Estratificação do Risco Cardiovascular Global

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ATUALIZAÇÃO
TERAPÊUTICA EM
HIPERTENSÃO ARTERIAL
VALDIRO J. CARDOSO. JR
DEPARTAMENTO DE MEDICINA INTERNA
DIVISÃO DE CARDIOLOGIA
UNIC
Definição
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição
clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e
sustentados de pressão arterial (PA). Associa-se
frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais
dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos
sanguíneos) e a alterações metabólicas, com
consequente
aumento
do
risco
de
eventos
cardiovasculares fatais e não-fatais.
VI Diretrizes Brasileira de Hipertensão – Arq. Bras. Cardiol 2010
Desafios Principais
• Reduzir complicações, internações e mortes
relacionadas à HAS.
• Reduzir a prevalência da HAS.
• Aumentar o grau de conhecimento da
população sobre a importância do controle da
HAS.
• Garantir acesso dos hipertensos a serviços
básicos de saúde, com resolubilidade.
• Incentivar políticas e programas comunitários.
Distribuição global de causas de mortes 2001
Total de mortes: 56.502.000
Deficiências
Nutricionais
1%
Condições
Perinatais
4%
Outras Doenças
NãoTransmissíveis
4%
Outras Causas
1%
Malária
2%
Doenças
Respiratórias
6%
Injúrias
9%
HIV-AIDS
5%
Doenças
Cardiovasculares
30%
Tuberculose
3%
Câncer
13%
Doenças
Diarréicas
4%
Infecções
Respiratórias
7%
Doenças da
Infância
3%
Fonte: www.sbh.org.br
Portal da Hipertensão
Doenças
Digestivas
4%
Condição
Maternas
1%
Diabetes
1%
Doenças
Neuropsíquicas
2%
WHO, World Health Report 2001
Taxas de mortalidade por DCV e suas
diferentes causas no Brasil, em 2007
31,4% 30,0%
12,8%
25,1
Dados Mundiais
Mortes em 2000 atribuíveis aos principais fatores de risco
Hipertensão
Tabagismo
Hipercolesterolemia
Baixo Peso
Sexo não Seguro
Baixo Consumo de Frutas e Vegetais
Sobrepeso / Obesidade
Sedentarismo
Alcoolismo
Água imprópria
Fumaça de Combustível Sólido
Deficiência de ferro
Poluição do Ar Urbano
Deficiência de zinco
Hipovitaminose A
Injeções não seguras no cuidado da saúde
Fatores de Risco Ocupacionais
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
Número de Mortes (000s)
World Hypertension Report - WHO - 2002
Prevalência Mundial
Hipertensão
HA = PAD 90/ 95 ou PAS 140/ 160 ou uso de anti-hipertensivo
Alemanha
1
Finlandia1
Espanha1
Inglaterra1
Suécia1
Itália1
Japão2
Egito2
E.U.A1
Canada1
Coréia do Sul2
Taiwan2
0
10
20
30
40
50
60
Prevalência (%)
1. Wolf-Maier K, et al. JAMA. 2003;289:2363-2369.
2. Risk factor data for hypertension. WHO Collaborating Centre on Surveillance of Cardiovascular Disease Web site.
Available at: www.cvdinfobase.ca.
Taxas de Controle da Pressão Arterial
(%) ao Redor do Mundo
<160/95 mm Hg
<140/90 mm Hg
Estados Unidos
França
Canadá
Itália
Egito
Inglaterra
Coréia
China
Polônia
34
24
22
9
8
6
5
3
2
1. JNC VI. Arch Intern Med. 1997;157:2413-2446.
2. Joffres MR, et al. Am J Hypertens. 1997;10:1097-1102.
3. Colhoun Hm, et al. J Hypertens. 1998;16:747-752.
Alemanha
Finlândia
Espanha
Austrália
Escócia
Índia
Zaire
23
21
20
19
18
9
3
4. Chamontin B, et al. Am J Hypertens. 1998;11:759-762.
5. Marques-Vidal P, et al. J Hum Hypertens. 1997;11:213-220.
Taxas de conhecimento,tratamento e
controle da HAS -1976-2000 (NHANES)
80
70
60
50
Awareness
Treatment
Control
40
30
20
10
0
1976-1980 1988-1991 1991-1994 1999-2000
51/31/10
73/55/29
68/54/27
70/59/34
Hypertension 2003;42:1206- 1252.
