EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE Jorge Amaro EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE Diversas pessoas que viveram experiências de quase morte relataram suas sensações após o episódio: sentimentos de paz e quietude; ruídos; visão de túnel claro e outras vezes escuro; luz intensa e brilhante; sensação de encontrar-se fora do corpo, como se estivesse levitando e observando as pessoas ao redor; encontro com outras pessoas, etc. Vários autores têm-se ocupado deste tema, como Raymond Moody Jr. e Elisabeth KüblerRoss, entre outros. Jorge Amaro EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE Trata-se de um assunto polêmico, que ainda não encontrou evidências científicas que possam comprová-lo, como sendo um fenômeno de ordem sobrenatural. Moody Jr.5 propõe: “Deixemos pelo menos aberta a possibilidade de que as experiências de quase morte representem um fenômeno novo, para o qual seja preciso elaborar novos métodos de investigação e interpretação”. Jorge Amaro EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE Embora os relatos de experiências de quase morte não sejam todos iguais, ocorrem repetições de componentes individuais em diversos deles. Por outro lado, há também muitas pessoas que passaram por esta experiência e alegam não ter sentido ou vivenciado nada. Há relatos de casos de privações das sensações normais, com sentimento de profunda solidão, em que surgiram fenômenos semelhantes aos ocorridos na experiência de quase morte. Jorge Amaro EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE Há também casos de pacientes com limitações reais, como paralisia dos membros inferiores, mulheres mastectomizadas em decorrência de câncer de seio, etc., que alegam ter vivido, em experiências de quase morte, a sensação de recuperar a movimentação e o corpo normal. Elisabeth Kübler-Ross1, 2 relata diversos casos de experiências de quase morte. Dentre eles, cita casos de cegos que, durante a experiência de quase morte, sentiram que seus olhos enxergavam tudo ao redor, como as cores das jóias, o estilo e as cores das roupas que as pessoas usavam, etc. Jorge Amaro EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE A autora cita outros exemplos, sempre com a intenção de comprovar a existência do sobrenatural e a ausência do “nunca mais”. Seus textos baseiam-se em sua fé inquebrantável na existência de Deus, de anjos e da vida após a morte. Apoiada em sua fé, a autora opõe-se fortemente à eutanásia. Tenta provar que a morte não existe; o que denominamos morte é apenas o marco da passagem de uma dimensão para a outra. Apresenta forte convicção sobre a possibilidade de evolução do indivíduo que está à beira da morte. Costuma definir a morte como “uma borboleta que saiu de seu casulo”. Jorge Amaro EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE As experiências de quase morte dão às pessoas que retornam delas uma renovada confiança na permanência da vida após a morte. Passam a ter menos medo da morte, o “nunca mais” desaparece e uma outra vida, cheia de luz e paz, parece lhes acenar, com a promessa de um futuro melhor. Algumas dessas pessoas não conseguem mais identificar-se com o seu corpo físico, mas somente com aquele corpo levitando, livre da gravidade e com perspectiva de eternidade. Jorge Amaro EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE A ciência aponta causas científicas para explicar esses fenômenos: Causas farmacológicas – certos anestésicos promovem visões hipnagógicas. Causas fisiológicas – falta de oxigênio; acúmulo de gás carbônico. Causas neurológicas – focos de irritação no cérebro; alucinoses; alucinações autoscópicas (em que o indivíduo vê a si mesmo), etc. Jorge Amaro EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE Alguns pesquisadores tentaram simular vivências semelhantes às da experiência de quase morte em ambiente experimental. Para isso, colocaram voluntários em um tanque com água à mesma temperatura do corpo, para eliminar as sensações de peso e temperatura. O voluntário tem os olhos vendados e as orelhas tapadas nesse tanque escuro e à prova de som. Seus braços são enfiados em tubos, para que não possam mover-se. Nessas condições, surgiram fenômenos psicológicos semelhantes aos das experiências de quase morte. Jorge Amaro EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE Em nenhum dos casos estudados por Moody Jr. foi aplicado o eletroencefalograma para constatar a morte cerebral. Em muitos relatos compilados por outros autores também se nota a ausência da aplicação desse exame. A morte só pode ser constatada se houver paralisação total e definitiva das ondas cerebrais, acusada pelo eletroencefalograma. Mesmo que o indivíduo tenha sofrido parada cardiorrespiratória, se o cérebro estiver vivo, continuará emitindo produções psicológicas, até o total desaparecimento da vida nesse órgão. Jorge Amaro EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE Estudos recentes de parapsicologia nos ensinam que o cérebro tem poderes extraordinários, denominados poderes extrasensoriais, que não têm nada a ver com poderes sobrenaturais. Há muitos textos publicados sobre os fenômenos paranormais. A grande maioria desses fenômenos ocorre sem o poder volitivo da pessoa. Jorge Amaro EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE No Brasil, entre outros estudiosos da paranormalidade, destaca-se Oscar Gonzáles Quevedo4, o padre Quevedo, que publicou diversos livros sobre o tema. Ele nos instrui sobre fenômenos como a percepção extrasensorial ou fenômenos Psi-Gamma, que não dependem dos sentidos clássicos, como visão, audição, etc., e não são limitados pela distância ou por obstáculos físicos. Jorge Amaro EXPERIÊNCIAS DE QUASE MORTE Em relação à temporalidade, os fenômenos PsiGamma podem ser classificados em: simulcognição, retrocognição e precognição. Simulcognição é a faculdade de conhecer diretamente um fato, no mesmo instante em que está ocorrendo ou sendo pensado. Retrocognição é a faculdade de conhecer diretamente, em determinado momento, um fato do passado. Precognição é a faculdade de conhecer diretamente, em determinado momento, um fato que ocorrerá no futuro. No caso da experiência de quase morte, o cérebro ainda vive e, estimulado por fatores físicoquímicos em pessoas que possuem capacidades paranormais, poderá utilizar-se de fenômenos de simulcognição. Jorge Amaro Referências bibliográficas 1. 2. 3. 4. 5. 6. KÜBLER-ROSS, Elisabeth. A morte: um amanhecer. São Paulo: Pensamento, 1991. ____________. Sobre a morte e o morrer. São Paulo: Martins Fontes, 2000. ___________ & KESSLER, David. Life lessons. New York: Scribner, 2000. QUEVEDO, Oscar Gonzales. A face oculta da mente. São Paulo: Loyola, 1989. MOODY JR., Raymond. Vida depois da morte. Rio de Janeiro: Nórdica, 1991. Blackmore,Susan J. Esperiências fora do corpo,São Paulo,Ed.Pensamento,1982 Jorge Amaro