A Palestina na Segunda Guerra Mundial Flávio Limoncic Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro A Palestina na Primeira Grande Guerra 1- Os impérios em 1914 A Palestina na Grande Guerra 2- As províncias otomanas A Palestina na Primeira Grande Guerra 3- Promessas britânicas aos hachemitas hashemitas A Palestina na Grande Guerra 4- Os Acordos de Sykes-Picot A Palestina na Grande Guerra 5 – A Declaração Balfour O Oriente Médio no pós-Grande Guerra A Palestina no pós-Grande Guerra Imigração judaica para a Palestina 1920-1939 População judaica e árabe na Palestina às vésperas da Segunda Guerra Mundial Revolta árabe de 1936-1939 A primeira resposta à revolta árabe: a proposta de partilha da Commissão Peel, 1937 A segunda resposta à revolta árabe, na expectativa de um conflito com a Alemanha: o Livro Branco, de novembro de 1938 • Abandono da Declaração Balfour e da proposta de partilha da Comissão Peel • Governo independente na Palestina em 1949, governado proporcionalmente por judeus e árabes • Limite de 75 mil imigrantes judeus entre 1940 e 1944 • Após 1945, a imigração dependeria da permissão da maioria árabe • Restrições à compra de terras de árabes por judeus Situação inglesa na Segunda Guerra 1940-1942: italianos e alemães enfrentam ingleses no norte da África, ameaçando o Canal de Suez Dezembro de 1941: Ataque japonês a Cingapura e Hong Kong 1942: ataque japonês a Birmânia A Palestina na Segunda Guerra Mundial 1 – O Oriente Médio na Segunda Guerra 1940: as áreas francesas passam Ao controle da França de Vichy 1940-1942: italianos e alemães enfrentam ingleses no norte da África, ameaçando o Canal de Suez 1941: primeiro-ministro Rashid Ali pede proteção a Hitler e Inglaterra ocupa o Iraque Em diversos lugares (Egito, Iraque, Palestina, Síria, militares e lideranças nacionalistas buscam aproximar-se da Alemanha 1942: ataque japonês a Birmânia A Palestina na Segunda Guerra Mundial 2- O Mufti de Jerusalém e o Eixo “Na ocasião de grandes triunfos políticos e militares que (o Führer) acaba de conquistar (...) a nação árabe sente grande alegria e profunda gratidão. O povo árabe confiantemente espera que o resultado final da sua grande vitória representará a sua independência e completa libertação. Então, os árabes estarão ligados ao seu país por um tratado de amizade e colaboração”. Haj Amin, Mufti de Jerusalém, 1940 Em outubro de 1940, Alemanha e Itália anunciam seu apoio aos esforços árabes pela independência e prometem eliminar o Lar Nacional Judaico na Palestina. Em 1941, o Mufti transfere-se para a Alemanha e Hitler lhe assegura que ele será o porta-voz oficial do mundo árabe. Haj Amin organizava um grande levante árabe para o momento em que Rommel atravessasse o delta do Nilo e entrasse na Palestina. O Mufti e o Eixo A Palestina na Segunda Guerra Mundial 3- O Yshuv e os ingleses • • • • • Discussão sobre a participação militar judaica no esforço britânico: somente em 1944 os ingleses aceitaram uma brigada judaica, que lutou na Itália sob comando britânico Os ingleses não reviram o Livro Branco de 1939 e deportaram vários imigrantes clandestinos Em 1943, 63% da economia do Yshuv ligada ao esforço de guerra britânico Haganah e Palmach, ligados à Agência Judaica, fazem operações de inteligência e sabotagem para os britânicos, especialmente na Síria, em 1941 Radicalização de grupos judaicos não abrigados na Agência Judaica, com destaque para o Lehi, de Abraham Stern. Identificando na Inglaterra o inimigo principal, o Stern realizou vários atentados e assassinatos políticos contra autoridades ingleses, com destaque para o de Lord Moyne, embaixador britânico no Cairo, em novembro de 1944. O assassinato abriu uma crise entre os ingleses e a Agência Judaica. No início da guerra, o Lehi chegou a entrar em contato com a Alemanha propondo auxiliar o Eixo contra a Inglaterra em troca de livre imigração judaica para a Palestina e de um Estado judaico na região. O Yshuv na Segunda Guerra A desmontagem do Império Britânico no pósSegunda Guerra Mundial O Oriente Médio no pós-Segunda Guerra • • • • • • • Ingleses, ainda que militarmente vitoriosos, estão financeira e economicamente exauridos e vêem-se diante de levantes nacionalistas em diversas áreas sob seu controle: Oriente Médio, Índia, África... Os ingleses têm particular interesse em manter boas relações com o mundo árabe, particularmente em razão do Canal de Suez, do petróleo, dos oleodutos e da importância estratégica da região. Com vistas à manutenção das boas relações, Churchill já havia incentivado, ainda durante a Guerra, a formação de um Liga Árabe sob influência britânica. Por isso, os ingleses continuam a impedir a imigração judaica para a Palestina, agora formada por sobreviventes dos campos de concentração. Já nos quadros da Guerra Fria, a URSS começa a pressionar as franjas do Oriente Médio, apoiando os comunistas gregos, fazendo exigências a Turquia e o estacionando tropas no norte do Irã. Dado que a França já não mais controla a Síria e o Líbano, a Inglaterra se vê como a única potência européia diretamente envolvida com a contenção russa na região, o que reforça sua tentativa de aprofundar laços com os árabes. adicionalmente, o processo de independência da Índia, que resulta na formação do Paquistão muçulmano, torna a Inglaterra ainda mais cautelosa em seu trato com o mundo árabe. Os Estados Unidos, por seu lado, dividem-se quanto à questão: se o Departamento de Estado é firmemente contrário às demandas sionistas, o presidente Truman mostra-se simpático à causa. A indefinição da situação, com a permanência de centenas de milhares de judeus europeus em campos de refugiados, radicaliza a posição de sionistas na Palestina, que passam a atacar alvos britânicos: em julho de 1946, o Irgun realiza um atentado ao Hotel Rei David, base de operações britânicas em Jerusalém, e em 1948, o Lehi assassina o Conde Falk Bernardotte, enviado da ONU. Ao mesmo tempo, recrudescem as hostilidades entre árabes e judeus. Incapaz de administrar a situação, a Inglaterra entrega o problema à ONU, que decide, pela Resolução 181, a Partilha da Palestina entre árabes e judeus. Resolução 181 da ONU Oriente Médio Guerra Fria, fim da Guerra Fria, islamismo, radicalização da direita israelense, Irã nuclearizado, Iraque desestabilizado... A mesma região, novos desafios.