ECOLOGIA CONCEITOS BÁSICOS A palavra ecologia deriva de duas palavras gregas: oikós (= “casa”) e logos (= “estudo”). Assim, ecologia significa, literalmente, o “estudo da casa”. Em sentido mais amplo, pode-se considerar o termo “casa” como todo o ambiente terrestre; a palavra ecologia, então, passa a se referir ao “estudo do ambiente”. Esse termo foi utilizado pela primeira vez em 1870, pelo biólogo alemão Ernest Haeckel, para designar o estudo das interações dos organismos entre si e com o meio ambiente. De fato, a Ecologia estuda os seres vivos acima do nível do organismo individual. Estuda a população, a comunidade, o ecossistema, e a biosfera. população é um conjunto de indivíduos de uma mesma espécie que ocorrem juntos em uma mesma área geográfica. • O termo comunidade ou biocenose refere-se ao conjunto de todas as populações que vivem em uma mesma área. O termo "biocenose" (do grego bios, vida, e koinos, comum, público) foi criado pelo zoólogo alemão K.A. Möbius, em 1877, para ressaltar a relação de vida em comum dos seres que habitam determinada região. A biocenose de uma floresta, por exemplo, compões-se de populações de arbustos, árvores, pássaros, formigas, microorganismos etc., que convivem e se inter-relacionam. • Biótopo Para viver, a biocenose depende de fatores componentes físicos e químicos do ambiente. Em seu conjunto, esses componentes formam o biótopo (do grego bios, vida, e topos, lugar), que significa "o loco onde vive a biocenose". No exemplo da floresta, o biótopo é a área que contém o solo (com seus minerais e água) e a atmosfera (com seus gases, umidade, temperatura, grau de luminosidade etc.). Os fatores abióticos do biótopo afetam diretamente a biocenose, e também são por ela influenciados. O desenvolvimento de uma floresta, por exemplo, modifica a umidade do ar e a temperatura de uma região. Habitat Habitat significa "o local onde vive determinada espécie". Tem sentido mais restrito de que biótopo, que se refere ao local onde vive toda a biocenose. Se quisermos falar do local onde vivem as girafas, devemos usar o termo habitat. Mas se quisermos nos referir ao local onde vive a biocenose da savana, falamos em biótopo. BIOMA: região em vive uma comunidade ecológica sob uma condição climática específica. Principais Biomas Terrestres: tundra, floresta decídua, deserto, floresta tropical, savana e taiga. Ecossistema O conjunto vivo formado pela biocenose e pelo biótopo em interação é chamado ecossistema. Uma floresta, considerada em sua totalidade, isto é, com seus fatores abióticos e comunidades de seres vivos em interação, constitui um ecossistema. O conjunto de todos os ecossistemas da Terra, ou seja, a camada da Terra que contém vida forma a biosfera. Os ecossistemas podem ser considerados parcelas da biosfera. Podem ser de diferentes tamanhos, como, por exemplo, uma pequena lagoa ou o oceano todo, desde que haja intercâmbio de matéria e de energia entre seus elementos. A biosfera toda pode ser considerada um grande ecossistema. A maioria dos seres terrestres vivem em regiões situadas até 5 mil metros acima do nível do mar. Entretanto, no Monte Everest, foi encontrada uma aranha vivendo a quase 7 mil metros de altitude, e já se observou aves migradoras voando a 8,8 mil metros de altitude. No mar, a maioria dos seres vivos habita a faixa que vai da superfície até 150 metros de profundidade, embora algumas espécies de animais e de bactérias vivam a mais de 9 mil metros de profundidade. De acordo com essas considerações, a biosfera teria espessura máxima de aproximadamente 17 ou 18 Km, formando uma película finíssima quando comparada aos que 13.000 Km de diâmetro da Terra. Se o planeta fosse comparado a uma laranja, a biosfera não passaria de um fino papel de seda sobre sua superfície. COMPONENTES DOS ECOSSISTEMAS Todo ecossistema apresenta componentes bióticos, representados pelos seres vivos, e abióticos, representados pelas condições químicas e físicas do meio Componentes abióticos Os componentes abióticos de um ecossistema são representados por fatores físicos, como luminosidade, temperatura, ventos, umidade etc., e por fatores químicos, como a quantidade relativa dos diversos elementos químicos presente na água e no solo. Fatores físicos: clima Os fatores físicos que atuam em determinada região da superfície terrestre constituem o clima, resultado a ação combinada de luminosidade, temperatura, pressão, ventos, umidade e regime de chuvas. A radiação solar que atinge a Terra é um dos principais determinantes do clima. Além das radiações visíveis (luz) utilizadas pelos seres autótrofos na fotossíntese, as emanações solares contém raios infravermelhos, responsáveis pelo aquecimento da atmosfera e do solo, o que faz as temperaturas na superfície terrestre serem favoráveis à vida. A temperatura ambiental é uma condição ecológica decisiva na distribuição dos seres vivos pelo planeta. Lugares muito quentes ou muito frios somente podem ser habitados por