Métodos e técnicas de análise Gráficos Valores absolutos Rácios Indicadores Balanços sucessivos Existem diversas classificações que são definidas em função da natureza das grandezas que entram na composição dos rácios ou do sentido que se lhes atribui: - Rácios Financeiros; - Rácios Económicos; - Rácios económicos – financeiros; - Rácios de funcionamento ou actividade; - Rácios técnicos; - Rácios de mercado. Rácios financeiros Estrutura de capitais: Autonomia financeira: Solvabilidade: capitais alheios/ capitais próprios capitais/ activo capitais próprios/ passivo total Rácios económicos Rendibilidade operacional das vendas: Resultados operacionais/ Vendas Rendibilidade das vendas: Resultados líquidos / Vendas Rácios económicos - financeiros Rendibilidade dos capitais próprios : Resultados Líquidos / Capitais próprios Rácios de funcionamento ou de actividade Rotação do activo: Prazo médio de recebimento: Prazo médio de armazenagem: Prazo médio de pagamento: Vendas / Activo Clientes x 365 / vendas Existências x 365 / Custo das vendas Fornecedores x 365 / Compras Rácios técnicos Produtividade: Actividades/meios ou Produção/Ordenados Rácios de mercado Preço - lucro por acção (PER) = Preço de mercado Resultado p/ acção Taxa de capitalização (EPS) = Resultado p/acção % Preço de mercado Rendimento em dividendos = Dividendo p/acção % Preço do mercado Preço/valor contabilístico (PBV) = Rácio de Tobin (q) Preço de Mercado Valor contab p/ acção = Valor Mercado activo Activo custo reposição Trata-se, sobretudo, de uma análise de rendibilidade e crescimento como factores de criação de valor e das medidas de eficiência de gestão que avaliam o desempenho económico da empresa. Medidas de eficiência da gestão A partir da Demonstração dos resultados podemos calcular um conjunto de indicadores com grande interesse para a gestão: 1. A margem bruta das vendas; 2. Os resultados operacionais, antes de impostos e resultados líquidos; 3. O excedente bruto de exploração; 4. O VAB, a produtividade e a rendibilidade. VAB O valor acrescentado mede o excedente de riqueza criada pela empresa. O valor acrescentado bruto (VAB) é apurado, contabilisticamente, segundo duas ópticas: Óptica da produção O VAB é o resultado da diferença entre o volume de negócios e os consumos intermédios . Óptica da repartição O VAB resulta da soma dos rendimentos gerados pela empresa Excedente Bruto de Exploração EBE = Rendimentos operacionais – CMV – O.G.variáveis – Gastos fixos desembolsáveis. EBE = RO + Amortizações, imparidades e provisões Cash flow operacional ou Meios libertos de exploração = EBE – Variação das NFM Auto - financiamento bruto = RL + Amortizações, imparidades e provisões Auto - financiamento líquido = RL + Amortizações e provisões – Dividendos A produtividade põe em causa dois elementos: as actividades e os meios. Este rácio exprime-se geralmente a partir de unidades físicas, que se podem traduzir em unidades monetárias. Produtividade = Actividades Meios A produtividade traduz a eficiência dos meios e a eficácia das actividades e que aumenta: • Quando se consegue uma maior produção /venda com os mesmos ou menores recursos (trabalho, capital, matérias –primas , energia, etc...); • Quando se consegue um mesmo output com a reprodução dos meios utilizados. As actividades e os meios podem ser expressos em: Produção Amortizações V. Negócios Cust. Intermédios Valor Acrescentado Bruto Gastos c/ pessoal VAB W Valor Acrescentado Bruto Nº de trabalhadores VAB N Produção Nº de trabalhadores Valor Acrescentado Bruto Produção Q N VAB P Ao falarmos em rendibilidade estamos a referir-nos a uma relação onde intervêm três elementos: - As actividades; - Os resultados; - Os meios. A rendibilidade