Prevalência de Hipertensão Arterial e Taxas (%) de
Conhecimento, Tratamento e Controle em Países da
América Latina
País
Prevalência
Conhecimento
Tratamento
Controle
Argentina
28.1
54
42
14.3
Brasil
26.8
50
30
10
Chile
22.8
43
26.1
8.2
Equador
28.7
41
23
6.7
México
26.5
28
38
22
Paraguai
30.5
33.5
18.3
7.8
Peru
22
40
20
10
Uruguai
33
68
42
11
Venezuela
32.4
47
37
8.7
Consenso Latinoamericano sobre Hipertensión Arterial. Journal of Hypertension 2001, vol.6 No.2
O risco de mortalidade cardiovascular dobra a cada
20/10 mm Hg de aumento na Pressão Arterial *
8
Risco de mortalidade CV
7
6
5
4
3
2
1
0
115/75
135/85
155/95
175/105
PAS/PAD (mm Hg)
*Individuos com idade entre 40-70 anos, iniciando em PA 115/75 mm Hg.
Lewington S, et al. Lancet. 2002;
60:1903-1913.
JNC 7. JAMA. 2003;289:2560-2572.
ETIOPATOGENIA
A Hipertensão Arterial Sistêmica não pode
ser definida como entidade nosológica
única e de causa específica, mas sim
como doença multifatorial, estando
envolvidos vários sistemas orgânicos e
vias neuro-humorais.
Etiopatogenia








Hereditariedade
Fatores ambientais
Controle do sistema nervoso central e periférico
Controle humoral - SRAA
Arginina-Vasopressina
Peptídeo natriurético atrial
Insulina
Endotélio Vascular
Homeostasia do Na e outros íons
Rins
Coração
Fatores de risco
• Idade > 45 anos
• Sexo (maculino
mais frequente
• Etnia (negros
1,77:1 brancos)
• Fatores
socioeconômicos
com baixa
escolaridade
•
•
•
•
•
Dieta rica em sal
Obesidade
Álcool
Sedentarismo
Genética
Prevalência das várias formas de HAS
 Hipert. Essencial
------------------------------------- 92-94 %
 Hipert. Origem Renal
Parenquimatosa -------------------------------Renovascular
------------------------------- Hipert. Origem Endócrina
Hiperaldosteronismo -------------------------------Sínd. de Cushing
-------------------------------Feocromocitoma ------------------------------------
2- 3 %
1- 2 %
0,3 %
< 0,1 %
< 0,1 %
 Induzida por contraceptivos hormonais ------------ 0,2- 0,4 %
 Miscelânea ------------------------------------------- OBS: Apnéia do sono
0,2 %
Indícios de Hipertensão Secundária
• Início da hipertensão antes dos 30 ou após os 50 anos.
• Hipertensão grave e/ou resistente à terapia.
• Tríade do feocromocitoma: Palpitações, sudorese e
cefaléia em crises.
• Uso de medicamentos/drogas que possam elevar a PA.
• Fácies de doença renal, hipertireoidismo, acromegalia,
síndrome de Cushing.
• Presença de massas ou sopros abdominais.
• Diminuição da amplitude ou retardo do pulso femoral.
• Aumento da creatinina sérica, hipocalemia espontânea
ou exame de urina anormal (hematúria, proteinúria).
