Autor: Ediani Vilas Boas de Freitas Gouveia NEUROPSICOLOGIA

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Autor: Ediani Vilas Boas de Freitas Gouveia
NEUROPSICOLOGIA
Ao se tratar de Neuropsicologia, é fundamental entender sua
origem, sendo assim, observa-se que há três abordagens de
grande amplitude, são elas: clássica, psicométrica e a experimental
com ênfase cognitiva. A primeira tem como base diversos estudos
de casos clínicos, a segunda seu foco deu-se nos dados
quantitativos e no uso de testes em clientes que apresentavam
sintomas parecidos e por, a terceira abordagem utilizou-se também
de estudos de casos, porém teve auxilio de tarefas experimentos
baseadas em modelos de processamento de informação, afirma
Cagnin, 2010. Portanto, observa-se que a Neuropsicologia originouse de vários estudos de casos, sejam eles únicos em grupo. Vale
salientar que a Neuropsicologia se consolidou no Brasil em 2004,
quando o Conselho Federal de Psicologia (CFP) regulamentou tal
especialidade aos profissionais da psicologia, ou seja, aos
psicólogos. Tal resolução recebeu a numeração 02/2004, cujo
punho principal foi amplificar e criar novas hipóteses sobre a
relação entre o cérebro e o comportamento humano.
Com surgimento da Neuropsicologia, segundo Cosenza,
2008, a pode-se definir a mesma sendo “um campo do
conhecimento interessado em estabelecer as relações existentes
entre o funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC), por um
lado, e as funções cognitivas e o comportamento, por outro, tanto
nas condições patológicas ou normais.”
A Neuropsicologia, atua em conjunto com a Psicologia e a
Neurociências, quando o indivíduo demonstra alterações no
Sistema Nervoso Central. Diante deste contexto, surge a avaliação
neuropsicológica, cujo objetivo principal é observar e descobrir se
as funções cognitivas do ser humano estão alteradas. É possível
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mensurar tais alterações através de entrevistas, exames qualitativos
das funções que constituem a cognição: atenção, memória e o
raciocínio lógico.
Para Paim, 1993, atenção pode ser definida como um
processo psicológico no qual parte da consciência se concentra em
determinados estímulos, que podem ser: uma sensação, uma
percepção, uma representação, afeto, desejo, etc. Tem como
finalidade
fixar,
definir
e
selecionar
as
percepções,
as
representações, os conceitos, as palavras e elaborar o raciocínio.
Quanto mais próximo do foco da atenção, maior a consciência
daquele
estímulo.
É
a
atenção
que
permite
uma
certa
descontinuidade na consciência, possibilitando os processos
psíquicos. Em funçâo da atividade predominante existem três
formas de atenção: sensorial, motora: intelectual. Assim como a
atenção pode ser dividida em duas, sendo a Atenção Espontânea e
a Atençâo Voluntária.
A atenção experimenta alterações em praticamente todos os
transtornos mentais. Essas alterações são secundarias e decorrem
de perturbações de outras funções das quais depende o
funcionamento normal da atenção.
Já a memória pode ser definida como um conjunto de
atividades que integram processos biofisiológicos, assim como
socio-psicológicos, que só podem ser reproduzidos atualmente
porque certos acontecimentos anteriores, próximos ou distantes no
tempo, modificaram,
de maneira persistente,
o estado do
organismo. O stipos de memórias, assim como suas possíveis
alterações, serão explanadas posteriormente.
Por fim, raciocínio entende-se como um relacionamento de
ideias coerente, consciente e deliberadamente. Um dos principais
desafios colocados à Inteligência Artificial como ciência que estuda
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e tenta modelizar os processos mentais do ser humano, foi desde
sempre simular os processos de raciocínio humano. Raciocinar é
pensar discursivamente, é exercitar a mente, conectando juízos, é o
processo de inferência, é transformar as informações disponíveis,
tornando-as mais claras, e encontrar as respostas adequadas a
perguntas colocadas.
Portanto, a avaliação psicológica investiga o funcionamento
do cérebro que é apresentada de acordo com o comportamento do
homem, assim como se há alterações nas funções cognitivas
apresentadas acima. Diante deste contexto, acredita-se que as
funções do cérebro podem manifestar-se de duas formas, são elas:
interdependentes e inter-relacionadas. Essa integração, denominase: Sistema Funcional, afirma Ambrozio, Brits e Fajardo.
NEUROPSICOLOGIA E A DEPRESSÃO.
A neuropsicologia pode ser observada em várias patologias,
uma delas é a depressão. Segundo Rozenthal, Laks e Engelhardt
“depressão é um transtorno do humos”. Indivíduos com a patologia
supracitada, normalmente apresentam as seguintes queixas:
pensamento mais lento, redução da atenção e da memória. Diante
deste contexto, faz-se necessário explanar sobre os principais
sintomas apresentados na depressão.
