CIRCUITOS ELÉTRICOS A (AULA 2) INTRODUÇÃO AS GRANDEZAS ELÉTRICAS Professor: Paulo Cícero Fritzen E-mail: [email protected] Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CIRCUITOS ELÉTRICOS A (AULA 2) ELETROSTÁTICA Descreve as interações entre cargas elétricas que estão em repouso (ou quase em repouso) Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CIRCUITOS ELÉTRICOS A (AULA 2) ELETROSTÁTICA - Charles A. Coulomb mediu a força de interação entre partículas carregadas – (1785 - Balança de Torção) Lei experimental de Coulomb “O módulo da força elétrica entre duas cargas puntiformes separados pelo vácuo é diretamente proporcional ao produto das suas cargas e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre elas” CARGAS PUNTIFORMES: Corpos carregados de dimensões muito menores que a distância entre eles Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CIRCUITOS ELÉTRICOS A (AULA 2) ELETROSTÁTICA Lei de Coulomb - Matematicamente q1 > 0 q2>0 k= constante de proporcionalidade que depende do material Sistema SI F= Força em Newton (N) q= Carga elétrica em Coulomb (C) d= Distância em metros (m) Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CIRCUITOS ELÉTRICOS A (AULA 2) ELETROSTÁTICA Geralmente escrevemos a constante K como : K 1 40 ONDE, O É A PERMISSIVIDADE ELÉTRICA DO ESPAÇO LIVRE. o = 8.854x10-12 c2/N.m2 K = 8.988x109 N.m2/c2 = 9x109 N.m2/c2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CIRCUITOS ELÉTRICOS A (AULA 2) ELETROSTÁTICA Lei de Coulomb - Matematicamente • A força age na direção da linha que une as duas cargas puntiformes • A força é repulsiva se as cargas são de mesma sinal e atrativa se forem de sinais diferentes Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CIRCUITOS ELÉTRICOS A (AULA 2) Lei de Coulomb para um conjunto de Cargas puntiformes SEJAM Q1,Q2,Q3,...,QN AS CARGAS PRESENTES, CALCULAMOS A FORÇA EXERCIDA SOBRE UMA DELAS, POR EXEMPLO Q1, PELAS DEMAIS, ATRAVÉS DA SEGUINTE EQUAÇÃO VETORIAL: F1 F12 F13 ........ F1n onde Fij é a força exercida por “qj ” sobre “qi” temos: Principio da Superposição Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CIRCUITOS ELÉTRICOS A (AULA 2) CAMPO ELÉTRICO • O campo elétrico, assim como o campo magnético, são exemplos de campos vetoriais Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CIRCUITOS ELÉTRICOS A (AULA 2) CAMPO ELÉTRICO • Campo vetorial: A cada ponto do espaço associa-se uma grandeza vetorial v - Se v for a mesma p/ todos os pontos do espaço, dizemos que o campo é uniforme - Se v não varia com o tempo dizemos que o campo é estacionário • Um exemplo de campo vetorial é o Campo Gravitacional “A todo ponto do espaço, nas vizinhanças da terra, associamos um vetor intensidade de campo gravitacional g – que representa a aceleração gravitacional à qual fica sujeita um corpo de prova abandonado nesse ponto” g = F/m (m – massa do corpo, F – força gravitacional que atua sobre ele) Neste curso vamos lidar com dois tipos de campos vetoriais: Campo Elétrico – nas proximidades de um bastão carregado Campo Magnético – nas proximidades de um imã Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CIRCUITOS ELÉTRICOS A (AULA 2) CAMPO ELÉTRICO • Do ponto de vista filosófico temos: Antes do conceito do campo elétrico acreditava-se que a força exercida entre partículas carregadas se dava por uma interação direta e instantânea entre as mesmas (Ação a distância) Carga Carga Devido a Faraday hoje em dia pensamos em termos de campo: o campo desempenha um papel de transmissor da interação entre as cargas (experimentos mostram que as interações ocorrem à velocidade da luz e não instantaneamente, o que contradiz o conceito de ação a distância) Carga Campo Carga Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CAMPO ELÉTRICO (DEFININDO OPERACIONALMENTE) • Medir o Campo elétrico num ponto qq do espaço: 1. Suponha a existência de um pequeno corpo de prova com carga qo positiva no ponto do espaço onde queremos estudar o campo 2. Medimos a força Fque atua nesse corpo F q0 q0>0 3. Definição (força por unidade de carga): F E N / C qo Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CAMPO ELÉTRICO (DEFININDO OPERACIONALMENTE) Observação: para que qo não tenha influência no campo elétrico que desejamos medir, devemos considerá-la como sendo infinitesimal (para não alterar a distribuição das cargas que geram o campo) • Definição mais rigorosa lim F N / C E qo 0 qo • Para cálculos práticos de E produzido por uma distribuição de cargas, vamos considerar que a distribuição de cargas seja fixa, isto é, não muda com a presença de q0, de modo que não usaremos esse processo de passagem ao limite Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CAMPO ELÉTRICO – LINHAS DE FORÇA • Objetivo: Visualizar o campo elétrico As relações entre as linhas de força e o campo elétrico são as seguintes: E 1. A tangente a uma linha de força num dado ponto nos dá a direção de nesse ponto 2. O número de linhas de força que atravessam a unidade de área de uma seção perpendicular à direção das mesmas é proporcional ao módulo de E Linhas próximas | E | grande Linhas afastadas | E | pequeno Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CAMPO ELÉTRICO – LINHAS DE FORÇA Exemplos Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CAMPO ELÉTRICO – LINHAS DE FORÇA Exemplos + + + + + + + Plano infinito de cargas (+) Linhas