Sinais e sintomas da criança com câncer

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SINAIS E SINTOMAS DA CRIANÇA COM
CÂNCER
ANDRÉ GARAVELO
COORDENAÇÃO: DRA. CARMEN LÍVIA
I N T E R N ATO P E D I AT R I A – U C B 2 / 2 0 1 6
W W W. PAU LO M A RG OT TO. C O M . B R
BRASÍLIA, 30 DE SETEMBRO DE 2016
UCB
42 anos de
Tradição e
Inovação!
INTRODUÇÃO
O câncer na infância é de difícil detecção;
Sinais e sintomas inespecíficos;
Início insidioso;
Assemelha-se com transtornos mais comuns;
O tempo de diagnóstico varia de 21 a 72 dias inicialmente
INTRODUÇÃO
Médicos iniciantes podem ficar relutantes em considerar o diagnóstico de câncer;
Pouca experiência com quadros cancerígenos;
Pais e familiares preocupam-se extremamente com o câncer;
Deve-se discutir a possibilidade de câncer caso os sinais e sintomas encaminhem-se
para esta conclusão.
INTRODUÇÃO
Tratamento ideal do câncer requer habilidade diagnóstica por parte do
médico;
Cuidados primários;
Encaminhamento precoce ao oncologista pediátrico;
Diagnóstico e tratamento precoce reduzem a morbidade e as complicações
relacionadas com o câncer
PANORAMA
Câncer infantil é raro, entretanto são a 4ª maior causa de mortalidade
infantil nos EUA e a 2ª no Brasil;
Meninos tem taxa de mortalidade > que meninas;
Adolescentes tem taxa de mortalidade > que crianças
PANORAMA
Sítios mais comuns:
 Sangue e medula óssea
 Cérebro
 Ossos
 Gânglios linfáticos
 Sistema nervoso
 Rins
 Tecidos moles
PANORAMA
Neoplasias mais frequentes na infância:
 leucemias (glóbulos brancos)
 tumores do sistema nervoso central e linfomas (sistema linfático)
 neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de
localização abdominal)
 tumor de Wilms (tumor renal)
 retinoblastoma (tumor da retina)
 tumor germinativo (tumor das células que vão dar origem às gônadas),
 osteossarcoma (tumor ósseo)
 sarcomas (tumores de partes moles).
PANORAMA
Taxa de sobrevivência em 5 anos:
 Variam de acordo com o sítio
 Chega a 80% considerando-se todos os tipos de câncer
 Tem aumentado nos últimos 15 anos
 Diminuição da taxa de mortalidade (34,2 ppm – 27,3 ppm entre 1990 e
2004)
Doenças malignas da infância, por serem predominantemente de natureza
embrionária, são constituídas de células indiferenciadas, o que determina, em
geral, uma melhor resposta aos métodos terapêuticos atuais.
PANORAMA
85% dos cânceres pediátricos estão associados a sinais e sintomas discutidos;
10 – 15% estão associados a sinais e sintomas incomuns e tem diagnósticos mais difíceis e
suas fases iniciais;
Atrasos no diagnóstico:
 Idade da criança (quanto mais velhas mais tardio o diagnóstico)
 Tipo de câncer
 Apresentação de sintomas
 Local do tumor
 Estágio do câncer
 Primeira especialidade a ser consultada
PANORAMA
Frequência do tipo de câncer X idade da criança
 Neuroblastoma e Tumor de Wilms: 0 – 4 anos
 Leucemia: 1- 4 anos
 Sarcoma Ewing, linfoma Hodgkin e câncer de tireóide: > 10 anos
PRINCÍPIOS GERAIS DE AVALIAÇÃO
História clínica detalhada:
 Ênfase na queixa principal
 Sintomas relacionados, pelo público em geral, ao câncer em adultos são incomuns
nas crianças
 Conhecimento do histórico médico e familiar
 Sobreviventes de determinados cânceres infantis, estão em risco para o
desenvolvimento de neoplasias secundárias
MNEMÔNICO AMERICAN CANCER SOCIETY
Continua, perda de peso inexplicada
Dores de cabeça com vômitos no período da manhã
Aumento do inchaço ou dor persistente nos ossos ou articulações, por vezes acompanhada
de claudicação
Nódulo ou massa no abdômen, pescoço, ou em outro lugar
Desenvolvimento de uma aparência esbranquiçada na pupila do olho ou súbitas alterações
na visão
Febres recorrentes não causada por infecções
Contusões excessiva ou sangramento (muitas vezes súbita)
Palidez perceptível ou cansaço prolongado
DISCUSSÃO
Mesmo com o diagnóstico feito por um médico generalista, é de extrema
importância que o acompanhamento e o tratamento sejam realizados por um
oncologista pediátrico;
A importância de realizar um diagnóstico correto e preciso e determinar a
extensão da doença antes da terapia começar, deve ser enfatizada para os
pais e a criança (quando em idade adequada) na avaliação inicial.
