GFinanceira2 - Escola Carlos Nabais

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Métodos e técnicas de análise
Gráficos
Valores
absolutos
Rácios
Indicadores
Balanços
sucessivos
Existem diversas classificações que são definidas em função da natureza
das grandezas que entram na composição dos rácios ou do sentido que se
lhes atribui:
- Rácios Financeiros;
- Rácios Económicos;
- Rácios económicos – financeiros;
- Rácios de funcionamento ou actividade;
- Rácios técnicos;
- Rácios de mercado.
Rácios financeiros
Estrutura de capitais:
Autonomia financeira:
Solvabilidade:
capitais alheios/ capitais próprios
capitais/ activo
capitais próprios/ passivo total
Rácios económicos
Rendibilidade operacional das vendas:
Resultados operacionais/ Vendas
Rendibilidade das vendas:
Resultados líquidos / Vendas
Rácios económicos - financeiros
Rendibilidade dos capitais próprios :
Resultados Líquidos / Capitais próprios
Rácios de funcionamento ou de actividade
Rotação do activo:
Prazo médio de recebimento:
Prazo médio de armazenagem:
Prazo médio de pagamento:
Vendas / Activo
Clientes x 365 / vendas
Existências x 365 / Custo das vendas
Fornecedores x 365 / Compras
Rácios técnicos
Produtividade:
Actividades/meios ou Produção/Ordenados
Rácios de mercado
Preço - lucro por acção (PER)
= Preço de mercado
Resultado p/ acção
Taxa de capitalização (EPS)
= Resultado p/acção %
Preço de mercado
Rendimento em dividendos
= Dividendo p/acção %
Preço do mercado
Preço/valor contabilístico (PBV) =
Rácio de Tobin (q)
Preço de Mercado
Valor contab p/ acção
= Valor Mercado activo
Activo custo reposição
Trata-se, sobretudo, de uma análise de rendibilidade e crescimento como
factores de criação de valor e das medidas de eficiência de gestão que
avaliam o desempenho económico da empresa.
Medidas de eficiência da gestão
A partir da Demonstração dos resultados podemos calcular um
conjunto de indicadores com grande interesse para a gestão:
1. A margem bruta das vendas;
2. Os resultados operacionais, antes de impostos e resultados
líquidos;
3. O excedente bruto de exploração;
4. O VAB, a produtividade e a rendibilidade.
VAB

O valor acrescentado mede o excedente de riqueza criada pela
empresa.
O valor acrescentado bruto (VAB) é apurado, contabilisticamente,
segundo duas ópticas:
Óptica da produção
O VAB é o resultado da diferença entre o volume de negócios e os
consumos intermédios .
Óptica da repartição
O VAB resulta da soma dos rendimentos gerados pela empresa
Excedente Bruto de Exploração

EBE = Rendimentos operacionais – CMV – O.G.variáveis – Gastos fixos
desembolsáveis.
EBE = RO + Amortizações, imparidades e provisões
Cash flow operacional ou Meios libertos de exploração = EBE – Variação das NFM
Auto - financiamento bruto = RL + Amortizações, imparidades e provisões
Auto - financiamento líquido = RL + Amortizações e provisões – Dividendos
A produtividade põe em causa dois elementos: as actividades e os
meios.
Este rácio exprime-se geralmente a partir de unidades físicas, que
se podem traduzir em unidades monetárias.
Produtividade = Actividades
Meios
A produtividade traduz a eficiência dos meios e a eficácia das actividades
e que aumenta:
• Quando se consegue uma maior produção /venda com os mesmos ou
menores recursos (trabalho, capital, matérias –primas , energia, etc...);
• Quando se consegue um mesmo output com a reprodução dos meios
utilizados.
As actividades e os meios podem ser expressos em:
Produção
Amortizações
V. Negócios
Cust. Intermédios
Valor Acrescentado Bruto
Gastos c/ pessoal
VAB
W
Valor Acrescentado Bruto
Nº de trabalhadores
VAB
N
Produção
Nº de trabalhadores
Valor Acrescentado Bruto
Produção
Q
N
VAB
P
Ao falarmos em rendibilidade estamos a referir-nos a uma relação onde
intervêm três elementos:
- As actividades;
- Os resultados;
- Os meios.
