6º. Domingo da Páscoa PREFÁCIO O evangelho de João, tomado dos discursos de despedida de Jesus, o Senhor promete a seus discípulos o envio do “Paráclito”, um defensor ou consolador, que não é outro senão o próprio Espírito de Deus, sua força e sua energia. Espírito de verdade porque procede de Deus que é a verdade em plenitude, não um conceito, nem uma fórmula, mas o mesmo ser divino que deu a existência a tudo quanto existe e que conduz a historia humana à sua plenitude. Leitura dos Atos dos Apóstolos At 8, 5-8.14-17 Naqueles dias, Filipe desceu a uma cidade da Samaria e anunciou-lhes o Cristo. As multidões seguiam com atenção as coisas que Filipe dizia. E todos unânimes o escutavam, pois viam os milagres que ele fazia. De muitos possessos saíam os espíritos maus, dando grandes gritos. Numerosos paralíticos e aleijados também foram curados. Era grande a alegria naquela cidade. Os apóstolos, que estavam em Jerusalém, souberam que a Samaria acolhera a Palavra de Deus, e enviaram lá Pedro e João. Chegando ali, oraram pelos habitantes da Samaria, para que recebessem o Espírito Santo. Porque o Espírito ainda não viera sobre nenhum deles; apenas tinham recebido o batismo em nome do Senhor Jesus. Pedro e João impuseram-lhes as mãos, e eles receberam o Espírito Santo. SALMO - 66 – Aclamai a Deus, terra inteira, cantai hinos à glória do seu nome; dai glória em seu louvor. Dizei a Deus: “Como são estupendas as tuas obras! pela grandeza da tua força teus adversários se curvam diante de ti. À tua frente toda a terra se prostra e canta para ti, canta para o teu nome”. Vinde ver as maravilhas de Deus: admirável é seu agir para com os homens. Mudou o mar em terra firme, atravessaram o rio a pé enxuto; por isso, alegremo-nos nele! Com seu poder ele domina para sempre, seus olhos observam as nações para que não se levantem os rebeldes contra ele. Povos, bendizei o nosso Deus e proclamai a plena voz o seu louvor. Ele nos recolocou entre os vivos e não permitiu que vacilassem nossos passos. Sim, ó Deus, tu nos provaste, purificaste-nos, como se faz com a prata. Fizeste-nos cair numa armadilha, puseste um peso em nossas costas. Fizeste os homens cavalgar nossas cabeças, passamos pelo fogo e pela água, mas enfim nos conduziste a um lugar de descanso. Quero entrar na tua casa com holocaustos e para ti cumprir meus votos; votos que meus lábios formularam e minha boca pronunciou, quando a angústia me apertava. Fartos holocaustos vou te ofertar, junto com a fumaça de carneiros; imolarei bois com cabritos. Vinde e escutai, vós todos que temeis a Deus, porque quero narrar-vos o que ele fez para mim. A ele gritei com minha boca e a minha língua o exaltou. Se no meu coração se achasse culpa, o Senhor não me teria ouvido; mas Deus me ouviu; prestou atenção à voz da minha súplica. O Bendito seja Deus, que não rejeitou minha oração, nem me recusou sua misericórdia. Leitura da Primeira Carta de São Pedro 1Pd 3, 15-18 Caríssimos: Santificai em vossos corações o Senhor Jesus Cristo, e estai sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que volo pedir. Fazei-o, porém, com mansidão e respeito e com boa consciência. Então, se em alguma coisa fordes difamados, ficarão com vergonha aqueles que ultrajam o vosso bom procedimento em Cristo. Pois será melhor sofrer praticando o bem, se esta for a vontade de Deus, do que praticando o mal. Com efeito, também Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo, pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus. Sofreu a morte, na sua existência humana, mas recebeu nova vida pelo Espírito. Proclamação do Evangelho de N. S. Jesus Cristo segundo João Jo 14, 15-21 Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: Se me amais, guardareis os meus mandamentos, e eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Defensor, para que permaneça sempre convosco: o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber, porque não o vê nem o conhece. Vós o conheceis, porque ele permanece junto de vós e estará dentro de vós. Não vos deixarei órfãos. Eu virei a vós. Pouco tempo ainda, e o mundo não mais me verá, mas vós me vereis, porque eu vivo e vós vivereis. Naquele dia sabereis que eu estou no meu Pai e vós em mim e eu em vós. Quem acolheu os meus mandamentos e os observa, esse me ama. Ora, quem me ama, será amado por meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele. As duas Leituras de hoje, tanto em Atos dos Apóstolos, quanto na Primeira Carta de São Pedro, nos mostram que o mesmo Espírito que conduz Felipe para a Samaria anunciar que Jesus está vivo e é a vida para todos e que pela imposição das mãos dos apóstolos, toma conta do povo que adere ao seu anúncio tornado-os missionários da vida, é o mesmo Espírito que leva Pedro a animar as comunidades sofredoras, mostra que Jesus está nos seus corações como verdadeiro Senhor da Vida, mostra por sua conduta, que não são os senhores que exploram e oprimem o povo, mas o próprio povo que vive o amor e a justiça a partir do Espírito do Senhor Jesus Cristo e de seu modo santo de operar. SALMO - 66 – As palavras