Motores de combustão interna Introdução Motores de combustão interna são aqueles cuja combustão se verifica no próprio fluido de trabalho (mistura ar-combustível). O motor de combustão interna do ciclo otto foi idealizado em 1862 pelo alemão Nicolaus Otto e são todos os motores que tem como fluido de trabalho a mistura ar - gasolina ou ar – álcool, ou mistura gás natural veicular-ar Em 1892, o engenheiro alemão Rudolf Diesel (1858-1913) registrou a patente do motor de combustão interna de ciclo Diesel. A característica fundamental deste motor é que o combustível é injetado dentro da câmara de combustão, que já contém o ar aquecido e pressurizado. MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA - Perspectiva Histórica 1860 - LENOIR, J.J. E. - primeira tentativa - sem compressão prévia da mistura ar + combustível, uns 5000 motores foram fabricados entre 1860 - 1865 , até 6 HP, máxima eficiência 5% 1867 - NICOLAUS OTTO e EUGEN LANGEN Alemanha com compressão da mistura, uns 10.000 foram fabricados , máxima eficiência11%. 1862 - ALPHONSE BEAU DE ROCHAS, patente francesa de um motor de quatro tempos 1876 - NICOLAUS OTTO motor de quatro tempos, reduz 1/3 o peso do motor e 1/16 o curso do pistão, a eficiência aumenta para 14% . As características básicas deste motor são as mesmas dos motores de hoje. 1880 - DUGALD CLERK e JAMES ROBSON (ingleses) KARL BENZ (alemão), desenvolvem o motor de dois tempos 1892 - RUDOLF DIESEL - data da patente, motor de ignição por compressão demora 5 anos para desenvolver um protótipo comercial 1957 - WANKEL, FELIX - primeiro teste bem sucedido do motor rotativo 1923 – GM disponibilizou comercialmente o chumbo tetraetila, o que permitiu aumentar a taxa de compressao dos motores e a suas potências 1930 – EUGENE HOUDRY desenvolveu o processo de conversão catalítica Do petróleo o que permitiu a obtenção de gasolinas de alta qualidade e alto Grau anti-detonante (KNOCK) 1940 – Torna-se aparente o problema da poluição do ar atmosférico e os Motores de veículos são identificados como os principais emissores de Óxidos de nitrogênio e compostos de hidrocarbonos (FORMAÇÃO DE SMOG) 1960 – na Califórnia a primeira legislação que limita as emissões de Poluentes por veículos automotores, seguido de Japão e Europa. Brasil: PROCONVE 1970 – Com a crise do petróleo dos anos 70, surgem novas alternativas De combustíveis como o metanol e o etanol. Brasil: PRÓ-ÁLCOOL. Proibição do chumbo tetraetila, substituição por etanol (AEAC) e MTBE Tecnologia da injeção de combustível: injeção direta e mistura pré-preparada. 1990 – Motores bicombustíveis: diesel + gás, gasolina + gás, gasolina + álcool (AEHC) DESENHO BÁSICO DE UM MOTOR DE COMBUSTÃO INTERNA ALTERNATIVO CLASSIFICAÇÃO DOS MOTORES • • • • • • • • • Pela aplicação; Pelo desenho (projeto do motor); Pelo ciclo de trabalho; Pela localização das válvulas e portas de admissão e escape; Pelo tipo de combustível; Pelo método de preparação da mistura; Pelo método de ignição; Pelo desenho da câmera de combustão; Pelo fluido de resfriamento PELA APLICAÇÃO • • • • • • Para automóveis de passeio e comerciais leves; Para caminhões pesados; Para locomotivas; Marítimos; Para aeronaves; Para geradores. PELO DESENHO (PROJETO DO MOTOR) • • • • Motores alternativos de cilindros em linha; Motores alternativos de cilindros em V; Motores alternativos de cilindros opostos; Motores rotativos. PELO CICLO DE TRABALHO • • • Motores de quatro tempos e ciclo Otto aspirado e turbinado; Motores de quatro tempos e ciclo Diesel aspirado e turbinado; Motores de dois tempos; PELA LOCALIZAÇÃO DAS VÁLVULAS E PORTAS DE ADMISSÃO E ESCAPE • Válvulas no cabeçote; • Válvulas no bloco; • Comando no bloco; • Comando no cabeçote; • Sistema de fluxo cruzado; • Sistema de fluxo em loop; PELO TIPO DE COMBUSTÍVEL • • • • • • • • Gasolina; Álcool; Óleo diesel; Querosene; Fuel Oil Gás natural veicular Bicombustível Tetracombustível PELO MÉTODO DE PREPARAÇÃO DA MISTURA • • • Motor carburado; Motor com injeção no coletor (mistura prépreparada) Motor com injeção direta (carga estratificada) PELO MÉTODO IGNIÇÃO • • • Ignição por centelha; Ignição por compressão; Ignição por chama piloto. PELO DESENHO DA CÂMERA DE COMBUSTÃO • • Câmera aberta: cilíndrica, esférica, outros formatos. Câmera dividida: pré-câmara, swirl chambers. PELO FLUIDO DE RESFRIAMENTO • • Resfriamento a água; Resfriamento a ar (fusca). Fim aula 1 Número de cilindros 4 Número de Válvulas 16 Diâmetro x curso (mm) 80,5 x 78,4 Relação Diâmetro/Curso “Rbs” 1,0268 Volume deslocado/Cilindrada (cm³) 399/1596 Taxa de compressão 9,5:1 Potência máxima (NBR 1585) (kW/min-1) 78/5500 (Gas. Autom. Tipo C) Torque máximo (NBR 1585) (N.m/min-1) 151,1/4500 (Gas. Autom. Tipo C) Distribuição (comando) 2 eixos de comando no cabeçote acionados por correia dentada Alimentação: sistema de formação da mistura Injeção eletrônica MPFI Ignição Eletrônica digital Ordem de ignição 1 – 3 – 4 – 2 Conceitos básicos: Ponto morto superior (PMS) É a posição do pistão mais próxima do cabeçote. Ponto morto inferior (PMI) É a posição do pistão mais próxima do virabrequim. Curso: É a distância percorrida pelo pistão entre o PMS e o PMI, em milímetros (mm). Conceitos básicos: Cilindrada unitária É a capacidade volumétrica de aspiração de um cilindro. Unidade: centímetro cúbico (cm3) ou litros. Cilindrada total É a capacidade volumétrica de aspiração de todos os cilindros. Unidade: centímetro cúbico (cm3) ou litros. Câmara de combustão É o espaço compreendido entre o cabeçote e o pistão, quando este se encontra no PMS. Unidade: centímetro cúbico (cm3) ou litros Conceitos básicos: Volume total do cilindro É o espaço compreendido entre o cabeçote e o pistão, quando este se encontra no PMI. Taxa de compressão É a relação entre o volume total aspirado e o volume da câmara de compressão. Unidade: adimensional.