RECORTES SOBRE DESENVOLVIMENTO E MOVIMENTO DE RENOVAÇÃO DA GEOGRAFIA Ricardo Santos de Almeida1 [email protected] O pensamento geográfico surge através dos conhecimentos obtidos através das observações nas estações do ano, áreas fluviais e costeiras onde pode-se obter com facilidade alimento e relações comerciais, a fauna, flora das regiões, movimentação da Terra e seu clima, além da realidade socioeconômica da sociedade contemporânea, pensamentos estes surgidos com os povos gregos, romanos, árabes, nórticos, dentre outros. Sendo na Alemanha consolidada como ciência, a mais nova. Fundador da corrente majoritária no pensamento geográfico e da Escola Francesa de Geografia, Paul Vidal de La Blache, tendo após suas formulações o núcleo central da Geografia constituído, influenciando discípulos que desenvolvem suas propostas as incorporando em suas formulações mantendo sua essência, criando a doutrina possibilista, levando a França ao eixo da discussão geográfica. Enquanto E. Demartonne escreve uma Geografia Física, outros as aproveitam e desenvolvem propostas próprias como J. Brunhes, escritor da Geografia Humana, classificando positivamente os fatos geográficos em “ocupação produtiva do solo”, “conquista vegetal e animal” e “ocupação destrutiva”. Outros desenvolveram estudos específicos como A. Demangeon conceituando o “meio geográfico” o diferenciando do “meio físico” enfatizando relações humanas e problemas econômicos. Outros aceitaram os fundamentos possibilistas causando polêmicas, onde a Geografia Humana deveria analisar a ação e interação entre homem e ambiente. H. Bauling, R. Blanchard e J. Sion enfatizaram especificamente a Geografia Histórica, comércio e relações internacionais. Vidal planejou a Geografia Universal analisando a região, além de um simples elemento de pesquisa, onde o geógrafo a delimita, descreve e explica, tornando a Geografia como identificação das regiões do globo, a humanizando, e essa idéia de Geografia Regional Graduado em Gestão de Pequenas e Médias Empresas pela Faculdade Alagoana de Administração – FAA e Graduando Geografia Licenciatura, Instituto de Geografia, Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Federal de Alagoas IGDEMA-UFAL. 1 obedece a análise da região, seus aspectos físicos e socioeconômicos, tendo a Geografia Regional como principal desdobramento da proposta vidalina. Para HAESBAERT apud EDUARDO, 2006, “o território é um dos principais conceitos que tenta responder à problemática da relação entre a sociedade e seu espaço”, mas então o que seria território, este é um conjunto de paisagens, que caracterizam os objetos visíveis e invisíveis, e que também constituem as relações entre homens, com necessidades de habitação e alimentação, à natureza, não sendo apenas o solo, como propõe Ratzel, mas seu uso e ocupação, não esquecendo que este foi o precursor do estudo do território. A renovação da Geografia ocorre devido a ruptura do tradicionalismo nos estudos e perspectivas, visando maior liberdade de conhecimentos, aperfeiçoamento e propostas, em especial a partir da década de 70, fazendo a crise da Geografia Tradicional se tornar benéfica, devido as mudanças na estrutura e base, tudo impulsionado em novos fatos ocorridos na contemporaneidade, como questões relativas ao estudo do Território e Estado, tendo suas discussões, rompendo assim com a Geografia Tradicional, tendo Hartshorne como um dos colaboradores para o movimento. Fatores como a evolução tecnológica, desenvolvimento do capitalismo, evolução do quadro agrário, o mundo e a economia, crise na linguagem e surgimento de novas denominações para palavras referentes as novas temáticas do cenário atual e a busca por novas técnicas, visam por um movimento de renovação da Geografia, que persiste na atualidade. Referências EDUARDO, Márcio F. Território, Trabalho e Poder: por uma geografia relacional. Disponível em: <http://www.campoterritorio.ig.ufu.br/include/getdoc.php?id=73&article=52&mode=pdf>. Acesso em: 26 mai. 2009. MORAES, Antônio Carlos Robert (Org.). Ratzel. In: Coleção Grandes Cientistas Sociais. São Paulo: Ática, 1990. p. 31-93. ______. Geografia Pequena História Crítica. São Paulo: Hucitec, 21ª ed., 2007. 130 p.