2. Evolução da Web

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2. A EVOLUÇÃO DA web
Este capítulo aborda de uma forma geral a Internet e a web desde a criação, os
princípios básicos e suas mudanças de acordo com o tempo, também são
apresentadas visões que os pesquisadores da época de 1995 até 1997 já
conceituavam sobre a contínua evolução da web.
Vários autores mencionam diferentes palavras para mencionarem o
mesmo meio de comunicação: A Internet é uma rede de redes de
comunicações (WYATT, 1995, Filippo, 1996), já Browne (1995) afirma que
ela é um amontoado de pequenas redes que se agrupam para formar uma
só, e ainda Gralla (1996) completa que a informação percorre conforme as
redes se conectam, cada uma colabora um pouco. Mas para todos se
aplicam a mesma idéia de que a rede é descontrolada, cresce em uma
amplitude inimaginável e é infinita. A Figura 1 representa como as máquinas
são conectadas em uma rede local fechada, existem milhões de redes deste
tipo interconectadas umas com as outras, isto torna a Internet imensa.
Figura 1 - Conexão de uma rede local.
2.1 A Internet Desde As Origens
Em 1969 foi criada a ARPANET com intuito de estabelecer um meio de
comunicações que serviria para interligar agências militares e centros de
pesquisas de modo a suportar bombardeios inimigos durante a segunda
guerra mundial e continuar operando após ataques, afinal ela se
espalharia por pontos estratégicos (FILIPPO, 1996). A consolidação das
forças armadas e o seu poderio sobre a economia nacional americana,
influenciaram muito nos estudos tecnológicos visando à destruição e massacre
soviético, era vital que informações chegassem aos seus destinos com
fidelidade de entrega e de reenvio, pois eram declaradas localizações das
tropas e táticas aplicadas em combate para um bom sucesso nos campos de
batalhas, mas como os meios convencionais como o telégrafo e o correio
tradicional eram de fácil manipulação, nada era escondido, tudo poderia ser
grampeado, foi então que pesquisas apontavam para um meio de comunicação
novo e desconhecido pela nação inimiga, onde haveriam várias redes
interconectadas transmitindo informações vitais das tropas americanas, os
inimigos não seriam capazes de codificar e desvendar as mensagens por
desconhecer o meio de comunicação. Uma vez que fosse atingida uma base
sequer de transmissão, inúmera outras continuariam a transmitir, óbvio que a
base destruída denunciaria o ataque por ter parado de enviar os pacotes.
Assim, seguindo o modelo de uma teia de aranha é impossível
interromper totalmente a comunicação, a menos que haja um conhecimento da
central de processamento, ou seja, o quartel general, salvo quando isto não
ocorresse. Um projeto muito bem sucedido, que repercutiu de fins destrutivos e
táticos, para fins lucrativos e educacionais.
Browne (1995) explica que a web foi originada em 1991 com
intenção de transmitir conhecimento pelo meio científico, com a
colaboração de idéias. Desde a sua criação a web até então conhecida
apenas como Internet ou várias vezes citada apenas como net, tinha seu
primordial intuito acadêmico e militar, não se visava tornar pública para usos
domésticos, mas era previsto que a sua popularização seria em breve. O
projeto original visava atender aos acadêmicos e pesquisadores
(BROWNE,
1995),
a
troca
de
conhecimento
e
comunicação
entre
universitários, em uma visão otimista para a época onde os estudos eram os
grandes valores de uma carreira bem sucedia e onde se aplicavam as
melhores mentes para o desenvolvimento dos países.
Um dos princípios básicos que se encontra nos livros da época onde
afirma que a Internet é uma rede formada por redes, é o de que ela cresce
infinitamente, visto que a cada dia vários computadores novos são conectados
á ela, pode se dizer que ela é uma criação monstruosa que nunca vai parar de
expandir.
Browne (1995) aponta várias dificuldades para se utilizar a web,
pois o conteúdo era todo em forma de texto, era pura programação, mas
ficava difícil para leigos interpretarem o texto e suas funcionalidades, pois o
emaranhado de caracteres, às vezes, confundia a leitura, sua interface era tão
simplificada que é complicado afirmar se ela realmente existiu, pois se baseava
em prompts de comandos e a tela exibia apenas texto, não havia botões ou
sequer barras de navegação, como mostra a Figura 2 um menu sem visual
algum.
