modulo VII - Verdi

História da Música VI
CMU 244
Módulo VII
Verdi - Verismo
Prof. Diósnio Machado Neto
Obra
• A importância de Verdi no campo da ópera só pode ser comparada com Wagner.
– Compôs 26 óperas entre 1839 e 1893.
• Seu estilo é bastante particular
• O nacionalismo como pauta indelével
– Talvez a maior influência do romantismo na obra de Verdi seja o extremo patriotismo e o
nacionalismo a toda prova.
• Em algumas óperas (Nabucco e Il Lombardi) existem coros que podem ser interpretados como
canções pela pátria italiana.
• A força da melodia
– Verdi acredita que a melodia é a base de sustentação da ópera.
• A representação do drama humano
– Essa pauta contrasta com a utilização de simbolismo mitológicos de Wagner.
• Sua obra pode ser dividida em três períodos
– 1º Período
• Luisa Miller; Nabucco; Il Lombardi e Macbeth. Esse período culmina com Il trovatore; La
Traviata e Rigoletto
–
2º Período
• Don Carlos; Um ballo in maschera e a Força do Destino. A culminação desse período é Ainda
(Grand Opera)
– 3º Período
• Otello e Falstaff
Concepção dramática
•
Uso de autores românticos
–
Contemporâneos
•
–
•
Schiller (Don Carlos), Hugo (Rigoletto), Dumas (La Traviata)
Também Shakespeare (Macbeth e Otello).
Características dos libretos
–
–
Fortes situações emocionais, baseadas em contrastes.
Pouca preocupação com a plausibilidade
•
•
Alguns enredos expõe situações com coerência em relação à
realidade questionável . Principalmente no que diz respeito à
violência.
Algumas óperas (anteriores à 1851) são criticadas pela vulgaridade
como tratam as emoções.
–
–
Dizem de forma primária, crua.
No entanto, Verdi é considerado mais cuidadoso no tratamento das
emoções do que seus predecessores, especialmente Donizetti e
Mercadante
Sumário estilístico (1º período)
• Característica formal
– Usualmente dividida em 4 partes
• Um prólogo + 3 atos ou 4 atos
– Os conjuntos mais importantes geralmente estão nos 2º e 3º atos
– O maior duo usualmente no 3º ato
– A quarta parte geralmente abre com um “meditativo” ou uma cena de contemplação
“religiosa” (os americanos chamam de “prayer scene).
• Características musicais
– Uma única técnica de recitativo: declamação ariosa no lugar do recitativo
convencional ou do “sprechgesang” wagneriano.
– Harmonia romântica (cromatismo por mediantes, etc), porém usa maiores
variedades que os antecessores.
• Usa acordes cromáticos em momentos que a situação dramática exige maior
pateticidade
• Usa ritornelos instrumentais para estabilizar a dramaticidade da cena e não
simplesmente para anunciar a melodia.
La Traviata
•
A principal obra da primeira fase de Verdi.
–
Considerada como exemplo do que seria a ópera verista
•
Dramas baseados na vida real, no lugar dos temas romãnticos inverossímeis.
–
–
Libreto de Francesco Piave, baseado no romance de Alexandre Dumas, “A dama
das camélias”
•
•
Mascagni (Cavallaria Rusticana) , Leoncavallo (I Pagliacci ) e Puccini são grandes
compositores veristas.
Primeira apresentação foi um fracasso e na Inglaterra considerada amoral
Estilo musical
–
O Prelúdio inicial estabelece o espírito trágico da obra enquanto introduz temas
importantes.
•
–
O tema de amor entre Alfredo e Violeta e o “Libiano” – tema de uma canção que
representa a vida inconveniente de Violetta
O tema onde Alfredo declara seu amor é retomado mais tarde como
reminiscência.
A ária da Violetta: "E strano - ah fors'e lui - Sempre libera“ é típica da
concepção dramática de Verdi
–
•
Depois de um recitativo que questiona-se, Violetta expressa na seção central da ária
sua esperança que talvez ele (Álvaro) seja único, no entanto na cabeletta final ela
declara que é impossível esse amor dada a forma de vida que ela leva.
Inovações pós Traviata: Aida.
• Após Traviata Verdi experimenta novas idéias
– Influenciado por Meyerbeer passa a utilizar mais cromatismo e busca
maior compromisso da orquestra com o drama.
• Preocupa-se, também, com a questão do espetáculo teatral.
• Aida (1871)
– Grand Opera, nitidamente influenciado por Meyerbeer
– Enredo semi-histórico, localizado no Egito
• Verdi intervem muitas vezes no libreto e chega a fazer pesquisas sobre o Egito
e sua música.
– Resulta em passagens “exóticas” que alteram passagens entre maior e menor e
acompanhamento de instrumentos de madeiras também bastante particulares.
• Extremamente grandiloqüente
– Balés, grandes coros, “multidões” que realizam marchas e procissões, etc
• Missa de Réquiem (1874)
– Destaca-se a afinidades das árias com o universo da ópera.
Otello e Falstaff
• Representantes da última fase de Verdi
• Otello
– Ópera séria baseada em Shakespeare, porém adaptada por Boito, também compositor.
– Utilização de antigo procedimento.
• Introdução de duetos e conjuntos (finales) nos finais dos atos
– Novos elementos estilísticos
• Menor foco na lírica das árias, dando ênfase à declamação ariosa que busca a naturalidade da
fala.
– Provável influência do “sprechgesang” de Wagner.
– Esse procedimento espalha-se pela orquestra
• Harmonia mais cromática
• Falstaff
– O libreto de Boito mistura Falstaff de Shakespeare com The Merry Wife, de Windsor
– Revive os conjuntos finales de Mozart
– Vozes empregam continuamente um movimento rápido (falando), acompanhado por uma
orquestra que assume um papel mais ativo, comentando e interagindo com a voz.
• Falstaff otimiza a concepção wagneriana de drama.
Ópera Verista
•
O “Verismo” desenvolve-se da literatura realista de Emile Zola
– Caracterizado pelo realismo e pelos enredos trágicos
•
Principais representantes da escola verista
– Mascagni
• Cavalleria Rusticana
– Leoncavallo
• Il Paglaci
– Puccini (1858 – 1924)
•
Puccini, uma obra de síntese
– Em sua obra encontramos um grande índice da linguagem musical do século XIX
• Harmonia e orquestração derivadas de Liszt, Wagner e Faure
–
Por ex., o uso livre de acordes aumentados e cromáticos
– Puccini exerce certa influência em jovens compositores, no início do século XIX
• Harmonias em terças, modalismo podem se relacionar com certas inovações de Debussy
– Combina esses elementos com a típica concepção do bel canto da ópera italiana
•
Principais óperas e Puccini
– La Boheme, Madam Butterfly; Tosca; Manon Lescaut; Turandot e Gianni Schicchi
– Suas óperas alcançam enorme popularidade e aceitação da crítica.