A rendibilidade relaciona um resultado ou output gerado e um recurso ou
investimento que o gerou:
Rendibilidade = Resultados
Meios
e
Resultados
Actividades
Rentabilidade = Resultados
do Capital
Capital
x 100
Rentabilidade = Resultados
das Vendas
V. Negócios
x 100
Rendibilidade dos Capitais próprios (RCP) = Resultados líquidos
Capitais próprios
Assim, a rendibilidade dos capitais próprios resulta, fundamentalmente:
Rendibilidade do Activo Económico (RAE) – Da capacidade do negócio em
gerar valor;
Alavanca financeira - Da situação financeira e do custo do dinheiro;
Efeito do resultado eventual - Do impacto de operações eventuais ou
excepcionais;
Efeito fiscal - Do impacto da tributação sobre os rendimentos.
Deste modo temos:
RCP = RL = ( RO x VN ) x ( AE x RE) x RAI x
CP
VN AE
CP RO
RE
Efeito da
política de
investimento
Efeito da
política de
financiamento
RL
RAI
ERE Efeito fiscal
Esta decomposição permite analisar o efeito da política de investimento, da
política de financiamento, dos resultados eventuais e da taxa de IRC na
Rendibilidade do capital próprio.
Os titulares do capital social podem ainda estar interessados nos
seguintes indicadores:
1.
Valor contabilístico = C.Próprio/Nº de acções emitidas
2.
Lucro por acção (EPS-Earnings per share) = Lucro Líquido/Nº de
acções
3.
PER / Price Earning Ratio = Cotação da acção/Lucro por acção
4.
Payout Ratio = Dividendo por acção/Lucro por acção
5.
Dividend Yield = Dividendo por acção/Valor da cotação
Na análise do Ponto Crítico pretende-se determinar o montante das
vendas que gera uma margem igual ao total dos encargos de estrutura,
originando uma situação em que a empresa não tem lucro, nem
prejuízo.
-
Qual o ponto crítico desta empresa ?
Q´ = 50 000,00 /( 800,00 – 400,00)
= 125 toneladas
PC = 125 x 800
= 100 000,00 euros
180
160
E
C
V
1000 euros
140
120
100
80
Ms
60
40
20
Quantidades (Ton)
0
0
25
50
75
100
125
150
175
200
A análise e o equilíbrio financeiros podem ser tratados recorrendo às
teorias tradicional e funcional.
A Análise patrimonial ou tradicional
Esta análise tem por objecto detectar a capacidade que a empresa tem
em satisfazer as suas obrigações de pagamento nas datas exigíveis e que
se encontram registadas no Balanço.
A Análise funcional
Esta análise baseia-se no Balanço funcional e no ciclo financeiro da
actividade da empresa. As necessidades de financiamento do ciclo de
exploração, os recursos cíclicos que lhe podem fazer face, o fundo de
maneio e a tesouraria líquida são alguns dos temas a abordar.
Óptica da liquidez
• Pela diferença entre o activo circulante e o passivo de funcionamento.
FMP = Activo circulante – Passivo de funcionamento
Óptica estrutural
• Pela diferença entre os valores dos capitais permanentes e do imobilizado.
FMP = Capitais permanentes – Activo fixo
Rácio de liquidez geral = Activo circulante
Débitos a c/p
Rácio de liquidez reduzida = Activo circulante-Existências
Débitos a c/p
Rácio de liquidez imediata = Disponibilidades
Débitos a c/p
Margem de segurança de tesouraria
 O resultado do rácio indica o número de dias em que a empresa tem
activos disponíveis suficientes para financiar a actividade operacional,
mesmo não recebendo disponibilidades adicionais.
A avaliação da situação financeira da empresa é feita com 3
novos instrumentos:
 Fundo de Maneio Líquido (FML) ou Fundo de Maneio
Funcional (FMF);
 Necessidades em Fundo de Maneio (ou Fundo de
Maneio Necessário) (NFM);
 Tesouraria Líquida (TRL).