Objetivos da avaliação clínica e laboratorial
 Confirmar o diagnóstico de HAS por medida da PA
 Identificar fatores de risco para doenças
cardiovasculares
 Pesquisar lesões em órgãos-alvo, clínicas ou subclínicas
 Pesquisar presença de outras doenças associadas
 Estratificar o risco cardiovascular global
 Avaliar indícios do diagnóstico de hipertensão arterial
secundária
HISTÓRIA CLINICA - QUADRO CLÍNICO







Enfocar o conhecimento da doença e tratamentos prévios
Fatores de risco para aterosclerose
História familiar
Perfil social, atividade física
Alimentação
Uso de drogas/medicamentos
Indícios de hipertensão secundária
Sintomas inespecíficos:
 Cefaléia ? Tonturas/vertigens
 Dispnéia e fadiga fácil
 Palpitações e desconforto torácico atípico
 Turvação visual
 Epistaxes
 Nictúria
QUADRO CLÍNICO – EXAME FÍSICO
 Aferição correta da PA
 Palpação de pulsos
 Obesidade
(circunferência
abdominal)
 Sopro ou massa
pulsátil abdominal
 Sinais de falência
ventricular esquerda
 Hirsutismo
 Acromegalia
 Exoftalmia
 Palpação tireóide
 Anemia
 Sinais de falência
renal crônica
 Déficit motor focal
Investigação Clínico-Laboratorial
- Confirmar a elevação da PA e firmar o diagnóstico de
HAS
- Identificar fatores de risco para doenças
cardiovasculares
- Avaliar lesões de órgãos-alvo e presença de doenças
cardiovasculares
- Diagnosticar doenças associadas a hipertensão
- Estratificar o risco cardiovascular do paciente
- Diagnosticar a hipertensão arterial secundária
PROPEDÊUTICA
 Creatinina
 Glicemia
 Potássio
 Colesterol total e
frações, triglicerídeos
 Urina tipo I ( EAS )
 ECG de repouso
 Rx simples de tórax em
PA e perfil









Hemograma
Cálcio
Ácido úrico
TSH, T4 livre
Clearence de creatinina
Proteinúria de 24 h
Ecocardiograma
M.A.P.A.
Teste ergométrico
Classificação diagnóstica da hipertensão arterial
VI DIRETRIZES DE TRATAMENTO DE HAS
PAD mmHg
PAS mmHg
Classificação
< 80
< 120
Ótima
<85
<130
85 – 89
90 - 99
130 – 139
140-159
100 – 109
160 – 179
Normal
Limítrofe
Hipertensão estágio 1
Hipertensão estágio 2
>110
> 180
Hipertensão
< 90
> 140
Hipertensão sistólica isolada
estágio 3
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
2010
Identificação de fatores do risco cardiovascular
Fatores de Risco Maiores
Outros fatores
• Tabagismo
• Relação Cintura / quadril
aumentada
• Dislipidemia
• Diabetes melito
• Nefropatia
• Idade acima de 60 anos
• História familiar de DCV em:
–mulheres com menos de 65 anos
homens com menos de 55 anos
• Circunferência da cintura
aumentada
• Microalbuminúria
• Tolerância à glicose
diminuída / glicemia de
jejum alterada
• Hiperuricemia
• PCR ultra-sensível
aumentada
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
2010
Identificação de lesões de órgãos-alvo e doenças cardiovasculares
Lesão de Órgãos Alvos e
Doenças cardiovasculares
Marcadores Precoces de
Lesão de Órgãos Alvo
• Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo
• Para pacientes com 3 ou mais fatores
de risco cardiovascular, considerar
marcadores mais precoces de lesão de
órgãos-alvo, como:
• Angina do peito ou infarto agudo do
miocárdio prévio
• Revascularização miocárdica prévia
• Insuficiência cardíaca
• Acidente Vascular Cerebral
• Isquemia cerebral transitória
• Alterações cognitivas ou demência
vascular
• Nefropatia
• Doença vascular arterial de
extremidades
• Retinopatia hipertensiva
–Microalbuminúria
(índice albumina/creatinina em amostra
isolada de urina)
–Parâmetros ecocardiográficos:
remodelação ventricular, função sistólica e
diastólica
–Espessura do complexo íntima-média de
carótida (ultra-som vascular)
–Rigidez arterial
–Função endotelial
VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial
2010
Estratificação do Risco Cardiovascular Global
DECISÃO TERAPÊUTICA E METAS
AVALIAÇÃO COMPLEMENTAR PARA
PACIENTE HIPERTENSO
 Pacientes que também são diabéticos, com síndrome
metabólica ou com três ou mais fatores de risco :
recomenda-se pesquisa de microalbuminúria
 Pacientes com glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dl:
recomenda-se determinar a glicemia duas horas após
sobrecarga oral de glicose (75 g)
 Em hipertensos estágios 1 e 2 com três ou mais fatores
de risco, considerar o emprego do ecocardiograma para
detecção de hipertrofia ventricular esquerda, assim
como na suspeita clínica de insuficiência cardíaca para
avaliação da função sistólica e diastólica
Preceitos para a Terapêutica da
Hipertensão Arterial
A decisão terapêutica deve basear-se na
estratificação do risco cardiovascular, e
não apenas no nível da pressão arterial.