SINAIS E SINTOMAS COMUNS
O câncer infantil pode apresentar sinais e sintomas que são compartilhados por outras
doenças da infância;
Embora a avaliação para esses achados nem sempre exija uma avaliação para o câncer,
certas características associadas são preocupantes e merecem avaliação imediata de
malignidade;
Alguns resultados (massa abdominal ou mediastinal) são independentemente preocupantes e
também requerem avaliação e consulta imediata.
SINAIS E SINTOMAS
Sintomas constitucionais
 Fadiga
 Perda de peso
 Febre
 Achados comuns em crianças com câncer
FEBRE
Achado comum em crianças;
Correlacionada à infecções;
Quando investigar causa secundária?
 Não responde à terapia indicada
 Febre cíclica com períodos de febre e afebris entre 3 e 10 dias
 Febre recorrente ou não resolvida pode indicar uma neoplasia oculta
 Febre persistente  histiocitose de células de Langerhans, leucemia e sarcoma de Ewing
 Cerca de 2/3 das crianças com leucemia tem febre ao diagnóstico
FEBRE
Avaliação:
 Exame físico completo  linfadenopatia e hepatoesplenomegalia;
 Deve incluir hemograma completo com diferencial;
 Esfregaço de sangue periférico;
 Cultura de sangue;
 Radiografia de tórax.
FEBRE
Hemograma com diferencial e esfregaço de sangue periférico:
 presença de blastos em circulação, ou profunda neutropenia ou trombocitopenia
podem sugerir o diagnóstico de leucemia
Aspirado de medula óssea e biópsia:
 Confirmar ou excluir doenças malignas envolvendo a medula óssea
Radiografia de tórax:
 Pode revelar massa torácica
PERDA DE PESO
Maioria das perdas de peso isoladas associam-se a quadros não malignos
(desidratação, desnutrição, infecção);
Atentar-se para perda de peso concomitante a:
 Anemia
 Palidez
 Hematomas
 Dores no corpo
 Linfadenopatia
 Hepatoesplenomegalia
 Febres inexplicáveis
 Fadiga
DOR DE CABEÇA
Sintoma comum na prática pediátrica em geral;
Tumores intracranianos raramente causam dor de cabeça;
Quando se deve pensar em uma causa secundária?
dores de cabeça persistentes ou que pioram de intensidade
 associadas à vômitos ou dificuldades de coordenação

DOR DE CABEÇA
Avaliação (em crianças < de 10 anos é melhor obtida com a contribuição dos pais):
 Qual é a localização da dor de cabeça? Dores de cabeça causadas por tumores
intracranianos, muitas vezes são descritas como generalizadas ou occipitais
 Quanto tempo as dores de cabeça duram?
 Quando no decorrer do dia ocorrem as dores de cabeça?
 Quão grave são as dores de cabeça? (Esta medida pode ser aproximada perguntando-se
quantos dias de escola ou atividades a criança perdeu por causa da dor de cabeça.)
DOR DE CABEÇA
Avaliação:
 Existem eventos precipitantes?
 Como se inicia a dor de cabeça?
