drogas

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DROGAS
ILÍCITAS
MACONHA
A maconha é uma apresentação
derivada do cânhamo (Cannabis
sativa).
A resina que recobre os brotos
fêmeos da planta contém mais de 60
componentes canabinóides, sendo o
delta-9-tetraidrocanabinol o
componente com propriedades mais
potentes.
MACONHA
•A maconha ou “fumo” é a combinação de brotos,
folhas, caules e sementes de cânabis, fumados em
cigarros de fabricação caseira (baseados).
•A concentração do tetraidrocanabinol (THC) nos
brotos é variável: de 0,5 a 8%.
•O haxixe é a resina retirada diretamente dos
brotos do cânhamo. A concentração de THC pode
chegar a 20%.
•Maconhas híbridas, como o skunk, fruto de
cruzamentos genéticos e cultivado em ambientes
especiais, possuem concentrações elevadas de
THC (7 a 14%).
MACONHA
A presença do THC no SNC desencadeia
alterações cognitivas (afrouxamento das
associações, fragmentação do
pensamento, confusão, alterações na
memória de fixação), prejuízos da atenção,
alterações do humor, exacerbação do
apetite e incoordenação motora, em vários
graus.
FUNÇÕES MEUROBIOLÓGICAS
DAS ESTRUTURAS ANATÔMICAS
REGULADAS PELOS
RECEPTORES CANABINÓIDES
Hipocampo e córtex frontal: funções
cognitivas superiores.
Gânglios da base e cerebelo: controle e
coordenação dos movimentos, atenção
seletiva.
Hipotálamo e complexo amgdalóide:
controle do humor e apetite.
Giro do cíngulo anterior: atenção dividida.
MACONHA
A procura por salas de emergência
decorrente de problemas relacionados ao
uso da substância é rara e improvável.
A toxicidade da maconha é extremamente
baixa, não havendo casos de morte por
intoxicação confirmados na literatura.
Complicações agudas tampouco são
relatadas com frequência.
MACONHA
•Sintomas desagradáveis, tais como
ansiedade e bad trips, muitas vezes com
sintomas de pânico, medo, disforia e
reações depressivas, podem acompanhar o
uso.
•Sintomas paranóides transitórios também
são possíveis.
•Todos esses sintomas são influenciados
pela expectativa do usuário acerca dos
efeitos, assim como pelo contexto
sociocultural do consumo.
MACONHA
•O consumo de maconha pode evoluir com
quadros de natureza esquizofreniforme, que
algumas vezes permanecem mesmo após o
período de desintoxicação.
•Sintomas depressivos e maníacos também podem
aparecer, principalmente quando relacionados ao
uso crônico.
•Início de uso em idade precoce como
adolescência, assim como grandes quantidades e
por longos períodos de tempo, aumentam o risco
para transtornos psiquiátricos.
TRATAMENTO
Reasseguramento psicológico.
Benzodiazepínicos (diazepam) se ansioso.
Benzodiazepínicos e antipsicóticos
(risperidona ou haloperidol) em caso de
sintomas psicóticos.
Em caso de alteração psicomotora
importante ou risco de agressividade,
deve-se usar medicamentos
intramusculares.
COCAÍNA
•A cocaína é uma substância natural, extraída de
uma planta (Erythroxylon coca), estimulante do
SNC e anestésico local.
•Foi isolada na virada do século XX e largamente
utilizada pela medicina até o início dos anos de
1920, quando foi proibida em vários países da
Europa e nos Estados Unidos devido à
dependência e aos comportamentos de abuso que
causava.
•Ressurgiu nos anos de 1980 e é hoje a droga
ilícita mais comumente mencionada nas
admissões em pronto-socorros.
COCAÍNA
A via de administração escolhida para o
consumo da cocaína interfere na
quantidade e na qualidade dos efeitos
provocados pela substância.
