Principais Concepções e Abordagens em Geografia Política Clássica RESUMO a) Relações entre Estado, Território e Sociedade na abordagem original ou clássica. Similaridades entre o pensamento de Hobbes e de Ratzel sobre o Estado Moderno, o território e o poder. A Política Territorial dos Estados (interna e externa|). As escalas envolvidas pelo objeto (teórico e empírico) e na abordagem característica da geografia política; b) O processo universal: valorização em geral e relações de poder referidas ao território (valorização geopolítica). As limitações: dificuldades para gerar um pensamento teórico autônomo e universal em geografia política: a forte influência dos contextos político-territoriais, dos particularismos e das injunções do tempo e do lugar ou dos projetos de nação e de estado nacional sobre as concepções, as teorias e as abordagens. A geografia política acadêmica como “ciência” e a geopolítica como aplicação, conhecimento utilitarista/pragmático ou, no limite, ideologia; c) A forte influência do naturalismo e do determinismo no pensamento clássico da geografia política. A importância das características físicobióticas e dos recursos naturais dos territórios nacionais. Distinções entre as concepções do romantismo/idealismo da filosofia alemã e do iluminismo/liberalismo da filosofia franco/americana nas teorias e abordagens geopolíticas clássicas sobre sociedade, território, estado, nação, cultura nacional, movimentos nacionais, conflitos e guerras; d) Conceitos fundadores do pensamento clássico: o território enquanto base material e fonte do poder dos estados nacionais soberanos. As fronteiras enquanto delimitação da soberania nacional. O território como produto de processos de apropriação, domínio, controle e gestão. A obsessão frente aos riscos da desagregação (movimentos centrífugos) e o esforço permanente em torno da coesão territorial (movimentos centrípetos): unidade nacional enquanto unidade territorial; e) As estratégias especificamente geopolíticas de controle sobre o território e o estado nacional. As estruturas de circulação e a logística como expressões de geopolíticas pretéritas nos processos de formação territorial. Expansionismo, poder militar e agressão externa: as guerras na era dos estados modernos, suas causas e conseqüências; o emprego da violência, a espoliação e a opressão; a submissão da 1 economia, das populações, da vida social política e cultural e da ciência & tecnologia aos estados nacionais; f) F. RATZEL: Trajetória científica nos contextos da Alemanha e da geografia. A influência do processo de unificação nacional; o sentimento de “inferioridade” frente aos rivais europeus; o pan-germanismo e a questão nacional; a dimensão territorial do estado, o estado como “organismo espiritual e moral”, o sentido de coesão nacional: raça, língua e territórios comuns. A importância da geografia política para as relações internacionais e a Diplomacia. e de poder. A obsessão pela coesão interna e a defesa das fronteiras nacionais. O território como fonte de progresso material e a idéia geral de que “espaço é poder”. O conceito de “espaço vital” e a sua instrumentalização posterior. A guerra como instrumento legítimo para a preservação do poder dos estados nacionais e para solucionar contenciosos territoriais; g) C. VALLAUX: O anti-germanismo do ambiente intelectual francês; a Geografia Humana francesa; a influência do historicismo de V. de La Blache; a geografia como ciência social. Fortes críticas à influência do naturalismo nas ciências sociais (separação e não unidade entre a natureza e a sociedade); rejeição às concepções romântico/idealistas sobre cultura nacional e território e à noção de espaço absoluto e de espaço vital de Ratzel, tomadas como bases teóricas fundamentais do expansionismo alemão. A noção de particularidade histórica na construção das nações e dos estados: estes são antes de tudo produtos da história e constructos políticos. Crítica ao determinismo econômico. Para ele, mais importante que a dimensão dos territórios é a sua articulação interna. Também defende que é preciso reconhecer a relevância do valor político (ou estratégico) dos territórios. 2