MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA UNIDADE DE CIRURGIA BUCO-MAXILAR III Dentes Retidos Profª Beatriz Farias Vogt Profa. Dra. Cristina Braga Xavier Nomenclatura Dente retido: todo elemento dentário que chegada sua época normal de erupção permanece imerso no interior dos tecidos. Dente semi-eruptado: todo elemento dentário que quando passada sua época normal de erupção apresenta apenas parte da coroa exposta ao meio bucal. Dente impactado: dente cujo irrompimento normal está obstruído por outro elemento. Gregori, 1987 Dentes Retidos Comprimento inadequado do arco Pouco espaço para erupção Comprimento total do arco ósseo alveolar Comprimento total do arco dentário Freqüência Terceiros molares inferiores Terceiros molares superiores Caninos superiores 1º pré-molares inferiores Peterson, 2000 Indicações Prevenção da doença periodontal Prevenção da cárie dentária Prevenção da pericoronarite Prevenção da reabsorção radicular Dentes retidos sob próteses dentárias Prevenção de cistos e tumores odontogênicos Prevenção da dor de origem desconhecida Prevenção da fratura patológica Por indicação ortodôntica Indicações Prevenção da doença periodontal Perda óssea Migração apical da gengiva aderida na face distal do 2º molar 3º molar superior Altura óssea Nível de aderência gengival na face distal do 2º molar Indicações Prevenção da cárie dentária Contato dos m.o. com a face distal do 2º molar Sem comunicação entre 3º molar e cavidade bucal Indicações Prevenção da pericoronarite Parcialmente erupcionado com tecido mole recobrindo Estreptococos, anaeróbias (bactérias do sulco) Retenção de alimentos Trauma oclusal do 3º molar superior Mais de um episódio Tratamento: limpeza mecânica, água oxigenada, clorexidina, antimicrobiano, remoção da causa Indicações Prevenção da reabsorção radicular Pressão sobre a raiz do dente adjacente Indicações Dentes retidos sob próteses dentárias Reabsorção do processo alveolar Ulceração infecção Desestabilização da prótese Prevenção de cistos e tumores odontogênicos Folículo dentário Degeneração cística Espaço folicular > 3mm Indicações Cisto dentígero Ceratocisto Indicações Prevenção de dor de origem desconhecida Síndrome de dor e disfunção miofascial e desarranjos articulares têmporomandibulares Indicações Prevenção de fratura mandíbula Dente retido ocupa lugar que seria ocupado por osso FRAGILIDADE Indicações Por razões ortodônticas Movimentação do 1º e 2º molares Forças mesiais Crescimento mandibular Apinhamento anterior Contra- indicações Extremos de idade Processo agudo Condição sistêmica comprometida Risco de dano excessivo às estruturas adjacentes Etiopatogenia Causa filogenética Causas sistêmicas Estados carenciais, raquitismo, displasia cleidocraniana Causas locais Falta de espaço Trajeto de erupção Degenerações teciduais Anomalias dentárias Gregori, 1987 Classificação Pell e Gregory para 3º molar inferior (1933) Winter para 3º molar inferior e superior (1926) Para canino superior (Gregori, 1987) Classificação Pell e Gregory Relação do dente com o ramo mandibular Classe I Classe II Classe III Profundidade do dente dentro do osso Posição A Posição B Posição C Classificação Pell e Gregory Relação do dente com o ramo mandibular Classe I: espaço é maior que o diâmetro mésiodistal da coroa do 3º molar entre a borda anterior do ramo e a face distal do 2º molar Peterson, 2000 Classificação Pell e Gregory Relação do dente com o ramo mandibular Classe II: espaço é menor que o diâmetro mésiodistal da coroa do 3º molar entre a borda anterior do ramo e a distal do 2º molar Peterson, 2000 Classificação Pell e Gregory Relação do dente com o ramo mandibular Classe III: borda anterior do ramo é próxima à face distal do 2º molar permanecendo o 3º molar totalmente dentro do ramo mandibular Peterson, 2000 Classificação Pell e Gregory