Nesta análise funcional, o equilíbrio financeiro resulta da comparação
entre duas grandezas: O FMF e as NFM
FMF = Recursos estáveis - Activos Fixos
Quando o FMF>0, existe uma parte de fundos estáveis que financia o ciclo de
exploração;
Quando o FMF<0, os recursos estáveis são insuficientes face às de financiamento
do activo fixo. Torna-se um factor de risco.
NFM = Necessidades Cíclicas - Recursos Cíclicos
A noção de NFM está relacionada com a necessidade de financiar o ciclo
de exploração que se desenrola para uma empresa industrial desde a compra
de matérias primas até à sua transformação, venda e cobrança de clientes.
Consideremos dois níveis de grandeza para as NFM:
NFM > 0 indica que a empresa tem de conseguir recursos cíclicos para
fazer face às necessidades cíclicas;
NFM < 0 há excedentes financeiros do ciclo de exploração. Este tem
capacidade para libertar fundos.
A Tesouraria líquida pode ser calculada pela diferença entre:
A Tesouraria Activa e a Tesouraria Passiva
TRL = Tesouraria Activa - Tesouraria Passiva
O Fundo de Maneio Funcional e as Necessidades de Fundo de Maneio
TRL = Fundo de Maneio – Necessidades em Fundo de Maneio
O equilíbrio financeiro corresponde a uma tesouraria líquida positiva.
Se o seu saldo se aproxima do zero significa que o fundo de maneio está
adequado às Necessidades em Fundo de Maneio.
TRL = FMF - NFM = 0
Se o saldo é positivo, pode significar a existência de excedentes ociosos de
tesouraria com impacto negativo sobre a rendibilidade.
TRL = FMF - NFM > 0
Se for negativo, défice de tesouraria, poderá representar dificuldades ou
impossibilidade em cumprir os compromissos financeiros a curto prazo. A
empresa pode recorrer a frequentes expedientes financeiros para manter o
normal funcionamento da empresa (negociação de descobertos, de apoios à
caixa, de créditos sobre facturas, etc.).
TRL = FMF - NFM < 0
Prazo médio de recebimentos (PMR)
PMR =
.
Clientes x 365
Volume de negócios com IVA
.
Prazo médio de pagamentos (PMP)
PMP =
.
Fornecedores x 365
Compras com IVA
Prazos de rotação de existências
Prazo médio de existências = Existências médias x 365
CMVMC
Prazo rotação das existências + Prazo médio de recebimento dos
clientes – Prazo médio de pagamento a fornecedores
= Período médio de inventários + PMR – PMP
= 100 + 60 – 78
= 82 dias
Há necessidade de obter financiamento para os 82 dias.


A Análise do risco é um dos assuntos importantes a tratar na análise
financeira da empresa e uma componente importante do processo de
criação de valor;
A Análise do risco torna-se mais produtiva e vai melhorar muito a
Análise financeira.
Este tipo de risco pode ser reduzido ou eliminado
Risco específico
ou diversificável
Não podem ser eliminados com o recurso à política
financeira da empresa.
Risco sistemático
ou de mercado
A Análise do risco realiza-se com base:
Nos documentos contabilísticos: Balanço e Demonstração dos
resultados, com recurso a indicadores como o GAO, o GAF, o Ponto
crítico, a liquidez, a solvabilidade e a margem de segurança.
No mercado bolsista, em que são criados modelos de forma a medir
com maior precisão o risco e a determinar o preço que o accionista está
disposto a suportar pelo risco.
Modelos utilizados: CAPM (Capital Asset Pricing Model) e o MAA (Modelo
de avaliação por arbitragem).
Dados estatísticos recolhidos e tratados por organismos oficiais e
privados e relacionados com os indicadores bolsistas, cotação das acções,
……
Instrumentos de medida:
Grau de Alavanca
operacional (GAO)
GAO = MB
RO
Grau de Alavanca
Financeiro (GAF)
GAF = Ro
Re
Grau de Alavanca
Combinado (GAC)
GAC = GAO x GAF
O accionista, o investidor ou o gestor deve recorrer a indicadores de risco com
base no mercado, de modo a completar a análise com base nos dados
contabilísticos da empresa e procurar compreender o seu comportamento face
ao risco.
