Administração de Materiais A importância e a utilização dos Métodos Quantitativos na Administração de Materiais com os conceitos básicos de Pesquisa Operacional e a utilização da Simulação. Pesquisa Operacional A Pesquisa Operacional começa descrevendo um sistema por intermédio de modelo e depois manipula o modelo para descobrir o melhor modo de operar o sistema. Fases de um Estudo de pesquisa Operacional Formulação do problema; Construção do modelo; Obtenção de uma solução; Teste do modelo e solução; Estabelecimento de controle; Implantação. Formulação do Problema É fundamental que o problema seja bem definido, assim: Estabelecer objetivos claros; Os cursos alternativos de ação; As restrições; Os efeitos do sistema em estudo sobre as pessoas. Construção do Modelo Em PO geralmente trata-se de um problema matemático, porém outros modelos podem ser utilizados como: Físico (Layout); Esquemático (Organograma); Obtenção de uma Solução Uma vez montado o modelo matemático, o próximo passo é obter uma solução para o problema modelo. Consegue-se isso determinando uma solução ótima para o modelo e depois aplicando esta solução ao problema real. Teste do Modelo e Solução Este teste pode ser feito de dois modos: Usando-se os dados passados, faz-se uma comparação do desempenho real do sistema e do desempenho indicado pelo modelo; Estabelecimento de Controle Depois que o modelo e sua solução foram considerados aceitáveis, será preciso controlar a solução. Estabelecimento de Controle Esses controles são montados para detectar qualquer mudança significativa nas condições sobre as quais se baseia o modelo. Termos mais usados em PO Recurso (tempo, máquina, pessoa, etc...); Otimizar (tornar ótimo); Maximizar (tornar máximo); Minimizar (tornar mínimo). Exemplos Qualitativos de Aplicação de PO Distribuição de recursos financeiros num plano de governo; Inflação pode ser diferente para cada pessoa, distribuição de gastos; Tática de parada no boxe, usadas nas corridas de fórmula 1. Exemplos Qualitativos de Aplicação de PO Balanceamento de suas contas em função de seu saldo; Integração de equipamentos caseiros, como o forno de micro ondas com freezer;(Cálculo para aquecimento da fiação e colocação de disjuntores); Exemplos Qualitativos de Aplicação de PO Dimensionamento da sua produção em função das vendas; Programação da produção; Dimensionamento e controle do Lead Time, desde a matéria prima, WIP e produto acabado. Exemplos Qualitativos de Aplicação de PO Se o objetivo for para minimizar (Custo); Se o objetivo for para maximizar (Lucro); Se o objetivo for para otimizar (Sistemas). Simulação Simular significa reproduzir o funcionamento de um sistema, com auxílio de um modelo, o que nos permite testar algumas hipóteses sobre o valor de variáveis controladas. Modelos de Simulação Simuladores de vôos; Modelo físicos de aeronaves para testes em túnel de vento; Jogos de Empresa; Etc... Aplicação da Simulação Modelos Matemáticos cuja a complexidade descarta a abordagem por técnicas, como o cálculo infinitesimal, programação linear e não linear, ou seja, ele é um Modelo que trabalha com situações que envolvem a incerteza. Aplicação da Simulação Ela é especialmente indicada para modelos dinâmicos que envolvem múltiplos períodos de tempo, ele é utilizados em um período de tempo ao período seguinte, captando as mudanças ocorridas com o tempo. Avalia decisões sucessivas. Aplicação da Simulação A Simulação em sistemas que incorporam elementos aleatórios é denominada Simulação Estocástica