Figura 2 - Menu arcaico da internet
Haviam muitos termos intrigantes como FTP (File Tranferer
Protocol),
telnet
(protocolo
cliente-servidor),
que
já
de
imediato
desencorajava o usuário leigo á sequer esforçar-se a utilizar a Internet
(BROWNE, 1995). O autor complementa as dificuldades que eram encontradas
nos primeiros contatos dos usuários com a Internet, era complicado acessar
esse meio de comunicação se o usuário não fosse provido de um manual ou de
um conhecimento avançado. Os Profissionais eram os principais navegantes
da Internet no início, pois requeria um nível de compreensão gigantesco de
códigos e comandos do DOS (Disk Operating System). Levava-se em
consideração o surgimento, a novidade, e as limitações do momento, afinal não
existiam muitas ferramentas de auxílio para facilitar a navegação, e não havia
muito que chamar a atenção do usuário, era mais popular entre profissionais e
acadêmicos por causa dos estudos.
2.2 A Popularização da Internet: Uma Ascensão Extraordinária
A web invadiu a casa das pessoas como fez a tevê e o rádio, porém ela é
muito mais viva, leva á lugares extremos e causa euforia (WALL, 1997). Os
impactos que difundem os meios de comunicação são tão imensos quanto
imaginavam os pesquisadores, a população se envolve e se torna participativa
de maneira tão rápida que não dá tempo de criar protótipos, o usuário já quer
ter experiência imediata sem mesmo saber as conseqüências que o levariam a
deixar de mão outros recursos e hábitos comuns que tornam a vida suave,
como passear no campo, que foi substituído por horas navegando na web.
Estas novidades prendem a atenção e rouba tempo do usuário, nem percebe,
mas passa mais tempo na frente do computador do que lendo um bom livro.
O autor Falk (1995) estimou o crescimento da Internet em uma
estatística de usuários onde desde a criação dela haviam 10.000 micros
conectados, dez anos após em 1989 havia 100.000 mais três anos se
passam e lá está o índice de um milhão, o mais impressionante é que dois
anos após a última estimativa o valor anterior dobrou: dois milhões de
usuários conectados, atualmente de acordo com a pesquisa da revista
Exame Paulo Castro apresentou que o Brasil tem um novo acesso à web
a cada dois segundos, e fechou 2010 com 33 milhões de acessos. A rede
mundial cresce conforme sua abrangência cruza os continentes, a globalização
foi responsável por impor a lei da Internet aos vários povos do mundo: “Tu
estarás conectado”. Comparações existem diversas, mas é muito simples
comparar a Internet com uma cadeia de neurônios, realizando ligações, cada
ligação trás para si milhares de novos membros, e esses novos membros
acarretam milhares de novas conexões. Se comparar a Internet à um monstro
ela seria a bolha: Cresce infinitamente enquanto se alimenta e não tem mais
sete cabeças, pois ficou prático lidar com este tipo de bicho, ele se tornou dócil
e é quase um bichinho de estimação: todo mundo tem um em casa. A Figura 3
exibe o crescimento exponencial da Internet até o ano de 2005
A Internet não para de crescer, ela quase que adota o método
exponencial para dobrar de tamanho (BROWNE, 1995). Ninguém imaginava
que o crescimento fosse tão rápido, já se pensava em ser uma ampla rede de
comunicação para conectar vários lugares distantes do mundo, mas era
imprevisível um crescimento tão espantoso que não levou mais do que uma
década.
A web é o fenômeno do momento, de tão útil chega a ser
indispensável (BROWNE, 1995). Quando a Internet atingiu os lares comuns,
era “chique” ter um computador com acesso à web, garantia “status” ao
possuidor do equipamento, pois aquela pessoa informatizada era descolada, e
estava por dentro de tudo o que acontecia ao redor do planeta. Todo mundo
queria ter acesso à web, ela era presencial, quase não deixava a desejar, ela
dava vida á um ambiente sem conhecimento e possibilitava ir onde quisesse
em uma tela.
Figura 3 - Crescimento dos acessos á web até o ano de 2005.
