HIPERTENSÃO ARTERIAL CONCEITUAÇÃO “É uma doença crônica, não transmissível, de natureza multifatorial, assintomática (na grande maioria dos casos) que compromete fundamentalmente o equilíbrio dos mecanismos vasodilatadores e vasoconstritores, levando a um aumento da tensão sanguínea nos vasos, capaz de comprometer a irrigação tecidual e provocar danos aos órgãos por eles irrigados.” Regulação da Pressão Arterial a2 - + b Noradrenalina CVM Baroreceptores a1 a2 + SNS Vago RPT Aldosterona Endotélio b Retenção Na+ / Volume Fluxo Renal Angio II ECA b Vasoconstritores VAsodilatadores Angio I Renina Angiotensinogênio (Figado) Aspectos Multifatoriais da Hipertensão Arterial Genético Hemodinâmico Ambiental Anatômico Humoral Endócrino Adaptativo Neural Fatores Predisponentes a Síndrome Metabólica Hipertensiva Defeito genético hereditário Absorção excessiva de calorias Obesidade Resistência à insulina Hiperinsulinemia Hipertensão Fonte: www.sbh.org.br Sociedade Brasileira de Hipertensão Aterosclerose Hipertrigliceridemia Hipercolesterolemia Redução do HDL -C Diabetes tipo 2 Objetivos da avaliação do hipertenso Confirmar a elevação da PA Identificar as causas da pressão sangüínea elevada Avaliar a presença ou ausência de danos aos órgãos-alvo e DCV, extensão da doença e resposta ao tratamento Identificar outros fatores de risco ou distúrbios que possam orientar o tratamento Método de aferição da pressão arterial Método de aferição da pressão arterial Método de aferição da pressão arterial Classificação diagnóstica da Hipertensão arterial em adultos (18 anos e mais) (PAD mmHg) Classificação (PAS mm Hg) < 80 < 120 Ótimo < 85 < 130 Normal 85 – 89 130 – 139 Limítrofe 90 – 99 140 – 159 Hipertensão Leve (estágio 1) 100 – 109 160 – 179 Hipertensão Moderada (estágio 2) 110 180 Hipertensão Grave (estágio 3) < 90 140 Hipertensão Sistólica Isolada www.sbh.org.br Sociedade Brasileira de Hipertensão Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 200 Componentes de estratificação do risco cardiovascular em pacientes com HA Fatores de Risco Fumo Dislipidemia Diabetes Mellitus Idade acima de 60 anos Lesões de órgãos-alvo Doenças cardíacas Hipertrofia VE Angina / IM prévio Revascularização coronária prévia Insuficiência cardíaca Sexo masculino e mulheres após a menopausa Episódio isquêmico ou AVC História familiar de DCV: Nefropatia mulheres < 65 anos ou homens < 55 anos Doença vascular arterial periférica www.sbh.org.br Sociedade Brasileira de Hipertensão Retinopatia hipertensiva VI Joint National Committee - 1997. Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 2002 Estratificação do risco CV e decisão de tratamento Estágios da PA (sistólica/ diastólica, mmHg) Grupo de Risco A (Sem fatores de risco, sem LOA/DCV) Grupo de Risco B ( 1 fator de risco, sem incluir diabetes: sem LOA/DCV) Limítrofe (130 - 139/85 - 89) Modificação do estilo de vida Grupo de Risco C (LOA/DCV e/ou diabetes sem outros fatores de risco) Terapia medicamentosa* Estágio 1 Modificação do estilo Modificação do estilo Terapia (140 - 159/90 - 99) de vida (até 12 meses) de vida † (até 6 meses) medicamentosa Estágios 2 e 3 ( 160/ 100) Terapia medicamentosa * Para aqueles com insuficiência cardíaca, insuficiência renal ou diabetes. † Para aqueles com múltiplos fatores de risco, considerar terapia medicamentosa inicial, mais modificações no estilo de vida LOA/DCV = lesão de órgãos-alvo/doença cardiovascular. www.sbh.org.br Sociedade Brasileira de Hipertensão Fonte: IV Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, 