SÉCULO XIX: A EXPANSÃO MUNDIAL CAPITALISTA Liberalismo e Nacionalismo A Segunda Revolução Industrial Unificação da Itália (1859 – 1870) Idade Antiga: Itália como centro do Império Romano, que dominou Europa, Ásia e África. Idade Média: Itália dividida em pequenos reinos devido às invasões bárbaras. Século XIX: Itália dividida em reinos, com domínio austríaco no Norte e francês no Centro e Sul. A proposta de Unificação partia da alta burguesia, que pretendia garantir um mercado interno cativo para fortalecer sua posição e poder concorrer no mercado externo; Dessa forma, a Unificação assume um caráter liberal; Essa idéia de Unificação trazia consigo um espírito nacionalista, atraindo outros grupos para o projeto; Surge assim o Risorgimento movimento que pretendia a Unificação e reunia vários políticos e intelectuais; Duas Idéias: Alta Burguesia: Queria uma monarquia partindo do reino mais forte da Península, o reino do Piemonte-Sardenha; Média Burguesia: Idéias republicanas de cunho democrático; Processo: O Reino de Lombardia-Veneza e os ducados de Parma, Módena e Toscana eram dominados pela Áustria; o Reino das Duas Sicílias (ou de Nápoles) era ligado à dinastia dos Bourbons (França); os Estados Pontifícios, à Igreja Católica; O Reino Sardo-Piemontês era o único livre e independente. Foi justamente este último reino que liderou o processo de unificação. Vítor Emanuel assumiu o trono do Reino Sardo-Piemontês e em 1852, nomeou Cavour como primeiroministro. 1848 – O Rei do Piemonte-Sardenha entra em guerra contra a Áustria impulsionando um sentimento nacionalista pela Península. A Áustria vence o conflito e mantém sua dominação sobre a região. Essa dominação havia sido conquistada no Congresso de Viena; Na década de 1850, o ministro Cavour lançouse no projeto unificador, buscando apoio de aliados poderosos, como a França de Napoleão III. Nesses embates, os italianos conquistaram a Lombardia, mas não conseguiram retomar Veneza. Nice e Savóia foram entregues aos franceses pelo apoio; Para conquistar os territórios ao Sul da Península, Cavour se uniu a Giuseppe Garibaldi. Ele e seus camisas vermelhas partiram para a Sicília e foram vencendo as tropas do Rei das duas Sicílias; A região de Veneza só foi anexada em 1866; A Itália só se sentiria completa quando tivesse Roma como capital, pois os estados papais ficaram foram da unificação. Somente em 1870 Vítor Emanuel II conseguiu ocupar os Estados papais, completando a unificação; Ocorreu a Questão Romana que só foi resolvida em 1929, quando Benito Mussolini criou o Estado do Vaticano pelo Tratado de Latrão. Unificação da Alemanha A No lugar do Sacro Império Germânico, em meados do século XIX existia a Confederação Germânica. Os principais Estados da Confederação eram a Áustria e a Prússia. Essa última pretendia a Unificação dos Estados Germânicos, com exceção da Áustria, que se opunha a esse projeto. Mesmo fragmentada a região alcançava crescimento econômico devido, em grande parte ao Zollverein (liga aduaneira criada pela Prússia em 1834) Processo Ao Assumir o trono da Prússia em 1862, Guilherme I nomeou Bismark como ministro prussiano, este era favorável a uma monarquia centralizada. Bismark manteve uma política externa voltada para a ocupação das regiões alemãs e para o combate à Áustria. Por isso em 1866 ele iniciou a guerra Austro-prussiana, e a Prússia saiu vitoriosa unificando a região norte, criando a Confederação Germânica do Norte. Os Estados do Sul estavam fora da Confederação e permaneciam fiéis à Áustria. Bismark sabia que apenas uma guerra poderia unir as duas regiões. Essa oportunidade se efetivou justamente contra a França de Napoleão III, que se opunha à unificação alemã e temia a expansão prussiana. Em 1870, a França declarou guerra à Prússia, levando os Estados do sul à união com os do norte. A guerra franco-prussiana foi vencida pela Alemanha em 1871 e Guilherme I foi proclamado Imperador concretizando a unificação alemã. O governo de Guilherme I manteve características autoritárias, não incorporando os princípios liberais democráticos. Guerra contra a França A França se Opunha à Unificação dos Estados Germânicos, temendo pela sua hegemonia na Europa; Bismark queria uma guerra contra a França, porque sabia que suas condições militares eram favoráveis; A França pretendia dominar a Bélgica o que contrariava os interesses da Inglaterra; Contudo o motivo foi encontrado: Napoleão III se opôs à coroação de um Hohenzollern (dinastia dominante na Prússia) na Espanha. Bismark alterou o conteúdo de um telegrama do Rei prussiano ao Rei Francês dando-lhe um tom de insulto. Resultado: A França declarou guerra à Prussia; A vitória prussiana foi fulminante. A superioridade tecnológica militar e estrutural foi definitiva nos combates. Napoleão III tornou-se prisioneiro de Bismark. Sem forças para reagir, os franceses assinaram um armistício em 1871. A humilhação francesa foi completa: Os prussianos anexaram a AlsáciaLorena, desfilaram triunfalmente por Paris e proclamaram, em Versalhes, o II Reich. Tudo isso gerou nos franceses um forte sentimento de revanche. Comuna de Paris • Mobilização popular que toma o poder em Paris após a derrota e humilhação francesas para os alemães na guerra Franco-Prussiana (1870 – 1871); • Os membros da Comuna foram eleitos por sufrágio universal e eram trabalhadores ligados a ideais socialistas; • Enquanto o governo republicano tomava medidas para recuperar Paris, a Comuna adotava medidas favoráveis aos trabalhadores. • Com apoio alemão os republicanos recuperaram Paris e acabaram com a Comuna. 