Discordâncias • São defeitos lineares. Existe uma linha separando a seção perfeita, da seção deformada do material. • São responsáveis pelo comportamento mecânico dos materiais quando submetidos a cisalhamento. • São responsáveis pelo fato de que os metais são cerca de 10 vezes mais “moles” do que deveriam. • Existem dois tipos fundamentais de discordâncias: Discordância em linha (edge dislocation) Discordância em hélice (screw dislocation) pompeu 1 Discordância de Aresta (a) (b) (c) Discordância de aresta a) Um cristal perfeito; b) Um plano extra é inserido no cristal (a); c) O vetor de burgers b equivale à distância necessária para fechar o contorno formado pelo mesmo número de átomos ao redor da discordância de aresta. pompeu 2 A discordância é a fronteira entre a parte do cristal que deslizou e a parte que ainda não Escorregou. Vista tridimensional de um cristal contendo uma discordância em cunha pompeu 3 Discordância em linha A discordância em linha corresponde a borda (edge) do plano extra. Discordância em pompeu linha 4 O circuito e o vetor de Burgers Cristal c/ discordância em linha Cristal Perfeito O circuito se fecha. O circuito não se fecha. O vetor necessário para fechar o circuito é o vetor de Burgers, b, que caracteriza a discordância. pompeu Neste caso b é perpendicular a discordância 5 Discordância em Hélice Discordância Neste caso o vetor de Burgers é paralelo a discordância. Uma boa analogia para o efeito deste tipo de discordância é “rasgar a lista telefônica” Vetor de Burgers, b pompeu 6 Discordância em Espiral Linha de discordância (a) (b) (c) Vetor de Burgers b a) Um cristal perfeito; b) e c) Deslocamento de uma secção transversal da ordem de um espaçamento atômico. O vetor de Burgers b é paralelo à linha de discordância em uma discordância em espiral. pompeu 7 Discordância em Espiral Discordância em espiral como resultado de um cisalhamento parcial pompeu 8 Discordância mista Discordâncias de aresta ou em espiral raramente ocorrem separadamente. Linha da discordância pompeu O vetor de Burgers mantém uma direção fixa no espaço. Na extremidade inferior esquerda, onde a discordância é pura hélice, b é paralelo a discordância. Na extremidade superior direita, onde a discordância é pura linha, 9 b é perpendicular a discordância. Discordâncias e deformação mecânica • Uma das maneiras de representar o que acontece quando um material se deforma é imaginar o deslizamento de um plano atômico em relação a outro plano adjacente. Plano de deslizamento (slip plane) Rompimento de diversas ligações atômicas simultaneamente. Baseado nesta representação, é possível fazer uma estimativa teórica da tensão cisalhante crítica. pompeu 10 Discordâncias e def. mec. (cont.) A tensão cisalhante crítica é o valor máximo, acima do qual o cristal começa a cisalhar. No entanto, os valores teóricos são muito maiores do que os valores obtidos experimentalmente. Esta discrepância só foi entendida quando se descobriu a presença das discordâncias. As discordâncias reduzem a tensão necessária para cisalhamento, ao introduzir um processo sequencial, e não simultâneo, para o rompimento das ligações atômicas no plano de deslizamento. pompeu 11 Discordâncias e def. mec. (cont.) 1 2 3 tensão cisalhante tensão cisalhante 4 5 6 tensão cisalhante tensão cisalhante pompeu 12 Analogia do deslizamento pompeu 13 Discordâncias e def. mec. (cont.) Linha: mov. na direção da tensão O efeito final Direção do movimento Hélice: mov. normal a é o mesmo. direção da tensão. pompeu 14 Conclusão • Temperatura influência direta na velocidade de deslocamento das discordâncias • Impurezas difundem e concentram-se em torno das discordâncias formando uma atmosfera de impurezas • Deformação Plástica aumenta a tensão e diminui a ductilidade pompeu 15 Fronteiras de grão e interfaces • Um material poli-cristalino é formado por muitos mono-cristais em orientações diferentes. • A fronteira entre os monocristais é uma parede, que corresponde a um defeito bi-dimensional. pompeu 16 Fronteira de baixo ângulo Fronteira em que ocorre apenas uma rotação em relação a um eixo contido no plano da interface (tilt boundaries). O ângulo de rotação é pequeno (< 15º). Pode ser representada por uma sequência de discordâncias em linha. pompeu 17 Macla (twin) • Fronteira de alta simetria onde um grão é o espelho do outro. Plano de macla (twin Formadas pela aplicação de tensão mecânica ou em tratamentos térmicos de recozimento plane) (annealing) pompeu 18 Outras fronteiras • Fronteira de grande ângulo Fronteira de rotação com ângulos maiores do que 15º Mais difícil de interpretar (unidades estruturais). • Falha de empilhamento: cfc - deveria ser ...ABCABC... e vira ...ABCBCA... hc - deveria ser ...ABABAB... e vira ...ABBABA... • Fronteiras magnéticas ou parede de spin Em materiais magnéticos, separam regiões com orientações de magnetização diferentes. pompeu 19 A deformação plástica ocorre pelo movimento de discordâncias “varrendo os planos de escorregamento Os planos onde as discordâncias se movimentam, são normalmente aqueles de maior Densidade atômica. pompeu 20 Intuitivamente, é evidente que a deformação plástica causada pela movimentação de uma discordância exige uma tensão muito menor que a necessária para movimentar um plano de átomo como um todo pompeu 21 Formação de dois tipos característicos de discordâncias a partir de um cristal perfeito pompeu 22 O vetor de Burgers : dá a direção do escorregamento é sempre o mesmo independente da posição da linha de discordância. pompeu 23