ou de Monte Carlo, e na prática é viabilizada com o uso de computadores devido a grande massa de dados a ser processada. O Método de Monte Carlo O Método de Monte Carlo se baseia na utilização da função cumulativa de probabilidades; y = F(x) onde temos: x = variável aleatória com distribuição de probabilidades própria y = variável com distribuição uniforme entre 0 e 1 Procedimento 1) Sorteia-se um Número Aleatório no intervalo (0 a 1) ou (0 a 100) 2) Na função cumulativa de probabilidades da variável em simulação F(x), determina-se o valor da variável x que corresponde ao número aleatório sorteado. F(x) 1,00 0,90 0,80 0,70 0,50 VALOR DA VARIÁVEL 0,40 X =11 0,60 NÚMERO ALEATÓRIO SORTEADO 0,65 0,30 0,20 0,10 0,00 3 5 7 9 11 13 V A L OR DA V A R IÁ V E L X 15 17 Exemplos de Aplicação Dimensionamento de Instalações O cálculo do número de caixas em um supermercado envolve: O número de pessoas que chegam à fila num período de tempo; O tempo de atendimento de um cliente; O tempo que o cliente espera para ser atendido e etc. Dimensionamento de Instalações O problema deste atendimento consiste em manter o tempo que o cliente gasta para este serviço dentro de padrões considerados aceitáveis e com os menores custos para estas condições. Programação de Sistemas com retroinformação É o caso de empresas que fabricam por encomenda. A programação usa as variáveis: Capacidade das máquinas utilizadas na produção; Disponibilidade de mão-de-obra; Suprimento de matéria-prima; Data de entrega combinada. Programação de Sistemas com retroinformação Ao chegar um novo pedido esta programação tem que ser revista para incorporar dados novos e conseqüente atualização. A chegada de um novo pedido é aleatória, assim como as outras variáveis citadas. Dimensionamento de Estoques Neste caso devem ser consideradas as variáveis: Demanda aleatória num período de tempo; Tempo aleatório de atendimento de pedido de reposição (fabricação ou compra); Estoque inicial e final do período. Dimensionamento de Estoques O problema é manter o atendimento dentro do padrões previamente estabelecidos com a maior economia possível no gerenciamento e na manutenção dos estoques. Dimensionamento de Estoques A simulação é utilizada em situações em que é muito caro ou difícil o experimento na situação real. Ela nos permite fazer o experimento como o modelo variando parâmetros críticos, para conhecer a combinações que apresentem os melhores resultados. Sem o risco de construir um sistema real equivocado. Gerando Eventos Aleatórios Vamos supor que uma variável aleatória (a demanda de um produto) tenha apresentado a seguinte distribuição de freqüência: Valor (Demanda) 100 105 110 115 120 Freqüência 10 30 40 15 5 Gerando Eventos Aleatórios Uma maneira de fazer isso seria colocar em uma caixa 10 bolinhas com número 100, 30 bolinhas com 105 e etc. Valor (Demanda) 100 105 110 115 120 Freqüência 10 30 40 15 5 Freqüência Acumulada 10 40 80 95 100 Gerando Eventos Aleatórios Esse procedimento pode ser simplificado, considerando as bolinhas de 00 a 99. Consideramos a distribuição variável aleatória de freqüência acumulada. Valor (Demanda) Número na Bolinha 100 00 a 09 105 10 a 39 110 40 a 79 115 80 a 94 120 95 a 99 Gerando Eventos Aleatórios Sorteamos 10 bolinhas e anotamos os valores correspondentes. Sorteio 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Bolinha 27 38 03 92 46 12 76 18 50 72 Valores 105 (Demanda) 105 100 115 110 105 110 105 110 110 Para evitar o manuseio físico de caixas, bolinhas e etc. Podemos