1ª experiência socialista. Capitalismo Monopolista Segunda Revolução Industrial: Alemanha: O apoio do Estado e o grande desenvolvimento industrial são marcas da Rev. Industrial na Alemanha; França: Processo mais lento devido à Rev. Francesa e às já desenvolvidas industrias de itens de luxo. O protecionismo foi fundamental para o desenvolvimento industrial na França, contudo dificuldades como falta de mão-de-obra e matérias-primas tornaram o processo francês mais lento. EUA: Teve seu impulso industrialista entre os anos de 1848 e 1865 (entre a vitória sobre o México e o fim da guerra de Secessão). Contudo foi após a guerra civil que os estadunidenses conseguiram desenvolver de forma extrema a sua indústria. Com o crescimento da população, o mercado interno consumia quase a totalidade da produção norte-americana. Japão: A intensificação no Japão situa-se com a Revolução Meiji, em 1868. a partir dessa revolução, há uma idéia de modernizar o Japão, visando a recuperação do poder por parte do Imperador, mas principalmente, ingressar no mercado internacional disputado por várias potências ocidentais. Na segunda Rev. Industrial o aço é a principal matéria-prima e a eletricidade é a força motriz; Os bens duráveis são os itens mais produzidos nessa fase; O petróleo será bem mais utilizado, tendo em vista o desenvolvimento da indústria automobilística; Outra característica dessa fase da Rev. Industrial é a construção e expansão da malha ferroviária européia e norte-americana. Truste: Grupo econômico que centraliza várias unidades produtivas. Horizontal: Várias empresas fabricam o mesmo produto; que Vertical: Uma empresa domina outras que desenvolvem etapas diferentes de um processo produtivo; Grande Depressão: Crise cíclica do Capitalismo, geralmente desencadeada pela falta de mercados ou por superprodução. Etapas do Capitalismo e suas crises: Cartel: Empresas independentes que repartem o mercado entre si, ditando os preços. Expansão: Aumento da produção e empregos Holding: Uma empresa que detêm o controle acionário de várias outras. Depressão: Menos empregos, menos dinheiro... Recessão: Diminuição da produção e desemprego Revitalização: Preços baixos, aumento das vendas. Imperialismo Divisão da África entre as potências européias – Conseqüências Imperialismo Século XIX Países industrializados Buscando Mercados Cativos e Fontes de Matérias Primas Inglaterra; França; Alemanha; África Itália; Bélgica; Ásia EUA; Japão. Neocolonialismo Etnocentrismo Resumo de Imperialismo O Imperialismo é a expansão de nações industrializadas que estão em busca de mercados novos, tendo em vista que cada vez mais suas produções são ampliadas e em contrapartida, os mercados ficam cada vez mais escassos. A política imperialista vislumbrou a África e a Ásia como regiões de novos mercados consumidores, onde o capital excedente poderia ser bem aplicado, tendo em vista essas áreas serem produtoras de diversas matérias-primas e oferecerem mão-de-obra barata, o que possibilitaria maiores lucros. A conquista de novas colônias gera o Neocolonialismo, desenvolvido basicamente na África e na Ásia. O Imperialismo é desenvolvido na América também, pois as novas nações americanas dependiam dos produtos dos países industrializados, sendo que não investiram nesse ramo da economia, mantendo os seus negócios muito semelhantes aos do tempo de colônias. Contudo a América não sofre com o Neocolonialismo. A partir das disputas entre as potências (disputas por mercados e por colônias) desenvolvem-se as rivalidades imperialistas. Contudo a exploração e a opressão exercida pelos europeus na África e na Ásia não acontece de forma passiva pelos nativos. Idéia de “fardo do homem Branco” A principal desculpa dos colonizadores europeus era a “missão civilizadora”, ou seja, levar aos “selvagens africanos” a cultura ocidental. Contudo, devido à competição por mercados entre as potências industrialistas européias, a conquista de mercados cativos era fundamental para escoar a crescente produção. Porém, nem na África ou na Ásia essa dominação foi pacífica. Disputas pela China: Guerra do Ópio (1841 – 1842) Tratado de Nanquim; -Entrega de Hong