iniciais deste salmo representam uma convocação e uma expectativa de que, um dia, toda a terra louvará a Deus, com ênfase especial na glória de Seu nome. O chamado deste Salmo não é apenas para o povo de Israel, mas para os povos que habitam todas as terras se unirem no louvor ao Deus vivo, o Altíssimo. As suas obras causam sensação de assombro e admiração, e neste sentido, Seus inimigos se submeterão, significando que encolherão de medo. O Senhor Se agrada da música que louva Seu santo nome. O nome do Senhor descreve Seu caráter; portanto, honrar o nome do Senhor é honrar o próprio Deus. Portanto, bendizer a Deus é identificá-lo como a fonte de nossas bênçãos. Entre as coisas que podem impedir a eficácia da oração, está o pecado presente na vida do crente. O salmista declara que, no entanto, que Deus o ouviu. As palavras de encerramento do Salmo são uma afirmativa de que o salmista é abençoado por Deus, pois tem toda a certeza de que Deus tem sido continuamente bondoso com ele. Neste Evangelho de João do 6º. Domingo da Páscoa, percebemos o cuidado especial de Deus por nós, através de Jesus: "Não vos deixareis órfãos." Jesus deseja de nós confiança que supera a incredulidade da ressurreição. Mesmo que o mundo não veja Jesus Cristo, aqueles que Ele resgatou pelo Batismo e pelo Espírito O verão tal como Ele é: o Filho amado de Deus, morto e ressuscitado para nossa salvação. Nós vemos e amamos Jesus quando observamos e guardamos os seus mandamentos: guardar a sua Palavra, ter fé e praticar o que Ele viveu, crer Nele e ter vida eterna, praticar a verdade, acolher seu testemunho, trabalhar pelo alimento que permanece para a vida eterna, servi-lo e seguir seus exemplos de serviço para com a humanidade. Todas as orientações vêm de um único mandamento: "Amai-vos uns aos outros como eu vos amei...“ Confiando no Paráclito, o Defensor, teremos condições de seguir a Jesus Cristo e testemunhá-Lo ao mundo. Que esta seja nossa fé. Que este seja nosso desejo. Irmãs e irmãos, Amigos do Evangelho, o momento da despedida é sempre muito difícil e os discípulos de Jesus estão entristecidos, porque o Mestre está prestes a deixá-los. Mas Jesus tenta consolá-los e fala de paz e de alegria. Garante que não os deixará órfãos. Por isso mesmo, vai enviar o Espírito Santo para todos que o amam e observam seus mandamentos. O Espírito Santo age na vida do cristão. Jesus o proclamou Espírito da verdade, porque nos leva a reconhecer que Deus é Pai, Misericórdia, Bondade e Amor. O Espírito Santo liberta. A sua presença traz serenidade, alegria e esperança. O Espírito traz autenticidade ao cristão. A missão do Espírito é a de consolar e santificar os cristãos, como também, perdoar os pecados, iluminar e guiar na difícil caminhada da fé. Animados pelo Espírito, os apóstolos transformaram-se e partiram em missão. O medo deu lugar à coragem, o desânimo transformou-se em dinamismo e alegria. Humildemente vamos invocar sua presença em nossas vidas através desta súplica: Ó vem Espírito Santo, Amor do Pai e do Filho! A Comunidade cristã é a presença de Deus no mundo: Ela e cada membro dela se converterão em Morada de Deus, o espaço onde Deus vem ao encontro dos homens. Na Comunidade dos discípulos e através dela, realiza-se a ação salvadora de Deus no mundo. Esse "caminho“ proposto por Jesus para muitos parece um caminho de fracasso, que não conduz nem riqueza, nem ao poder, nem ao êxito social, nem ao bem estar material. Parece não dar sabor à vida dos homens de hoje. Jesus garante que é nessa identificação com Cristo e nesse "caminho" do amor e da entrega, que se encontra a felicidade plena e a vida definitiva. Pe. Antônio G. Dalla Costa-CS Aprofundando a palavra – A Liturgia da Palavra nos prepara para a festa de Pentecostes, uma vez que as leituras nos convidam a assumir a vida cristã na docilidade dos ensinamentos de Jesus e ao Espírito da Verdade que permanece conosco. A vinda do Espírito Santo é prometida por Jesus aos seus discípulos. No seu discurso de despedida, no final da última ceia, Jesus nos promete que não nos deixará órfãos; “eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Defensor, para que permaneça convosco: o Espírito da Verdade. Assim, Ele garante sua presença em nosso meio, afirmando que o mundo não mais o verá, mas seus discípulos sim, o verão, porque ele vive e afirma: “naqueles dias sabereis que eu estou no meu Pai e vós em mim e eu em vós” (Jo 14,20). A forma mais simples de permanecermos nele consiste em observar os seus mandamentos (cf. Jo 14,15). Deste modo, realiza-se a promessa da nova aliança que Deus fez a Israel por meio do profeta Jeremias – “Porei minha lei no fundo de seu ser e escreverei em seu coração (cf. Jr 31,33)... Enfim, como participantes da nova aliança, preparemo-nos para o Pentecostes, sendo dóceis ao Espírito da Verdade, ou seja, ao Espírito Santo do Amor, observando os mandamentos do Senhor... Pe. Danival Milagres Coelho Oração do dia: Pai Amoroso, concedeme o dom do teu Espírito que, como luz, dissipa as trevas e me faz caminhar seguro pelos caminhos de teu Filho Jesus. Amém.