Aula Estatistica

Propaganda
ESTATÍSTICA NA
PRÁTICA DOS
SERVIÇOS DE SAÚDE
Profa. Aline Silva Almeida
Enfermeira do Trabalho
DEFINIÇÃO DE CASO


conjunto de critérios que se utilizam para
decidir se uma pessoa tem ou não uma
particular doença ou apresenta um
determinado evento adverso à saúde.
Estabelecida a definição de caso, pode-se
comparar a ocorrência de número de
casos de doença ou evento adverso à
saúde, em determinado período e lugar,
com o número de casos no mesmo lugar
num momento anterior ou em momentos e
lugares diferentes.

Na definição de caso tomamos como
referência não só as características clínicas
da doença, mas também aspectos
epidemiológicos e laboratoriais. Como
veremos nos capítulos referentes à
vigilância e à investigação de surtos, a
definição de caso pode variar bastante de
acordo com os objetivos do sistema de
vigilância ou das características e objetivos
de uma investigação de um surto.

A definição de caso é um instrumento de
confirmação de caso para posterior
mensuração desse evento. Portanto, como
instrumento, ele pode ser comparado com
uma técnica de diagnóstico laboratorial,
apresentando, como conseqüência, alguns
atributos semelhantes.
MEDIDAS DE FREQÜÊNCIA
EM EPIDEMIOLOGIA
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



Medidas de freqüência de morbidade:
Para descrevermos o comportamento de
uma doença numa comunidade, ou a
probabilidade (ou risco) de sua ocorrência,
utilizamos as medidas de freqüência de
morbidade.
Em saúde pública podemos entender
como morbidade:
doença;
traumas e lesões;
incapacidade.
Incidência

A incidência (ou taxa de incidência)
expressa o número de casos novos
de uma determinada doença durante
um período definido, numa
população sob o risco de
desenvolver a doença. O cálculo da
incidência é a forma mais comum de
medir e comparar a freqüência das
doenças em populações.

A expressão matemática para o
cálculo da incidência é a seguinte:

Incidência= Nº de casos novos de uma doença ocorridos numa população em determinado período x
1.000
Nº de pessoas sob risco de desenvolver a doença durante o mesmo período

O ponto fundamental da definição de
incidência é o de incluir somente
casos novos no numerador, medindo,
portanto, um evento que se
caracteriza pela transição do estado
de ausência da doença para o de
doença. Logo, a incidência mede o
risco ou probabilidade de ocorrer o
evento doença na população
exposta.
Exemplo do cálculo da
incidência

Durante o ano de 1996 foram identificados 300
casos novos de hanseníase no município X, dos
quais 20 receberam alta no mesmo ano. Em 31 de
dezembro de 1996 estavam registrados 450
pacientes no programa de controle dessa doença,
170 dos quais haviam sido identificados no ano
anterior e até o final de 1996 não haviam recebido
alta.
Tais informações não acrescentam muito ao
conhecimento sobre a hanseníase no município X,
pois não sabemos o tamanho de sua população e,
portanto, a dimensão da população exposta ao
risco de adoecer.
Por esse motivo, as medidas de freqüência devem
estar relacionadas a uma população de referência.
Digamos que a população do município X esteja
estimada para 1º de julho de 1996 em 354.250
habitantes.

Nesse caso, a incidência pode ser calculada da seguinte
forma:

Incidência= 300 X 1000 = 84,6 por 1000 habitantes
354.250

Uma outra maneira de utilizarmos o conceito de
incidência, talvez um pouco mais complexa de ser
calculada, é quando precisamos medir o número de casos
novos numa população que varia no tempo, como, por
exemplo, a incidência de infecções hospitalares em que o
denominador varia de acordo com as novas internações,
altas e óbitos.
Em outros termos, o denominador é constituído por
população que é exposta ao risco por períodos variados
de tempo. Nesse caso, tem-se lançado mão de um outro
conceito de incidência, que é a densidade de incidência.
Como assinalam Fletcher e colaboradores, "na tentativa
de manter a contribuição de cada sujeito proporcional ao
seu intervalo de tempo de seguimento, o denominador de
uma medida de densidade de incidência não é constituido
pelas pessoas em risco por um período específico de
tempo, mas pelas pessoas-tempo em risco para o evento".


A expressão matemática da densidade de
incidência é a seguinte:

Densidade de incidência = Nº de casos novos na unidade de tempo x 1.000
Nº de pacientes-dia no mês


Taxa de ataque
Nos casos de doenças ou agravos de
natureza aguda que coloquem em risco
toda a população ou parte dela por um
período limitado, a incidência recebe a
denominação taxa de ataque. É o que
ocorre, tipicamente, nos surtos epidêmicos.
As taxas de ataque são expressas
geralmente em percentagem.

Para uma população definida (população sob risco),
durante um intervalo de tempo limitado, podemos
calcular a taxa de ataque da seguinte forma:

Taxa de ataque =
Nº de casos novos numa população durante um determinado período x 100
População sob risco no início do período



Exemplo: entre os 257 estudantes que almoçaram no
restaurante universitário no dia 25 de setembro de
1997, 90 desenvolveram um quadro agudo de
gastroenterite. Para calcular a taxa de ataque de
gastroenterite, devemos primeiro definir o numerador
e o denominador:
Numerador: casos de gastroenterite identificados no
intervalo de tempo correspondente ao período de
incubação da gastroenterite entre os estudantes que
participaram do almoço no restaurante universitário
em 25 de setembro de 1997.
Denominador: número de estudantes que
participaram do almoço no restaurante universitário
em 25 de setembro de 1997.



