Slide 1 - UNESP Marília

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"
Campus de Marília
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Introdução à Economia
Aula 11
Sistema Monetário
Tópicos de discussão
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A Moeda e suas funções
Meios de pagamento
Banco Central
Multiplicador bancário
Moeda, inflação e nível de atividade
Sistema monetário, inflação e déficit
público
A moeda e suas funções


Uma economia simples, em que os
agentes trocam entre si, diretamente, os
bens que produzem, é uma economia de
escambo ou de troca pura.
Não existem aí a venda e a compra, que
são relações de troca que
necessariamente envolvem, em uma das
pontas, a moeda.
A moeda e suas funções



A depender apenas do escambo, a existência de
uma economia inteiramente estruturada pelas
trocas seria impossível.
O que viabiliza tal tipo de organização econômica
é a existência de uma unidade de troca
comum e de aceitação geral denominada
moeda.
Tal elemento elimina a necessidade de
coincidência de desejos, permitindo a
dissociação das trocas em duas operações: a
venda e a compra de mercadorias.
A moeda e suas funções


Uma das principais funções da moeda é
justamente a de ser meio de troca.
É aquele elemento que viabiliza a
ocorrência de milhares de trocas a cada
momento, porque intermedia o
movimento das mercadorias, permitindo
que elas troquem de mãos.
A moeda e suas funções

O surgimento da moeda como
unidade de troca comum e de
aceitação geral permite a difusão do
processo de troca e a potencialização
da divisão do trabalho.
A moeda e suas funções

Para um bem qualquer funcionar
como moeda, além de meio de
troca, ele precisa desempenhar
simultaneamente duas outras
funções:
• unidade de conta
• reserva de valor.
A moeda e suas funções



Numa economia monetária, uma mercadoria A
tem seu valor expresso não de inúmeras formas,
mas de uma única forma.
A mercadoria que está servindo para a expressão
do valor de A é a mesma que está servindo para
expressar os valores de todas as demais.
É nesse sentido que se diz que a moeda é
unidade de conta.
A moeda e suas funções

Na medida em que a moeda é unidade de
conta, ou seja, na medida em que mede o
valor de todo o universo de mercadorias e
apresenta esses valores de uma forma
única, temos a nossa disposição, a
qualquer momento, o valor de qualquer
mercadoria em termos de qualquer outra
com a qual desejemos compará-la.
A moeda e suas funções

Considerando todo o universo das
mercadorias, as relações que os
preços dos diversos bens
estabelecem entre si constituem
aquilo que denominamos estrutura
de preços relativos.
A moeda e suas funções

Se o preço de um bem ou um
grupo homogêneo de bens sobe
(ou desce) em relação aos
preços dos outros bens, isso
significa que a estrutura de
preços relativos da economia
sofreu alteração.
A moeda e suas funções

Se os preços de todos os bens
sobem (ou descem) na mesma
proporção, as relações existentes
entre eles não se modificam, ou seja,
a estrutura de preços relativos
permanece a mesma, e é a unidade
de conta que está sofrendo
alteração em seu valor (inflação ou
deflação).
A moeda e suas funções

De onde vem a inflação?
• choque de demanda
• choque de oferta
• inercial
+Dinheiro 16/04/2007
A moeda e suas funções
Gráfico 1 -Variação mensal do INPC - Índice Nacional de
Preços ao Consumidor em % (1980-2008)
90
80
70
60
50
40
30
20
10
Fonte: IPEADATA
ja
n/
08
ja
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06
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02
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00
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98
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88
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86
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n/
84
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82
ja
n/
80
0
A moeda e suas funções



A moeda permite-nos distribuir nossas transações no
tempo de acordo com nossas conveniências, e é
nesse sentido que ela funciona como reserva de
valor.
Não é só a moeda que pode desempenhar esse
papel. Qualquer bem que não se deteriore com
tempo pode ser mantido como reserva de valor (uma
casa, um terreno, um imóvel). No entanto esses bens
não são moeda porque não podem desempenhar
suas duas outras funções (meio de troca e unidade
de conta).
Outra forma de dizer a mesma coisa é dizer que
esses bens não são líquidos, ao passo que a moeda é
o bem de maior liquidez na economia.
A moeda e suas funções