COCAÍNA
Via pulmonar (crack ou pasta-base)
Injetável
Intranasal
Oral (folhas mascadas ou ingestão do pó)
PUREZA (%)
Pulmonar: 40-85
Injetável: 7-100
Intranasal: 20-80
Oral: 0,5-1 (folhas mascadas); 20-80
(ingestão do pó)
INÍCIO DA AÇÃO (S)
Pulmonar: 8-10
Injetável: 30-45
Intranasal: 120-180
Oral: 300-600 (folhas mascadas); 600-1800
(ingestão do pó)
DURAÇÃO (MIN)
Pulmonar: 5-10
Injetável: 10-20
Intranasal: 30-45
Oral: 45-90 (folhas mascadas)
BIODISPONIBILIDADE
(% ABSORVIDA)
Pulmonar: 6-32
Injetável: 100
Intranasal: 20-30
Oral: 20-30 (folhas mascadas); 20-30
(ingestão do pó)
COCAÍNA
Boa parte dos indivíduos faz uso de
cocaína associada a depressores do SNC,
visando a contrabalançar os efeitos
simpaticomiméticos da droga.
É possível haver dependência de álcool
associada, o que pode produzir sinais e
sintomas de abstinência e/ou delirium nos
dias que se seguem à admissão.
COCAÍNA
•A cocaína estimula o SNC por meio do bloqueio da
recaptação de dopamina, serotonina e noradrenalina nas
sinapses.
•Monoaminas são substancias bioquímicas derivadas
de aminoácidos através do processo de descarboxilação.
•As monoaminas atuam no corpo humano como
neurotransmissores, sendo a norepinefrina, a serotonina e a
dopamina as mais abundantes no sistema nervoso.
•O aumento da concentração das monoaminas na fenda
sináptica estimula os receptores pós-sinápticos de modo
mais intenso e prolongado, levando ao aumento do tônus
simpático.
COCAÍNA
•Com o uso crônico, porém, o SNC torna-se tolerante aos
efeitos euforizantes da cocaína, por meio da inibição da
secreção de monoaminas, da redução dos receptores póssinápticos (downregulation) e do aumento da metabolização
de neurotransmissores na sinapse.
•O resultado é uma diminuição dos níveis de monoaminas na
fenda sináptica, provável elo neurobiológico entre o uso
prolongado de cocaína e o surgimento dos sintomas de
abstinência da substância.
•Além disso, ocorre um processo de sensibilização do SNC,
com convulsões, craving e sintomas paranóides.
COMPLICAÇÕES NO
SNC
AVC isquêmico ou hemorrágico, convulsões,
transtornos do movimento (acatisia, discinesia,
distonia).
Em administração EV: aneurismas micóticos.
COMPLICAÇÕES
PULMONARES
•Vasoconstrição arterial pulmonar e brônquica,
levando a hemorragia instersticial e alveolar.
•Epistaxe, perfuração do septo nasal, ulcerações
orofaríngeas (via intranasal); lesões térmicas na
vias aéreas superiores, escarro enegrecido ou
hemoptíico, broncoespasmo, pneumotórax,
pneumomediastino (via pulmonar); embolia
pulmonar (EV).
COMPLICAÇÕES
CARDIOCIRCULATÓRIAS
IAM, isquemias e arritmias (ventricular e supra),
crises hipertensivas, lesões endoteliais com
trombose arterial, dissecção da aorta.
No uso EV: Flebites, endocardites infecciosas.
COMPLICAÇÕES
GASTRINTESTINAIS
Isquemia secundária à vasoconstrição arterial
intensa e prolongada, com ulceração ou
perfuração gastroduodenal.
Bodypackers ou mulas, narcotraficantes que
ingerem invólucros de cocaína a fim de transportálos para outros locais: Risco de ruptura e
overdose (VO)
INTOXICAÇÃO AGUDA
E OVERDOSE
•O consumo de cocaína por via nasal em baixas
doses (2 a 3 mg/kg) causa um aumento modesto
da frequência cardíaca (17%), da pressão arterial
(8%) e da pressão intraventricular esquerda (18%
positivo e 15% negativo).
•Psiquicamente, há um quadro de euforia,
sensação de bem-estar e plenitude cognitiva,
aumento da auto-estima e da vontade sexual e
diminuição do apetite.
•Sudorese, tremor leve de extremidades e
dilatação pupilar, podem ser observados.
INTOXICAÇÃO AGUDA
E OVERDOSE
•Doses elevadas podem resultar em
comportamentos estereotipados, bruxismo,
irritabilidade, comportamentos violentos,
inquietação, hipervigilância com ou sem sintomas
paranóides, quadros ansiosos, de pânico ou
delirium.
•Esse quadro de estimulação pode evoluir com
depressão do SNC, caracterizada por paralisia da
atividade motora, com possível arreflexia e
estupor.