Quase ninguém sabia da existência da Internet, pois ela era privada
e limitada a uso acadêmico, mas não demorou muito para alcançar os
lares domésticos (FILIPPO, 1996). Neste trecho de Fillippo (1996), é
mencionado um entusiasmo com a chegada da Internet ao Brasil, forçando a
idéia de que a Internet é um meio de comunicação não somente aceitável, mas
muito necessário em qualquer tipo de sociedade, seja ela privada ou pública,
mas é errado manter uma invenção restrita, não pode enjaular uma fera igual a
esta por muito tempo, ela fica defasada, precisa de espaço para crescer, e foi o
que aconteceu, bastou libertá-la e logo conseguiu engolir o mundo. Sua teia é
tão imensa que nunca na história do Brasil imaginou algo que pudesse
envolver o país inteiro e causar esse tipo de febre, foi um surto nacional, todo
mundo pegou esta doença. Se houvesse uma cura, todos iriam preferir
continuar internados.
Pensando de uma maneira rápida e sem fundamento científico é
possível afirmar que mais de 20 milhões de pessoas estavam conectadas
em 1995, não se pode contabilizar a Internet, pois em uma semana este
dado se torna ultrapassado (FILIPPO, 1996). Tão grande foi sua expansão
que controle nunca existiu, mensurar algo que não tem limite não tem
explicação.
Começou a ficar fácil de ter acesso á Internet, pois bastava ter um
software de acesso á rede, e já que os custos caíram, estaria acessível á
todos
(BROWNE,
1995).
O
barateamento
dos
hardwares
e
outros
equipamentos necessários para ter acesso à Internet facilitaram a chegada de
novos usuários. Na verdade, é o principal motivo, pois a classe baixa da época
sofria com déficits de orçamento, planos governamentais que privatizavam
fundos de crescimento do país, mas com a demanda massiva de conexão com
o mundo viu-se a necessidade de baixar os custos, o custo alto não rendia
ganhos consideráveis no ramo da informática, mas com a informatização dos
lares foi de impacto forte que a área conseguiu se estabelecer em muitos
lugares do mundo, mesmo nos mais pobres.
A Internet virou notícia em todos os meios de comunicação que se
pode imaginar (CRUMLISH, 1995). A massiva divulgação da mídia, as
referências mundiais sobre seu uso, fortalecem ainda mais a sua conquista do
terreno em solos vastos, é ampla a sua aceitação, por onde passou deixou
uma satisfação gigantesca e muito favorável, não há como não gostar de
acessar a web ela contagia e faz com que a pessoa viaje como uma criança
em um parque de diversões.
Pessoas comuns usam a net, este número cresce abundantemente,
de tão rápido se torna espantoso (FILIPPO, 1996).
O interesse é visível, não é preciso ir muito longe para identificar alguém que
está conectado com a rede mundial de computadores, bastam algumas
perguntas básicas tipo: “Já pesquisou algo na web?” e pronto quem já o fez
uma vez responde que sim, quem se conecta frequentemente responde como
se fosse apresentar uma dissertação de mestrado explicando cada detalhe que
conhece. A aproximação das pessoas comuns das classes derivadas
populariza e incentiva mais e mais pessoas a utilizarem este meio de
comunicação, com a entrada de novas tecnologias e sistemas operacionais
que facilitam o acesso a Internet, removendo todos os obstáculos atrai como
um imã os novos utilizadores da web, sem impedimentos, aprende quem quer,
navega quem sabe, e a maior razão de haver muita gente conectada é o fato
de que quase todo mundo sabe e consegue aprender rápido.
2.2.1 E-mail, uma rede de comunicação que aproxima continentes.
Promover comunicação entre usuários é um dos recursos mais
interessantes e atrativos da web (BROWNE, 1995). A web é seguida de
vários fatores que mudaram a história das comunicações, uma delas é o email, que aproxima cada vez mais pessoas, O mar não é mais considerado
um limite (GRALLA, 1996). Não importava a distância, quem morasse em São
Paulo e tivesse parentes em Pernambuco podia comunicar-se com eles á
qualquer momento do dia, do ano, bastava ter um microcomputador e acesso à
Internet. O e-mail é usado para fins de aproximação quanto para serviço
ou bate papo com colegas (GRALLA, 1996). As formas como as
comunicações entre indivíduos são realizadas na web são tão importantes para
seu desenvolvimento quanto para o indivíduo que a realiza, pois assim o fluxo
de dados na rede supera as expectativas, visto que isto é um ponto positivo
para a sua utilização, a web tem muitos pontos cruciais para a vida humana,
ela não denigre a sociedade, ela aproxima os distantes, isto faz bem até
mesmo a saúde, pois mata as saudades dos entes queridos.