É necessária e benéfica uma intensa
redução da pressão arterial.
A adesão do paciente ao tratamento é
imprescindível para a obtenção dos
benefícios.
A escolha do hipotensor deve levar em
conta seus efeitos metabólicos
Chaves para o manejo da HAS
Avalie a PA em todas as consultas.
Quase metade das pessoas com PA 130-139/85-89 irão
desenvolver HAS em 2 anos. Eles necessitam retorno anual
para avaliação.
Estabelecer o risco cardiovascular global em todos os
pacientes.
Modificações do estilo de vida são a pedra angular para
tratamento e prevenção de complicações
Busque sua meta (<140/90 mmHg; <130/80 mmHg em
pacientes com DM e doença renal crônica).
Para atingir sua meta as modificações no estilo de vida e o
uso de mais de uma medicação serão fundamentais.
Acompanhar o paciente não adequadamente controlado pelo
menos mensalmente até que haja controle ou sua meta seja
alcançada.
Estratégias para implementar a aderência às modificações
no estilo de vida e à terapia anti-hipertensiva devem ser
usadas
Tratamento não medicamentoso
• Controle de peso
Manter o peso corporal na faixa normal (índice
de massa corporal entre 18,5 a 24,9 kg/m2) 5 a 20 mmHg para cada 10 kg de peso reduzido
• Padrão alimentar
Consumir dieta rica em frutas e vegetais e
alimentos com baixa densidade calórica e baixo
teor de gorduras saturadas e totais.
Redução de 8 a 14 mmHg
Tratamento não medicamentoso
• Redução do consumo de sal
Reduzir a ingestão de sódio para não mais de 100
mmol/dia = 2,4 g de sódio (6 g de sal/dia = 4 colheres de
café rasas de sal = 4 g + 2 g de sal próprio dos
alimentos)
Reduz de 2 a 8 mmHg
• Moderação no consumo de álcool
Limitar o consumo a 30 g/dia de etanol para os homens e
15g/dia para mulheres
(142 ml de vinho -12% de álcool ; 341 ml de cerveja –
5% de álcool ; 43 ml de destilados – 40% de álcool)
Reduz de 2 a 4 mmHg
Tratamento não medicamentoso
• Exercício físico
Habituar-se à prática regular de atividade física
aeróbica, em intensidade moderada, de 30 min1 hora por dia, 4 a 7 dias por semana
Reduz de 4 a 9 mmHg
* Associar abandono do tabagismo para reduzir o risco
cardiovascular.
** Pode haver efeito aditivo para algumas das medidas
adotadas.
*** Circunferência abdominal <102 cm H e < 88 cm M
Tratamento medicamentoso
 Tem por objetivo a redução da morbidade e
mortalidade cardiovasculares.
 O medicamento deve ser eficaz por via oral, bem
tolerado e em menor número de doses diárias possível,
assim como a menor dose efetiva para cada situação.
 Considerar condições sócio-econômicas (preço),
atividades sociais e patologias associadas.
 Ser utilizado por um período mínimo de 4 semanas,
salvo em situações especiais, para aumento de dose,
substituição da monoterapia ou mudança das
associações em uso.
