SEL 329 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA Transformadores Transformadores Transformadores são utilizados para transferir energia elétrica entre diferentes circuitos elétricos por meio de um campo magnético, usualmente com diferentes níveis de tensão. As principais aplicações dos transformadores são: • Adequar os níveis de tensão em sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. • Isolar eletricamente sistemas de controle e eletrônicos do circuito de potência principal (toda a energia é transferida somente através do campo magnético). • Realizar casamento de impedância de forma a maximizar a transferência de potência. • Evitar que a corrente contínua de um circuito elétrico seja transferida para o outro circuito elétrico. • Realizar medidas de tensão e corrente. • Etc Transformadores monofásicos Transformadores trifásicos Transformadores monofásico transformador utilizado em sistemas de distribuição Transformadores trifásico transformador utilizado em subestação de sistemas industriais Transformadores trifásico transformador utilizado em subestação de sistemas de distribuição (cerca de 3,5 metros de altura) Transformadores trifásico Corte em um transformador (bobinas, buchas, radiador) Transformadores trifásicos Transformadores Transformador utilizado para realizar casamento de impedância em circuito impresso. Transformador Ideal Transformadores secundário Primário v1 e1 e2 v2 Transformador Ideal v1 e1 e2 v2 Transformador ideal (sem perdas): • As resistências dos enrolamentos são desprezíveis • A permeabilidade do núcleo é muito grande (infinita) =? im =? (corrente de magnetização) Transformador Ideal v1 e1 e2 v2 Transformador ideal (sem perdas): • As resistências dos enrolamentos são desprezíveis • A permeabilidade do núcleo é muito grande (infinita) ≈ 0 (relutância) Im ≈ 0 (corrente de magnetização) Transformador Ideal v1 e1 e2 v2 - Não há dispersão do fluxo magnético (fluxo concentrado no núcleo) - Não há perdas no núcleo Transformador Ideal em Vazio (i2 = 0) e1 v1 e2 Desta forma, temos: d1 d v e N 1 1 1 dt dt v e d2 N d 2 2 2 dt dt v1 e1 N1 a v2 e2 N 2 (Relação de transformação) Em termos de fasores, tem-se: V1 E1 N1 a V2 E 2 N 2 v2 Transformador Ideal em Vazio (i2 = 0) V1 aV2 a<1 V2 > V1 transformador elevador a>1 V2 < V1 transformador abaixador Transformador Ideal com Carga (i2 0) v1 e1 e2 v2 A equação do circuito magnético de um transformador é dada por: N1i1 – N2i2 = Onde é a relutância do núcleo, como consideramos que o núcleo tem permeabilidade infinita, temo = l/(A) = 0. Assim, temos: N1i1 – N2i2 = 0 ou: N1i1 = N2i2 Transformador Ideal com Carga (i2 0) i1 N 2 1 i 2 N1 a Em termos fasoriais: I1 N 2 1 I 2 N1 a I2 I1 a Resumindo v1 e1 I1 V 1 e2 N2 I2 I2 N1 a N1 V 2 aV 2 N2 v2 Transformador Real Transformador Real -As resistências dos enrolamentos não são desprezíveis - A permeabilidade do núcleo é finita (portanto é necessário haver um corrente de magnetização não nula e a relutância do núcleo é diferente de zero) - Há dispersão do fluxo magnético - Há perdas no núcleo (por correntes parasitas e histerese) Transformador Real m i1 R1 R2 i 2 + v1(t) + e11 l1 l2 + e22 m fluxo mútuo produzido pelo efeito combinado das correntes do primário e do secundário l1 fluxo de dispersão do primário l2 fluxo de dispersão do secundário R1 resistência do enrolamento do primário R2 resistência do enrolamento do secundário Transformador Real Como a permeabilidade é finita (0) agora temos: fmm líquida cm N1i1 N 2 i2 m N1i1 N 2 i2 c O fluxo total concatenado pelo primário e secundário são respectivamente: 1 l1 m 2 l 2 m Sendo os fluxos concatenados com os enrolamentos do primário e secundário dados por 1 N11 2 N 2 2 Portanto, temos: d1 v R i e R i 11 11 11 1 dt v R i e R i d2 2 2 22 2 2 2 dt (1) Transformador Real Onde: d l 1 m dl 1 dm d1 e N N N 1 1 1 11 dt dt dt dt e d2 N d l 2 m N dl 2 N dm 22 2 2 2 dt dt dt dt (2) Podemos definir as indutâncias