Há um poderio muito forte com o e-mail em qualquer mão, é
possível alcançar regiões muitos distantes e causar impactos bons e
ruins (CRUMLISH, 1995). Atrair usuários é bem fácil, o difícil é tirá-los a força
depois de estarem habituados com os recursos, mandar e-mail vicia, e torna a
vida prática, alias praticidade é um critério bem voraz da web, todos almejam
estar bem amparados de recursos que os tiram de situações complicadas,
afinal é fácil indagar um problema e conseguir uma resposta fiel e concreta via
e-mail, as listas de discussões livram os pescoços de muita gente, é uma
ferramenta que é usada para situações cotidianas, então é óbvio que ela é
utilizada com tanta amplitude, seria irracional saber que pode consultar algo
que já está disponível, do que ficar massacrando o cérebro com uma dúvida
impertinente.
Muitos usuários conectados têm a solução para o seu problema,
basta perguntar (FILIPPO, 1996). O e-mail é capaz de gerar listas de
conversação,
onde
se
expõe
uma
indagação
e
vêem-se
inúmeras
possibilidades apresentadas segundo a opinião de várias outras pessoas,
baseadas nas experiências de cada um. Mandar um e-mail era muito mais do
que sério, era um hobbie, era divertido, era possível passar horas dando
risadas com as piadas que recebia a qualquer momento, as inúmeras
possibilidades com o e-mail era incomparável á um telefonema, ou a um
telégrafo. Não era necessário ficar esperando uma resposta, simplesmente ela
iria chegar a qualquer momento e não havia uma preocupação com custos,
pois eram fixos.
Os e-mails são quase instantâneos e podem afetar a população de
qualquer lugar do mundo (FILIPPO, 1996). Não precisa de muito tempo para
algo repercutir em âmbito nacional, imagina então global. O que se publica na
web não está limitado, não é restrito, não é selecionado para tantos indivíduos,
é simplesmente liberado na malha, nela não existe fim, nem começo, existe sim
o meio, e todos estão lá, por isso é tão descontrolada.
2.2.2 Comércio eletrônico, publicidade e propaganda.
Na década de 90, WALL (1997) indagava sobre o mercado eletrônico,
afirmava que não estaria tão longe de começar, os mais otimistas previam
que em cinco anos estaria dominando a Internet, pesquisadores
imaginavam que seria normal comprar carro pela Internet e o pagamento ser
efetuado pelo mesmo meio. E eles estavam corretos atualmente tudo se
compra na Internet, mas na época em questão não haviam meios seguros de
se implantar esta categoria de comercio senão somente a publicidade, pois os
meios fraudulentos eram corriqueiros e fáceis de acontecer, era impossível
confiar na Internet para fins comerciais, mas nada que impedisse que as visões
sobre o futuro fossem otimistas, e cá estamos todos.
Os serviços e pagamentos realizados pela Internet serão muito
seguros e controlados (GRALLA, 1996). Esta afirmação de Gralla é a
realidade da Internet atual, o comércio sem dúvida é o principal meio de
utilização dos recursos da Internet, mas cresce da mesma maneira como as
redes de comunicação. As virtudes de um comércio eletrônico não se
comparam ao convencional, sua abrangência é maior, aliás, não tem limites, é
possível uma empresa Brasileira realizar vendas para o exterior, isto se chama
Globalização, neste aspecto o comércio ajuda e muito para interligar países, o
que é ótimo para economia nacional de qualquer lugar do mundo, a venda para
o exterior tem um custo maior, porém o que se vende nos Estados Unidos
talvez não se encontre em nenhum outro lugar, o que é importante para
valorizar a matéria prima e mão-de-obra da região, comércio internacional é a
maneira mais fácil de trazer o mundo dos negócios para a Internet, é a base da
economia eletrônica.
