Martin Heidegger UNIP Disciplina: FEP Professora: Msc. Carolina Brum Brasília: Ago/2010 Introdução É um dos pensadores fundamentais século XX pela recolocação do problema do ser, pela refundação da Ontologia e pela importância que atribui ao conhecimento da tradição filosófica e cultural. Influenciou muitos outros filósofos, dentre os quais Jean-Paul Sartre. Hoje: mais de 100 obras. O que significa SER? Questão de Platão e Aristóteles = questão diretriz da Filosofia. Vídeo You Tube: “Despertando para a vida” 1927: Ser e Tempo. Ser significa tempo. Somos o lugar desse jogo do ser e do tempo. Introdução Ser e tempo: ele mantém a questão inacabada! O sentido do ser põe em questão o que somos em relação com o próprio ser. Essa relação é investigada segundo a ciência, a língua, a arte e a poesia, a política, a relação com Deus e o sagrado. Heidegger e Aristóteles: “Ele nasceu, trabalhou e morreu”. Se nasce num determinado lugar e tempo. Se trabalha para se reapropriar do lugar e do tempo, sob a pressão da morte... Pensador enraizado. Introdução VIDA: Nasceu na Alemanha em 1889. Filósofo, escritor, professor universitário, reitor... Católico: inicialmente quis ser padre e chegou mesmo a estudar em um seminário. Abandonou para se dedicar à filosofia. Casou-se em 1919 com Elfriede Petri e teve 2 filhos. 1920: Amizade com K. Jaspers. Relações extra-conjugais. Por exemplo com Hannah Arendt (aluna). 1933: assiste discursos de apoio ao regime nazista. 1934: se demite do reitorado = o projeto de revolução nas universidades não aconteceu. Fim da política institucional de Heidegger. Morre em 1976. Cap 3 Metafísica e História do Ser O que é Metafísica? A metafísica é uma forma de pensamento dual - como se inicia em Platão. Mas não é um conhecimento do absoluto e por isso, não transmite segurança... Impera a relação sujeito-objeto: o sujeito deve representar o objeto. Essa forma implica em dominação: só há objeto a ser apreendido se há sujeito, e só ha sujeito, se há objeto. Essa forma epistemológica, que é a "metafísica da subjetividade" ou metafísica moderna. Então, o sujeito é o homem, e o mundo é o objeto. O modelo da dominação está instaurado. Ela é a própria totalidade. Toda questão metafísica somente pode ser formulada de tal modo que aquele que interroga, enquanto tal, esteja implicado na questão, isto é, seja problematizado. Daí tomamos a indicação seguinte: a interrogação metafísica deve desenvolver-se na totalidade e na situação fundamental da existência que interroga. Cap 3 Metafísica e História do Ser O Dasein é o ente que compreende o ser, o ente metafísico por excelência. “Aquilo para onde se dirige a referência ao mundo é o próprio ente e nada mais. Aquilo de onde todo o comportamento recebe sua orientação é o próprio ente e além dele nada. Aquilo com que a discussão investigadora acontece na irrupção é o próprio ente e além dele nada.” O ser não é nenhum ente, a existência não é nenhum existente, a realidade não é nenhum real. O ser, no entanto, apenas “é”. O ser, portanto, pode não ser concebido, mas jamais é inteiramente incompreendido. “O desvelamento do ser é sempre verdade do ser do ente, seja este efetivou ou não” Ontologia Onto-teologia: lida com a verdade questionando a essência de todo ente. A verdade que sustenta a aparição das coisas; a causa primeira de todas essas coisas, um ente sagrado chamado Deus. Ontologia: o fundamento de todo ente (ón) que, verdadeiramente, é, a ser provado sob a exigência da lógica (logia). “Conhecimento do ser" é a parte da filosofia que trata da natureza do ser, da realidade, da existência dos entes e das questões metafísicas em geral. Ela trata do ser enquanto ser, isto é, do ser concebido como tendo uma natureza comum que é inerente a todos e a cada um dos seres. O Nada O NADA: esta questão somente se deixa compreender através de uma experiência existencial. Na atividade do nada, isto é , em seu nadificar, o homem revela-se a si mesmo como aquele que está imerso na não referencialidade e por isso mesmo, aberto a compreensão do todo existencial. O nada em seu nadificar, ao nos possibilitar essa originária angústia, nesta suspensão no próprio ser, é o que nos leva a compreender os entes em totalidade. Ou seja, o nada como uma abertura, um vir-a-ser contínuo que permite todas as coisas. O Nada O nada, afirma Heidegger, é o que revela o homem na sua existência, ou seja, na ultrapassagem da realidade atual em direção às possibilidades. Dialética do tempo em direção a um futuro que se vai “nadificando”, até que o nada final da morte se apresente como o cume da existência, em sua totalidade. Uma existência breve e, essencialmente, solitária. A Angústia Na disposição da angústia, porém, o dasein fica finalmente suspenso no nada e torna-se possível entrar em relação com o homem como ser-no-mundo. “Estar suspenso no nada” é possibilidade de revelação ou desocultação do Dasein. Por isso, o Dasein precisa estar em suspenso dentro do nada para que lhe seja revelado o ente que ele mesmo é, ou seja, a partir de uma decisão autêntica, cumprir seu projeto mais essencial que é ser si mesmo. Angústia de saber-se para o nada e para a morte, e somente a angústia nos retira da existência banal e nos insere na existência autêntica. Um projeto existencial cuja bússola é, tão-somente, a angústia. Existência angustiosa e carente de um sentido maior. Somos um “quase-nada” e não há nada no ser para além do tempo. Tempo As relações das coisas existentes é provisória e atrelada ao tempo em que elas ocorrem. O fenômeno, ao manifestar-se no tempo, portaria o sentido do ser. Tempo posto em evidência. Compreender o ente é projetá-lo em direção ao seu ser e compreender o ser é projetá-lo em direção à temporalidade. Dirigidos ao “para que”: retemos ao presente da preocupação. Heidegger é conhecido como aquele que tentou “pensar de novo” o próprio começo da filosofia. Patologia como distúrbio da liberdade e da flexibilidade do homem singular. Deve-se recorrer à psicoterapia para ajudar o homem a resgatar a liberdade e a flexibilidade na sua relação com o mundo. O conhecimento do pensamento de Heidegger deve ajudar-nos a compreender, a interrogar e a criticar a nossa própria existência.