utilizar uma tabela de números aleatórios. Exemplo de Aplicação 1 O tempo de atendimento de um caixa num supermercado foi anotado após um período considerado satisfatório para o treinamento do operador, para garantir que sua rapidez seja estável. Exemplo de Aplicação Tempo de Atendimento em Minutos 2 4 6 8 10 Freqüência 5 8 15 10 2 Gerar,com auxilio da tabela de números aleatórios, um padrão de atendimento para cinco clientes. Gerando Eventos Aleatórios Como temos 40 observações, calculamos as freqüências relativas ou porcentagens, e a freqüência relativa acumulada. Tempo de Atendimento em Minutos Freqüência Relativa (%) Freqüência Relativa Acumulada (%) 2 4 12,5 20 12,5 32,5 6 8 37,5 25 70 95 10 5 100 Gerando Eventos Aleatórios Para contornar o problema dos valores não inteiros das duas primeiras porcentagens, consideramos a freqüência em 1.000, o que nos leva à tabela de números aleatórios: Tempo de Atendimento em Minutos Freqüência Nros Aleatórios de Relativa a 1.000 Identificação dos Acumulada (%*10) Tempos 2 125 000 a 124 4 325 125 a 324 6 700 325 a 699 8 950 700 a 949 10 50 950 a 999 Gerando Eventos Aleatórios Esse procedimento pode ser simplificado, considerando as bolinhas de 00 a 99. Consideramos a distribuição variável aleatória de freqüência acumulada. Valor (Demanda) Número na Bolinha 100 00 a 09 105 10 a 39 110 40 a 79 115 80 a 94 120 95 a 99 Gerando Eventos Aleatórios Com o auxílio da tabela de números aleatórios, sorteamos cinco números de três algarismos, do mesmo modo que o exposto no caso anterior: Clientes 1 2 3 4 5 Número Aleatório 053 999 130 563 434 Tempo de Atendimento 2 10 4 6 6 Exemplo de Aplicação 2 Um feirante faz compra de ovos uma vez por semana num entreposto atacadista. Os ovos não vendidos dentro de uma semana se estragam, e são descartados, acarretando prejuízo de 400 U. M. por dúzia. Por outro lado, a falta de produto para venda também acarreta perda, estimada em 150 U. M., por dúzia demandada e não vendida. O feirante anotou a demanda das ultimas 40 semanas e dividiu-as em sete classe, conforme o quadro: Exemplo de Aplicação 2 Classe (Dúzia) Média Freqüência 200-210 205 2 210-220 215 5 220-230 225 9 230-240 235 10 240-250 245 7 250-260 255 4 260-270 265 3 Exemplo de Aplicação 2 Testar as Hipóteses: 1. Comprar cada semana a demanda efetiva da semana anterior. 2. Comprar uma quantidade igual à média Histórica anotada no período anterior de 40 semanas (média= valor inteiro mais próximo da média verificada). 3. O exame dos resultados sugere o teste de outra hipótese? Exemplo de Aplicação 2 Simular a primeira hipótese com 20 semanas, o limites para os números aleatórios são obtidos através de freqüência acumulada relativa, conforme mostra a tabela a seguir: Exemplo de Aplicação 2 Média Freqüência Freqüência Freqüência Freqüência Relativa % Relativa a Acumulada 1.000 Relativa 205 2 215 5 225 9 235 10 245 7 255 4 265 3 Limites para os Números Aleatórios Exemplo de Aplicação 2 Média Freqüência Freqüência Freqüência Freqüência Relativa % Relativa a Acumulada 1.000 Relativa 1.000 Limites para os Números Aleatórios 205 2 5 50 50 000 a 049 215 5 12,5 125 175 050 a 174 225 9 22,5 225 400 175 a 399 235 10 25 250 650 400 a 649 245 7 17,5 175 825 650 a 824 255 4 10 100 925 825 a 924 265 3 7,5 75 1000 925 a 999 Cálculo da Média para 40 Semanas Média = Somatória Xifi / Somatória fi Média= 205*2+215)5+ ... + 265*3 40 = 234,7 ou 235 1ª Hipótese: Demanda da Semana Anterior Semana Número Aleatório Demanda Estoque Inicial Venda