Portanto,
Taxa de ataque = 0 x 100 = 35%
257
Considerando que a taxa de ataque é
uma forma particular de calcular a
incidência e, portanto, o risco ou
probabilidade de adoecer, podemos
dizer que a probabilidade de
desenvolver um quadro de
gastroenterite entre os participantes
do almoço no restaurante
universitário em 25 de setembro de
1997 foi de 35%.
Taxa de ataque secundário

A taxa de ataque secundário é a
medida de freqüência de casos
novos de uma doença entre
contatos de casos conhecidos.
O cálculo da taxa de ataque
secundário pode ser efetuado
da seguinte forma:

Taxa de ataque secundário = Nº de casos entre contatos de casos primários durante
um intervalo de tempo x 100
Nº total de contatos
Exemplo:

Entre as 70 crianças que freqüentam uma
creche ocorreram 7 casos de hepatite A.
As crianças pertencem a 7 diferentes
famílias, compostas por um total de 32
pessoas.
Após um intervalo equivalente a um
período de incubação, 5 membros das 7
famílias desenvolveram hepatite A.
O cálculo da taxa de ataque de hepatite A
na creche e a taxa de ataque secundário
entre os contatos domiciliares deve ser
feito da seguinte maneira:





1. Taxa de ataque na creche
Numerador: casos de hepatite A
entre crianças que freqüentam a
creche = 7
Denominador: número de
crianças que freqüentam a
creche = 70
Portanto, temos:
Taxa de ataque = 7 x 100 = 100%
70
2. Taxa de ataque secundário




Numerador: casos de hepatite A entre os
contatos domiciliares das crianças que
desenvolveram hepatite A.
Denominador: número de pessoas sob
risco de desenvolverem hepatite A entre os
contatos domiciliares (número de membros
das famílias, excluídas as crianças que já
apresentavam hepatite A).
Portanto, temos:
Taxa de ataque secundário = 5 x 100 = 20%
25
Prevalência


A prevalência mede a proporção de pessoas numa
dada população que apresentam uma específica
doença ou atributo, em um determinado ponto no
tempo.
No cálculo da prevalência o numerador abrange o
total de pessoas que se apresentam doentes num
período determinado (casos novos acrescidos dos
já existentes). Por sua vez, o denominador é a
população da comunidade no mesmo período.
A prevalência pode ser expressa da seguinte forma:
Prevalência = Nº de casos conhecidos da doença num determinado período x 100.000
População durante o mesmo período


A prevalência é muito útil para medir a
freqüência e a magnitude de problemas
crônicos, ao passo que a incidência é mais
aplicada na mensuração de freqüência de
doenças de curta duração.
A prevalência pode ser entendida como um
corte da população em determinado ponto
no tempo. Nesse momento, determina-se
quem tem e quem não tem certa doença.
Conforme as características da doença
investigada, podemos encontrar pessoas
que adoeceram há uma semana, um mês,
um ano ou ainda cinco, dez ou quinze anos.
De um modo geral, quando estimamos a
prevalência de uma doença na comunidade,
não levamos em conta a duração da
doença.
Letalidade


Outra medida de freqüência de morbi-mortalidade
muito utilizada é a letalidade. Ela mede a
probabilidade de um indivíduo, atingido por um
agravo, morrer devido a esse mesmo agravo. A
letalidade expressa o grau de gravidade de uma
determinada doença, constituindo, juntamente com
a freqüência de seqüelas, um dos indicadores
utilizados na identificação de prioridades para o
desenvolvimento de programas de controles de
doenças (a severidade do dano).
A expressão matemática da letalidade é a seguinte:
Taxa de letalidade = Nº de óbitos por determinada causa x 1.000
Nº de doentes pela mesma causa
Medidas de freqüência de
mortalidade

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Quando iniciamos os levantamentos de dados para fazer
um diagnóstico de saúde de uma comunidade ou para
estabelecer a magnitude de determinado problema de
saúde numa população, freqüentemente as informações
disponíveis restringem-se às de mortalidade. Algumas
vezes, mesmo quando a gama de informações é mais
ampla, ao avaliarmos a qualidade dos dados, via de regra
aqueles que merecem maior confiabilidade são os de
mortalidade.
A utilidade desses dados está na dependência de vários
fatores, entre eles o grau em que esses registros são
completos e a exatidão com que são assinaladas as
causas dos óbitos.
A mensuração da freqüência de mortalidade, numa
população definida, durante um determinado intervalo de
tempo, se faz pelo cálculo da taxa de mortalidade ou taxa
bruta de mortalidade, que deve ser calculada da seguinte
forma:

Taxa bruta de mortalidade=
Nº de óbitos numa população definida em determinado período X 100.000
População total para o ponto médio do período


A análise de taxas brutas de mortalidade
apresenta algumas dificuldades, uma vez
que estas não levam em conta a
probabilidade de morte segundo
características das pessoas (sexo, idade,
etnia, condições sociais, etc.).
Para fazer uma análise mais completa de
dados de mortalidade é necessário calcular
taxas específicas de mortalidade por causa,
por idade, sexo, etc.
Exemplo: no município de São Paulo
ocorreram, em 1996, 71.905 óbitos. A
população estimada para 1º de julho de
1996 era de 9.845.129 habitantes. Os dados
de mortalidade por AIDS e da população por
sexo e idade estão na tabela a seguir.
DESCRIÇÃO DA FREQÜÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
DE DADOS GERADOS EM SERVIÇOS PÚBLICOS
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
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A organização preliminar de dados gerados por
sistemas de informação de morbi-mortalidade,
como, por exemplo, aqueles gerados por sistemas
de vigilância e de informações de mortalidade, é
efetuada segundo três categorias ou variáveis
epidemiológicas:
tempo
espaço
pessoa
A análise dos dados, segundo essas variáveis, nos
oferece pistas de possíveis causas de doenças,
permitindo a elaboração de hipóteses a serem
posteriormente testadas.
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