Há comerciantes atuando na área de marketing expondo seu
inventário em catálogos na web, isto é publicidade (WALL, 1997). Único
meio confiável para comercializar bens e produtos pela Internet sem sofrer
ataques, era por publicidade e marketing, simples, porém visionário, os
primeiros comércios on-line eram realizados por telefone, então quando se viu
a necessidade de transferir para a web foram analisados os custos com
telefone, correio, entre outros. Com a web, é possível valorizar o produto, sem
perder qualidade, pois mostra-se o poder de venda e também é possível
conquistar a confiança devida á relatos de compradores, graças à segurança
em redes.
2.2.3 A publicação descontrolada de material na Internet.
É fácil expor sua opinião, mais do que muitos pensam (WALL, 1997). A
praticidade chega á porta de todo mundo, quando alguém nota que esteve todo
este tempo lendo o que outros escrevem, é óbvio que vem aquela vontade de
ele mesmo publicar suas obras, suas escrituras, suas opiniões, daí então
desencadeia uma série de novas informações, há o surgimento de novas
tendências, quando o usuário nota que a sua liberdade não está limitada a
somente visualizar, ele explode de entusiasmo e parte para a guerra, com
todas as suas armas e bombardeia a rede com dados, documentos e arquivos
que deseja muito compartilhar, este é o intuito da rede, porém violado por
muitos que têm intenções maliciosas, mesmo que estes não venham ao caso,
devem ser considerados, pois seus conteúdos ilícitos são responsáveis pela
maior parte da desordem dos dados na web, a confusão é gerada pela falta de
ética, quem diria com voz firme que pudesse chegar a este ponto, mas na
verdade já era previsto, desde o início, pois os perfis de usuários são diversos.
Às vezes na web será possível encontrar material clássico que
nunca encontraria tão perto de casa, ou aquele material que nunca seria
publicado em jornal nem revista (WALL, 1997). A web se torna um meio tão
liberto para publicar qualquer tipo de dado que muitos são obras
importantíssimas, existem bibliotecas que digitalizam livros e outras obras que
talvez ninguém fosse ler em sua forma original, mas estará disponível sempre
que alguém precisar, não é por exagero em querer tornar tudo on-line, mas sim
para melhorar a forma como o mundo encontra o que precisa. É muito mais
fácil baixar um livro renomado alemão da Internet, do que ir até uma biblioteca
germânica para pega-lo emprestado por três dias. É imensa a quantidade
existente de arquivos e não param de ser adicionados todo o momento
(WALL, 1997). Estar por dentro do que acontece na Internet levaria mais
tempo do que a vida nos fornece para respirar (LEVINE, 1996). Analisando
as citações anteriores a respeito da quantidade de redes que são conectadas
anualmente e quantos arquivos rodam por dia na web, é impossível
acompanhar o fluxo de dados, equipara-se á velocidade da luz. A Internet
cresce tão rápida que em um piscar de olhos o que você estava vendo já era
grande acaba se tornando maior ainda. Seria preciso parar a rede toda,
provocando um black-out global durante anos para acompanhar o que
aconteceu em um único dia.
2.2.4 Os índices hierárquicos de ordenação
O autor Levine (1996) comenta sobre a organização das informações no
site Gopher1, era feita de forma estruturada, seguia uma árvore
hierárquica tradicional, a vantagem é poder ver o conteúdo completo,
porém esta organização é muito complexa e imensa. Os métodos
antiquados para organizar os dados eram baseados em estruturas simples, não
eram os tão versáteis, porém havia uma grande aceitação dos usuários, pois
em contra partida á sua forma de implantação estava o acesso á todo o
conteúdo direto, sem necessitar muita navegação, era visível o que queria
encontrar apenas expandindo a árvore do conteúdo. Gralla (1996) descreve
os índices de organização como altamente estruturados, onde categorias
levam as subcategorias e assim por diante. Como exibe a Figura 4, o menu
hierárquico é um modo de organização prático e eficaz, se aplicado em uma
página de pequeno porte, imagine aplicar na web inteira, seria impossível se
localizar, a lista seria tão grande, e a cada dia seria atualizada, sendo assim
muito extensa e complexa.
