Dez/07 Jan/08

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Situação epidemiológica da
Febre amarela e repercussões
em Campinas - SP
André Ricardo Ribas Freitas
Médico sanitarista – COVISA/SMS
Breve histórico
• Doença africana introduzida nas Américas
através do tráfico negreiro(vírus e vetor urbano)
• Primeira epidemia urbana no Brasil em Recife
1685
• Grandes epidemias no Brasil no final do século
XIX e início do século XX (inclusive Campinas)
• Reconhecido a transmissão silvestre no Brasil
em 1920
• Descoberta da vacina em 1937 (cepa 17D)
• Eliminação da febre amarela urbana no Brasil
em 1942
Introdução
• Agente etiológico: vírus amarílico (flavívirus –
flavus: amarelo, arbovírus – artropod born virus)
• Vírus viscerotrópico (fígado e rins) e neurotrópico
• Vetor e reservatório: mosquito
• Hospedeiro e amplificador: primatas (não
humanos no ciclo silvestre e humanos no ciclo
urbano)
• Epizootia: “epidemia” em macacos, pode ou não
ser por FAS (foram confirmadas 4 epizootias por
FAS em Goiás em 2007)
Ciclos silvestres e urbanos
ÁFRICA
AMÉRICA
Macacos
Aedes
africanus
Macacos
Aedes
africanus
Hg .janthinomys
Sa.chloropterus
Hg .janthinomys
Sa.chloropterus
Macacos
Macacos
Homem
Aedes simpsoni
Aedes taylori
Aedes luteocephalus
Homem
Homem
Aedes
aegypti
Aedes
aegypti
Homem
Aedes
aegypti
Aedes
aegypti
Homem
Países endêmicos para FA
N° de casos 1990-1999:
América do Sul 3.985
Fonte: Monath (The Lancet , 2001)
Monath, 2001. Lancet. vol. 1, pg 13
África (1965-97) 25.775
Fonte: SVS;
Elaboração: COVISA
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
2000
1999
1998
1997
1996
1995
1994
1993
1992
1991
1990
1989
1988
1987
1986
1985
1984
1983
1982
Casos de Febre Amarela confirmados no Brasil
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Casos de Febre Amarela confirmados em Goiás
por ano (1990-2007)
60
50
40
30
20
10
0
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Fonte: SVS;
Elaboração: COVISA
Sazonalidade
Figura 5. Média mensal de ocorrência dos casos de febre amarela
silvestre. Brasil, 1990 a 2003.
Média de casos
7,0
6,0
5,0
4,0
3,0
2,0
1,0
0,0
1
2
3
4
5
6
7
Meses
Fonte: SVS
8
9
10
11
12
Áreas de epizotias e casos
humanos (dez/07 – jan/08)
Fonte: SVS
Municípios epizootias prováveis ou
confirmadas de FAS e casos humanos
(Dez/07 Jan/08)
Fonte: SVS
Situação dos casos suspeito de FA
(21/jan/2008)
Aspectos epidemiológicos
• Período de incubação: média 3 a 6 dias
• Período de viremia: 2 dias antes do início
início de sintomas até 5 dias depois
• Período de incubação extrínsico (no
mosquito): 9 a 12 dias; mosquito transmite a
vida toda (Haemagogus janthinomys ~ 60
dias vôo médio 10km)*
*Aedes aegypti ~ 35 dias vôo médio 200m
FA: aspectos clínicos
• Leve: febre baixa, cefaléia, mal-estar duração até
2 dias
• Moderada: Febre alta e cefaléia de início abrupto,
vômitos, calafrios, mialgias, prostração, icterícia
leve e sinal de Faget, duração de 2 a 4 dias
• Toxêmico
grave: piora dos sintomas
anteriores; dor epigástrica vômitos com aspecto de
“borra de café”; proteinúria, oligúria e anúria;
insuficiência hepática com icterícia e
manifestações hemorrágicas, duração de 3 a 8
dias, levando ao óbito cerca de 50% ou melhora
em geral sem seqüelas
FA: aspectos laboratoriais
• AST>ALT (TGO>TGP): por lesão de
hepatócito, musculo esquelético e cardíaco
• Icterícia com predomíno de bilirrubina
direta: chegando a 30mg/dl ou mais
• Aumento de uréia e creatinina: por lesão
renal direta ou secundário ao choque
• Alteração de coagulograma: por
insuficiência hepática ou CIVD
Principais diagnósticos diferenciais
•
•
•
•
Leptospirose
Malária por P. falciparum
Hepatite viral
Septicemia por gram negativo cursando
com icterícia: incluindo meningococcemia
• Febre Maculosa Brasileira
• Febres hemorrágicas virais: incluindo
dengue
Febre Amarela: espectro clínico
Pirâmide da febre amarela: manifestações clínicas
5 -10%
F+I+
Sangramento
10 - 20%
20 - 30%
40 - 65%
Fonte: OPAS/OMS
Febre e
Icterícia
Febre
Infecções
Assintomáticas
Morte
Vigilância epidemiológica:
objetivos
• Reduzir a incidência de febre amarela
silvestre em casos humanos e manter
erradicada a febre amarela urbana.
Definição de suspeito
• indivíduo com quadro febril agudo
acompanhado de icterícia e/ ou
hemorragia, residente ou procedente de
área de risco para febre amarela silvestre
nos últimos 15 dias, sem comprovação de
vacinação contra febre amarela nos últimos
dez anos.
OBS: casos anictéricos e sem hemorragias
com febre e exposição importante serão
discutidos caso-a-caso
Medidas de controle em Campinas
• Medidas de bloqueio vacinal e de controle
químico: cada situação será discutida caso a
caso com as VISAs, COVISA e GVE-XVII.
• Vigilância de epizootias: óbitos de primatas
não humanos e marsupiais deverão ser
comunicados ao plantão do CCZ (BIP).
• Indicações de vacinação: somente para
moradores ou quem viajará para áreas de risco
ou exigências internacionais.
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