Efeitos do exercício Arquivo

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Efeitos agudos do exercício
Luis Mochizuki
Leitura inicial
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Os sistemas corporais devem funcionar em um ambiente que muda em
ciclos de curta e longa duração, que muda sem um ciclo definido ou
repentinamente sem repetições. As mudanças que ocorrem após minutos,
horas e poucos dias são chamadas de mudanças agudas. As mudanças
que ocorrem após semanas, meses e anos são chamadas de mudanças
crônicas. Os sistemas corporais não funcionam em processos constantes,
mas em processos que mudam no tempo. Em função das demandas da
tarefa e do ambiente, os ajustes dos sistemas corporais ocorrem para que
a produção de energia, manutenção da vida e da consciência ocorram.
Diferente de uma máquina, os sistemas corporais não conseguem
funcionar com a mesma eficiência e o mesmo desempenho ao longo do
tempo.
Dois fatores podem afetar a eficiência e desempenho de uma ação motora:
a dor e a fadiga. A fadiga e a dor são duas conseqüências agudas comuns
que surgem com o exercício. A fadiga é um conjunto de mudanças internas,
de origem central e/ou periférica, que provoca a queda do desempenho. Do
ponto de vista fisiológico, a fadiga se manifesta pelo declínio da eficiência
metabólica. Do ponto de vista biomecânica, a fadiga se manifesta pelo
declínio na capacidade de produzir força muscular. A incapacidade de
continuar uma ação motora é a exaustão. O cansaço é uma manifestação
psicossomática que indica menor prontidão para executar uma tarefa.
A fadiga biomecânica ocorre quando um conjunto de fibras musculares não
é mais capaz de sustentar um nível de força muscular. Para atingir o
mesmo nível de força muscular, mais fibras musculares, e também mais
resistentes à fadiga, devem ser recrutadas. Porém, fibras musculares mais
resistentes à fadiga geram menos força muscular e por isso, devem ser
recrutadas em maior quantidade, até o limite do tamanho do músculo.
• Outra forma de fadiga biomecânica é a fadiga dos biomateriais.
Esse processo é uma manifestação crônica que muda as
propriedades biomecânicas dos músculos, ossos, tendões,
ligamentos, fáscias, e cartilagem.
• A dor é uma manifestação do sistema nervoso central de proteção.
Cada tipo de estímulo, seja externo ou interno, tem sua dor
específica. Antes de qualquer forma de intervenção, é preciso
conhecer o tipo de dor. O exercício provoca um conjunto de
mudanças agudas no funcionamento dos sistemas corporais. No
sistema músculo-esquelético, ocorre o processo de inflamação
conhecido como dor muscular de início tardio que começa após o
exercício (12-24 h) e dura por 48-72 horas. O sintoma mais comum
desse processo é a dor. A conseqüência comportamental mais
típica é queda pelo interesse em fazer o exercício.
• É importante conhecer os processos biomecânicos e fisiológicos
que acompanham a fadiga e a dor. A fadiga e a dor são dois fatores
agudos que surgem com a prática de exercícios. A ocorrência
desses dois fatores pode ser alterada se o planejamento do
programa de exercícios for feita de forma adequada. Dessa forma, a
aderência a um programa de atividade física pode ser mantida.
• Para estudar: Como avaliar a fadiga biomecânica? Como sistema
nervoso lida com a fadiga? Quais os processos fisiológicos
principais da dor muscular de início tardio? Como avaliar a dor?
Efeitos agudos do exercício
• Fadiga muscular
• Aquecimento
• Dor muscular de início tardio
Efeitos agudos do exercício
• Fadiga muscular
– Classe de efeitos agudos que prejudica o
desempenho
Efeitos agudos do exercício
• Fadiga muscular
– Causas
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Dependência da tarefa
Impulso central
Estratégia neural
Propagação neural deficiente
Acoplamento excitação-contração
Adaptações sensoriais
Efeitos agudos do exercício
• Fadiga muscular
– Dependência da tarefa
• Características da tarefa
– Intensidade, velocidade e duração
– Extensão que uma atividade é sustentada continuamente
• Músculo e SN
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Estratégia neural (padrão de ativação muscular e comando motor)
Impulsos nervoso do SNC para os motoneurônios
Tipo de músculo e unidade motora ativada
Propagação neuromuscular do impulso nervoso
• Nível de motivação
• Metabolismo
– Disponibilidade de substratos metabólicos
– Características do meio intracelular, do aparelho contrátil e fluxo
sanguíneo muscular
Efeitos agudos do exercício
• Impulso central
– Declínio paralelo nas forças voluntária e
eletricamente elicitada sugere que o impulso central
permance constante durante as tarefas (BiglandRitchie, Furbush & Woods, 1986)
– Indivíduos não motivados não exibem declínio
paralelo das forças voluntária e eletricamente
elicitada
– Alguns músculos são mais difíceis de serem ativados
maximamente
– Fadigabilidade do músculo difere para contrações
excêntricas e concêntricas
Efeitos agudos do exercício
• Estratégia neural (ativação de Unidades
motoras)
– Uma força muscular resultante sobre uma articulação
pode ser obtida por uma variedade de padrões de
ativação muscular.