Kong para a Inglaterra: Os Ingleses vendiam Ópio para os chineses. O Ópio é uma droga que causa indolência (deixa o cara abobadão) e o governo chinês proibiu a venda desse produto na China. Devido à permanência do negócio, os chineses afundaram alguns navios britânicos carregados de Ópio. Como resposta, os ingleses invadiram a China e venceram os chineses, obrigando-os a aceitar a venda do Ópio na China e a abrir 5 portos do país ao comércio internacional. Somente em 1997 a região de Hong Kong retornaria ao controle Chinês - Ocupação de Pequim – 1860 – Tratado de Pequim; -Guerra dos Boxers (Nacionalistas Chineses) – 1900: Devido ao longo período de exploração estrangeira na China, os nacionalistas se revoltaram e tentaram expulsar os forasteiros do país, desenvolvendo encarniçada luta contra os ingleses, principalmente. Contudo são derrotados pelos exploradores aliados. Zonas de Influência na China Colonização da Índia Guerra dos Sipaios (Cipaios) – (1857 – 1859) | 1876 – Índia é incorporada ao Império Britânico Rainha Vitória – Imperatriz da Índia Conseqüências Movimentos contra a dominação Europeia Guerra dos Bôeres 1889 – 1902: Ingleses contra Colonos Holandeses Descoberta de diamantes Os ingleses dominavam a região do Cabo e Natal, ao sul da África, quando a Guerra dos Bôeres teve início na região de Orange e Transvaal, províncias independentes fundadas pelos holandeses. Quando ouro e diamantes forma encontradas em Johannesburgo, houve uma grande corrida populacional para a região em busca de riquezas. Com a descoberta dos diamantes, os ingleses passaram a disputar esses domínios com os holandeses que acabaram derrotados. Com a vitória inglesa, foi criada a União Sul-africana em 1910. EUA - Século XIX Expansão Japonesa Isolamento até 1864 – abertura forçada pelos EUA; Poder dos samurais = xogunato; Revolução Meiji – Era Meiji – Modernização; Expansionismo sobre a China; Dominação da Manchúria; Guerra contra a Rússia - 1905; Disputas hegemônicas com os EUA no Pacífico. Expansão para o Oeste – Compra de territórios e Guerra contra o México (1848); Doutrina Monroe e Destino Manifesto; Secessão – Uma guerra de irmãos; Vitória da Indústria Guerra contra a Espanha; América Latina e Ásia – Domínios de uma ex-colônia; Potência Industrial. A Inglaterra na Época do Imperialismo Desenvolvimento da classe trabalhadora e sua organização através da Trade-Unions (sindicatos); Movimentos operários: Ludismo: quebra-quebra de máquinas – os trabalhadores entendiam que as máquinas eram as responsáveis pelas péssimas condições de trabalho e pelos baixos salários que recebiam; Cartismo: exigência de ampliação da participação política na Inglaterra – os trabalhadores queriam que o voto fosse estendido para todos os homens; Liberalismo: Na Inglaterra a idéia norteadora da economia é a liberalista, tendo em vista ampliar as relações econômicas com outros países e garantir a expansão do seu próprio mercado. Geralmente a Inglaterra incentivava a importação de matérias-primas e a exportação de industrializados; A Inglaterra dominava, no século XIX, a produção de vários itens, como tecidos, por exemplo. Questão da Irlanda: A Irlanda é uma região que era controlada, há séculos, pela Inglaterra. Contudo essa situação desagradava os irlandeses, que empenham-se na emancipação, conquistada no início do século XX. A utilização de atos terroristas foi comum, inclusive após a independência de parte da Irlanda. Império: No século XIX a Inglaterra se expandiu e tornou-se o maior império colonial existente, desenvolvendo e fortalecendo cada vez mais sua indústria com essa realidade. Rivalidades Imperialistas Inglaterra X Alemanha: Disputas por mercados. A Alemanha estava desenvolvendo sua indústria de forma a superar a Inglaterra em vários mercados. França X Alemanha: A França tinha um forte sentimento revanchista contra a Alemanha desde a derrota na guerra Franco-Prussiana e, a partir dessa guerra, da perda da AlsáciaLorena. Rússia X Alemanha: A Rússia apoiava a expansão da Sérvia em direção às regiões habitadas por eslavos (Pan-eslavismo). Enquanto que a Alemanha apoiava o expansionismo austríaco (pangermanismo). Além disso, a Alemanha tinha o projeto de construir uma estrada de ferro ligando Berlim à Bagdá, que cruzaria os territórios pretendidos pela Sérvia, o que não foi visto com bons olhos por Rússia, França e Inglaterra. Áustria-Hungria X Itália: Disputavam territórios de língua italiana dominados pela Áustria. • Guerra nos Bálcãs: Devido ao enfraquecimento do Império Turco Otomano, países como Sérvia, Montenegro, Macedônia, Romênia, Bulgária, e a Grécia, haviam conquistado sua independência. Porém, outras regiões como a Bósnia Herzegovina, por exemplo, pertencente ao Império Turco, eram disputadas por Sérvia (já independente) e Áustria. Com a anexação da Bósnia pela Áustria, o problema foi ampliado.