Figura 4 - Menu de Índices para navegação, organização por categorias.
Levine (1996), ainda ressalta que a Internet contém um volume tão
grande de informação, que á menos que o usuário saiba onde ela consta,
não a encontrará. Não havia referências cruzadas, nem mesmo apontadores,
a única maneira de se encontrar um site era pedindo para alguém lhe enviar o
endereço, ou então procurar no rodapé dos sites que visitava, caso houvesse
alguma referencia. A busca então, era limitada, uma demanda gigantesca de
novos documentos e arquivos diversos, embaralhavam o conteúdo mais ainda,
com tantos dados na rede, talvez um conteúdo buscado estivesse na vigésima
página da relação de itens encontrados, como também pode ser que o
buscador nem o tivesse localizado. Wyatt (1995), diz logo que muita
informação é facilmente encontrada, porém outras estão ocultas até que
alguém lhe mostre onde ela consta. Era preciso ter muitos contatos para que
estes lhe apontassem onde consta tal assunto ou então uma paciência
invejável, resultados eram obtidos, mas nem todos continham a relevância
desejada pelo requisitante.
Algumas ferramentas antigas de busca como o gopher, veronica,
junghead, archie, eram responsáveis por auxiliar na recuperação de arquivos
na web.
Para realizar buscas no Gopher, também pode ser utilizado o
mecanismo do Veronica, que busca títulos e classes na rede Gopher,
porém há um numero excessivo de resultados possivelmente úteis
(LEVINE, 1996).
As buscas realizadas por categorias prendem os usuários na frente do
computador por horas, ele não tem a certeza de que está contido naquelas
classificações o que realmente busca, o usuário levanta dúvidas, mas continua
procurando. Este método rústico de categorização complicava a recuperação
de informação, pois o usuário não tinha muitas opções, ele estava limitado a
encontrar o que estivesse a seu alcance, o que passasse disto estaria
praticamente em seus desejos não realizados.
A web não é linear, ela é desorientada e cresce para todo lado,
principalmente com o apoio tecnológico avançado (WALL, 1997). Tudo o
que é inovador não pára no tempo, existem apenas duas opções: ou cresce
consideravelmente ou afunda de vez. A Internet nunca parou e continua em
movimento, o anseio para inovações supera qualquer obstáculo, como por
exemplo, a velocidade de conexão que passa a ser maior conforme a
necessidade de downloads aumenta assim como o tamanho dos arquivos, que
passam a ser multimídia requerendo uma conexão mais ampla e exigente.
2.3 A Nova Onda do Momento
Não se compara a interface gráfica da web com os menus arcaicos da
Internet de antigamente, é bem mais simples, bonito e interessante
(WALL, 1997). É o início de novas tendências de formatação, de navegação e
de ver a web, é mais prática e o visual todo renovado. Mas o que vale mesmo é
a experiência, não em contexto de conhecimento, mas de usabilidade, o
usuário adquire uma aceitação maior com tanta comodidade, a nova era da
Internet é repleta de inovações e de conceitos que envolvem organização que
passam de conceitos lógicos para conceitos inteligentes.
A web é atraente, pois conta com vários aspectos de design para
chamar e prender a atenção do usuário e garantir um visitante assíduo à
página (LEVINE, 1996). O ponto forte da nova web é a aparência, os recursos
que ofuscam os olhos e tomam atenção, nada melhor do que um web site bem
estruturado, ou um visual que combina com o estilo do usuário que o está
acessando, era primordial exigir uma boa aparência, fez diferença na questão
de estética, um site pode atrair visitantes com seu visual arrojado, como pode
repelir com seu estilo antiquado; existem padrões definidos por cada usuário,
estudados pela W3C (World Wide Web Consortium), como cores que afetam o
humor ou a visão, quantidade excessiva de imagens ou texto, tudo depende de
uma boa visão e olhar critico.
O browser facilita a leitura do conteúdo (BROWNE, 1995), com a
chegada da web, quando se falava em conteúdo tudo parecia muito mais fácil,
desde a conexão até a navegação. A experiência dos usuários foi aprimorada a
cada dia com as facilidades que a web proporcionou naquele contexto, onde o
usuário podia simplesmente folhear o conteúdo e voltar para o início, ou
simplesmente acessar conteúdos relacionados.
