Principais Sistemas de Tratamento Secundário Processos biológicos Semelhante aos fenômenos de autodepuração que ocorrem na natureza. Visa remover matéria orgânica dissolvida e em suspensão, através da transformação desta em sólidos sedimentáveis (flocos biológicos), ou gases. Produtos formados devem ser mais estáveis com: - reduzida presença de microrganismos - menor concentração de MO Tem baixo custo e alta eficiência Processos de tratamento biológicos têm como princípio utilizar a MO dissolvida ou em suspensão como substrato para microrganismos (bactérias, fungos e protozoários), que a transformam em gases, água e novos microrganismos. Processos biológicos: 1. Aeróbios 2. Anaeróbios Tipos de bactérias diferenciam os dois métodos. Aeróbio: microrganismos aeróbios. Mais resistentes a certas variáveis ambientais, como a temperatura, mas exigem oxigenação permanente do ambiente. Anaeróbio: pouco desenvolvido no mundo, países frios apresentam inconvenientes. A atividade das bactérias anaeróbias, que consomem a matéria orgânica sem a utilização do oxigênio, só é eficiente de 24 a 29 º C. Essas bactérias resistem menos às variações ambientais e climáticas. Em clima quente tendem a ser mais eficazes e dispensam aquecedores e ventiladores nos reatores. Principais Sistemas de Tratamento a. Reatores anaeróbios b. Lodos ativados e variantes c. Lagoas de estabilização e variantes d. Reatores aeróbios com biofilmes e. Disposição efluentes no solo a. Tratamento Anaeróbio Mais utilizados: 1. Filtro anaeróbio 2. Reator anaeróbio de fluxo ascendente e manta de lodo 1. Filtro anaeróbio Reator biológico com fluxo através do lodo aderido e retido em um leito fixo de material inerte. • Remove a maior parte dos sólidos em suspensão, que sedimentam e, no fundo do tanque passam por digestão anaeróbia. • Por não ter sedimentação e nem reações bioquímicas na fase líquida, a remoção da DBO é limitada. Sistema tanque séptico + filtro anaeróbio (fossa - filtro) FOSSA 1- RETENTOR DE GORDURA FILTRO 1- ELEMENTO CRIADOR DE COLÔNIA Ex.: pedra brita 2- DEFLETOR DE GASES E MATÉRIA 2- COLÔNIA DE MICROORGANISMOS 3- DEFLETOR DE SAÍDA 3- BIOMASSA 4- DIFUSOR DE FLUXO ASCENDENTE Filtro anaeróbio Material de enchimento (pedra britada Nº 4), promove: • Acúmulo biomassa e aumento do tempo de retenção celular; • Maior contato entre os constituintes do despejo e os sólidos biológicos do reator; • Barreira física, evitando saída dos sólidos; • Uniformiza o escoamento. 2. Reator Anaeróbio de Manta de Lodo Biomassa cresce dispersa no meio e não aderida ao meio suporte (formação de grânulos de bactérias que servem como meio suporte) Não há necessidade decantação primária. Formação de CH4 (metano) e CO2 - biogás Concentração de biomassa elevada, denominada manta de lodo. b. Lodos ativados Lodo ativado é o floco produzido num esgoto bruto ou decantado pelo crescimento de bactérias (zoogléias) ou outros organismos, na presença de oxigênio dissolvido, e acumulado em concentração suficiente graças ao retorno de outros flocos previamente formados. Lodos ativados • Idade do lodo = Tempo de retenção dos sólidos. • Maior permanência dos sólidos no sistema garante tempo suficiente para biomassa metabolizar a MO dos esgotos. Eficácia dos lodos ativados definida pela relação Alimento/Microrganismo: Disponibilidade de oxigênio; Forma de alimentação dos reatores; Concentrações de biomassa nos reatores; Forma de retenção da biomassa nos reatores. Presença de óleos ou gorduras pode significar a intoxicação do lodo biológico com a conseqüente redução de sua atividade. Lodos ativados Formado por uma unidade de aeração (reator aeróbio) e outra de decantação (decantador secundário). A unidade de recirculação do lodo também faz parte do sistema. UASB - REATOR ANAERÓBIO DE FLUXO ASCENDENTE Grade Remoção de areia areia Lodo Secagem manta Lodo seco Lodo seco Lodos ativados ... 1. Reator: esgoto, na presença de OD, agitação, formação de flocos (lodo ativado ou lodo biológico), pelo crescimento e atuação de microrganismos aeróbios, remove MO biodegradável. 2. Decantador: fase sólida (lodo ativado ), é separada. Pode retornar para o processo ou ser retirado para tratamento específico ou destino final. Lodos ativados tanque de aeração decantador secundário lodo secundário linha de recirculação adaptado de VON SPERLING, 1996 Lodos ativados: Tratamento e disposição final dos subprodutos gerados no tratamento • Adensamento: remoção de umidade (redução de volume); • Estabilização: remoção da matéria orgânica (redução de sólidos voláteis); • Condicionamento: preparação para desidratação (principalmente mecânica); • Desidratação: remoção de umidade e volume; • Disposição final: forma de destinação final dos subprodutos. c. Lagoas de estabilização • Lagoas facultativas • Lagoas aeradas • Lagoas anaeróbias • Lagoas de polimento / maturação Lagoas de estabilização 1. Lagoa facultativa CO2 bactérias O2 algas zona aeróbia zona facultativa zona anaeróbia Profundidade de 1 a 2m Lagoas de estabilização 1. Lagoa facultativa • Ocorre simultaneamente: redução fotossintética, oxidação aeróbia e fermentação. • DBO particulada sedimenta – lodo de fundo (decomposto