TERRITÓRIO E POVOAMENTO DO PARANÁ A história do povoamento do Paraná antes do século XIX se constituiu numa série de episódios de curta duração e quase sem unidade entre si. POVOAMENTO DO ESTADO O povoamento do Estado não seguiu o esquema que definiu a ocupação humana em todo o território brasileiro – o triângulo português-índio-negro. As circunstâncias históricas não quiseram que o índio viesse a contribuir de maneira sensível na formação da população paranaense. O Paraná também não chegou a conhecer a escravatura em larga escala ou acentuado mestiçamento verificados pela história brasileira nas demais áreas. POVOAMENTO DO ESTADO O povoamento resultou em três ciclos: a mineração, a criação e o comércio de gado e a pequena agricultura. O homem branco, a princípio de origem ibérica, e de origem mais largamente européia em seguida, fez do Paraná uma Província e, mais tarde, um Estado em que a população se define por características absolutamente inconfundíveis. TRATADO DE TORDESILHAS Segundo a interpretação dos espanhóis, o Tratado de Tordesilhas (assinado em 1494), atingia a região de Iguape (SP). Porém os portugueses afirmavam que a linha passava por Laguna (SC). Somente essa informação já nos dá uma idéia de como era a situação das fronteiras da América espanhola e portuguesa. TRATADO DE TORDESILHAS (1494) HISTÓRIA DO PARANÁ A história do Paraná no século XVI, resume-se a uma série de expedições de reconhecimento, empreendidas tanto por portugueses quanto por espanhóis. Embora algumas leis proibissem o cativeiro de indígenas,e o Papa pessoalmente condenasse o apresamento de índios, essa era a principal atividade econômica do Paraná nesse período. A ocupação do Paraná só se inicia de fato no final do século XVI. Com o Tratado de Tordesilhas, a região que pertencia a Portugal restringia-se a uma minúscula parcela do estado do Paraná, porém os habitantes de São Paulo de Piratininga, constantemente desrespeitavam as fronteiras e invadiam o território pertencente a Espanha em busca de drogas do sertão, metais preciosos e apresamento de indígenas para utilização como mão-de-obra escrava. TRATADO DE TORDESILHAS “Se prevalecesse a marcação da linha que terminava em Iguape”, “todo o território hoje paranaense estaria compreendido no direito espanhol; se prevalecesse a linha que terminava na Laguna, apenas uma faixa marítima estreita, que não excedia a Serra do Mar, seria domínio português”. O meridiano de Tordesilhas teve de ceder tempos depois à realidade do povoamento efetivo desse território. A OCUPAÇÃO EFETIVA A ocupação efetiva veio do interior para o mar por iniciativa dos espanhóis de Assunção, a partir de 1554, quando estes decidiram fundar algumas vilas no território que hoje é o Estado do Paraná. A estratégia espanhola era submeter cerca de 200 mil índios habitantes da região de Guairá e de paralisar a penetração portuguesa que avançava além da linha fixada pelo Tratado de Tordesilhas. Aos espanhóis também interessava uma saída marítima para o Atlântico pela baía de Paranaguá. ADELANTADOS E ENCOMIENDAS A primeira tentativa dos espanhóis para dominar os indígenas e ocupar o território se deu por meio da nomeação dos adelantados. Eram em geral indivíduos de posses e lhes cabia explorar as riquezas do território depois da pacificação dos indígenas transformados em mão-de-obra. Em troca, os indígenas pagavam um tributo ou prestavam serviços chamados “encomiendas”. A cobiça dos espanhóis fez o sistema degenerar em escravidão pura e simples. Os espanhóis saíam de Assunção, atravessavam o rio Paraná e estabeleciam as “missões” até nas barrancas do Paranapanema. Os espanhóis foram bem recebidos pelos indígenas até por volta da metade do século XVI, quando os guaranis se revoltaram contra o sistema de “encomiendas”. Para contornar a situação, o governo espanhol resolve delegar aos jesuítas, a partir de 1610, a missão de submeter os indígenas. Os religiosos transformaram as aldeias em “reduções”, pequenos núcleos de povoamento, onde o indígena recebia educação religiosa, habitação e trabalho em regime de vida comunal.