11. Os Pré-Socráticos

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CENTRO EDUCACIONAL MARIA AUXILIADORA
REDE SALESIANA DE ESCOLAS
2015 - Ano da Paz.
Nome:
Profº. (a): Marcos
Disciplina: Filosofia
Série:
EM
Data:
/
Turma:
/
Nota:
Ciente do Responsável:
TEXTO PARA APROFUNDAMENTO
OS PRÉ-SOCRÁTICOS
Dualismo Grego
A característica fundamental do pensamento grego está na solução dualista do problema metafísicoteológico, isto é, na solução das relações entre a realidade empírica e o Absoluto que a explique,
entre o mundo e Deus, em que Deus e mundo ficam separados um do outro. Consequência desse
dualismo é o irracionalismo, em que fatalmente finaliza a serena concepção grega do mundo e da
vida. O mundo real dos indivíduos e do vir-a-ser depende do princípio eterno da matéria obscura,
que tende para Deus como o imperfeito para o perfeito; assimila em parte, a racionalidade de Deus,
mas nunca pode chegar até ele porque dele não deriva. E a consequência desse irracionalismo
outra não pode ser senão o pessimismo: um pessimismo desesperado, porque o grego tinha
conhecimento de um absoluto racional, de Deus, mas estava também convicto de que ele não cuida
do mundo e da humanidade, que não criou, não conhece, nem governa; e pensava, pelo contrário,
que a humanidade é governada pelo Fado, pelo Destino, a saber, pela necessidade irracional. O
último remédio desse mal da existência será procurado no ascetismo, considerando-o como a
solidão interior e a indiferença heróica para com tudo, a resignação e a renúncia absoluta.
O Gênio Grego
A característica do gênio filosófico grego pode-se compendiar em alguns traços fundamentais:
racionalismo, ou seja, a consciência do valor supremo do conhecimento racional; esse racionalismo
não é, porém, abstrato, absoluto, mas se integra na experiência, no conhecimento sensível; o
conhecimento, pois, não é fechado em si mesmo, mas aberto para o ser, é apreensão (realismo); e
esse realismo não se restringe ao âmbito da experiência, mas a transpõe, a transcende para o
absoluto, do mundo a Deus, sem o qual o mundo não tem explicação; embora, para os gregos, o
"conhecer" - a contemplação, o teorético, o intelecto - tenham a primazia sobre o "operar" - a ação, o
prático, a vontade - o segundo elemento todavia, não é anulado pelo primeiro, mas está a ele
subordinado; e o otimismo grego, consequência lógica do seu próprio racionalismo, cederá lugar ao
pessimismo, quando se manifestar toda a irracionalidade da realidade, quando o realismo impuser
Que a saúde se difunda sobre a terra (cf. Eclo 38,8)
tal concepção. Todos esses elementos vêm sendo, ainda, organizados numa síntese insuperável,
numa unidade harmônica, realizada por meio de um desenvolvimento também harmônico,
aperfeiçoado mediante uma crítica profunda. Entre as raças gregas, a cultura, as filosofias são
devidas, sobretudo, aos jônios, sendo jônios também os atenienses.
Divisão da História da Filosofia Grega
Os Períodos Principais do Pensamento Grego
Consoante a ordem cronológica e a marcha evolutiva das ideias pode dividir-se a história da filosofia
grega em três períodos:
I. Período pré-socrático (séc. VII-V a.C.) - Problemas cosmológicos. Período Naturalista: présocrático, em que o interesse filosófico é voltado para o mundo da natureza;
II. Período socrático (séc. IV a.C.) - Problemas metafísicos. Período Sistemático ou Antropológico:
o período mais importante da história do pensamento grego (Sócrates, Platão, Aristóteles), em que o
interesse pela natureza é integrado com o interesse pelo espírito e são construídos os maiores
sistemas filosóficos, culminando com Aristóteles;
III. Período pós-socrático (séc. IV a.C. - VI p.C.) - Problemas morais. Período Ético: em que o
interesse filosófico é voltado para os problemas morais, decaindo entretanto a metafísica;
IV. Período Religioso: assim chamado pela importância dada à religião, para resolver o problema
da vida, que a razão não resolve integralmente. O primeiro período é de formação, o segundo de
apogeu, o terceiro de decadência.
Primeiro Período
O primeiro período do pensamento grego toma a denominação substancial de período naturalista,
porque a nascente especulação dos filósofos é instintivamente voltada para o mundo exterior,
julgando-se encontrar aí também o princípio unitário de todas as coisas; e toma, outrossim, a
denominação cronológica de período pré-socrático, porque precede Sócrates e os sofistas, que
marcam uma mudança e um desenvolvimento e, por conseguinte, o começo de um novo período na
história do pensamento grego. Esse primeiro período tem início no alvor do VI século a.C., e termina
dois séculos depois, mais ou menos, nos fins do século V. Surge e floresce fora da Grécia
propriamente dita, nas prósperas colônias gregas da Ásia Menor, do Egeu (Jônia) e da Itália
meridional, da Sicília, favorecido sem dúvida na sua obra crítica e especulativa pelas liberdades
democráticas e pelo bem-estar econômico. Os filósofos deste período preocuparam-se quase
exclusivamente com os problemas cosmológicos. Estudar o mundo exterior nos elementos que o
constituem, na sua origem e nas contínuas mudanças a que está sujeito, é a grande questão que dá
a este período seu caráter de unidade. Pelo modo de a encarar e resolver, classificam-se os
filósofos que nele floresceram em quatro escolas: Escola Jônica; Escola Itálica; Escola
Eleática; Escola Atomística.
Que a saúde se difunda sobre a terra (cf. Eclo 38,8)
Que a saúde se difunda sobre a terra (cf. Eclo 38,8)
Fontes:
ARANHA Maria L. e MARTINS, Maria H., Filosofando, Editora Moderna, São Paulo, 2014.
CHAUI, Marilena, Introdução à História da Filosofia – dos Pré-Socráticos a Aristóteles, Companhia
da Letras, 2ª edição, São Paulo, 2002.
Coleção Os Pensadores, Os Pré-socráticos, Abril Cultural, São Paulo, 1.ª edição, vol.I, agosto 1973.
DURANT, Will, História da Filosofia - A Vida e as Ideias dos Grandes Filósofos, São Paulo, Editora
Nacional, 1.ª edição, 1926.
FERRY, Luc, Aprender a Viver – Filosofia para os novos tempos, Editora Objetiva, 2007.
FRANCA S. J., Padre Leonel, Noções de História da Filosofia.
LALANDE, André, Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia, Martins Fontes, São Paulo, 1999.
MONDIN, Batista, Curso de Filosofia, Volume 1, 2 e 3. Editora Paulus, 3ª edição, 1977.
PADOVANI, Umberto e CASTAGNOLA, Luís, História da Filosofia, Edições Melhoramentos, São
Paulo, 10.ª edição, 1974.
REALE, Giovanni e ANTISERE, Dario, História da Filosofia I, II e II, Paulus, São Paulo 1997.
VERGEZ, André e HUISMAN, Denis, História da Filosofia Ilustrada pelos Textos, Freitas Bastos, Rio
de Janeiro, 4.ª edição, 1980.
Site: http://www.mundodosfilosofos.com.br
Que a saúde se difunda sobre a terra (cf. Eclo 38,8)
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