Armas Químicas e Biológicas: O Futuro do Terrorismo? Prof. Renato M.E. Sabbatini UNICAMP Tópicos da Palestra O que é Guerra Química e Biológica (CBW) História das armas QB Potencial destrutivo e uso provável Tipos de armas biológicas Potencial destrutivo e uso provável O terrorismo e o uso de armas QB Como previnir o desenvolvimento e uso de armas QB Guerra Química e Biológica É o uso de agentes com ação química ou biológica capazes de destruição em massa de seres vivos, em ações ofensivas na guerra; São menos eficientes que as outras armas conhecidas de destruição em massa (bombas nucleares), mas imensamente mais baratas e fáceis de desenvolver História das Armas QB Desenvolvimento dos primeiros agentes químicos para uso bélico: Europa, início do século XX, antes da I Guerra Mundial Primeiro uso em frente de batalha: front franco-alemão, 1918 (100.000 mortos) Gases de dispersão aérea, como gás mostarda e cloro Efeito devastador e sem defesa eficiente levou todos os beligerantes a renunciarem estrategicamente ao seu uso na I e II Guerras Mundiais Ataques de Gás na I Guerra Tipos de Armas Químicas (1) Agentes não letais: gás lacrimogênio, pó de pimenta. etc. Agem sobre as mucosas dos olhos e sistema respiratório, incapacitando temporariamente Amplamente utilizados por forças policiais e militares e para defesa pessoal Têm uso restrito, mas não são proibidos Tipos de Armas Químicas (2) Agentes tóxicos hidrossolúveis Envenenamento do suprimento de água de uma população Aflatoxina (cancerígeno com 1 parte em 10 milhões, sem cheiro ou sabor) Toxina botulínica Organoclorados e organofosforados (pesticidas): agem sobre o metabolismo ou sistema nervoso Projéteis envenenados Tipos de Armas Químicas (3) Gases letais (cloro, gás mostarda, fosgênio, sarin, tabun, VX e outros gases de nervos) Agem em concentrações extremamente pequenas, por dispersão aérea e contato Provocam incapacitação instantânea e severa, e levam à morte em minutos ou horas Fáceis de fabricar e dispersar usando projéteis de artilharia ou bombas aéreas Munição Binária Para reduzir o perigo de estocagem, os componentes da reação de síntese da arma química são mantidos separados e se combinam ao atingir o alvo Centenas de milhares de munições químicas binárias com sarin e VX foram produzidas pelos EUA e União Soviética durante a Guerra Fria; parte permanece estocada, difícil destruição Uso Recente de Armas Químicas Letais Ataques contra populações civis do Irã pelo Iraque na guerra entre os dois paises, uso pelo Iraque contra rebeldes curdos Ataque de sarin no metrô de Tóquio em 1995 por uma seita fanática japonesa: 12 mortos e mais de 5000 feridos Ataque no Metrô de Tóquio Shoko Asahara Lider da seita “Aum Shinrikyo” Defesas Contra Armas Químicas Máscaras contra gás Roupas de proteção especiais Antídotos (nem sempre existem) Forças militares carregam kits de proteção, porém nem sempre funcionam a tempo Ataques inesperados contra populações civis têm proteção quase impossível Tipos de Armas Biológicas Bactérias e vírus vivos ou em forma esporular Fácil produção e dispersão em forma de pó ou suspensão líquida Não podem ser usadas munições explosivas Letalidade variável, pode chegar a 90% ou mais Aumento do efeito através de epidemias Exemplos de Armas Biológicas (1) Bactéria do antraz: Descoberta por Robert Koch Causa doenças comuns em gado Forma esporos resistentes Vacina desenvolvida por Louis Pasteur Altamente letal em seres humanos na forma pulmonar, ação rápida Proteção: vacina, antibióticos Formas do Antraz Carbúnculo hemático Forma cutânea: fácilmente tratável, baixa mortalidade Forma digestiva Forma pulmonar: altamente letal, mesmo com antibióticos Cenários de Ataque (1) Cenários de Ataque (2) Exemplos de Armas Biológicas (2) Vírus de gripe (gripe espanhola em 19181920 matou mais de 40 milhões de pessoas) Vírus Ebola e outras febres hemorrágicas virais (90% de mortalidade, não há defesa possível) Peste bubônica (Yersinia pestis): doença que mais matou gente no mundo (> 50 milhões) Vírus da varíola: doença extinta no mundo, algumas amostras ainda guardadas Bactérias Yersinia pestis Salmonella Aumento da Letalidade Modificação dos organismos por engenharia genética, para: Potenciação da ação letal sobre o organismo Criação de cepas resistentes a antibióticos e ao sistema imunitário Modificação das formas e meios de infecção Maior resistência a fatores ambientais (temperatura, umidade, etc.), sobrevida longa Produção de organismos híbridos Ação Internacional Armas QB tem seu uso proibido na guerra convencional pela Convenção de Genebra Tratado internacional de 1993 assinado por 125 nações: Proibição de fabricação Destruição de todos os estoques até 2007 Paises que não assinaram: Iraque, Libia, Síria e Coréia do Norte Não impede uso por forças terroristas Bombas de Sarin do Iraque Países com Armas QB Químicas Biológicas China Coréia do Norte Cuba Egito Estados Unidos Iêmen Índia Irã Iraque Israel Iugosláveia Líbia Paquistão Rússia Síria Taiwan China Coréia do Norte Egito Estados Unidos Irã Iraque Israel Rússia Síria Taiwan Vietnã O Terrorismo e Armas QB Fabricação própria ou por países que os apoiam. Há cientistas que trabalham para seitas ou grupos terroristas Roubo ou compra clandestina de estoques de potências militares (principalmente países da ex-União Soviética) Conclusões Especialistas concordam que a pergunta não é SE o terrorismo usará armas de destruição de massa, mas QUANDO usará As nações estão totalmente despreparadas para a prevenção e assistência à população em caso de ataque O principio da deterrência não funciona para terroristas, e menos ainda para terroristas religiosos suicidas