INTOXICAÇÃO AGUDA
E OVERDOSE
•Uma dose suficientemente alta pode levar a overdose, ou
seja, falência de um ou mais órgãos do corpo, com risco
significativo de morte.
•Qualquer tipo de usuário (crônico, eventual ou iniciante)
pode ser acometido.
•O mecanismo é o aumento do tônus simpático, por meio do
bloqueio da recaptação das monoaminas no SNC.
•A dose letal é incerta, mas influenciada por fatores como
tolerância, presença de patologias de base (por exemplo,
insuficiência coronariana, aneurismas) e grau de pureza e
adulterantes da cocaína vendida nas ruas.
INTOXICAÇÃO AGUDA
E OVERDOSE
As complicações mais comuns da
overdose são agitação psicomotora,
delirium, hipertensão arterial sistêmica,
arritmia cardíaca, angina pectoris, infarto
agudo do miocárdio, convulsões, AVC,
hipertermia, rabdomiólise e acidose
metabólica.
TRATAMENTO
•Uma avaliação clínica completa é o primeiro
passo.
•A rápida obtenção da glicemia e da temperatura é
fundamental para evitar futuras complicações
decorrentes da hipoglicemia e da hipertermia.
•A dor precordial costuma ser sintoma de IAM em
3% dos casos.
•Deve ser avaliado ECG, função renal e hepática,
hemograma completo, eletrólitos e glicemia.
COMPLICAÇÕES
PSIQUIÁTRICAS
•As complicações psiquiátricas agudas são o
principal motivo de procura por atendimento de
emergência entre os usuários de cocaína.
•Em geral, prevalecem os quadros ansiosos,
principalmente com sintomas de mal-estar e
pânico. Nesses casos, a inquietação motora é uma
apresentação bastante recorrente.
•Alguns apresentam quadros paranóides
transitórios, restritos ao período de intoxicação.
•A cocaína, porém, é um fator de risco para o início
de transtornos psicóticos em indivíduos
predispostos.
COMPLICAÇÕES
PSIQUIÁTRICAS
Indivíduos com transtorno bipolar do
humor podem desencadear quadros de
mania após o consumo da substância, ou
utilizá-la para potencializar os sintomas da
doença.
O uso crônico de cocaína evolui com
sintomas depressivos ou depressão maior
em boa parte dos indivíduos.
COMPLICAÇÕES
PSIQUIÁTRICAS
•A sedação com benzodiazepínicos é uma opção
´para os casos de inquietação aguda, com
predomínio de ansiedade.
•Pacientes com sintomas psicóticos ou quadro de
agitação psicomotora importante ou risco de
agressão devem ser tratados com antipsicóticos.
•Os antipsicóticos diminuem o limiar convulsivo e
devem ser administrados com cautela. Midazolam
IM (benzodiazepínico) pode ser associado.
SÍNDROME DE
ABSTINÊNCIA DA
COCAÍNA
•Os sintomas da síndrome de abstinência
da cocaína são marcadamente psíquicos.
•Nas primeiras horas após a interrupção do
consumo, aparecem sintomas de disforia e
depressão, associados a ansiedade e
insônia.
•Há diminuição global da energia, na forma
de lentidão e fadiga.
•Tais sintomas desaparecem ao longo de
dias ou semanas.
SÍNDROME DE
ABSTINÊNCIA DA
COCAÍNA
•O craving ou fissura pode estar presente em
qualquer momento da abstinência e permanece
por vários meses, com períodos de intensidade
flutuantes até sua remissão.
•É caracterizado como um desejo súbito e intenso
de utilizar uma substância, a memória da euforia
em contraste com o desprazer presente.
•Sua ocorrência é súbita, autolimitada (cerca de 30
minutos) e geralmente desencadeada por
“gatilhos”, ou seja, eventos que reportam o
usuário a seu consumo pregresso de cocaína,
trazendo de volta o desejo de utilizá-la.
TRATAMENTO DA
SÍNDROME DE
ABSTINÊNCIA
Psicoterapia
Estabilizadores do humor (topiramato,
lamotrigina)
Antidepressivos
Antipsicóticos
Benzodiazepínicos
LSD
A dietilamida do ácido lisérgico é uma das
substâncias com ação psicotrópica mais
potente: doses de 20 a 50 milionésimos de
grama produzem efeitos com 4 a 12 horas
de duração.
É utilizada preferencialmente por via oral
ou sublingual, na forma de micropontos em
tabletes.