200 VI Joint National Committee - 1997. Tratamento não medicamentoso da HA Modificações do Estilo de Vida I - Medidas com maior eficácia • Redução do peso corpóreo • Redução da ingestão de sódio • Maior ingestão de alimentos ricos em K+ • Redução do consumo de bebidas alcoólicas • Exercícios físicos isotônicos regulares II - Medidas associadas • Abandono do tabagismo • Controle das dislipidemias • Controle do diabetes mellitus • Evitar drogas potencialmente hipertensoras www.sbh.org.br Sociedade Brasileira de Hipertensão Tratamento medicamentoso da HA Princípios Gerais do Medicamento • Ser eficaz por via oral • Ser bem tolerado • Se possível tomada única diária • Iniciar com menores doses efetivas e aumentá-las gradativamente e/ou associar outra classe farmacológica • Quanto maior a dose, maiores as probabilidades de efeitos indesejáveis • Mínimo de 4 semanas para o aumento da dose e/ou a associação de medicamento de outra classe, salvo em situações especiais • Esclarecer o paciente sobre a doença, efeitos colaterais dos medicamentos, planificação e objetivos terapêuticos • Considerar custo e condições socio-econômicas www.sbh.org.br Fluxograma de atendimento na rede pública www.sbh.org.br Sociedade Brasileira de Hipertensão Nível Primário – Atendimento Básico Objetivos Detectar precocemente DM e/ou HA Acompanhar os hipertensos nos estágios I e II e os diabéticos tipo 2 controláveis com dieta + hipoglicemiantes orais e sem complicações Acompanhar população de risco www.sbh.org.br Sociedade Brasileira de Hipertensão Agendamento de consultas e avaliação Todos os pacientes - avaliação anual para detectar complicações crônicas das doenças. Esta avaliação constará de: Exame de fundo de olho Dosagem de colesterol total + frações e triglicerídeos ECG Provas de função renal (uréia e creatinina, depuração de creatinina endógena, sempre que disponível) Dosagem de microalbuminúria/ 24 horas; proteinúria quantitativa se necessário ECG (todos os pacientes acima de 40 anos ou mais jovens, se apresentarem sintomas cardiovasculares) ou teste de esforço A hemoglobina glicada deve ser realizada a cada 3 meses Diabetes tipo 1- avaliação a partir do quinto ano da doença Diabetes tipo 2 - desde a ocasião do diagnóstico Sociedade Brasileira de Hipertensão Agendamento de consultas e avaliação Pacientes Hipertensos: Retornos mensais até controle pressórico adequado. Uma vez com a PA controlada, os retornos serão trimestrais Pacientes DM2: em uso de dieta e atividade física: retornos semestrais dieta, atividade física e drogas (hipoglicemiantes orais ou insulina): compensados, retornos trimestrais; se descompensados, quinzenais ou semanais www.sbh.org.br Sociedade Brasileira de Hipertensão Critérios de encaminhamentos para referência e contra-referência • Com a finalidade de garantir a atenção integral ao portador de DM e/ou HA, faz-se necessária uma normatização para acompanhamento, mesmo na Unidade Básica de Saúde. • Em algumas situações, haverá necessidade de uma consulta especializada em Unidades de Referência Secundária ou Terciária, devendo-se, nesses casos, ser estabelecida uma rede de referência e contra-referência. www.sbh.org.br Sociedade Brasileira de Hipertensão Indicadores de Qualidade da Unidade • Níveis de Pressão Arterial • Níveis de glicohemoglobina • Nº de consulta / ano por paciente • Nº de hipoglicemia / paciente • Nº de cetoacidose e crise hipertensiva • Taxa de abandono •Nº www.sbh.org.br Sociedade Brasileira de Hipertensão de rastreamento complicações / paciente