EGITO Economia A economia do Antigo Egito era baseada na agricultura, no entanto, outras atividades como pecuária, caça, pesca, artesanato, comércio e extração mineral também foram importantes. A agricultura foi favorável por diversos fatores, o mais importante foi seu solo rio e fértil provocada pelas enchentes anuais do Rio Nilo, assim podendo produzir abundância de alimentos, permitindo que a população dedicasse mais tempo e recursos para as atividades culturais, tecnológicas e artísticas. A agricultura do Egito dependeu muito do ciclo do Rio Nilo. Os egípcios reconheceram três estações: Akhet (inundação), nesse período era depositada nas margens do Nilo, uma camada de lodo rico em minerais para o cultivo; Peret (plantio), os agricultores aravam a terra por um arado puxado por bois e plantavam as sementes; e Shemu (colheita), os agricultores usaram foices para suas colheitas, que foram depois debulhadas com um mangual ou com a pata dos bois para separar a do grão. Os antigos egípcios cultivaram trigo, cevada, algodão, alfaces, azeitonas, melões, romã, entre outros. Campos de trigo e de cevada com cultivos básicos sucediam-se desde os pântanos do Delta, ao norte, até a região da Núbia, no extremo sul. Uma vez o rio Nilo voltando ao leito normal após a cheia, iniciava-se o trabalho de cultivo da terra. Economia Os egípcios precisaram dos animais para seu sustento. Os bovinos foram os animais mais importantes; a administração coletava impostos sobre o gado nos censos regulares, e o tamanho de um rebanho refletia o prestígio e a importância da propriedade ou do tempo que o possuía. Além do gado, os antigos egípcios apascentavam caprinos, ovinos e suínos. Além de aves, que eram alimentadas com massas a fim de engordá-las. Foram criadas também abelhas para utilização do mel e da cera. Outros animais também foram domesticados para ajudar os egípcios com seu trabalho tanto no campo como na caça. Os egípcios caçavam Lebres, hipopótamo, antílopes e crocodilos. E além disso o Nilo proporcionou uma fonte abundante de peixes, onde eles pescavam carpa, pescada e tilápia. O Egito possuía muitos recursos naturais, como: chumbo, ouro, pedras semipreciosas, cobre, quartzo, e granito. Todos esses recursos naturais que existiam no Egito, foram aproveitados para o artesanato (ex: jóias, tecidos, móveis, armas, perfumes, objetos decorativos, etc), que era uma das fontes da economia. Grande parte da economia estava organizada a nível central estritamente controlada. Embora os egípcios não utilizasse moedas, eles fizeram uso de um sistema de troca de dinheiro, com sacas de grãos com padrão e o deben, um peso de cerca de 91 gramas de cobre ou prata, formando um denominador comum. A moeda foi implantada pelos estrangeiros. E os egípcios já possuía relações de troca com outros países. Aspectos Sociais No topo da hierarquia social estava o faraó, considerado um deus vivo. Tinha poderes absolutos e era dono de todas as terras. Ele tomava decisões militares, religiosas, econômicas e judiciárias. Em períodos de cheia o faraó ordenava que a população exercesse outras funções com construção de obras públicas. Obs: os faraós tinham muitas mulheres e filhos. Sua mulher principal, podia ser sua irmã ou uma de suas filhas. Abaixo do faraó a população foi divida em duas classes: dominantes e dominados Dominantes eram conhecidos como "classe do saiote branco", em referência ao vestuário de linho decorado que serviu como uma marca de sua categoria. Que eram: nomarcas, vizires, sacerdotes, escribas e grandes comerciantes. Já os dominados eram: soldados, artesãos, pequenos comerciantes, camponeses e escravos. Os antigos egípcios viam homens e mulheres, incluindo as pessoas de todas as classes sociais, exceto os escravos, como essencialmente iguais perante a lei, e até mesmo o mais humilde camponês tinha direito de petição ao vizir e sua corte para reparação. Tanto homens quanto mulheres tiveram o direito de possuir e vender imóveis, fazer contratos, casar e divorciar, receber herança, e prosseguir litígios em tribunal. Faraó, que era dono de todas as terras, um Deus vivo para o povo Egípcio. Escravos aonde não era incluído nem perante as leis que beneficiavam do mais humilde camponês ao comerciante. Aspectos Sociais A sociedade egípcia era patriarcal, com o homem administrando o lar, com participação da mulher, e decidindo os herdeiros de seu testamento. Os anciãos eram consultados e honrados após a morte. O casamento era monogâmico e não era sancionado pela religião. Não existia uma cerimônia de casamento, nem um registro deste. Aparentemente bastava um casal afirmar que queria coabitar para que a união fosse aceite. Os homens com uma posição econômica mais elevada poderiam ter, para além da esposa legítima, várias concubinas, o que era visto como um sinal de riqueza. No entanto, se as mulheres tivesse mais de um homem elas eram assassinadas. Cultura Os egípcios eram politeístas e endeusavam forças da natureza e elementos do universo, vinculando os deuses a elementos cotidianos. Cada cidade possuía um deus especifico, no entanto, quando esta se tornava capital, consequentemente o deus local assim como o animal sagrado tornava-se o deus reverenciado por todo o império. Os deuses egípcios podiam ser antropomórficos, zoomórficos ou mistos. Contudo, os egípcios em momento algum acreditaram, por exemplo, que o deus Hórus, muitas vezes representado com um homem com cabeça de falcão, tivesse de fato aquele