 Existem achados associados (sintomas visuais, aparência esbranquiçada na pupila
do olho, abaulamento do olho, olheiras, ptose palpebral, ou problemas
educacionais ou comportamentais)
DOR DE CABEÇA
Exame neurológico:
cuidadoso, incluindo fundoscopia
 parte importante da avaliação de crianças com dores de cabeça ou persistentes
graves

Neuroimagem:
 Principal modalidade de diagnóstico na avaliação de um possível tumor cerebral.
Fornecem frequentemente informações sobre a etiologia exata da lesão em massa,
e se um tumor maligno está presente
 São essenciais para o planejamento pré-operatório
LINFADENOPATIA
Queixa comum e achado físico em crianças;
O tamanho dos nódulos linfáticos normais em crianças varia amplamente já que
crianças são expostas a novos vírus e bactérias a todo momento;
A maioria das crianças tem palpável, pequena linfadenopatia cervical, axilar e
linfonodos inguinais em algum momento durante a infância;
Considerados aumentados:
 De forma geral se > 10 mm em seu maior diâmetro
 Gânglios Epitrocleares se > 5 mm
 Gânglios inguinais > 15 mm
Obs: Qualquer nódulo assintomática que é maior que 2,5 cm garante uma investigação mais
aprofundada e consideração cedo para biópsia excisional.
LINFADENOPATIA
Cânceres mais comuns relacionados à linfadenopatia:
 Em crianças menores de 6 anos:




neuroblastoma,
rabdomiossarcoma
linfoma não-Hodgkin
leucemia
 Em crianças de 7 a 13 anos:
 linfomas (tanto de Hodgkin e não-Hodgkin)
 Em crianças com mais de 13 anos:
 Linfoma de Hodgkin é o histológico mais comum
DOR ÓSSEA E NAS ARTICULAÇÕES
Sintoma precoce incomum de câncer, com exceção de leucemias e tumores
metastáticos;
Começa tipicamente como dor intermitente e aumenta a gravidade ao longo do
tempo, embora a dor associada com o sarcoma de Ewing podem desaparecer
espontaneamente durante semanas ou meses;
Sarcoma de Ewing e osteossarcoma são os dois tumores ósseos malignos mais comuns
em crianças, e dor óssea ocorre em 80 a 90 por cento dos casos, respectivamente;
DOR ÓSSEA E NAS ARTICULAÇÕES
Dor óssea está presente entre 21 – 33% dos casos de leucemia aguda;
Sintomas músculo-esqueléticos presentes em até 62% dos casos;
Cuidado para o diagnóstico diferencial com doenças reumatológicas;
Combinar achados clínicos e laboratoriais para fazer a diferenciação.
MASSAS MEDIASTINAIS
Crianças com massas mediastinais podem ser assintomáticas;
Entretanto podem apresentar:
 tosse
 falta de ar
 rouquidão ou pieira
 resultam da compressão ou envolvimento de estruturas adjacentes, extrínseca, como
o nervo laríngeo recorrente
MASSAS MEDIASTINAIS
Diferenciam-se de acordo com a porção mediastinal:
 mediastino anterior
 linfomas, timomas, teratomas, angiomas, lipomas, e tumores da tiroide
 mediastino médio
 linfoma, câncer metastático, lesões linfáticas relacionadas com infecções, doenças malignas que se estendem
diretamente do abdomen, cistos pericárdicos, cistos broncogênicos, lesões esofágicas e hérnias.
 mediastino posterior
 tumores neurogênicos, como neurofibromas, neuroblastomas, ganglioneuroblastomas, neurilemomas,
ganglioneuromas, cistos enterogenous, meningoceles torácicos e doenças malignas como o sarcoma de Ewing,
linfoma e rabdomiossarcoma
MASSAS MEDIASTINAIS
Avaliação:
 massas que são descobertos na radiografia e requerem investigação adicional
para estabelecer um diagnóstico de tumor
 TC e RM são as modalidades de imagem mais úteis, mas a tomografia, radiografia
baritada, fluoroscopia em ultrassonografia podem ocasionalmente serem
necessários.