LSD
•O LSD é estruturalmente semelhante à serotonina,
seu provável elo alucinógeno. Embora o LSD se
ligue a vários subtipos de receptores, o 5HT2 é o
mais importante em seu mecanismo de ação: está
localizado no córtex cerebral, onde o alucinógeno
exerce alterações cognitivas e perceptuais.
•Antagonistas 5HT2 são capazes de inibir suas
ações farmacológicas.
•A tolerância para os efeitos alucinógenos do LSD
é rápida e reversível. Isso talvez explique o uso
esporádico e não-aditivo da substância.
INTOXICAÇÃO
O consumo de LSD e seus similares pode
desencadear quadros psicóticos agudos e
prolongados (normalmente em indivíduos
predispostos) e quadros depressivos e
exacerbar doenças psiquiátricas prévias.
Casos de hipertermia já foram relatados.
Outra complicação aguda são flashbacks, o
ressurgimento dos sintomas na ausência
de intoxicação.
Não há relatos de overdose.
TRATAMENTO
Quadros ansiosos e de pânico por
qualquer tipo de alucinógeno podem ser
controlados apenas com reasseguramento
e orientação voltada para a realidade.
Sintomas de maior intensidade podem
requerer a prescrição de benzodiazepínicos
(diazepam VO, repetindo se necessário, ou
midazolam IM nas agitações).
TRATAMENTO
A aplicação de antipsicóticos IM pode ser
indicada na agitação grave e sintomas
psicóticos.
Comportamentos violentos ou agressivos
podem requerer contenção mecânica, a fim
de assegurar a integridade física do
paciente e de terceiros.
Não há relatos de síndrome de abstinência
para o LSD.
ANFETAMINAS
Atuam no SNC aumentando a liberação de
monoaminas e possivelmente como
agonistas e bloqueadoras da recaptação
das mesmas, levando a um aumento do
tônus simpático, com diminuição do sono e
do apetite, aceleração do curso do
pensamento, sensação de energia,
diminuição da fadiga, midríase, taquicardia
e elevação da pressão arterial.
ANFETAMINAS
O uso crônico leva à depleção dos
neurotransmissores, com desenvolvimento de
tolerância aos efeitos da anfetamina, propiciando o
abuso.
USUÁRIO DISCRETO
O usuário discreto seria usuário de doses baixas
(20 a 40mg/dia) como hábito afim de melhorar seu
desempenho social. Podem se expor a esforços e
atividades desnecessários, resultando em fadiga
excessiva, depressão e letargia, algumas vezes
com idéias de suicídio.
Seu perfil discreto e socialmente enquadrado faz
com que o consumo de anfetamina passe
despercebido, até que procurem atendimento
médico de emergência.
USUÁRIO MAIS
NOCIVO
Mais interessado nos efeitos euforizantes da
substância.
Pode chegar a doses diárias de 50 a 150mg por
desenvolver tolerância aos efeitos euforizantes.
Sedativos como álcool e benzodiazepínicos podem
ser utilizados com o intuito de combater a insônia
provocada pelo uso desregrado.
COMPLICAÇÕES E
TRATAMENTO
Quadros ansiosos, com sintomas de pânico e
inquietação, podem aparecer na intoxicação
aguda.
O risco de overdose e de surgimento de
complicações psiquiátricas está sempre presente.
Seus mecanismos fisiopatológicos e as formas de
tratamento são semelhantes aos observados entre
os usuários de cocaína.
ECSTASY
Também chamado de MDMA (3,4metilenedioxi-metanfetamina).
Se tornou mais popular com sua adoção
dentro do ambiente musical das raves, no
início dos anos de 1980.
ECSTASY
É uma anfetamina modificada, com grande
afinidade pelos receptores serotoninérgicos 5HT e
5HT2; tal característica parece ser a responsável
por seus efeitos perturbadores do SNC, motivo
pelo qual é conhecida como anfetamina
alucinógena.
Os efeitos psicoativos duram de 4 a 6 horas.
Os efeitos procurados pelos usuários são um
quadro de euforia e bem-estar, com sensação de
intimidade e proximidade com os outros.
ECSTASY
A percepção para a música, as cores e as
sensações táteis parece mais aguçada.
Outros sintomas são anorexia, taquicardia,
sudorese, tensão maxilar, bruxismo.
O uso crônico leva à depleção dos
neurotransmissores, com desenvolvimento
de tolerância aos efeitos do ecstasy,
propiciando a ocorrência do abuso.