relaciona um resultado ou output gerado e um recurso ou investimento que o gerou: Rendibilidade = Resultados Meios e Resultados Actividades Rentabilidade = Resultados do Capital Capital x 100 Rentabilidade = Resultados das Vendas V. Negócios x 100 Rendibilidade dos Capitais próprios (RCP) = Resultados líquidos Capitais próprios Assim, a rendibilidade dos capitais próprios resulta, fundamentalmente: Rendibilidade do Activo Económico (RAE) – Da capacidade do negócio em gerar valor; Alavanca financeira - Da situação financeira e do custo do dinheiro; Efeito do resultado eventual - Do impacto de operações eventuais ou excepcionais; Efeito fiscal - Do impacto da tributação sobre os rendimentos. Deste modo temos: RCP = RL = ( RO x VN ) x ( AE x RE) x RAI x CP VN AE CP RO RE Efeito da política de investimento Efeito da política de financiamento RL RAI ERE Efeito fiscal Esta decomposição permite analisar o efeito da política de investimento, da política de financiamento, dos resultados eventuais e da taxa de IRC na Rendibilidade do capital próprio. Os titulares do capital social podem ainda estar interessados nos seguintes indicadores: 1. Valor contabilístico = C.Próprio/Nº de acções emitidas 2. Lucro por acção (EPS-Earnings per share) = Lucro Líquido/Nº de acções 3. PER / Price Earning Ratio = Cotação da acção/Lucro por acção 4. Payout Ratio = Dividendo por acção/Lucro por acção 5. Dividend Yield = Dividendo por acção/Valor da cotação Na análise do Ponto Crítico pretende-se determinar o montante das vendas que gera uma margem igual ao total dos encargos de estrutura, originando uma situação em que a empresa não tem lucro, nem prejuízo. - Qual o ponto crítico desta empresa ? Q´ = 50 000,00 /( 800,00 – 400,00) = 125 toneladas PC = 125 x 800 = 100 000,00 euros 180 160 E C V 1000 euros 140 120 100 80 Ms 60 40 20 Quantidades (Ton) 0 0 25 50 75 100 125 150 175 200 A análise e o equilíbrio financeiros podem ser tratados recorrendo às teorias tradicional e funcional. A Análise patrimonial ou tradicional Esta análise tem por objecto detectar a capacidade que a empresa tem em satisfazer as suas obrigações de pagamento nas datas exigíveis e que se encontram registadas no Balanço. A Análise funcional Esta análise baseia-se no Balanço funcional e no ciclo financeiro da actividade da empresa. As necessidades de financiamento do ciclo de exploração, os recursos cíclicos que lhe podem fazer face, o fundo de maneio e a tesouraria líquida são alguns dos temas a abordar. Óptica da liquidez • Pela diferença entre o activo circulante e o passivo de funcionamento. FMP = Activo circulante – Passivo de funcionamento Óptica estrutural • Pela diferença entre os valores dos capitais permanentes e do imobilizado. FMP = Capitais permanentes – Activo fixo Rácio de liquidez geral = Activo circulante Débitos a c/p Rácio de liquidez reduzida = Activo circulante-Existências Débitos a c/p Rácio de liquidez imediata = Disponibilidades Débitos a c/p Margem de segurança de tesouraria O resultado do rácio indica o número de dias em que a empresa tem activos disponíveis suficientes para financiar a actividade operacional, mesmo não recebendo disponibilidades adicionais. A avaliação da situação financeira da empresa é feita com 3 novos instrumentos: Fundo de Maneio Líquido (FML) ou Fundo de Maneio Funcional (FMF); Necessidades em Fundo de Maneio (ou Fundo de Maneio Necessário) (NFM); Tesouraria Líquida (TRL). Nesta análise funcional, o equilíbrio financeiro resulta da comparação entre duas grandezas: O FMF e as NFM FMF = Recursos estáveis - Activos Fixos Quando o FMF>0, existe uma parte de fundos estáveis que financia o ciclo de exploração; Quando o FMF<0, os recursos estáveis são