É possível ver o mundo de pernas para o ar sem sair do lugar
(WALL, 1997). Comodidade é como atua a nova era da web, não há stress,
não há preocupação de chegar á um beco sem saída, não há o receio de não
se encontrar na teia, sempre há um ponto de partida que leva não à apenas um
ou dois caminhos, mas incontáveis rumos com rotas diferentes, não dá para
ficar parado, mas é fácil se perder. Afinal um labirinto tem uma saída, a web
não, o usuário na verdade nem sabe como foi parar lá dentro, ele se perde, não
há tempo, não há momento definido, não há restrição nem limites, é só
liberdade, o horizonte nunca acaba.
Não é preciso largar a xícara do café para navegar, é possível
realizar esta tarefa ainda com uma mão só, foi a vez do mouse (LEVINE,
1996). A web é tão simples, que leigos podem aprender com poucas
explicações como avançar e retroceder as páginas e entende que aquilo vai e
volta dentro dos assuntos, já uma criança se diverte fazendo o ponteiro do
mouse percorrer a tela, não há segredos, o que há é um grande dilema que
segue a geração que acompanhou o início da Internet, mas se desvinculou da
sua evolução.
A vida passa a se tornar cada vez mais digital, é possível transpassar a
personalidade o caráter e a índole do indivíduo tudo para uma home page
(página web contendo dados pessoais) e compartilhar com todo mundo o que
pensa como age e qual é o seu objetivo de vida, se abrir na web é comum, a
vida se torna pública, os dizeres o retratam, a forma de agir é vista por
qualquer um, a sociabilidade traz o mundo todo de encontro com o usuário, e o
usuário para dentro do mundo virtual. Todos são capazes de se expressar e
causar intrigas, e até mesmo ajudar pessoas (GRALLA, 1996). A web é
livre cada um pode se manifestar da forma que desejar, as opiniões são
respeitadas e lidas, mas nem sempre acatadas, não há regras que definam o
que não se pode dizer, mas há boas maneiras de comportamentos na rede,
não é aceitável alguém em um ambiente difamando todos com palavras de
baixo calão que ofendem, ou fornecendo informações falsas, mas sempre será
bem aceito o indivíduo que contribui para a melhor maneira de crescimento da
rede.
Os usuários ficam por ai vagando em bancos de dados de livre
acesso (BROWNE, 1995). Era um ciclo vicioso, ficar horas e horas navegando
e pesquisando documentos importantes ou irrelevantes, coletando aprendizado
e conhecimento e também se divertindo com baboseiras do cotidiano. Um
costume muito comum para quem possuía um computador era esquecer das
horas, os Net Surfers, mais tarde conhecidos como Internautas, eram aquelas
pessoas que passavam mais do que três horas na frente do computador
buscando e coletando informações, era uma diversificação de usuários bem
animadora que influenciava no crescimento da Internet. Com a crescente
publicação de dados sem controle, era complicado encontrar resultados fiéis na
web, isso não acarretava na decaída de usuários, mas influenciava na corrida
do ouro da evolução da web.
2.4 Hipertexto, o Conceito de Organização da Web.
A web é um sistema baseado em hipertexto que se refere a um método
para facilitar a localização através da interconexão de documentos com
diversos caminhos diferentes e opcionais (BROWNE, 1995).
Wall (1997) os hipertextos são qualquer parte do texto ou palavra
que contém um indicador para outro documento ou imagem, é a base da
organização da informação. Os métodos novos de organização se baseiam
em referências cruzadas, e interconexões, é comum neste ponto sites
referenciarem outros sites por palavras e imagens, é primordial aumentar o
nível de conexão das redes. Quando há um vínculo, há uma referência
poderosa apontando para uma informação complementar ou adicional, sempre
visando à compreensão do usuário, onde cada vínculo serve para clarear o
anterior, assim as divulgações aumentam, é possível chamar um documento
em outro site apenas apontando o link do mesmo. Falk (1995) deu um
significado para hipertexto: são anotações eletrônicas que ligam
documentos a outros documentos e são infinitamente sucessivas. O
mesmo documento pode ser referenciado em várias páginas e cada uma delas
conter um ponto de vista diferente, porém o princípio é único, não há
necessidade de ficar escrevendo o mesmo documento em vários lugares com
palavras diferentes, basta usar o mesmo e os comentários ficam por conta de
outras pessoas se baseando no arquivo original, através do compartilhamento
de dados.