de dispersão dos enrolamentos (L=/i): Ll1 N1l1 i1 Ll 2 N 2l 2 i2 (3) Portanto, temos: l1 Ll1 i1 N1 l 2 Ll 2 i2 N2 E as fem induzidas pelo fluxo mútuo m como e1 N1 d m dt e2 N 2 d m dt (4) Transformador Real Substituindo-se (2), (3) e (4) em (1), temos dl1 dm v R i N N 11 1 1 1 dt dt v R i N dl 2 N dm 2 2 2 2 2 dt dt Portanto: d Ll1i1 e1 v R i N 1 11 1 dt N1 d Ll 2 i2 e2 v R i N 2 2 2 2 dt N 2 ou: d v R i L i1 e1 11 l1 1 dt v R i L d i e 2 2 l2 2 2 2 dt Transformador Real i1 Ll1 R1 R2 + + v1(t) e2 e1 Em fasores, temos: V1 R1I1 jLl1 I1 E1 V2 R2 I 2 jLl 2 I 2 E2 ou: V1 R1I1 jX l1I1 E1 V2 R2 I 2 jX l 2 I 2 E2 Definindo-se: Z1 = R1 + j Xl1 = impedância interna do primário Z2 = R2 + j Xl2 = impedância interna do secundário Ll2 i 2 Transformador Real Em fasores: V1 R1I1 jLl1 I1 E1 V2 R2 I 2 jLl 2 I 2 E2 V1 R1I1 jX l1I1 E1 V2 R2 I 2 jX l 2 I 2 E2 ou: Definindo-se: Z1 = R1 + j Xl1 = impedância interna do primário Z2 = R2 + j Xl2 = impedância interna do secundário Modelagem da corrente de magnetização e perdas por correntes parasitas A corrente no primário necessário com o secundário em aberto considera a parcela para produzir o fluxo mútuo m e parcela para incluir as perdas por correntes parasitas I1 = I m R1 R2 I 0 2= + v1(t) + e11 l1 l2 + e22 Corrente de Excitação Assim, a corrente de excitação pode ser representada por: I E1 Ic Im Rc Xm Onde: Rc representa as perdas no núcleo Xm reatância de magnetização (produz o fluxo mútuo, m) Sendo: E12 Rc Pc Xm E12 Qm Onde: Pc perdas no núcleo (ferro) em W Qm potência reativa necessária para produzir o fluxo mútuo em Var Considerando a corrente no secundário, i2 ≠ 0 m i1 R1 R2 i 2 + v1(t) + e11 l1 l2 + e22 A corrente do primário terá duas componentes: I1 I I '2 Onde: I '2 - componente de corrente da carga do primário (I2 refletida ao primário) I - componente de corrente de excitação que produz o fluxo mútuo Transformador Real Assim, tem-se o circuito equivalente final: I1 V1 X1 R1 I 2' Rc X m E1 R2 E2 X2 V2 O modelo final é igual ao transformador ideal mais as impedâncias externas representando as perdas. Assim, o circuito elétrico equivalente é dado por: Transformador Real X l1 I 2' R1 X l2 R2 I V1 I1 I2 Rc Xm E1 E2 V2 Circuito equivalente de um transformador de dois enrolamentos Transformador Real X l1 I1 V1 I 2' R1 R2 I Ic Im Rc Xm X l2 I2 E2 E1 V2 Refletindo as quantidades do secundário para o primário, temos: X l1 I1 V1 X l' 2 R2' R1 I Ic Rc Im Xm I 2' V2' V2 V2' aV2 ' I2 I 2 a R ' a 2 R 2 2 X l' 2 a 2 X l 2 Transformador Real: circuitos equivalentes simplificados Como a queda de tensão na resistência e na reatância do primário provocada pela componente de excitação do primário é pequena, o ramo de excitação (ramo em derivação) pode ser deslocado para a esquerda levando ao circuito aproximado da figura abaixo. ' R1 R2' X 1 X l 2 Req R1 R2' I V1 Ic Rc Im Xm I 2' V2' X eq X 1 X l' 2 O ramo de excitação também pode ser deslocado para a direita. O erro introduzido devido à ausência da queda de tensão causada pela corrente de excitação é desprezível para transformadores de alta potência visto que a corrente de excitação é menor que 5% da corrente nominal (plena carga) Esta simplificação é frequentemente utilizada na análise de desempenho do transformadores Transformador Real: circuitos equivalentes simplificados Uma simplificação ainda maior é obtida desprezando-se a corrente de excitação X 1 X l' 2 R1 R2' I1 V1 I2 I 2' a V2' Para transformadores de várias centenas de kVA ou mais, temos: Req << Xeq Assim, equivalente é dado por: X eq X 1 X l' 2 V1 I1 I2 I 2' a V2' Outros tópicos abordados Ensaios em um transformador monofásico Regulação de Tensão e Eficiência em um transformador Exemplo Problemas propostos do texto guia: Chapman, Stephen Junior. - Electric Machinery Fundamentals - (2005) 4.ed. McGraw-Hill/New York/usa (pag 146-147) Questões teóricas 2-1 2-3 2-5 2-7 2-8 Exercícios 2.2 2.3 2.6 2.7 2.8 Aula que vem: Autotransformador