A primeira é atenção, em pacientes unipolares este domínio
reduz a capacidade do ser humano de manter a sequência dos
fatos, estabelecer memória imediata. Assim como, a lentidão
motora e cognitiva. Já em clientes bipolares a alteração da atenção
permanece alterada e seu controle inibitório também. Algumas
patologias da atenção são:
 Hiperprosexia
é
caracterizada
pela
superatividade
da
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atenção
espontânea.
Levando
o
individuo
a
atender
simultaneamente as mais variadas impressões sensorials,
sem
que
consiga
fixar
a
atenção
sobre
um
objeto
determinado. A supervigilância com a subtenacidade, é
geralmente acompanhada de exitação psicomotora.
Aparece nos quadros de mania, esquizofrenia, e em usuários
de LSD, anfetaminas, etc.
 Hipoprosexia consiste no enfraquecimento acentuado da
atençâo em todos seus aspectos. A atenção pode estar
polarizada para o mundo interno, dando a impressão de
desinteresse completo pelas ocorrências do mundo exterior.
Aparece
nos
quadros
de
diminuição
da
consciência,
intoxicação alcoolica, demência, esquizofrenia, depressão, etc.
 Aprosexia é a falta absoluta da atenção, esse tipo de
transtorno aparece em acentuada deficiência intelectual ou de
inibição cortical. Esse estado difere da incapacidade de
concentração de origem afetiva e das manifestações de
negativismo esquizofrênico.
Portanto, observa-se que qualquer tipo de alteração na memória
do indivíduo, pode ser devido alguma patologia. Como este
trabalho tem como como principal a depressão, conclui-se que a
hipoprosexia é a patologia ligada a depressão.
Ao se tratar de memória, observa-se a existência de sete
tipos, sendo elas:
 Memória de curto prazo: é comum pessoas com depressão se
queixarem da dificuldade de lembrar dos fatos, e este tipo de
memória pode apresentar quando paciente tentar lembrar-se
de fatos recentes e ter dificuldade. É comum este tipo de
alteração em pacientes idosos deprimidos.
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 Memória de longo prazo: sujeitos com quadro depressivo tem
principalmente este tipo de alteração na memória. Isto ocorre
quando o indivíduo demonstra dificuldade de recordar-se de
fatos ocorridos há algum tempo, seja com comportamentos
verbais ou não.
 Memória episódica: dificuldade que o sujeito tem de recordarse de determinado episódio. Este tipo de memória pode afetar
em pacientes uni ou bipolares.
 Memória semântica: é comum alteração em pacientes com
depressão psicótica. O mesmo apresenta dificuldade em
estabelecer o elo entre evocação de informações com
significados em categorias semânticas. Ou seja, o paciente
apresenta delírios.
 Memória Implícita: até a presente data não há registros de
nenhum pacientes depressivos que apresentou alteração
neste tipo de memória.
 Memória verbal e visual: pacientes bipolares demonstram
dificuldade com a memória verbal, principalmente em pessoas
que apresentam dificuldades neurocognitivas persistentes
com quadros de bipolaridade por longa data.
 Evocação: indivíduos com depressão normalmente tendem
em evocar apenas o negativo. Ou seja, relata apenas
assuntos de caráter negativo.
É comum na depressão os seres humanos apresentarem
dificuldades e lentidão ao processar alguma informação. Portanto,
observa-se
que
a
flexibilidade
mental
do
sujeito
pode-se
apresentar-se comprometida, assim como na estruturação de
estratégias de planejamento. Outro fator de grande relevância é o
processo de iniciação ou supervisão. Ou seja, ele apresenta
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alteração para iniciar determinada tarefa, entretanto, consegue
manter a supervisão.
A partir de vários estudos, foi constatado que a emoção
auxilia e da força para o ser humano tomar decisão, guiando desta
forma a cognição. Portanto, pacientes com depressão, quando são
solicitadas para tomar qualquer tipo de decisão podem apresentar
dificuldade em sua tomada. Uma vez que, o estado emocional do
sujeito fica alterada.
Portanto, observa-se que a Neuropsicologia surgiu para
detectar alterações no comportamento humano. Se não fosse a
existência da mesma, não seria possível diagnosticar assim como
realizar uma avaliação dos sistemas cognitivos do sujeito. Contudo
é possível atualmente um tratamento adequado para essas
pessoas que sofrem dessas alterações para que não sofram dos
preconceitos existentes na sociedade devido ao medo do
desconhecido. Ou seja, devido ao receio das pessoas que julgam o
comportamento correto para ser inserido na sociedade.
Autor: Ediani Vilas Boas de Freitas Gouveia
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAGNIN,
Simone.
A
Pesquisa
em
Neuropsicologia:
Desenvolvimento
Histórico,
Questões
Teóricas
e
Metodológicas. 2010.
CONSENZA; FUENTES; DINIZ-Mlloy. O que é Neuropsicologia.
2008
ENGELHARDT, Eliasz; LAKS, Jerson; ROZENTHAL, Marcia.
Aspectos neuropsicológicos da depressão. 2004
PAIM, lsaias. Curso de Psicopatologia. Editora Pedagógica e
Universitária: São Paulo, 1993.
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