 Não ser obtido por manipulação
Classes de anti-hipertensivos disponíveis
para uso clínico
Diuréticos
 Tiazídicos
Clortalidona
Hidroclorotiazida
Indapamida
 De alça
Bumetanida
Furosemida
Piretanida
 Poupadores de potássio
Amilorida (em associação)
Espironolactona
Triantereno (em associação)
Diuréticos – mecanismo de ação
e efeitos adversos
 Agem expoliando o sódio e consequente redução de
volume circulante
 Baixa potência anti-hipertensiva
 Mais frequentemente usado como adição à outra droga
 Efeitos adversos
- Depleção de sódio (tiazídicos em altas doses)
- Desidratação
- Hipocalemia (cãimbras e fraqueza muscular)
- Hipercalemia nos poupadores de potássio
- Ginecomastia nos poupadores de potássio
- Possível piora da intolerância à glicose e do DM
- Retenção de ácido úrico (hiperuricemia)
- Hiperlipidemia (efeito controverso)
ALGUNS DIURÉTICOS TIAZÍDICOS
Hidroclorotiazida
Clortalidona
Indapamida
Dose usual
1 x dia (mg)
Intervalo
terapêutico
(mg)
12,5 - 25
12,5 - 25
1,25 - 2,5
12,5 - 100
12,5 - 50
2,5 - 5
Antagonistas dos canais de cálcio
Fenilalquilaminas
Verapamil
Benzotiazepinas
Diltiazem
Diidropiridinas
Amlodipina
Felodipina
Isradipina
Lacidipina
Lercanidipina
Nitrendipina
Nifedipina
Nicardipina
Antagonistas dos canais de cálcio –
mecanismo de ação e efeitos adversos
 Inibem sítios diferentes do receptor de cálcio da cel.
muscular lisa e com ação distinta em orgãos e vasos
diferentes
 Ação cronotrópica e inotrópica negativas com pouco
efeito na PA (verapamil e diltiazem); ação vascular
seletiva dos diidropiridínicos
 Podem ser usados como droga única inicial
 Efeitos adversos
- Bradicardia severa com diltiazem e verapamil
- Depressão da força de contração do miocárdio
- Taquicardia reflexa com de ação rápida nifedipina
- Hipotensão severa
- Rubor facial, cefaléia, tonturas, edema mmii
- Constipação intestinal e piora da DRGE
BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO
Verapamil
Diltiazem
Nifedipina
Nitrendipina
Felodipina
Isradipina
Nisoldipina
Amlodipina
Lercanidipina
Manidipina
Apresentação
(mg)
40,80, 120 e 240
30, 60, 90, 120,
180, 240 e 300
10 e 20
10 e 20
5 e 10
2,5 e 5
10, 20 e 30
5 e 10
10 e 20
10 e 20
Dose usual Tomadas/
(mg)
dia
40 - 480
2a3
30 - 300
1a4
60
20
5 - 10
5
10 - 30
5 - 20
10 - 20
10 - 20
3a4
2
1
2
1
1
1
1
Inibidores da enzima conversora da
angiotensina
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Benazepril
Captopril
Cilazapril
Enalapril
Fosinopril
Lisinopril
Perindopril
Ramipril
Trandolapril
Mecanismo de ação e efeitos adveresos
dos IECA
 Inibem a enzima conversora da angiotensina I em
angiotensina II que (potente vasoconstritor) e também a
degradação da bradicinina que indiretamente age como
vasodilatador (liberação do NO)
 Potente efeito; pode ser usado como droga única inicial
 Efeitos adversos
• Tosse
• Redução da taxa de filtração glomerular
• Hipercalemia
• Rash Cutâneo
• Urticária
• Perda do paladar
• Neutropenia
• Angioedema (edema angioneurótico)
• Teratogenia (induz malformações congênitas)
INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DA
ANGIOTENSINA
Captopril
Enalapril
Lisinopril
Cilazapril
Benazepril
Ramipril
Fosinopril
Trandolapril
Delapril
Apresentação
(mg)
12.5, 25, 50
5, 10, 20
5, 10, 20
2.5, 5
5, 10
2.5, 5,10
10, 20
2
15, 30