anaerobiamente). • DBO solúvel – permanece dispersa na massa líquida (decomposição se dá por bactérias facultativas). • Predomínio decomposição anaeróbia (depósito de lodo no fundo). • TDH (sedimentação dos sólidos) > 20 dias. • Fotossíntese – O2 para as bactérias – requer elevada área de exposição. • Retirada do lodo de fundo > 20 anos. • Simplicidade operacional. Lagoas de estabilização 2. Lagoas aeradas: facultativa • Requer energia elétrica para fornecimento de O2 (aeradores mecânicos) = menor tempo de detenção = menor área. • Sólidos e bactérias sedimentam. • Baixa produção de maus odores. • Remoção DBO de 70 a 90% e na eliminação de patogênicos de 60 a 99%. • Retirada do lodo de fundo 2 a 5 anos Lagoas de estabilização - complemento: Lagoa de sedimentação lodo • Lodo biológico que sai juntamente com o efluente das lagoas aeradas precisa ser retido antes do lançamento no corpo receptor, utilizando-se para isso uma lagoa de sedimentação de lodo. • Esta segunda unidade tem por objetivo a retenção e digestão do lodo efluente da lagoa aerada. Lagoas de estabilização 2. Lagoas aeradas: de estabilização sem aeração • Processo aeróbio de depuração deve-se a plantas verdes que oxigenam a água e requer área extensa. • Remoção DBO de 70 a 90% e de coliformes de 90 a 99%. • Custo reduzido. • Lodo gerado removido após 20 anos de uso. • Sofre com variação das condições atmosféricas (temperatura e insolação). • Pode produz maus odores e insetos. • Quando sua manutenção é descuidada há o crescimento da vegetação local. Lagoas de estabilização 3. Lagoas anaeróbias • Lagoas mais profundas – 2 a 5m • Área superficial menor. • Bactérias anaeróbias decompõem a MO em gases, com baixa a produção de lodo. • Para efluentes com altíssimo teor orgânico (matadouros), não se aplicando aos esgotos domésticos cujo DBO é inferior. Lagoas de estabilização Lagoa anaeróbia seguida de lagoa facultativa • Decomposição parcial da MO (50 a 60%) – alivia a carga da lagoa facultativa. • Economia de área – 2/3 da área requerida para a lagoa facultativa única. • Possibilidade de maus odores Lagoas de estabilização 4. Lagoa de maturação Após lagoa facultativa. Remoção de organismos patogênicos, pelo UV do sol. Mais de 99,99% dos coliformes. Reduz sólidos em suspensão, nutrientes e uma parcela de DBO. d. Reatores aeróbios com biofilmes Filtros biológicos • MO estabilizada por bactérias aderidas a um suporte. • Elevada eficiência na remoção de DBO (80 a 93%) e de patogênicos 60 - 90%. • Custo de implantação alto. • Necessidade de tratamento do lodo gerado e sua disposição final. d. Reatores aeróbios com biofilmes Filtros biológicos • De Baixa Carga: não ocorre recirculação do efluente, área maior. • De Alta Carga: recirculação do efluente líquido do decantador secundário, admite maior carga de DBO aplicada, área menor e operação mais complexa. Sistema de Tratamento de Esgotos por Processos Anaeróbios e Aeróbios - STEPAA É a integração entre os processos de tratamento anaeróbios (como pré-tratamento) e o aeróbios (como pós-tratamento). Sistema anaeróbio, utiliza Reator Anaeróbio de Manta de Lodo ou UASB (do inglês, Upflow Anaerobic Sludge Bed) e para o sistema aeróbio Sistema Aeróbio de Lodos Ativados. OBS: Para a "etapa aeróbia", outros processos podem ser usados paralelamente ao Sistema de Lodos Ativados. STEPAA e. Disposição Efluentes no Solo Tipos mais comuns: SAÍDA 1. Infiltração lenta (irrigação); 2. Infiltração rápida (infiltração - percolação); 3. Infiltração sub-superficial. 4. Escoamento superficial. FILTRO DE AREIA PLANTADO Sistemas naturais de tratamento de esgoto que por utilizar pouco equipamento técnico, têm baixos custos de operação. Mas a exigência de espaço é maior. Fluxo horizontal Oxigenação limitada, aumentando a necessidade de espaço. Vantagem operacional e muitas vezes sem nenhuma instalação técnica. Fluxo vertical Alimentado em intervalos periódicos com suficiente tempo de pausa, normalmente a alimentação é realizada com bomba. Eficiência bastante elevada e o espaço físico requerido é reduzido. • Sistema simplificado e requer áreas extensas nas quais os esgotos são aplicados por aspersão, vala ou alagamento, sofrendo evaporação ou sendo absorvidos pela vegetação. • Grande parte do efluente é infiltrada no solo e o restante sai como esgoto tratado na extremidade oposta do terreno. • Remoção de DBO 85 e 99% e de patogênicos 90 e 99%. • Baixo custo e não gera lodo. • Pode gerar maus odores, insetos e parasitas, risco de contaminação da vegetação e dos trabalhadores envolvidos (agricultura), do solo e do lençol freático. Desinfecção Eliminar microrganismos patogênicos do efluente final, protegendo os corpos d’água para aproveitamento posterior. 1. Cloração • Cloro gasoso – Cl2 • Hipoclorito de cálcio - Ca(OCl)2 • Hipoclorito de sódio - NaOCl 2. UV 3. O3 Reatores UASB era após slide 20 Apesar da satisfatória eficiência do tratamento há dificuldades em produzir efluente nos padrões da legislação ambiental brasileira. Daí ser necessário pós-tratamento do efluente: • Sistema UASB – Filtro Anaeróbio • Sistema UASB – Lagoa de Polimento • Sistema UASB – Aplicação no Solo • Sistema UASB – Biofiltro Aerado