A web é como se fosse um livro, é possível folheá-la (LEVINE,
1996), para passar de uma página para outra basta acionar o enlace de
hipertexto (GRALLA, 1996). Simples como o livro, a próxima página está logo
em seguida da atual, mas nem sempre está no mesmo livro. Com as idas e
vindas nas referências dos sites, era tanto possível o usuário acompanhar a
leitura de modo ordenado como se estivesse perante um livro, como também
seguir um objeto que aponta para outro livro sem ter que fechar o primeiro livro
e depois retornar a leitura do primeiro sem ter que fechar o segundo, e assim
sucessivamente. As possibilidades de leitura e acesso á informação variam de
acordo com a necessidade.
Browne (1995) compara a web como uma revista: poucos a lêem
desde o começo até o final, mas muitos folheiam até encontrar o que
busca e que lhe é de interesse. A paciência do leitor é curta, estar diante de
muita informação que lhe parece inútil ou sem relevância é incomodo, então ai
começa uma briga com as paginas até encontrar o que precisa, folheia tudo se
precisar.
O hipertexto consegue vincular idéias incorporadas assim como os
pensamentos humanos que não são lineares e seguem uma ordem
inversa à lógica (LEVINE, 1996). Os pensamentos humanos não são uma reta
perfeita, se uma pessoa parar para refletir sobre isto, logo percebe que em
instantes estará fora desta linha de raciocínio, pois se dará conta de que
começou a analisar este ponto de vista, mas lembrou que esqueceu de fechar
o portão quando saiu de casa, e assim por diante virão imensas e várias idéias
de como vai fazer para não ter a casa assaltada.
Levine (1996) ainda complementa dizendo que o hipertexto é sem
dúvida o recurso mais poderoso da Internet, com ele é possível interligar
qualquer página web com qualquer lugar do mundo, referenciar qualquer
matéria com qualquer artigo relacionado, é possível aproximar distâncias
inatingíveis, com o hipertexto, é possível uma infinidade de limitações
inconcebíveis.
Imagine se deparar com algo novo: no modo antigo era necessário
realizar uma busca sobre aquilo, com o hipertexto basta clicar com o
mouse em cima da palavra e pronto, uma explicação estava á seu dispor
(FALK, 1995). Não é muito difícil encontrar novos assuntos na web, à
imensidão ultrapassa os limites da consciência humana, com o novo recurso de
interligação é possível encontrar uma explicação ou um artigo sobre o tal
assunto com um clique próximo de onde estava, não requerendo então a
abertura de outro mecanismo de busca, está tudo mais próximo e mais
acessível, muita rotina é retirada do cotidiano dos usuários, como por exemplo,
encontrar explicações e significados. A Figura 5 serve para exemplificar o
funcionamento dos hipertextos e suas conexões com outras páginas, uma
página pode conter conteúdos de outras, basta referenciá-los.
Figura 5 - Sites interconectados por hipertextos.
RELAÇÃO DE FIGURAS:
Figura 1- Conexão de uma rede local. Fonte:
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/5/53/Netzwerktopologie_Stern.png)
Figura 2 - Crescimento dos acessos á Internet até o ano de 2005.
Fonte: Se há tanta coisa que sobe... Nós também devemos subir , acessado em:
http://nadacomoorealmente.blogspot.com/2009/01/se-h-tanta-coisa-que-sobe-ns-tambm.html
Figura 3 - Menu de Índices para navegação
Fonte: http://www.usg.edu/galileo/skills/unit07/Internet07_03.phtml
Figura 4 - Contrastes entre a antiga e a nova web.
http://xuxinhainfo.blogspot.com/2009_09_01_archive.html
Figura 5 - Sites interconectados por hipertextos.
http://professoralair.blogspot.com/2009/10/hipertexto-e-Internet.html?zx=26708867038e3073
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