Dose usual Tomadas/
(mg)
dia
25 - 150
2a3
10 - 40
2
20 - 40
1
2,5 - 5
1
10
1
2,5
1
10
1
2-4
1
30 - 60
2
Antagonistas ou Bloqueadores do receptor
da angiotensina II
•
•
•
•
•
•
Candesartan
Irbesartan
Losartan
Valsartan
Telmisartan
Olmesartan
Mecanismo de ação dos IECA, BRA II e inibidor da renina
Circulation 2004;110:1013–1020
Efeitos adversos dos BRA II
• Potente ação e pode ser usado como monodroga inicial
• Combinação com IECA não traz relevante aumento da
potência anti-hipertensiva, porém reduz proteinúria
• Efeitos colaterais semelhantes aos IECA
Redução da taxa de filtração glomerular
Hipercalemia
Discreta elevação de aminotransferases hepáticas
Teratogenia (induz malformações congênitas)
Antagonistas dos receptores da angiotensina II
Losartan
Candesartan
Valsartan
Olmesartan
Telmisartan
Irbersartan
Apresentação
(mg)
Intervalo
terapêutico (mg)
25, 50, 100
8, 16
80, 160, 320
20, 40
40, 80
150, 300
25 - 100
8 - 32
80 - 320
20 - 40
20 – 160
150-300
Todos em dose única diária e ocasionalmente em 2 tomadas
Inibidor da Renina
 Alisquireno (Rasilez®)
Dose: 150 – 300 mg 1 vez ao dia
 Potência de intermediária à elevada, pode ser usado
como monodroga inicial
 Combinado com IECA ou BRA II traz redução adicional
da PA e reduz proteinúria, porém atenção com função
renal
 Efeitos adversos
• Redução da taxa de filtração glomerular
• Hipercalemia
• Diarréia
• Angioedema
Inibidores adrenérgicos
Ação central
Alfametildopa
Clonidina
Moxonidina
Alfa-1 bloqueadores
Doxazosina (urodinâmica)
Prazosina
Betabloqueadores
Atenolol, bisoprolol , metoprolol, nadolol,
propranolol, pindolol
BLOQUEADORES BETA-ADRENÉRGICOS
• Propranolol
• Atenolol
• Metoprolol
• Nadolol
• Pindolol
• Bisoprolol
• Carvedilol
• Labetalol
• Esmolol
• Sotalol
Mecanismo de ação e efeitos adversos
do beta-bloqueadores
 Inibem receptores adrenérgicos beta 1 (miocárdio), beta 2 (musculatura
lisa vascular, brônquios, SNC e outros orgãos) e beta 3 (adipócitos)
 Mecanismo de ação não completamente elucidado (↓ DC, ↓ RVP, ↓ renina,
↓ do tônus simpático SNC, reajuste da sensibilidade dos barorreceptores,
bloqueio dos receptores pré-juncionais)
 Potência intermediária e pode ser usado como monodroga
 Efeitos adversos
- Astenia, fadiga, tonturas , parestesias, sonolência ou insônia, depressão
- Bradicardia excessiva devido ação no nó sinusal e nó AV e distúrbios de
condução pela ação no nó AV e rede de His-Purkinge
- Vasoconstrição periférica
- Broncoespasmo
- Piora da insuficiência cardíaca
- ↑ da resistência insulínica com piora dos níveis glicêmicos e redução da
resposta adrenérgica nos casos de hipoglicemia
- Síndrome da retirada
BLOQUEADORES BETA-ADRENÉRGICOS
Propranolol
Atenolol
Metoprolol
Nadolol
Pindolol
Bisoprolol
Carvedilol*
Nebivolol
Apresentação
(mg)
40 e 80mg
25, 50 e 100mg
25, 50 e 100mg
40 e 80mg
5 e 10mg
2,5, 5 e 10mg
3,125, 6,25, 12,5
e 25mg
2,5, 5 e 10mg
*Bloqueio Alfa concomitante
Freqüência/
Dose usual (mg)
2-3x dia, usual 120-240mg
1x dia, usual 25-200mg
2x dia, usual 100-200mg
1x dia, usual 40-160mg
2x dia, usual 10mg
1x dia, usual 2,5-10mg
2x dia, usual 25-50mg
1x dia, usual 2,5-10mg
Simpatolíticos de ação central
 Inibem os receptores α-2 adrenérgicos no SNC e consequentemente a
estimulação simpática de origem central (tronco encefálico).
