Séculos XIX e XX ANTECEDENTES DA CRISE Os primeiros: Hume e Kant. Final do século XIX: a crise da razão delineou-se claramente, repercutindo no século XX. Dois pensadores, no século XIX, põem a prova os alicerces da razão: Kierkegaard e Nietzsche. KIERKEGAARD Sören Kierkegaard, dinamarquês, 1813-1885. Precursor do existencialismo. Temor e Tremor, O Conceito de Angústia, Migalhas Filosóficas. Crítico da filosofia moderna: o humano transforma-se em abstração objetivada. Não se diga, porém que ela [a existência] é incognoscível. Ao contrário, dada a imediatidade, para o homem, entre ser e existir, o conhecimento que temos da existência é fundamental, prioritário. O homem se conhece a si mesmo como existente. Esse conhecimento, inseparável da experiência individual, não transforma a existência num objeto exterior ao sujeito que conhece. NUNES, Benedito. A filosofia contemporânea: trajetos iniciais. São Paulo: Ática, 1991, p. 47. KIERKEGAARD A existência possui contradições que a razão é incapaz de solucionar. A dialética deve ser movida pela paixão. A mais alta paixão humana é a fé. É uma paixão plena de paradoxos. Friedrich Nietzsche (1844-1900) -Conhecer é interpretar, é ter uma perspectiva. - Tarefa da filosofia: interpretar a “escrita de camadas sobrepostas das expressões e gestos humanos”. - Desmascarar como a linguagem passou do nomear coisas concretas para a sistematização de verdades eternas. -Propõe a Genealogia: mostrar as lacunas, os espaços em branco, o que não foi dito ou foi recalcado, e que permite que conceitos sejam transformados em verdades absolutas. Nietzsche “O que é a verdade?” Esta é a famosa pergunta feita por Pilatos a Jesus. (João, 18, 38) Uma pergunta que insiste em incomodar o homem, exigindo soluções que, quando surgem, parecem sempre insatisfatórias e acabam trazendo à luz outras questões, tais como: qual o alcance do intelecto humano no que se refere ao conhecimento das coisas? Que segurança ele pode nos dar? Dúvidas que se estendem também às relações entre os homens: como saber se aquilo que alguém nos fala é verdade? Como ter certeza de que as teorias que os cientistas nos apresentam são verdadeiras? Afinal, por que confiar nas pessoas se elas muitas vezes já mentiram para nós, e por que confiar nos homens da ciência se eles nem ficam ruborizados ao terem de reconhecer que as verdades aceitas e reverenciadas até certo momento por eles são negadas veementemente em seguida pela própria ciência? PASCHOAL, Antonio Edmilson. Antologia de textos filosóficos. Apresentação. SEED, 2010, p. Nietzsche O critério que se impõe para que se possa compreender é a vida: o que nos fortalece vitalmente e o que nos enfraquece. Fazer qualquer apreciação passar pelo crivo da vida equivale a perguntar se ela contribui para favorecê-la ou obstruí-la; submeter ideias ou atitudes ao exame genealógico é o mesmo que inquirir se são signos de plenitude de vida ou da sua degeneração; avaliar uma avaliação, enfim, significa questionar se é sintoma ascendente ou declinante. MARTON, Scarlet. Nietzsche, a transvaloração dos valores. São Paulo: Moderna, 1993, p. 62. O conhecimento se vale da metáfora. A metáfora escapa aos conceitos, pois é individual. Nietzsche O conceito é o resíduo de uma metáfora. O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas, que foram enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas e obrigatórias: as verdades são ilusões, das quais se esqueceu o que são, metáforas que se tornaram gastas e sem força sensível, moedas que perderam sua efígie e agora só entram em consideração como metal, não mais como moedas. NIETZSCHE, Friedrich. Introdução teorética sobre verdade e mentira no sentido extramoral, § 1. Teoria do perspectivismo: perseguir uma ideia a partir de diferentes perspectivas Nietzsche Edmund Husserl (1859-1958) Fenomenologia e Intencionalidade