aspecto. A associação dos deuses com determinados animais relacionava-se com a atribuição ao deus de uma característica desse animal (no caso de Hórus a rapidez do falcão). O mais importante na religiosidade egípcia não eram as crenças, mas o culto às divindades; assim, a religião egípcia preocupava-se mais com a ortopraxia do que com a ortodoxia. Cultura Os egípcios acreditaram numa vida para além da morte. Em princípio esta vida estava apenas acessível ao rei, mas após o Primeiro Período Intermediário esta concepção alargou-se a toda a população. Para aceder a esta vida era essencial que o corpo do defunto fosse preservado, razão pela qual se praticou a mumificação. A mumificação era diferentes para as classes sociais. Na dos ricos, tinha todo o ritual, os objetos deixados nos sarcófagos, o tempo em que o corpo ficava mergulhado em natrão (mineral composto por carbono de sódio) e tudo mais, já a mumificação dos pobres eram mais simples, eles tiravam os órgãos, e o corpo era enfaixado com peles de animais para serem enterrados no deserto para conservação por dissecação. No campo da ciência, os egípcios conseguiram desenvolver bastante coisas, principalmente na medicina, mas também conseguiram desenvolver coisas no campo da matemática que é importante até hoje. Sequência da mumificação do faraó. Mumificação dos pobres egípcios. Política O faraó era o monarca absoluto do país e, pelo menos em teoria, exercia o controle total da terra e seus recursos. O rei era o comandante militar supremo e chefe do governo, que contou com uma burocracia de funcionários para gerenciar seus negócios. O encarregado da administração foi o segundo no comando, o vizir, que atuou como conselheiro, representante e coordenou levantamentos fundiários, a tesouraria, projetos de construção, o sistema legal, e os depósitos de documentos. Ao nível regional, o país foi dividido em 42 regiões administrativas chamadas nomos, cada uma governada por um nomarca que era responsável pela jurisdição do vizir. Os templos formavam a espinha dorsal da economia. Eles não só eram edifícios de culto, mas também foram responsáveis por coletar e armazenar a riqueza da nação em um sistema de celeiros e tesourarias administradas por superintendentes, que redistribuíram os grãos e os bens. Como não era possível para o faraó estar em todos os templos para realizar as cerimônias, ele delegava o seu poder religioso aos sacerdotes que conduziam as cerimônias em seu nome. A cabeça do sistema jurídico foi oficialmente o faraó, que foi responsável pela promulgação de leis, entregando justiça, e mantendo a lei e a ordem, um conceito que os egípcios antigos denominavam Ma’at. Tumbas aonde os nomos se reuniam, além armazenar a riqueza da nação. Faraó Acontecimentos Recentes Desde 1981, o Egito tem sido governado pelo presidente Hosni Mubarak, dentro de um presidencialismo ditatorial que durante anos reprimiu qualquer tipo de manifestação popular e política nas ruas. Inspirados pela derrubada do presidente da Tunísia, Zine Al-Abidine Ben Ali, jovens e políticos oposicionistas começaram a ocupar as ruas das principais cidades do Egito contra Mubarak. No Egito, as manifestações iniciaram com o “Dia da Revolta”, evento ocorrido em 25 de janeiro de 2011, a partir de então um onda de protestos civis começaram a tomar o Egito e a enfrentar conflitos com as Forças de Segurança e as Forças Armadas do país. A maioria dos manifestantes, formada por jovens nascidos em meados da década de 80, exigiam, por meio da queda de Mubarak, o fim da crise econômica, do desemprego, e da corrupção no Egito. Cairo, Suez e Alexandria foram os principais pontos de manifestações. Na organização dos protestos esteve presente o grupo político oposicionista que convocou milhares de estudantes e trabalhadores às ruas com o apoio dos Irmãos Muçulmanos e do Nobel da Paz, Mohamed ElBaradei, político que deixou o exílio na Áustria para participar da frente contra a ditadura. No país, a religião majoritária é a Islã Sunita e, apesar da cultura religiosa, as mulheres também marcaram presença nos protestos. No dia 29 de janeiro de 2011, o presidente Mubarak resolveu romper o silencio : Acontecimentos Recentes “ Pedi ao governo para renunciar e formarei um novo Gabinete. Como presidente do país, garanto que estou protegendo a população e garantindo a liberdade, desde que a lei seja respeitada. As pessoas querem mais empregos, preços mais baixos, menos pobreza. Sei que todos esses temas são necessários, e trabalho por eles todos os dias. No Egito, o poder está com o presidente” O presidente se colocou como vítima de um processo de desestabilização do Egito, nomeou um novo ministério e criou o cargo de vice-presidente, antes inexistente. Para desestabilizar os protestos, o governo de Mubarak determinou o toque de recolher, cortou as telecomunicações e a internet. A internet foi um dos principais veículos de comunicação da juventude egípcia para espalhar pensamentos contra a ditadura e marcar pontos de concentração popular, ato mantido pelos civis apesar da proibição do acesso à rede. Após trinta anos de governo autocrático, o vice-presidente Omar Suleiman anunciou a renúncia de Mubarak renunciou o poder e o passou a uma junta de altos comandantes militares, provocando uma explosão de alegria entre os milhares de manifestantes que levaram mais de duas semanas protestando nas ruas do Cairo. Em toda a capital, ecoava o cântico: “Nós, o povo, derrubamos o regime!"