CENÁRIO ECONÔMICO MUNDIAL E BRASILEIRO Prof. Antonio Lanzana Dezembro 2012 1 Sumário I. Economia Mundial 1. Situação Atual 2. Perspectivas II. Economia Brasileira 1. Desempenho em 2012 • Visão macroeconômica • Comportamento setorial 2. Perspectivas 2 I - ECONOMIA MUNDIAL 1. Situação Atual • Três fatos importantes em 2012 • Recessão na Europa • Questão política afetando a economia nos Estados Unidos • Desaceleração na China e nos emergentes 3 1.1. Situação da Europa • Crescimento da Zona do Euro • 2011 1,5% • 2012 -0,5%(*) • Desemprego atinge 11% na região e 25% em alguns países • Ajustes fiscais (redução do déficit público) levaram a região à recessão • Não há instrumentos para fazer ajuste com crescimento econômico. 4 • Forma de ajuste: corte de gastos públicos (é recessivo) • Elevação do risco tem levado a aumento de juros → Itália e Espanha → Juros de 7% tornariam atuação insuportável • BCE socorreu comprando títulos e condicionando ajuste → Objetivo é reduzir juros durante transição → “Folêgo” para o ajuste → Mas a redução do déficit público é inevitável 5 1.2. Situação dos Estados Unidos • Pequena melhora na evolução do PIB 2011 1,7% 2012 2,0% (*) • Desemprego se reduziu atualmente 7,8% • Situação política durante eleições limitou uso de instrumentos fiscais • Emissão monetária impactou positivamente o PIB 6 1.3. Situação dos Emergentes • PIB da China vem desacelerando 2010 10,3% 2011 9,2% 2012 7,5% (*) • Emergentes acompanham 2010 7,1% 2011 6,1% 2012 4,7% (*) 7 • Causas da desaceleração Recessão na Europa Inflação em alta (já reduzida) • Mesmo assim emergentes continuam liderando crescimento mundial. 8 Tabela 1– Projeções PIB 2010 2011 2012* Mundo 5,0 3,8 3,0 Desenvolvidos 3,0 1,3 1,2 . Estados Unidos 3,0 1,7 2,0 . Zona do Euro 1,7 1,5 -0,5 . Reino Unido 1,6 0,7 -0,3 . Japão 4,0 -0,7 2,0 Emergentes 7,1 6,1 4,7 . China 10,3 9,2 7,5 . Índia 8,5 7,1 5,6 . Rússia 4,0 4,3 3,6 Fontes: FMI e Banco Mundial 9 2. Perspectivas ● Três Grandes Questões: Europa se mantêm em recessão/estagnação? Solução para o “abismo fiscal” nos EUA? Desaceleração da China permanece? 10 2.1. Europa ● Solução da crise européia leva tempo Ajustes fiscais apenas começaram Novas medidas de redução do déficit público e da dívida pública Dívida grega é impagável Possível abrandamento das exigências 11 Tabela 2 – Indicadores Fiscais – 2011/2012(*) (% do PIB) País Déficit Público Dívida Líquida Alemanha 0,8 82,1 Espanha 7,4 69,3 França 5,2 86,0 Grécia 9,4 170,0 Irlanda 13,4 106,0 Itália 3,9 120,7 Portugal 6,8 108,0 Tratado de Maastrich 3,0 60,0 Fonte: EUROSTAT 12 ● Conseqüências Estagnação / recessão Desemprego elevado Manifestações Riscos políticos 13 2.2. Estados Unidos ● “Abismo fiscal” levaria o país à recessão (retirada de US$ 600 bilhões da economia) ● Possibilidade de renegociação entre democratas e republicanos ● Acordo muito provável ● PIB deve repetir 2012: +2,0% 14 2.3. Emergentes ● Desaceleração da China já atingiu seu limite Inflação voltou a cair Taxa de investimento continua alta (mais de 40% do PIB) ● Continua sendo “locomotiva mundial”, mas com menor velocidade ● PIB deve crescer 8% em 2013 (tendência para os próximos anos) ● Emergentes continuam liderando o crescimento mundial. 15 Tabela 3– Projeções PIB 2011 2012* 2013* Mundo 3,8 3,0 3,2 Desenvolvidos 1,3 1,2 1,2 . Estados Unidos 1,7 2,0 2,0 . Zona do Euro 1,5 -0,5 -0,1 . Reino Unido 0,7 -0,3 1,4 . Japão -0,7 2,0 0,6 Emergentes 6,1 4,7 5,1 . China 9,2 7,5 8,0 . Índia 7,1 4,4 6,0 . Rússia 4,3 3,6 3,0 Fontes: FMI , Banco Mundial e OCDE 16 II. ECONOMIA BRASILEIRA 1. Desempenho em 2012 1.1. Visão Macroeconômica ● PIB deve ter crescido 1,0% em 2012 (contra 2,7% em 2011 e 7,5% em 2010) ● Medidas de estímulo foram adotadas ⇨Redução dos juros (SELIC e BNDES) ⇨Expansão do crédito via bancos públicos ⇨Elevação do salário mínimo ⇨Redução de impostos (pontuais) ⇨Desvalorização cambial 17 ● Porque cresceu pouco? Desaceleração da economia mundial Quebra da safra agrícola no 1º trimestre (-8,5%) Excesso de estoques na indústria Consumidor endividado Investimentos não “responderam” Efeitos da “correção de rumos” – medidas macroprudenciais adotadas em 2011 18 ● Algumas “lições” de 2012 Desaceleração mundial não explica toda situação brasileira • Outros emergentes cresceram mais forte Queda dos juros é uma condição necessária, mas não suficiente para a retomada 19 Gráfico 1 – Crescimento do PIB – Países Selecionados (Previsão para 2012) 6,0 3,7 3,8 4,3 Rússia México 5,0 2,6 Peru Chile Colômbia Argentina 1,0 Brasil 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 Fonte: FMI 20 • Uma pequena recuperação →Economia reagiu levemente a partir do 3º trimestre →PIB mostrou expansão de 0,6% no 3º trimestre “na margem” →Pode ser o início de uma reversão? 