– Estratégia para superar a fadiga
• variar a contribuição dos músculos sinergistas (coativação)
– Flexibilidade na ativação das unidades motoras está
baseada na história da ativação do músculo
Efeitos agudos do exercício
• Estratégia neural (ativação de Unidades
motoras)
– Uma força muscular resultante sobre uma articulação
pode ser obtida por uma variedade de padrões de
ativação muscular.
– Estratégia para superar a fadiga
• variar a contribuição dos músculos sinergistas (coativação)
– Flexibilidade na ativação das unidades motoras está
baseada na história da ativação do músculo
Efeitos agudos do exercício
• Adaptações sensoriais - Mudanças na
estratégia muscular
– Um músculo se torna mais apto para produzir
uma força produzida por estimulação elétrica
se a freqüência de estímulo declina com o
tempo em vez de permanecer constante
– Freqüência de disparos declina durante uma
contração fatigante
– Fadiga está associada com uma diminuição
progressiva da taxa de relaxamento na força
Efeitos agudos do exercício
• Fadiga
– A estratégia muscular descreve a habilidade
do músculo para reduzir o disparo de seus
motoneurônios de modo a acomodar a
mudança na redução da taxa de relaxamento
mediada bioquimicamente
Efeitos agudos do exercício
• Fadiga
– A estratégia muscular descreve a habilidade
do músculo para reduzir o disparo de seus
motoneurônios de modo a acomodar a
mudança na redução da taxa de relaxamento
mediada bioquimicamente
Fadiga biomecânica
Efeitos agudos do exercício
• Aquecimento
– aumento da temperatura central
– separação temporária do tecido conjuntivo
Efeitos agudos do exercício
• Efeitos do aumento da temperatura
– aumento dissociação do oxigênio da
hemoglobina e mioglobina
– favorecimento das reações metabólicas
– maior fluxo sanguíneo nos sanguíneos
– declínio na viscosidade muscular
– aumento na extensibilidade do tecido
conjuntivo
– aumento na velocidade de condução dos
potenciais de ação
Efeitos agudos do exercício
• Davies & Young (1983)
– temperatura 3,1ºC
•  tempo de contração (7%)
•  meio-tempo de relaxamento (22%)
• não afeta a tensão de abalo ou de tétano
– temperatura 8,4 ºC
•  tempo de contração (38%)
•  meio tempo de relaxamento (93%)
– relaxamento é mais dependente da temperatura
muscular que o desenvolvimento de força
Efeitos agudos do exercício
• Efeitos do aquecimento
– Altura do salto vertical aumenta com a
temperatura corporal porque a potência
muscular máxima aumenta com a
temperatura
Efeitos agudos do exercício
• Altura do salto vertical aumenta com a
temperatura corporal porque a potência
muscular máxima aumenta com a
temperatura
– Bergh & Eklom (1979)
• Torque extensor do joelho
• 262 Nm e 30,4 ºC  312 Nm e 38,5 ºC (2,4% ºC)
Efeitos agudos do exercício
• Altura do salto vertical aumenta com a
temperatura corporal porque a potência
muscular máxima aumenta com a
temperatura
– Ranatunga et al. (1987)
• 25 ºC – força isométrica da mão é constante
• 12 ºC - 15ºC – força isométrica reduz até 30%
Efeitos agudos do exercício
• Altura do salto vertical aumenta com a
temperatura corporal porque a potência
muscular máxima aumenta com a
temperatura
– Ingjer & Stromme (1979)
• Induzir mudanças na temperatura muscular
• 4 minutos de corrida na esteira
• aquecimento ativo ligado à atividade
Efeitos agudos do exercício
• Efeitos do aquecimento
– Rigidez muscular
– Tixotropia
– Tônus muscular
– Hipotonia
– Hipertonia
– Espasticidade
Efeitos agudos do exercício
• Efeitos do aquecimento
– Rigidez muscular
• Inclinação da relação torque X ângulo
• Resistência oferecida pelo músculo
– Tixotropia
• Um gel quando agitado se torna líquido
• Conseqüências funcionais da tixotropia
– Movimentação do tecido muscular reduz a rigidez
muscular
Efeitos agudos do exercício
• Efeitos do aquecimento
– Tônus muscular
• Rigidez passiva do músculo às mudanças de comprimento