Profundidade do dente dentro do osso Posição A: 3º molar está acima ou ao nível da face oclusal do 2º molar Prado, 2004 Classificação Pell e Gregory Profundidade do dente dentro do osso Posição B: porção mais alta do 3º molar está abaixo do plano oclusal e acima do plano cervical do 2º molar Prado, 2004 Classificação Pell e Gregory Profundidade do dente dentro do osso Posição C: porção mais alta do 3º molar está abaixo do plano cervical do 2º molar Prado, 2004 Classificação Winter para 3º molar superior e inferior Analisa o longo eixo do 3º molar em relação ao longo eixo fisiológico do 2º molar Prado, 2004 Vertical Classificação Winter para 3º molar superior e inferior Horizontal Classificação Winter para 3º molar superior e inferior Mésio-angular Classificação Winter para 3º molar superior e inferior Disto-angular Classificação Winter para 3º molar superior e inferior Línguo-angular Vestíbulo-angular Classificação Winter para 3º molar superior e inferior Invertido Classificação Para canino superior Sentido vestíbulo-palatino vestibular palatino vestíbulo-palatino palato-vestibular Quanto à posição vertical horizontal inclinado Quanto à altura baixa alta indicar proximidade com seio maxilar, fossas nasais Diagnóstico Anamnese Exame clínico contagem dos dentes, comparação dos hemi-arcos, abertura de boca, restaurações dos dentes vizinhos Exame radiográfico total visualização do dente, relações anatômicas Exames complementares Diagnóstico Exames radiográficos periapical, oclusal, técnica de Clark, técnica de Miller-Winter, Donovan, Parma, TT panorâmica, lateral oblíqua de mandíbula Posição, relação com ramo, dentes e estruturas anatômicas próximas, profundidade no osso, forma e tamanho da coroa e das raízes, septo inter-radicular, dilacerações, patologias. Plano de Tratamento Morfologia radicular (estágio de formação) Divergentes, fusionadas, direção da curvatura Tamanho do folículo pericoronário Extensão da ostectomia Densidade óssea Classificação mesio-angular, horizontal, vertical Proximidade com 2º molar Proximidade com canal mandibular Proximidade com seio maxilar Pneumatização Técnica Cirúrgica 3º molar inferior Ostectomia Cinzel Alta ou baixa rotação - Irrigação constante Superfície oclusal, distal, vestibular Raramente na face lingual – nervo lingual Quantidade varia conforme o grau de impacção, morfologia dentária Ostectomia Valente, 2003 Peterson, 2000 Odontossecção quantidade de osso removido ( edema) risco que lesão a dentes adjacentes risco de fratura de mandíbula risco de lesão do nervo alveolar inferior Laskin, 1986 Valente, 2003 Técnica Cirúrgica 3º molar superior Peterson, 2000 Técnica Cirúrgica Canino Superior Diagnóstico Exame clínico Exames radiográficos Oclusal, Técnica de Clarck, Perfil, Rx Panorâmico Tratamento Conservador Tracionamento ortodôntico • Colagem de bracket, botão ortodôntico • Laçada • Perfuração do dente Radical Extração Técnica Cirúrgica Dentes Supranumerários Pós- operatório Edema, trismo Medicação analgésica, antiinflamatória, antimicrobiano Orientações de rotina em cirurgia oral menor Acidentes e Complicações Fratura de raiz, mandíbula, tábua lingual, tuberosidade Lesão nervo alveolar inferior Luxação dos dentes vizinhos Deslocamento do dente para o seio maxilar, fossa ptérigo-maxilar Laceração da mucosa e comissura bucal Reabsorção dos dentes vizinhos por trauma Deglutição ou aspiração do dente Considerações Finais Referências GREGORI, C. Cirurgia Buco-Dento-Alveolar. São Paulo: Sarvier, 1996. 272p. PETERSON, L. J. Cirurgia Oral e Maxilofacial Contemporânea. 2aed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000. 772p. PRADO, R.; SALIM, M. Cirurgia Bucomaxilofacial – Diagnóstico e Tratamento. Rio de Janeiro: Medsi, 2004. 546p. VALENTE, C. Técnicas Cirúrgicas Bucais e Maxilofaciais. Rio de Janeiro: Revinter, 2003. 482p.