado intussuscepção (invaginação
intestinal) quando a vacina é aplicada fora
da idade.
SCR (sarampo caxumba rúbeola)
(vírus vivo atenuado)

Idade: a partir de 12 meses
Doses: 1ª aos 12 meses 2ª aos 4 ou 6 nos ( junto
c/ o reforço pólio e DPT)
Via de administração: subcutânea 0,5 ml
Contra indicações:
- manifestações anafiláticas após ingestão de
ovo
- uso de Imunoglobulinas, derivados de
sangue
- Evitar gravidez 30 dias após vacinação

Conservação: 2º a 8º C - após diluída 8h






CASOS CONFIRMADOS DE MENINGITES PÓS CAXUMBA , ESTADO DE S.PAULO ,
1988 A 2003
1200
NÚMERO DE CASOS
1000
SCR
800
600
400
200
0
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
ANO
FONTE : DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO RESPIRATÓRIA / CVE. DADOS
EM 26/01/2004
1998
1999
2000
2001
2002
2003
SARAMPO
DTP( difteria tétano e coqueluche)
Associação: toxóide diftérico bordetella
pertussis inativada e toxóide tetânico
 Idade a partir de 1 ano até 6 anos e 11 meses
 Doses/intervalos:três doses/ 60 dias (mínimo
30).

As crianças que não receberam nenhuma dose
ou fizeram esquema básico incompleto de Tetra
quando tinham menos de 12 meses devem
receber apenas 1 dose de Tetra e completar o
esquema com DPT
 Reforços: 1º: uma dose 6 a 12 meses após o
básico
2º: 5 ou 6 anos de idade
a cada 10 anos reforço com dT - dupla adulto)

DIFTERIA
Febre Amarela
(VÍRUS VIVO ATENUADO)









Idade: região endêmica (no calendário aos 9
meses)
viagem
Proteção:
8º a 10º dia após vacinação
Dose:
única
Reforço: a cada 10 anos
Via de administração: subcutânea 0,5 ml
Contra indicações:
- manifestações anafiláticas após ingestão de ovo
- gravidez
Conservação: 2 a 8ºC - após diluída 4 h
Dupla Adulto (difteria e tétano- dT)
(toxóide)





dT: 7 anos ou mais ( verificar situação vacinal
anterior) TT (Toxóide anti-tetânico): sómente na
falta de Dt
3 doses intervalos 2 meses entre a 1ª e a 2ª e 6
meses da 2ª para a 3ª dose
reforço a cada dez anos.
Via IM dose 0,5ml
Em caso de ferimento verificar a situação vacinal
anterior e tipo de ferimento
Profilaxia do Tétano
História de
imunização
Ferimento limpo e superficial
vacina
Imunização
passiva
vacina
Imunização
passiva
sim
não
Sim
Sim
Ultima dose
há menos 5
anos
não
não
não
não
Ultima dose
entre 5 e 10
anos
não
não
sim
não
Ultima dose
há mais de 10
anos
sim
não
sim
Não
Incerta ou
menos que 3
doses
3 doses ou
mais
Vacinação gestante com dT

GESTANTE: profilaxia de tétano neonatal

Intervalo/dose: 3 doses a partir do 2º trimestre,
sendo : 2 doses c/ intervalo de 2 meses (mínimo de
1 mês), e a 3º dose: seis meses após a 2º dose
Gestante vacinada : verificar se há 3 doses, caso
a última dose tenha sido há mais de 5 anos, aplicar
apenas 1 dose de reforço e agendamento para 10
anos
Gestante com esquema anterior incompleto,
completar o esquema e agendar para 10 anos.


Dupla Adulto (difteria e tétano- dT)
(toxóide)





dT: 7 anos ou mais ( verificar situação vacinal
anterior) TT (Toxóide anti-tetânico): sómente na
falta de Dt
3 doses intervalos 2 meses entre a 1ª e a 2ª e 6
meses da 2ª para a 3ª dose
reforço a cada dez anos.
Via IM dose 0,5ml
Em caso de ferimento verificar a situação vacinal
anterior e tipo de ferimento
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