MASSAS ABDOMINAIS
Um dos sinais de apresentação mais comuns de tumores sólidos malignos em
crianças;
Detectada por um membro da família ou prestador de cuidados de saúde
primários;
O sintoma de apresentação pode ser dor, vômitos, constipação ou menos
comumente, obstrução intestinal.
MASSAS ABDOMINAIS
Tumores abdominais mais comuns:
 Tumor de Wilms
 Neuroblastoma
Outros incluem:
 leucemia
 linfoma
 tumores hepáticos
 tumores do ovário
 sarcomas de tecidos moles
MASSAS ABDOMINAIS
Avaliação:
 A história deve se concentrar no trato geniturinário, porque massas abdominais em
lactentes e crianças jovens muitas vezes têm origem renal;
 O exame físico deve caracterizar a localização e extensão da massa abdominal. As
seguintes estruturas são normalmente palpáveis em crianças e às vezes são confundidas
com massas abdominais:






a borda fígado
baço
rins
aorta
cólon sigmóide
coluna vertebral
SANGRAMENTOS
Quando é o sinal inicial de câncer infantil, que normalmente é causado por
trombocitopenia, tem envolvimento neoplásico da medula óssea;
Pode estar relacionado com disfunção plaquetária causada pela
administração de AINEs, analgésicos e antitérmicos.
SANGRAMENTOS
Um episódio hemorrágico causado por uma coagulopatia geralmente acompanha:
leucemia promielocítica aguda, especialmente na presença de leucocitose
 leucemia linfoblástica aguda
 linfoma
 neuroblastoma

Quando uma criança apresenta hemorragias e trombocitopenia significativa, o
diagnóstico diferencial inclui malignidade (leucemia particularmente aguda),
infecções, e trombocitopenia imuno-mediada
SANGRAMENTOS
Avaliação:
 O diagnóstico geralmente requer um hemograma completo, contagem de
reticulócitos, contagem de plaquetas, e exame do esfregaço de sangue periférico;
 O exame da medula óssea pode ser necessária para estabelecer um diagnóstico
definitivo.
ESTABELECENDO O DIAGNÓSTICO
O tratamento para a doença maligna começa somente depois que o tumor foi
diagnosticado com precisão e a extensão da doença definida com precisão;
Técnicas de imagem não invasivas, como tomografia computadorizada,
ultrassonografia, ressonância magnética, tomografia por emissão de pósitrons (PET
scans) melhoraram a avaliação e estadiamento para o câncer;
No entanto, a confirmação histológica (isto é, biopsia de tecido) é o único meio
absolutos de diagnóstico definitivo.
ESTABELECENDO O DIAGNÓSTICO
Uma vez que há suspeita de malignidade com base em laboratório e estudos
clínicos, de imagem, selecionar os meios mais rápidos e confiáveis para
estabelecer o diagnóstico histológico é necessário.
O médico primário deve conferir com o pediatra oncologista, cirurgião e
patologista para determinar o local da biópsia, quantidade de tecido
necessário e espécimes a serem obtidos.
CONCLUSÃO
O tratamento ideal do câncer infantil requer um alto nível de suspeição por
parte do médico de cuidados primários;
Encaminhamento precoce para o oncologista pediátrico;
Detecção e tratamento precoce pode reduzir a morbidade e complicações
relacionadas à doença.
CONCLUSÃO
Câncer infantil pode apresentar sinais e sintomas que são compartilhados por outras
doenças da infância;
Embora a avaliação para esses achados nem sempre exija uma avaliação para o
câncer, certas características associadas são preocupantes e merecem avaliação
imediata de malignidade;
Alguns achados (por exemplo, abdominal ou massa mediastinal) são
independentemente preocupantes e também requerem avaliação e consulta
imediata.
REFERÊNCIAS
Kathleen A Neville, MD, MS; C Philip Steuber, MD, Clinical assessment of the child with
suspected cancer, Literature review current through: Aug 2016.
www.uptodate.com/store acessado em 28/09/2016
www.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=343 acessado em 28/09/2016
http://www.accamargo.org.br/tudo-sobre-o-cancer/infantil/16/ acessado em
28/09/2016
Nota do Editor do site, Dr. Paulo R. Margotto. Consultem
também! Aqui! Agora!