O papel da moeda como reserva de valor poder ficar
comprometido na presença de processos
inflacionários crônicos, que sistematicamente
reduzem o valor da moeda.
Nesses casos, os indivíduos procuram outros
instrumentos para manter o valor de sua riqueza e
encontram disponíveis, além dos bens imóveis, uma
série de outros ativos denominados ativos
financeiros, que podem protegê-los da perda de
valor imposta pela posse da moeda.
A Moeda Mercadoria e Papel-Moeda


Os metais preciosos (ouro e prata) reúnem condições
que os tornaram candidatos imbatíveis ao posto de
moeda. Por isso, no processo histórico de
constituição do capitalismo, eles foram naturalmente
eleitos pra funcionar como moeda. Foi o tempo da
moeda mercadoria.
Com o passar do tempo, o valor que cada moeda
representava foi-se tornando mais importante do que
a quantidade propriamente dita de metal que cada
uma delas continha. Isso permitiu um processo de
dissociação entre o valor ele mesmo e a matériaprima na qual, em princípio, ele deveria estar
encarnando.
A Moeda Mercadoria e Papel-Moeda



É esse tipo de processo que deu origem ao
surgimento da papel-moeda, uma moeda cujo lastro
assenta-se apenas na fidúcia, ou seja, na garantia
fornecida pelo Estado emissor.
Atualmente, a forma dominante de moeda é o papelmoeda, designação utilizada também para as moedas
metálicas.
O papel-moeda recebe ainda o nome de moeda
manual ou moeda corrente, para distingui-lo da
moeda escritural, denominação que se aplica aos
depósitos à vista nos bancos comerciais, que, junto
cm o papel-moeda, conformam o conjunto daquilo
que denominamos meios de pagamento.
Os Meios de Pagamento


Quando discutimos o sistema monetário, entendido
como o conjunto das instituições responsáveis pela
emissão de moeda no país, a moeda ganha um nome
técnico: meios de pagamento.
Em termos agregados, a quantidade de meios de
pagamento presente numa economia num dado
momento está relacionada com a quantidade de
papel-moeda existente (moeda corrente) e com os
depósitos à vista do público nos bancos comerciais
(moeda escritural).
+Dinheiro 16/04/2007
Os Meios de Pagamento
Nota: O Papel-moeda em circulação é também denominado de
BASE MONETÁRIA
Fonte: Paulani e Braga (2006)
Os Meios de Pagamento
Fonte: Paulani e Braga (2006)
Conjuntura
Econômica/Março de
2010
Processo de criação de moeda: o
multiplicador dos meios de pagamento

O sistema financeiro divide-se em dois grandes
blocos:
• O Sistema bancário ou monetário, que tem poder de
criar moeda que pela emissão (Banco Central) quer pela
multiplicação dos depósitos (Bancos Comerciais) e o
Sistema não-monetário, que apenas realiza a
intermediação de recursos.
• No sistema não monetário, estão:





As instituições de Sistema de Poupança e Empréstimos
integrantes do SFH.
As financeiras, que concedem crédito ao consumidor.
Os bancos de investimento, que captam depósitos a prazo ou
fazem repasses de recursos externos.
Os bancos estaduais de desenvolvimento e o BNDES
Todas as instituições ligadas ao mercado de capitais:
corretoras, distribuidoras, etc.
Processo de criação de moeda: o
multiplicador dos meios de pagamento



Os bancos comerciais também tem o poder de criar moeda.
O processo de criação de moeda pelos bancos comerciais se
deve ao fato de estes manterem como reservas apenas uma
fração dos depósitos à vista que captam do público,
emprestando o excedente, isto é, abrindo novos depósitos.
As reservas formadas pelos bancos são de três tipos:
• Moeda corrente guardada nos próprios bancos, para compensar
excesso de pagamentos sobre recebimentos em papel-moeda na
“boca do caixa”.
• Reservas voluntárias no Banco Central, para atender excesso de
pagamentos frente a recebimentos na compensação de cheques.
• Reservas compulsórias ou obrigatórias legais, recolhidas junto ao
Banco Central como proporção dos depósitos à vista, utilizadas,
entre outras coisas para garantir-se uma segurança mínima ao
sistema bancário.
Processo de criação de moeda: o
multiplicador dos meios de pagamento
Fonte: Lopes e Vasconcellos (2000)
Processo de criação de moeda: o multiplicador dos meios de pagamento
Fonte: Lopes e Vasconcellos (2000)
Processo de criação de moeda: o multiplicador dos meios de pagamento
Onde:
m = multiplicador monetário ou da
multiplicador da base monetária
d = parcela dos meios de
pagamento que o público mantém
como depósito à vista
r = relação reservas/depósitos a
vista dos bancos comerciais
Onde:
M = meios de pagamento
m = multiplicador monetário
B = Base monetária (PMPP + R)
Fonte: Lopes e Vasconcellos (2000)
As funções do Banco Central
Fonte: Paulani e Braga (2006)
As funções do Banco Central
Fonte: Paulani e Braga (2006)
As funções do Banco Central
Fonte: Paulani e Braga (2006)
Processo de criação de moeda: o
multiplicador dos meios de pagamento