Os modelos CAPM e o MAA, procuram, sobretudo., medir o risco e calcular a
remuneração adicional que o accionista exige - o prémio de risco.

O accionista, nas suas operações de capital exige uma determinada
rendibilidade esperada (Re) que inclui a rendibilidade dos produtos
financeiros sem risco. Ex: Aplicações em certificados de aforro) (Rs)
e a remuneração do capital ou prémio de risco (Pr):
Re = Rs + Pr

Os produtos financeiros disponíveis no mercado podem ser:
 Sem risco - Certificados de aforro;
 Praticamente sem risco – Certificados de depósito e Papel
comercial.
O accionista, o investidor ou o gestor deve recorrer a indicadores de risco
com base no mercado, de modo a completar a análise com base nos dados
contabilísticos da empresa e procurar compreender o seu comportamento
face ao risco. Os modelos CAPM –Capital Asset Pricing Model e o MAA –
Modelo de Avaliação por Arbitragem, procuram, sobretudo., medir o risco
e calcular a remuneração adicional que o accionista exige - o prémio de
risco.
O diferencial entre a taxa de rendibilidade sem risco e a taxa de
rendibilidade esperada para o produto financeiro em causa é o prémio de
risco (Pr):
Pr = Re – Rs
Ao contrário do risco não sistemático ou específico que pode ser reduzido
através de estratégias de diversificação, o risco sistemático ou de mercado
que deriva das condições de funcionamento e do livre jogo da oferta e da
procura, não é possível ser eliminado.
O Prémio de risco é igual a  vezes o diferencial entre a rendibilidade
do mercado e a rendibilidade sem risco:
Re – Rs =  x (Rm –Rs)
e
Re = Rs +  x (Rm –Rs)
O CAPM diz que num mercado normalmente organizado e competitivo, o
prémio esperado de risco de cada investimento é directamente proporcional ao
seu BETA ().
Decomposição do indicador de risco
Qualquer empresa enfrenta o prémio de risco do negócio ou económico (Pe)
e o prémio de risco financeiro (Pf) pelo que:
Re = Rs + Pr
Re = Rs + PE + Pf
O Pr utilizado refere-se a uma empresa endividada.
• Se a empresa for financiada exclusivamente por capitais próprios,
o accionista deve ser compensado pelo prémio de risco económico;
• Se a empresa recorrer aos capitais alheios, o investidor deve ser
compensado pelo prémio de risco financeiro.
A Análise financeira moderna tende a analisar os fluxos financeiros da
empresa que não são mais do que uma consequência das decisões de
gestão.
Neste estudo é frequente recorrer ao Mapa de origens e aplicações de
fundos e à Demonstração dos fluxos de caixa, de modo a interpretar a
variação do Fundo de maneio e a calcular o cash flow.
É elaborada com base na teoria dos ciclos financeiros da empresa e nos tipos de
decisão a tomar a nível operacional, de financiamento e de investimento.
Esta demonstração dá-nos informações sobre a formação e evolução das
disponibilidades e sobre os efeitos das decisões de gestão e qual o valor dos fluxos
financeiros por ciclo operacional, de financiamento e de investimento.
Demonstração de Origens e Aplicações de Fundos
(DOAF)
Esta demonstração é elaborada com base na análise comparativa de balanços
sucessivos, e é um instrumento tradicional da análise financeira e constitui um
elemento de apoio ao estudo da liquidez.
Numa perspectiva financeira, o Balanço traduz um conjunto de aplicações e
de origens de fundos:
Aplicações de capital em: imobilizações, existências, dívidas de
terceiros, investimentos financeiros;
Fontes de financiamento: Capital social, dívidas a terceiros e os
resultados gerados pela empresa.
Actividades operacionais
Recebimentos
Pagamentos
(1)Fluxo das actividades operacionais
Actividades de investimento
Pagamentos
(2)Fluxo das actividades de investimento
Actividades de financiamento
Recebimentos
Pagamentos
(3)Fluxo das actividades de financiamento
Variação de caixa (4) = 1+ 2 + 3
Caixa no início de 2005
Caixa no final de 2005
300
3000
-2700
350
-350
750
300
450
-2600
3600
1000
Download