Slide 1 - RExLab

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Microbiota presente nas mãos de acadêmicos de
odontologia após o uso de luvas cirúrgicas
Ciências da Saúde
POMPEO, Daniela Daufenback
(1);SERRATINE,
Ana Claudina Prudêncio
(2)
(1)
Acadêmica do Curso de Odontologia de Tubarão, bolsista PIBIC.
(2) Profa. Dra. do Curso de Odontologia nas disciplinas de Microbiologia Oral, Microbiologia Geral e
Imunologia.
Introdução
Resultados
Gráfico 1. Crescimento bacteriano nas mãos
Número médio de UFCs em Ágar de soja e
tripticaseína de acordo com a mão (direita e
esquerda)
3000
2500
UFCs
A degermação é sem dúvida, desde os achados de Semmelweis em 1861, a intervenção mais
econômica e efetiva para reduzir a incidência de infecções (KIM et al., 2002). O uso de
detergente com água pode remover fisicamente um certo nível de micróbios, mas agentes antisépticos são necessários para eliminar ou inibir microorganismos, reduzindo-os a um nível ainda
maior (LARSON, 1995). As luvas são utilizadas para prevenir o contato direto com fluidos
corporais dos pacientes, entretanto, elas criam um ambiente úmido favorável à proliferação
bacteriana e não raramente são danificadas durante os procedimentos (LARSON, 1995)
representando uma fonte potencial de infecção cirúrgica (PEREIRA; LEE; WADE, 1997). Embora
as bactérias da flora residente encontrem-se em equilíbrio dinâmico na pele, algumas cepas de
estafilococos, por exemplo, apresentam patogenicidade e capacidade de produzir enterotoxinas,
sendo, importante sua eliminação durante a degermação (CRISLEY e FOTER, 1975 apud
ALMEIDA et al., 1995). Nos consultórios odontológicos, embora não haja um dado preciso sobre
a aquiescência dos profissionais, uma alta proporção de estudantes de odontologia e alguns
cirurgiões-dentistas ainda relatam falta de conhecimento e necessidade de esclarecimentos a
respeito da rotina de degermação das mãos antes e depois do atendimento do paciente (MELO,
GOTIJO FILHO, 2000).
2000
Mão direita
1500
Mão esquerda
1000
500
0
Linha base
Após antisepsia
Após uso de
luvas
Tabela 2: Comparação, através do teste t de Student para amostras pareadas, da microbiota
presente nas mãos antes e após a anti-sepsia, e após o uso das luvas cirúrgicas.
Objetivos
-Quantificar e qualificar morfologicamente a microbiota presente nas mãos de acadêmicos de
odontologia antes e após procedimento cirúrgico no qual se utilizaram luvas de látex estéreis;
- Avaliar quantitativamente e qualificar morfologicamente o crescimento da microbiota das mãos
após procedimento cirúrgico de no mínimo 40 minutos;
- Comparar a eficácia do sabonete a base de triclosan e do sabonete de triclosan mais o uso de
álcool a 70% na redução de Unidades Formadoras de Colônias (UFCs) das mãos destes
profissionais.
- Comprovar a necessidade da degermação das mãos imediatamente após o uso de luvas
cirúrgicas.
MES= mão esquerda suja; MET= mão esquerda após uso do triclosan; MEAP= mão esquerda após o
uso da luva cirúrgica.
MDS= mão direita suja; MDT= mão direita após uso do triclosan+ o álcool 70%; MDAP= mão direita
após o uso da luva cirúrgica.
Foram identificadas 9 tipos diferentes de colônias bacterianas. As ilustrações abaixo mostram
suas características microscópicas (Cocos e bacilos, Gram + e Gram -).
Metodologia
Este estudo foi aprovado pelo CEP da UNISUL, através do registro de número 06.394.4.02 III.
Vinte estudantes do Curso de Odontologia da UNISUL participaram deste estudo prospectivo
randomizado durante as atividades da Clínica de cirurgia bucal.
Os produtos anti-sépticos utilizados no experimento foram: solução de álcool a 70% e
sabonete líquido anti-séptico a base de triclosan (irgasan 0,5%). As coletas da microbiota das
mãos foram realizadas através da metodologia modified glove juice (LARSON et al., 2003;
BRYCE; SPENCE; ROBERTS, 2001) nas seguintes situações:
- Mão direita e esquerda concomitantemente, antes da degermação (linha base);
- Mão esquerda após degermação convencional por 15 segundos com sabonete anti-séptico de
triclosan, enxágüe em água corrente e secagem com apósito estéril;
- Mão direita após degermação com sabonete anti-séptico de triclosan seguida da imersão em
álcool a 70% por 1 minuto e secagem com apósito estéril;
-Mão direita e esquerda concomitantemente, após a retirada das luvas utilizadas durante
procedimento cirúrgico de no mínimo 40 minutos.
As coletas foram diluídas (10-1e 10-2) e semeadas em Ágar de soja e tripticaseína
(crescimento de bactérias mesófilas heterotróficas - microbiota residente) e em Ágar MacConkey
(crescimento de bactérias da flora transitória).
Qualitativamente, as UFCs foram analisadas através da confecção esfregaços, que foram
corados pela técnica de coloração de Gram e analisados na microscopia óptica de transmissão
com aumento de mil vezes (1000 X). Para análise estatística foi utilizado o Teste t de Student a
um p<0.001.
Conclusões
- O emprego da solução degermante contendo triclosan concomitante com o álcool 70% sob a
forma de imersão por um minuto diminuíram a quantidade de bactérias presentes nas mãos.
- Houve um crescimento significante de bactérias na superfície das mãos durante o uso das
luvas estéreis de látex utilizadas durante cirurgias odontológicas. Apesar das mãos terem sido
submetidas à degermação e à anti-sepsia eficaz.
- Há necessidade de ser realizada uma degermação cuidadosa das mãos após o uso de luvas
cirúrgicas estéreis.
Coleta da microbiota
Imersão
Imersão da
da mão
mão direita
direita
Transporte das amostras
Bibliografia
LARSON, E. APIC guideline for handwashing and hand antisepsis in health care settings. Am j infect control. Washington,
n. 4, v.23, p.251-269, ago.1995.
KIM, P.W., et al. Rates of hand disinfection associated with glove use, patient isolation, and changes between exposure to
various body sites. Am j infect control. Baltimore, n.2, v.31, p.97-103, abr. 2003.
PEREIRA, L.J.; LEE, G.M; WADE, K.J. Na evaluation of five protocols for surgical handwashing in relation to skin condition
and microbial counts. J hosp infect. Austrália, n.36, p.49-65, 1997.
BRYCE, E.A; SPENCE, D.; ROBERTS, F.J. An in-use evaluation of an alcohol-based pre-surgical hand disinfectant. Infect
control hosp epidemiol. n.10, v.22, p.635-639, 2001.
MELO, G.B; GOTIJO FILHO, P.P. Survey of the knowledge and pratice of infection control among dental practicioners. BJID,
Uberlândia, n.4, v.6, p.291-295, dez. 2000.
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Processamento das amostras
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