 Potência variável e preferencialmente usado como associação
 Metildopa – 250, 500 mg de 6/6 ou 8/8 h até 2,0 g por dia
Clonidina – 0,1; 0,15 e 0,2 mg de 12/12 h até 1,2 mg por dia
Moxonidina – 0,2 mg em dose única até 0,6 mg por dia
 Efeitos adversos
- Sonolência
- Xerostomia (boca seca)
- Depressão
- Efeito “rebote” na retirada abrupta
- Disfunção erétil no homem
- Hipotensão postural
Vasodilatadores diretos
 Agem diretamente sobre a musculatura lisa vascular
arteriolar promovendo vasodilatação
 Hidralazina – 25, 50 mg de 12/12 ou 8/8 h até 300 mg/dia
Minoxidil – 10 mg de 12/12 h até 50 mg por dia
 Não devem ser usados como monodroga e sim em
associação com betabloqueador e diurético devido
taquicardia reflexa e retenção hídrica.
 Efeitos adversos
- Hidralazina: cefaléia, rubor, sudorese, sínd. Lúpus-like
- Minoxidil: hipertricose
Algoritmo para tratamento da HAS
Principais determinantes da não-adesão ao
tratamento anti-hipertensivo
Tratamento individualizado
Indicações obrigatórias
 Doença coronária crônica
- ß bloqueador e BCC, associação com IECA ou ARA II se possível
 Infarto do miocárdio recente
- IECA ou ARA II e ß bloq, associação com BCC se necessário
 Disfunção ventricular esquerda
- IECA ou ARA II + ß bloq. + espironolactona
 Doença cerebrovascular
- IECA ou ARA II
 Insuficiência renal crônica não diabética com proteinúria
- IECA ou ARA II, associação com diurético de alça e BCC se necessário
Tratamento individualizado
Indicações obrigatórias
 Hipertrofia ventricular esquerda
- IECA ou ARA II, BCC, ß bloqueador, diurético
- Hidralazina e minoxidil aumentam a hipertrofia
 Doença renovascular
- Não implica em tratamento específico, mas atenção com IECA e ARA II
 Diabético com ou sem nefropatia
- IECA ou ARA II, BCC, diurético, cautela com ß bloq.
- Monitorar creatinina e K
 Obeso
- IECA ou ARA II, BCC
 Tabagista (DPOC) ou asmático
- Evitar ß bloqueador
Tratamento individualizado
Indicações obrigatórias
 Negros
- Diuréticos, BCC e  bloqueadores
-  bloq., IECA e ARA II são pouco eficazes
 Idosos
- Diurético, BCC (nitrendipina)
- Atenção com  bloq., vasodilatadores periféricos,  bloq. e metil dopa
 Jovens
-  bloqueadores
 Mulheres
- Diuréticos / Atenção para IECA e ARA II no período fértil
 Gravidez
- Metil dopa, nifedipina e hidralazina ( 2°trimestre)
OBRIGADO PELA
ATENÇÃO
Pergunta
1- Homem de 60 anos, PA: 160x100 mmHg,
diabético, LDL = 180 mg/dl, urina I com
proteina +/4+, creatinina = 2,2 mg/dl.
a) Qual a droga de escolha p/ a HAS?
b) Qual a meta desejada da PA?
Pergunta
2- Homem de 60 anos, PA: 160x100 mmHg,
diabético, LDL = 180 mg/dl, urina I com proteina+/4+,
creatinina = 2,2 mg/dl.
a) Qual o efeito adverso temido e possível da droga de
escolha p/ a HAS neste paciente?
b) Com os dados disponíveis, como você
implementaria a avaliação de lesão em orgão
alvo neste paciente?
Pergunta
3- Homem de 65 anos, tabagista desde os 16
anos, refere tosse e chiado torácico crônicos,
PA: 150x90 mmHg, queixa de dor precordial
típica aos esforços.
a) Qual anti-hipertensivo não devemos usar neste
caso ?
b) Qual exame solicitar para avaliação da queixa?
Pergunta
4- Mulher de 70 anos, PA: 140x90 mmHg, em uso
de amlodipina 10 mg/dia, história prévia de IAM,
ECO mostra disfunção de VE de grau discreto,
queixa-se de edema de mmii vespertino e
cefaléia frequente.
a) Como justificar as queixas da paciente (causa)?
b) Para controle HAS você aumenta dose ou troca
a medicação ?
c) Qual a meta desejada da PA?
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