– Hipotonia
• Redução do tônus muscular
– Hipertonia
• Aumento de tônus muscular
– Espasticidade
• Aumento de excitabilidade do reflexo de estiramento
• Quando o músculo é alongado, ele responde com maior
vigor que um músculo normal
• Aumento da resistência passiva ao movimento em uma
direção
• Hiperatividade do reflexo de percussão tendínea
Efeitos agudos do exercício
• Dor e danos musculares
– Dor muscular associada com dano subcelular
após 24 à 48 horas
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Mais freqüente após ação excêntrica
Menor recrutamento de unidades motoras
Menor gasto de oxigênio
Aumento gradual do consumo de oxigênior
Aumento gradual no EMG
Sobrecarga elevada
Efeitos agudos do exercício
• Fatores metabólicos da dor muscular
tardia
– Temperatura elevada que pode prejudicar as
estruturas protéicas no exercício
– Respiração mitocondrial insuficiente que pode
reduzir os níveis de ATP e a energia
disponível para remover o cálcio
– Redução do pH em razão de um aumento de
ácido lático
– Produção de radicais livres
Efeitos agudos do exercício
• Fatores mecânicos da dor muscular
– Sobrecarga elevada
– Distensão do tecido muscular
Efeitos agudos do exercício
• Etapas da dor muscular tardia
– Estágio inicial
• sessão de exercícios que produz o dano muscular
– Autogênese (até 4 horas)
• ativação dos sistemas proteolíticos e lipídicos para
iniciar a degradação das estruturas celulares
Efeitos agudos do exercício
• Etapas da dor muscular tardia
– Estágio de fagocitose (4 horas à 4 dias)
• resposta inflamatória
– Estágio final (após 4 dias)
• regeneração das fibras musculares
Efeitos agudos do exercício
• Dor e danos musculares
– Conseqüências
• redução da força muscular
• redução da amplitude articular
Efeitos agudos do exercício
• Outros danos musculares
– câimbra muscular
• encurtamento involuntário doloroso do músculo
– distensão muscular – junção músculotendínea
• estiramento
• ruptura
Efeitos agudos do exercício
• Modalidades de tratamento térmico
– Calor profundo
• temperatura superficial é baixa e temperatura
interna é alta
– Calor superficial
• Aquecimento é superficial, porque a camada
subcutânea de gordura serve como um isolante
térmico
– Crioterapia
• reduzir a temperatura de um tecido
Efeitos agudos do exercício
• Modalidades de tratamento térmico
– Calor
• Local
–
–
–
–
Aumento do fluxo sanguíneo
Aumento da permeabilidade capilar
Aumento do metabolismo tecidual
Mudança no limiar da dor
• Sistêmico
– Reflexo de vasodilatação (aumento gradativo da
temperatura)
– Redução do espasmo muscular
Efeitos agudos do exercício
• Calor profundo
– temperatura superficial é baixa e temperatura interna
é alta
– aumento de temperatura depende das características
do tecido, como calor específico, condutividade
térmica e tempo de aplicação
– Fontes de energia para o calor profundo:
• Correntes de alta freqüência
• Radiação eletromagnética
• Ultrassom
Efeitos agudos do exercício
• Calor superficial
– Aquecimento é superficial, porque a camada subcutânea de
gordura serve como um isolante térmico
– Formas de transferência de calor
• Condução
– transferência de calor sem movimento no meio condutor
• Convecção
– transferência de calor pelo movimento no meio condutor
• Conversão
– transferência de calor através da conversão de energia
– Fatores que limitam o tratamento com calor superficial
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nível da temperatura do tecido (40-45°C)
duração do aumento da temperatura
taxa de aumento na temperature do tecido
área de tratamento
Efeitos agudos do exercício
• Crioterapia
– reduzir a temperatura de um tecido
– Redução do metabolismo local
– vasoconstricção
– redução de edema
– diminui hemorragias
– reduz a eficiência muscular
– analgesia
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