ECSTASY
As principais complicações são delirium,
nistagmo, crises hipertensivas,
precordialgias, arritmias cardíacas,
hepatites tóxicas, hipertermia, convulsões,
rabdomiólise e coma.
As complicações não tem relação direta
com a dose, variando muito entre os
indivíduos.
OPIÁCEOS
São substâncias naturais (morfina e
codeína), semi-sintéticas (heroína) e
sintéticas (meperidina, metadona, fentanil)
obtidas do ópio.
No Brasil, seu consumo é incomum, e o
aparecimento de complicações nas salas
de emergência, raro.
OPIÁCEOS
O organismo é capaz de sintetizar seus
próprios opiáceos, as endorfinas e as
encefalinas (opiáceos endógenos), e
possui receptores específicos para eles.
A ativação de receptores opiáceos produz
um quadro de sedação, euforia e bemestar, responsável pelo comportamento de
busca continuada da substância (reforço).
OPIÁCEOS
Inibem o peristaltismo (antidiarréico) e
provoca bradipnéia, bradicardia e
hipotensão.
Os receptores opiáceos possuem
antagonistas específicos, naltrexona e
naloxona, capazes de reverter a analgesia e
a sedação produzidas pela substância, bem
como desencadear quadros de abstinência
em usuários crônicos.
OPIÁCEOS
O uso provoca quadro de sedação,
analgesia, euforia e bem-estar.
Há supressão do reflexo da tosse e
depressão respiratória, diminuição da
peristalse e da liberação de enzimas
digestivas, inibição do reflexo urinário e
diminuição da libido.
Intoxicações mais graves podem evoluir
com sedação excessiva e miose
pronunciada.
OPIÁCEOS
A overdose por opiáceos é caracterizada
por inconsciência, miose pronunciada,
bradicardia acentuada, depressão
respiratória e coma.
É uma emergência médica.
Com tempo hábil, um manejo clínico pode
garantir um bom prognóstico.
SOLVENTES
Solventes bastante voláteis presentes em
aerossóis, vernizes, tintas, propelentes, colas,
esmaltes e removedores.
Já foram usados como anestésicos gerais, no
caso do éter e do clorofórmio.
A inalação voluntária ocorre em várias partes do
mundo, principalmente por crianças e
adolescentes em países subdesenvolvidos ou por
populações marginalizadas em países mais
desenvolvidos.
SOLVENTES
É absorvido pelo pulmão e distribuído pelas
membranas lipídicas do organismo.
O pico plasmático é atingido entre 15 e 30 minutos.
A eliminação pode ser renal ou pulmonar.
O mecanismo de ação é pouco conhecido, tendo
em vista a variedade de substâncias químicas
envolvidas.
SOLVENTES
Clinicamente funcionam como depressores
centrais.
Seus efeitos intensos estimulam o uso
continuado.
Pode haver empobrecimento cognitivo e
ataxia. Neuropatias, insuficiência renal
crônica, hepatites tóxicas, complicações
gastrintestinais (náuseas, vômitos, dores
abdominais difusas e diarréia) e respiratórias
(pneumonites químicas, tosse,
broncoespasmos).
SOLVENTES
Doses iniciais causam sensação de euforia e
desinibição, associada a tinidos e zumbidos,
ataxia, risos imotivados e fala pastosa.
Com o prosseguimento do uso surgem alterações
congruentes com depressão do SNC: confusão
mental, desorientação e possíveis alucinações
auditivas e visuais.
Numa terceira etapa há redução do estado de
alerta, incoordenação motora e piora das
alucinações.
SOLVENTES
Podem causar convulsões, coma e morte.
Além de depressores do SNC, atuam como
depressores cardíacos (ação miocárdica direta) e
respiratórios.
Intoxicações graves, com depressão respiratória,
coma, arritmias cardíacas e convulsões, são
emergências médicas e devem receber tratamento
imediato.
SOLVENTES
O uso continuado pode atravessar dias sem aporte
alimentar, e o paciente, por vezes, chega ao
pronto-socorro necessitando mais de reposições
(reidratação, reposição de glicose e eletrólitos,
etc.) do que de cuidados ligados à intoxicação.
REFERÊNCIA
BIBLIOGRÁFICA
Botega, NJ (Org.). Prática psiquiátrica no
hospital geral: interconsulta e emergência.
2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
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