insuficientes face às de financiamento do activo fixo. Torna-se um factor de risco. NFM = Necessidades Cíclicas - Recursos Cíclicos A noção de NFM está relacionada com a necessidade de financiar o ciclo de exploração que se desenrola para uma empresa industrial desde a compra de matérias primas até à sua transformação, venda e cobrança de clientes. Consideremos dois níveis de grandeza para as NFM: NFM > 0 indica que a empresa tem de conseguir recursos cíclicos para fazer face às necessidades cíclicas; NFM < 0 há excedentes financeiros do ciclo de exploração. Este tem capacidade para libertar fundos. A Tesouraria líquida pode ser calculada pela diferença entre: A Tesouraria Activa e a Tesouraria Passiva TRL = Tesouraria Activa - Tesouraria Passiva O Fundo de Maneio Funcional e as Necessidades de Fundo de Maneio TRL = Fundo de Maneio – Necessidades em Fundo de Maneio O equilíbrio financeiro corresponde a uma tesouraria líquida positiva. Se o seu saldo se aproxima do zero significa que o fundo de maneio está adequado às Necessidades em Fundo de Maneio. TRL = FMF - NFM = 0 Se o saldo é positivo, pode significar a existência de excedentes ociosos de tesouraria com impacto negativo sobre a rendibilidade. TRL = FMF - NFM > 0 Se for negativo, défice de tesouraria, poderá representar dificuldades ou impossibilidade em cumprir os compromissos financeiros a curto prazo. A empresa pode recorrer a frequentes expedientes financeiros para manter o normal funcionamento da empresa (negociação de descobertos, de apoios à caixa, de créditos sobre facturas, etc.). TRL = FMF - NFM < 0 Prazo médio de recebimentos (PMR) PMR = . Clientes x 365 Volume de negócios com IVA . Prazo médio de pagamentos (PMP) PMP = . Fornecedores x 365 Compras com IVA Prazos de rotação de existências Prazo médio de existências = Existências médias x 365 CMVMC Prazo rotação das existências + Prazo médio de recebimento dos clientes – Prazo médio de pagamento a fornecedores = Período médio de inventários + PMR – PMP = 100 + 60 – 78 = 82 dias Há necessidade de obter financiamento para os 82 dias. A Análise do risco é um dos assuntos importantes a tratar na análise financeira da empresa e uma componente importante do processo de criação de valor; A Análise do risco torna-se mais produtiva e vai melhorar muito a Análise financeira. Este tipo de risco pode ser reduzido ou eliminado Risco específico ou diversificável Não podem ser eliminados com o recurso à política financeira da empresa. Risco sistemático ou de mercado A Análise do risco realiza-se com base: Nos documentos contabilísticos: Balanço e Demonstração dos resultados, com recurso a indicadores como o GAO, o GAF, o Ponto crítico, a liquidez, a solvabilidade e a margem de segurança. No mercado bolsista, em que são criados modelos de forma a medir com maior precisão o risco e a determinar o preço que o accionista está disposto a suportar pelo risco. Modelos utilizados: CAPM (Capital Asset Pricing Model) e o MAA (Modelo de avaliação por arbitragem). Dados estatísticos recolhidos e tratados por organismos oficiais e privados e relacionados com os indicadores bolsistas, cotação das acções, …… Instrumentos de medida: Grau de Alavanca operacional (GAO) GAO = MB RO Grau de Alavanca Financeiro (GAF) GAF = Ro Re Grau de Alavanca Combinado (GAC) GAC = GAO x GAF O accionista, o investidor ou o gestor deve recorrer a indicadores de risco com base no mercado, de modo a completar a análise com base nos dados contabilísticos da empresa e procurar compreender o seu comportamento face ao risco. Os modelos CAPM e o MAA, procuram, sobretudo., medir o risco e calcular a remuneração adicional que o accionista exige - o prémio de risco. O accionista, nas suas operações