Sessão Clínica (UTI Pediátrica): Neuroblastoma
Marcella Amorim, Raquel C. Almeida (Patologista)
Criança 6anos e 1 mês, natural e procedente de Boa Vista – Roraima ŠQueixa
principal “ Dor abdominal há 1 mês.”
-Abdome : distendido, massa palpável em hipocôndrio esquerdo e flanco esquerdo
que ultrapassa a linha média.
-Massa Abdominal na infância: Achados benignos: bolo de áscaris, - hidronefrose, hepatoesplenomegalia infecciosa Š
Neoplasias malignas (mais comuns) :
Neuroblastoma - Tumor de Wilms - Linfoma não - Hodgking
-Biópsia:Neuroblastoma de adrenal esquerda, envolvendo rim esquerdo através de
íntimas aderências de cápsulas, porém sem invasão do parênquima renal, e
metastático para o fígado. Estadiamento 4
Oncologia pediátrica: leucemia linfóide aguda e
neuroblastoma
Matheus Roos Vale
-Neuroblastoma: é o tumor sólido extra cranial mais comum na infância;Doença
maligna embrionária do sistema nervoso simpático pós ganglionar(Neuroblasto),
essas células invaginam e migram pelo neuro-eixo (pescoço-sacro-adrena.
-Leucemia linfóide aguda:Os principais tipos são diferenciados por
imunofenotipagem







2 grandes grupos:
Células B (80%)
Linfócitos T (20%)
Pico de incidência 2-5 anos:
Infecções virais (teoria)
Resposta a infecções (teoria)
Mutação intrauterina + pós natal
Neuroblastoma-resumo
Stephanie Hajjar
Neuroblastoma
Stephanie Hajjar
O que é o Neuroblastoma?
Neoplasia advinda das células embrionárias pluripotentes localizadas na crista neural (neuroblastos), responsáveis pela formação do sistema nervoso simpático periférico.
O neuroblastoma é considerado o tumor sólido extracraniano mais comum da infância.
Quando se desenvolve?
Durante crescimento fetal e nos primeiros anos de vida.
75% dos casos ocorrem em crianças abaixo de 4 anos.
Características do tumor:
Muito heterogênea, tumor pode ser altamente invasivo (caráter metastático) ou pode regredir espontaneamente.
Somente 1% dos tumores apresenta padrão hereditário (autossômico dominante).
Maior prevalência no sexo masculino e raça branca.
Patogênese:
Causa é obscura.
Associado a outras desordens da crista neural como: Megacólon agangliônico congênito e neurofibromatose do tipo 1.
Crianças com síndrome de Beckwith-Wiedemann e Hemi-hipertrofia apresentam maior probabilidade de desenvolver Neuroblastoma.
Localização:
O local de aparecimento está relacionada a migração dos neuroblastos pelo neuro eixo.
Local mais comum: Supra renais (40%).
Outros locais: Paraespinhal (25%), Torácico (15% - local mais comum nos lactentes), Pélvico (15%) e Cervical (3%).
Patologia
Existem 4 tipos histológicos: Neuroblastoma, Ganglioneuroblastoma, Ganglioneuroma e Ganglioneuroblastoma nodular.
Que se diferem pela presença de estroma e pela capacidade de diferenciação tecidual.
Quanto menos estroma e menos diferenciado é o tecido tumoral = pior tipo tumoral e pior prognóstico.
Tipo mais agressivo: Neuroblastoma.
Principal diagnóstico diferencial: Tumor de Wilms.
Apresentação:
Muito heterogênea, dependendo do tipo histológico, local primário do tumor, se existe metástase e se apresenta distúrbios
metabólicos associados.
Manifestações clínicas:
Não específicas. Geralmente criança assintomática.