Principais instrumentos que estão à disposição do BC
para provocar uma expansão dos meios de
pagamento em circulação na economia:
• Expandir seus empréstimos ao Tesouro, às outras esferas de
governo e ao setor privado.
• Aumentar as reservas cambiais
• Comprar títulos da dívida pública de emissão do governo
federal (open market).
• Expandir os redescontos aos bancos comerciais
• Diminuir os encaixes compulsórios.
Processo de criação de moeda: o
multiplicador dos meios de pagamento

O BC tem um bom arsenal de instrumentos para
influir de modo decisivo no comportamento da oferta
monetária:
• Diretamente:


Mexer em suas operações ativas
Alterar a composição de seu passivo
• Indiretamente:

Influir na parcela de escritural (depósitos a vista), alterando o
valor do multiplicador , via alteração das reservas
compulsórias, ou alterando o comportamento dos bancos no
que tange a suas operações ativas, via mudança na taxa de
juros dos redescontos de liquidez.
Moeda, Inflação e Nível de Atividade


Os economistas ortodoxos filiam-se, regra geral, à corrente
chamada MONETARISTA. Com várias nuanças, esse corrente
afirma que a emissão injustificada de moeda é sempre ruim,
porque acaba sempre tendo como resultado um aumento da
inflação e a instabilidade do sistema, sem nenhum efeito sobre
o nível de produto e emprego em que opera a economia.
O principal argumento que esses economistas utilizam na defesa
de sua posição é a chamada equação quantitativa da moeda:
• M.V = P.Y
Onde:
•
•
•
•
M = meios de pagamento
V = velocidade de circulação da moeda
P = nível geral de preços
Y = produto agregado real
Moeda, Inflação e Nível de Atividade



Os economistas heterodoxos acreditam que, em determinados
contextos, elevações em M podem produzir elevações em Y (na
produção e no emprego), em vez de elevação em P (no nível de
preços), principalmente se tais elevações decorrerem de
elevações nos gastos do governo.
Se houver capacidade ociosa nas empresas e elevado nível de
desemprego de mão-de-obra, certamente a economia está
sofrendo um problema de escassez de demanda agregada, de
modo que o aumento nessa demanda, provocado pela elevação
dos gastos do governo, pode dinamizar a economia, reduzir a
ociosidade e elevar o nível de produto e emprego sem afetar,
ou afetando apenas marginalmente, os preços.
Além do controle stricto sensu da oferta monetária, os gestores
da política monetária têm ainda a seu dispor um outro
instrumento bastante importante que é a taxa de juros.
Sistema monetário, inflação e déficit
público


O déficit público é equivalente à diferença entre o valor dos
investimentos públicos e a poupança do governo em contacorrente.
O déficit nominal engloba toda e qualquer demanda por
recursos provenientes do setor público, inclusive o pagamento
de juros nominais sobre a dívida.

O déficit operacional exclui do cálculo da dívida – e, portanto,
do déficit – as correções monetária e cambial.

O déficit primário não considera as despesas e receitas
financeiras.
Sistema monetário, inflação e déficit
público

O governo têm duas alternativas para financiar um eventual
déficit:
• Por meio da emissão de dívida
• Por meio da emissão de moeda (aumento da Base Monetária).


Graças ao monopólio de produção da moeda corrente, o
governo, por meio do Banco Central, tem poder de
senhoriagem, que lhe permite tanto aumentar a base
monetária em termos reais, quanto se apropriar dos ganhos
advindos da desvalorização dessa base pelo aumento dos
preços (imposto inflacionário).
O déficit público não é a única causa de expansão da base
monetária. O crescimento dos créditos ao setor privado e o
aumento das reservas internacionais também constituem
operações ativas do Banco Central. Portanto, a forma correta de
entender a equação que liga dívida pública a déficit público é:
déficit público = ∆ base monetária + ∆ dívida líquida do
governo.
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