de capital exige uma determinada rendibilidade esperada (Re) que inclui a rendibilidade dos produtos financeiros sem risco. Ex: Aplicações em certificados de aforro) (Rs) e a remuneração do capital ou prémio de risco (Pr): Re = Rs + Pr Os produtos financeiros disponíveis no mercado podem ser: Sem risco - Certificados de aforro; Praticamente sem risco – Certificados de depósito e Papel comercial. O accionista, o investidor ou o gestor deve recorrer a indicadores de risco com base no mercado, de modo a completar a análise com base nos dados contabilísticos da empresa e procurar compreender o seu comportamento face ao risco. Os modelos CAPM –Capital Asset Pricing Model e o MAA – Modelo de Avaliação por Arbitragem, procuram, sobretudo., medir o risco e calcular a remuneração adicional que o accionista exige - o prémio de risco. O diferencial entre a taxa de rendibilidade sem risco e a taxa de rendibilidade esperada para o produto financeiro em causa é o prémio de risco (Pr): Pr = Re – Rs Ao contrário do risco não sistemático ou específico que pode ser reduzido através de estratégias de diversificação, o risco sistemático ou de mercado que deriva das condições de funcionamento e do livre jogo da oferta e da procura, não é possível ser eliminado. O Prémio de risco é igual a vezes o diferencial entre a rendibilidade do mercado e a rendibilidade sem risco: Re – Rs = x (Rm –Rs) e Re = Rs + x (Rm –Rs) O CAPM diz que num mercado normalmente organizado e competitivo, o prémio esperado de risco de cada investimento é directamente proporcional ao seu BETA (). Decomposição do indicador de risco Qualquer empresa enfrenta o prémio de risco do negócio ou económico (Pe) e o prémio de risco financeiro (Pf) pelo que: Re = Rs + Pr Re = Rs + PE + Pf O Pr utilizado refere-se a uma empresa endividada. • Se a empresa for financiada exclusivamente por capitais próprios, o accionista deve ser compensado pelo prémio de risco económico; • Se a empresa recorrer aos capitais alheios, o investidor deve ser compensado pelo prémio de risco financeiro. A Análise financeira moderna tende a analisar os fluxos financeiros da empresa que não são mais do que uma consequência das decisões de gestão. Neste estudo é frequente recorrer ao Mapa de origens e aplicações de fundos e à Demonstração dos fluxos de caixa, de modo a interpretar a variação do Fundo de maneio e a calcular o cash flow. É elaborada com base na teoria dos ciclos financeiros da empresa e nos tipos de decisão a tomar a nível operacional, de financiamento e de investimento. Esta demonstração dá-nos informações sobre a formação e evolução das disponibilidades e sobre os efeitos das decisões de gestão e qual o valor dos fluxos financeiros por ciclo operacional, de financiamento e de investimento. Demonstração de Origens e Aplicações de Fundos (DOAF) Esta demonstração é elaborada com base na análise comparativa de balanços sucessivos, e é um instrumento tradicional da análise financeira e constitui um elemento de apoio ao estudo da liquidez. Numa perspectiva financeira, o Balanço traduz um conjunto de aplicações e de origens de fundos: Aplicações de capital em: imobilizações, existências, dívidas de terceiros, investimentos financeiros; Fontes de financiamento: Capital social, dívidas a terceiros e os resultados gerados pela empresa. Actividades operacionais Recebimentos Pagamentos (1)Fluxo das actividades operacionais Actividades de investimento Pagamentos (2)Fluxo das actividades de investimento Actividades de financiamento Recebimentos Pagamentos (3)Fluxo das actividades de financiamento Variação de caixa (4) = 1+ 2 + 3 Caixa no início de 2005 Caixa no final de 2005 300 3000 -2700 350 -350 750 300 450 -2600 3600 1000