Estoque Final Custo de Falta Custo de Sobras Custo Total 1 750 245 235 235 0 1.500 0 1.500 2 261 225 245 225 20 0 8.000 8.000 3 048 205 225 205 20 0 8.000 8.000 4 438 235 205 205 0 4.500 0 4.500 5 053 215 235 215 20 0 8.000 8.000 6 939 265 215 215 0 7.500 0 7.500 7 414 235 265 235 30 0 12.000 12.000 8 685 245 235 235 0 1.500 0 1.500 9 103 215 245 215 30 0 12.000 12.000 10 460 235 215 215 0 3.000 0 3.000 11 915 255 235 235 0 3.000 0 3.000 12 637 235 255 235 20 0 8.000 8.000 13 353 225 235 225 10 0 4.000 4.000 14 335 225 225 225 0 0 0 0 15 087 215 225 215 10 0 4.000 4.000 16 536 235 215 215 0 3.000 0 3.000 17 418 235 235 235 0 0 0 0 18 247 225 235 225 10 0 4.000 4.000 19 253 225 225 225 0 0 0 0 20 248 225 225 225 0 0 0 0 Resultado 1ª Hipótese Ao simularmos a primeira hipótese obtivemos um resultado final de: Custo Total = 92.000 UM 2ª Hipótese: Comprar a média histórica para as 40 semanas: 235 2ª Hipótese: comprar 235 toda semana Semana Número Aleatório Demanda Estoque Inicial Venda Estoque Final Custo de Falta Custo de Sobras Custo Total 1 750 245 235 235 0 1.500 0 1.500 2 261 225 235 225 10 0 4.000 4.000 3 048 205 235 205 30 0 12.000 12.000 4 438 235 235 235 0 0 0 0 5 053 215 235 215 20 0 8.000 8.000 6 939 265 235 235 0 4.500 0 4.500 7 414 235 235 235 0 0 0 0 8 685 245 235 235 0 1.500 0 1.500 9 103 215 235 215 20 0 8.000 8.000 10 460 235 235 235 0 0 0 0 11 915 255 235 235 0 3.000 0 3.000 12 637 235 235 235 0 0 0 0 13 353 225 235 225 10 0 4.000 4.000 14 335 225 235 225 10 0 4.000 4.000 15 087 215 235 215 20 0 8.000 8.000 16 536 235 235 235 0 0 0 0 17 418 235 235 235 0 0 0 0 18 247 225 235 225 10 0 4.000 4.000 19 253 225 235 225 10 0 4.000 4.000 20 248 225 235 225 10 0 4.000 4.000 Resultado 2ª Hipótese Ao simularmos a segunda hipótese obtivemos um resultado final de: Custo Total = 70.500 UM Observando a distribuição dos custos parece razoável pensar na hipótese de uma compra menor que a média histórica: Por exemplo a compra de 230 dúzias por semana. 3ª Hipótese: comprar 230 toda semana Semana Número Aleatório Demanda Estoque Inicial Venda Estoque Final Custo de Falta Custo de Sobras Custo Total 1 750 245 230 230 0 2.250 0 2.250 2 261 225 230 225 5 0 2.000 2.000 3 048 205 230 205 25 0 10.000 10.000 4 438 235 230 235 0 750 0 750 5 053 215 230 215 15 0 6.000 6.000 6 939 265 230 235 0 5.250 0 5.250 7 414 235 230 235 0 750 0 750 8 685 245 230 235 0 0 2.250 2.250 9 103 215 230 215 15 0 6.000 6.000 10 460 235 230 235 0 750 0 750 11 915 255 230 235 0 3.750 0 3.750 12 637 235 230 235 0 750 0 750 13 353 225 230 225 5 0 2.000 2.000 14 335 225 230 225 5 0 2.000 2.000 15 087 215 230 215 15 0 6.000 6.000 16 536 235 230 235 0 750 0 750 17 418 235 230 235 0 750 0 750 18 247 225 230 225 5 0 2.000 2.000 19 253 225 230 225 5 0 2.000 2.000 20 248 225 230 225 5 0 2.000 2.000 Resultado 3ª Hipótese Ao simularmos a terceira hipótese obtivemos um resultado final de: Custo Total = 58.000 UM Conclusão: Das três hipóteses testadas, a terceira parece a mais favorável. Observações Usamos a mesma seqüencia de números aleatórios porque estamos interessados em testar hipóteses excludentes, sob as mesmas condições. O número de simulações é pequeno, o que traz sobre o ponto de vista estatístico erros significativos para o processo. Observações O razoável é pensar em pelo menos 100 simulações, que é quando se começa a observar a necessária estabilidade nos resultados. Este número de simulações pode ser feito rapidamente com auxílio do computador. Busque uma linguagem específica de simulação