espécies altamente adaptadas a essas condições. A temperatura afeta outros fatores climáticos, tais como os ventos, a umidade relativa do ar e a pluviosidade (índice de chuvas) de uma região. Fatores químicos Certos elementos químicos devem estar presentes na água e no solo para garantir a sobrevivência dos seres vivos. A presença de fósforo na forma de fosfatos, por exemplo, é muito importante, uma vez que os fosfatos são constituintes fundamentais da matéria viva. Os elementos e sais essenciais aos seres vivos são chamados, genericamente, nutrientes minerais. Os componentes bióticos Os componentes bióticos podem ser de dois tipos: os organismos autótrofos: que sintetizam seus próprios alimentos a partir de uma fonte não-orgânica de energia; •os organismos heterótrofos: que não são capazes de sintetizar seus próprios alimentos. Os heterótrofos utilizam, rearranjam ou decompõem a matéria orgânica sintetizada direta ou indiretamente pelo autótrofos, obtendo a matériaprima para seu crescimento, reprodução e reparação de perdas e a energia necessária para a realização de seus processos vitais. Os heterótrofos podem ser: consumidores: organismos que se alimentam de outros organismos. Todos os animais são consumidores. Os animais que se alimentam de produtores são chamados de consumidores primários. Os herbívoros, animais que se alimentam de plantas, são, portanto, consumidores primários. Os animais que se alimentam de herbívoros são consumidores secundários; os que se alimentam de consumidores secundários são consumidores terciários, e assim por diante . decompositores: organismos heterótrofos que degradam a matéria orgânica contida em produtores e em consumidores, utilizando alguns produtos da decomposição como alimento e liberando para o meio ambiente minerais e outras substâncias, que podem ser novamente utilizados pelos produtores. Os decompositores mais importantes são as bactérias e os fungos. Esses organismos são também chamados de saprófitas ou sapróbios. Cadeia e Teia ou rede alimentar A seqüência linear de seres vivos em que um serve de alimento para o outro é chamada de cadeia alimentar. A cadeia alimentar não é apenas uma cadeia de matéria; faz parte, antes de tudo, do fluxo de energia do ecossistema. Como são diversos os alimentos de um animal, ele pode pertencer a mais de uma cadeia alimentar. As diversas cadeias alimentares a que pertence um animal constituem a teia alimentar desse animal. Os níveis tróficos O conjunto de todos os organismos de um ecossistema com o mesmo tipo de nutrição constitui um nível trófico ou alimentar. Em outras palavras, diz-se que os organismos pertencem ao mesmo nível trófico quando são separados dos produtores, na cadeia alimentar, pelo mesmo número de etapas. Os organismos autótrofos de um ecossistema foram, por definição, o primeiro nível trófico, que é o de produtor. Os animais herbívoros, que são consumidores primários, formam o segundo nível trófico; os animais carnívoros que se alimentam de herbívoros (consumidores secundários) formam o terceiro nível trófico; os animais carnívoros que se alimentam de animais carnívoros (consumidores terciários) forma o quarto nível trófico, e assim por diante. Além dos organismos que fazem parte de um determinado nível trófico, existem outros com hábitos alimentares menos especializados, que podem ocupar mais de um nível trófico. É o caso dos animais onívoros (omnis = “tudo”), que se alimentam tanto de plantas como de herbívoros ou de carnívoros. O homem, por exemplo, é um animal onívoro. Os decompositores ocupam o último nível de transferência de energia entre organismos de um ecossistema. Formam um grupo especial, nutrindose de elementos mortos provenientes de diferentes níveis tróficos, degradando tanto produtores como consumidores. Nos ecossistemas, o número de níveis tróficos é limitado em função da disponibilidade de energia para o nível seguinte. Isso porque, ao ocorrer a passagem de um nível para o outro, há perda de energia. Com isso, quanto mais distante estiver um nível trófico do nível produtor, menor será a energia disponível. Nos ecossistemas mais complexos, o número máximo de níveis tróficos é cinco. Nos ecossistemas mais simples, o número é menor. CONCEITO DE NICHO ECOLÓGICO A palavra "nicho" (do italiano antigo nicchio significa, originalmente, uma cavidade ou vão na parede onde se coloca uma estátua ou imagem. Por extensão, o termo "nicho" transmite a noção de um "ambiente escondido", que inspirou o conceito de nicho ecológico, desenvolvido pelo ecólogo norteamericano C. Elton, no final da década de 1920: "Nicho ecológico e o conjunto de relações e atividades próprias de uma espécie, ou seja, o 'modo de vida' único e particular que cada espécie explora no habitat". O conceito nicho ecológico é abstrato e engloba desde a maneira pela qual uma espécie se alimenta até suas condições de reprodução, tipo de moradia, hábitos, inimigos naturais, estratégias de sobrevivência e etc.