Sinais e sintomas inespecíficos: dor abdominal, vômitos, febre, perda de peso, anorexia, fadiga, dor óssea, hipertensão
arterial
Sinais e sintomas que podem estar relacionados: presença de massa indolor e imóvel localizadas em diversas regiões do
corpo (abdômen, região cervical, tórax). Protrusão ocular, síndrome de Horner (miose, ptose e enoftalmia), sinal de
guaxinim, aumento da circunferência abdominal, parestesia em algumas partes do corpo.
Dependem do sítio primário do tumor. Mais comum: Neuroblastoma intra-abdominal.
Metástase:
Ocorre por via linfática e hematogênica.
Principais sítios: medula óssea, fígado, ossos e pele
Investigação:
Primeiramente levantar suspeita diagnóstica pelo exame físico (palpação de massa indolor e imóvel. Hepatomegalia.
Adenomegalias. Presença de proptose ou sinais de compressão do globo ocular. Fraqueza de extremidades ou paraplegia) e
anamnese (pesquisar história familiar e presença de outras patologias que aumentam a probabilidade do aparecimento de
neuroblastoma).
Exames laboratoriais: dosar metabólitos das catecolaminas – ácido homovanílico (HVA) e ácido vanilmandélico (VMA),
estarão elevados em 90% dos pacientes. Outros marcadores importantes: Ferritina e a Desidrogenase Lática.
Exames de imagem: TC e RM – bons exames para rastreamento dos tumores primários. Cintilografia com iodo 123, do
corpo inteiro - para rastreamento de possíveis sítios metastáticos.
Marcador biológico importante: oncogene MYCN – estará ampliado em 25% dos casos de neuroblastoma. Pacientes com
amplificação do MYCN apresentam progressão mais rápida do tumor e mau prognóstico.
Exames para exclusão de doença metastática: aspirados de medula óssea bilatetal e biopsia do tumor.
Tratamento:
Doença Localizada: Cirurgia. Tumores localizados tem excelente prognostico (independente da idade do paciente).
Metástase: Biópsia + QT + cirurgia.
Doença Residual: RT
Doença de Alto risco: Transplante de medula óssea.
Novas drogas: Dinutuximab (anticorpo monoclonal) que induz a lise celular sem ativar o sistema imunológico.
Prognóstico:
- Bom prognóstico: idade (crianças mais novas), tipo histológico (tecido tumoral diferenciável e rico em estroma) e
ausência da ampliação de MYNC
FOTOTERAPIA E CÂNCER: Estudo de coorte retrospectivo de fototerapia e câncer na infância no
Norte da Califórnia
Newman TB et al. Apresentação:
Gustavo Borela Valente, Paulo R.
Margotto
Devido a preocupantes sugestões na literatura de que os comprimentos de onda da luz azul
utilizados podem causar danos no DNA e a ligação entre a fototerapia e câncer parece
importante. O risco significativo de câncer foi descrito de 1,6 vezes mais (IC a 95% de 1,22,0) nos RN>35 semanas expostos à fototerapia (mais de 5 milhões de crianças entre 19982007), principalmente de leucemia não-linfocítica que persistiu após controle de variáveis
de confusão (a principal: Síndrome de Down: elevado risco-45,95 vezes- de leucemia). No
entanto, com um controle mais robusto de variáveis confundidoras no estudo de Newman
TB et al, a associação entre fototerapia e câncer tornou-se não significativo. No entanto há
consistente associação, relevância clínica (maiores limites do intervalo de
confiança) e significância estatística entre múltiplas admissões para fototerapia e leucemia
mielóide, sugerindo ser prudente eevitar fototerapia desnecessária, especialmente em
crianças com Síndrome de Down. Estes dados sugerem que a fototerapia pode não ser
inofensiva, e que os riscos, bem como os benefícios devem ser pesados ​antes de ligar
a fototerapia (principalmente se níveis de bilirrubina abaixo das diretrizes de tratamento
atuais
Níveis de oxigenação no período neonatal: existe limite seguro? (Atualização em
Neonatologia: O PULMÃO FETAL, Hospital Universitário, Universidade de Brasília,
21/5/2013)
Paulo R. Margotto
OBRIGADO!
Margotto,PR
S6Edge
Ddos Andre Garavelo, Isabela Testi, Paula Migawski, Nayra Ribeiro
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