uniformemente espaçadas – logo E é o mesmo para qualquer ponto próximo do plano Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CAMPO ELÉTRICO DEVIDO A UMA CARGA PUNTIFORME Cálculo do Campo elétrico através da Lei de Coulomb Campo elétrico devido a uma carga puntiforme q F qo>0 q>0 F E qo q q0 F K 2 a qqo r Kqa qqo E 2 r Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CAMPO ELÉTRICO DEVIDO A UMA CARGA PUNTIFORME Kqa qqo E 2 r Conhecendo uma carga, o campo elétrico dá ênfase aos efeitos produzidos por essa carga no espaço que a rodeia (não são necessárias duas ou mais cargas) O vetor campo elétrico nos dá a força por unidade de carga em cada ponto de uma região mesmo que no ponto considerado não exista outra carga elétrica Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CAMPO ELÉTRICO DEVIDO A UMA CARGA PUNTIFORME F qo>0 q>0 Propriedades do E : q q0 F K a 2 qqo r F E qo Kqa qqo E 2 r Aponta na direção radial em relação à carga q, no sentido carga p/ o infinito, se q for positiva, ou, no sentido oposto se q for negativa Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica PRINCIPIO DA SUPERPOSIÇÃO • Campo elétrico devido a “N” cargas puntiformes no espaço Carga de prova no ponto P P q1 qo>0 q2 q5 qn EP E1 E2 E3 En Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica PRINCIPIO DA SUPERPOSIÇÃO Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CÁLCULO DO CAMPO ELÉTRICO PARA UMA DISTRIBUIÇÃO CONTÍNUA DE CARGAS 1. Divide-se a carga total em um número finito de elementos infinitesimais de carga “dq” dE p dq p r 2. O campo devido a cada elemento infinitesimal de carga “dq”, no ponto “P” do espaço, é dado por: d Ep 1 dq 4O r 2 Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica CÁLCULO DO CAMPO ELÉTRICO PARA UMA DISTRIBUIÇÃO CONTÍNUA DE CARGAS dE p dq p r 3. O campo resultante no ponto “P” é calculado integrando as contribuições de todos os elementos de carga, ou seja: Ep N n 1 No limite, quando n dEn E p dE Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica LEI DE GAUSS • Fornece um caminho mais simples para a determinação do campo elétrico, mas existem problemas que não podem ser resolvidos por meio dela • Texto: O fluxo elétrico total através de qualquer superfície fechada é igual a carga elétrica (líquida) existente no interior da superfície dividida por “ o” • Nota: a superfície fechada recebe o nome de superfície Q gaussiana. E dA • A expressão matemática geral: Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica 0 LEI DE GAUSS - APLICAÇÕES Quando conhecemos a distribuição de cargas e a integral na lei de Gauss possui uma simetria suficiente, podemos determinar o campo. Quando conhecemos o campo elétrico podemos usar a lei de Gauss para definir a distribuição de cargas, tal como as cargas sobre uma superfície condutora. Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica DIFERENÇA DE POTENCIAL (DDP) • Definição: Trabalho realizado por uma força externa ao mover uma carga de prova “qo> 0” de um ponto a outro em um campo elétrico. • Para determinar a ddp entre dois pontos, A e B, imersos em um campo elétrico, desloca-se q0 desde A até B, mantendoa em equilíbrio (movimento quase estático), e mede-se o trabalho realizado pelo agente que movimenta a carga E B F qo:>0 A F e q0 E W AB VB V A qo W – não depende da trajetória Unidade MKS ddp=Joule(J)/Coulomb(c)=volts(v) Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica DDP E CAMPO ELÉTRICO E” • Sejam “ o campo elétrico não uniforme e “qo” uma carga de prova positiva imersa nesse campo • O trabalho elementar efetuado pelo agente externo quando a carga de prova sofre um deslocamento “dl” será: dw Fdl F F e Fe qoE Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica DDP E CAMPO ELÉTRICO • O trabalho total WAB (de A até B) W AB B Fdl A W AB qo B Edl A • Lembrando: W AB VB V A qo VB V A B Edl A Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica POTENCIAL ELÉTRICO Convencionou-se que o potencial no infinito é zero. Tomando o ponto “A” como referência, no infinito, VA=0, temos: VA 0 VB B Ede WB VB qo Onde: W= trabalho que um agente externo deve realizar para trazer a carga de prova “qo”, imersa em um campo elétrico, do infinito até o ponto B; VB= potencial elétrico do ponto B - O Trabalho realizado não depende da trajetória percorrida pela carga de prova, desde “” até “B” Se não fosse assim seria impossível associar um único valor de potencial ao ponto “B” Dizemos que o Campo Elétrico é conservativo Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica POTENCIAL ELÉTRICO Convencionou-se que o potencial no infinito é zero. Tomando o ponto “A” como referência, no infinito, VA=0, temos: VA 0 VB B Ede WB VB qo Onde: W= trabalho que um agente externo deve realizar para trazer a carga de prova “qo”, imersa em um campo elétrico, do infinito até o ponto B; VB= potencial elétrico do ponto B “O Potencial Elétrico de um ponto, imerso num Campo Elétrico, fornece uma medida da capacidade de uma carga, estando naquele ponto, realizar trabalho” Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica ET73F – CIRCUITOS ELÉTRICOS A Professor: Dr. Paulo Cícero Fritzen E-mail: [email protected] http://paginapessoal.utfpr.edu.br/pcfritzen Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Departamento Acadêmico de Eletrotécnica Curso de Engenharia Industrial Elétrica - Ênfase em Eletrotécnica