21 Gráfico 2 – PIB Brasil (Trimestre/Mesmo Trimestre do Ano Anterior – Em %) 5,0 5,0 4,2 3,3 3,0 2,1 1,4 4° Trim./11 3° Trim./11 2° Trim./11 1° Trim./11 0,0 4° Trim./10 1,0 0,9 0,5 2º Trim./12 0,8 3º Trim./12 2,0 1,8 4º Trim./12* 4,0 1º Trim./12 6,0 22 1.2. Comportamento Setorial ● Evolução setorial muito diferenciada ● Setor serviços “comanda” o crescimento ● Agropecuária afetada pela quebra de safra (depois recuperou-se) ● Indústria com queda de produção 23 Tabela 4 – Comportamento Setorial Diferenciado(Var. %) Setor 2011 2012(*) jan/set Agropecuário 3,9 -1,0 Indústria 1,6 -1,1 ● Transformação 0,3 -3,2 Serviços 2,7 1,5 ● Comércio 3,4 1,0 PIB 2,7 0,7 Fonte: IBGE 24 • Desempenho do setor serviços: →Classes C e D incorporando novos serviços • Turismo, planos de saúde, seguros, ensino privado. • Crescimento forte das vendas do comércio varejista 25 Gráfico 3 – Vendas do Comércio x Indústria de Transformação 12,0 8,9 7,5 7,0 0,3 2,0 -3,0 -3,2 -8,0 2011 Comércio 2012(até 09) Indústria Fonte: IBGE 26 O Setor Industrial ● Indústria é composta por (Br – 2011): ⇨ Extrativa ⇨ Transformação 61,9% ⇨ Construção Civil 19,8% ⇨ Eletricidade , Gás e Outros 11,6% ⇨ Indústria Total 6,7% 100,0% ● A indústria de transformação não vai bem 27 ● Queda na participação do PIB 2000 17,2% 2011 14,6% ● É um fenômeno mundial ● Mas é mais forte no Brasil 28 Gráfico 4 - Indústria Brasileira x Indústria global Fonte: Elaboração Bradesco 29 ● Queda acentuada nos anos recentes ⇨ Câmbio ⇨ Estratégias de defesa com maior importação ⇨ Ociosidade na indústria mundial ⇨ Redução da capacidade exportadora 30 Gráfico 5 - Faturamento Real e Produção Física da Indústria de Transformação (Série trimestral dessazonalizada) 31 Pressões Salariais ● Setor serviços têm crescido e pressionado salários em toda a economia ● PEA reduzindo ritmo de crescimento ● Demanda de mão-de-obra crescendo mais rapidamente do que oferta ● Desemprego em queda ● PEA vai cair a partir de 2040 32 Gráfico 6 - Índice de Desemprego (Média Anual) 2012 (*) 2011 2010 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 14,0 12,0 10,0 8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 Fonte: IBGE 33 Gráfico 7 - Crescimento da PEA e dos Ocupados 2004/2012 2,38 3,0 2,5 1,52 2,0 1,5 1,0 0,5 0,0 PEA OCUPADOS Fonte: IBGE 34 Gráfico 8 – População x PEA (Milhões de Hab.) 250,0 200,0 150,0 100,0 50,0 População Total 2050 2040 2030 2020 2010 2000 1990 1980 0,0 PEA Fonte: IBGE 35 2. Perspectivas ● Nível de atividade → A tendência do 2º semestre se consolida em 2013 → Possível redução da inadimplência (renegociação com juros menores e prazos maiores) → PIB deve crescer 3,0% em 2013 → Crescimento limitado pelo nível de investimentos → Comportamento setorial heterogêneo ▪ Agropecuária dará contribuição importante - Deve crescer 3,9% ▪ Indústria também se recupera (2,5%) - Ind. de Transformação → +2,0% 36 ● Indústria de transformação tem condições de se recuperar → Ajuste de estoques → Há capacidade ociosa → Políticas de estímulos → Câmbio mais favorável → Taxas favoráveis do BNDES → Queda do custo de energia → Desoneração da folha 37 Inflação ● Continua acima da meta de 4,5% , como nos últimos três anos ● 2010 → 5,9% ● 2011 → 6,5% ● 2012 → 5,4% ● 2013 → 5,4% ● Governo administra inflação e crescimento ● Taxa de juros estabilizada em 7,25% ao ano ● Se inflação pressionar “segura” bancos públicos 38 Taxa de Câmbio • Evolução vai depender de negociações nos Estados Unidos e crise européia • BC trabalha com “piso” informal de R$ 2,00 • Governo pode utilizar câmbio para incentivar indústria • Deve ficar entre R$ 2,00 e 2,15 39 Tabela 5 – Brasil – Projeções INDICADORES 2008 2009 2010 2011 2012* 2013* PIB (%) 5,10 -0,30 7,50 2,70 1,00 3,00 Inflação (%) 5,90 4,30 5,90 6,50 5,40 5,40 Taxa de Juros (% a.a.) 13,75 8,75 10,75 11,00 7,25 7,25 Taxa de Câmbio (final de período) 2,36 1,74 1,67 1,85 2,07 2,15 40